Hanging By a Moment escrita por Fernaanda


Capítulo 2
Where Do They All Belong?


Notas iniciais do capítulo

Momento inédito, postando dois dias seguidos. Isso nunca vai acontecer, só aconteceu por que eu tive várias ideias e não conseguia parar de escrever. Aproveitem



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/128842/chapter/2

Quinn já estava no WMHS há uma semana. Ela já estava bem amiga de Sam e de Mike, além de também conversar ocasionalmente com Tina, Kurt, Mercedes e Puck. Às vezes Finn tentava falar com ela, mas na maioria das vezes ela simplesmente saia correndo para o lado oposto e tentava ignorar seu nome sendo chamado pelo jogador. Sue Sylvester havia tentado fazer ela entrar para as lideres de torcida, mas Quinn não era muito fã de sair por ai usando um uniforme vermelho. Como se ela precisasse chamar mais atenção.

  A loira estava andando pelos corredores do colégio na segunda feira quando ela notou algo estranho. Rachel parecia estar observando cada movimento da menina e, além disso, alguns outros alunos conhecidos estavam olhando para ela. O que a morena estaria aprontando dessa vez? Ela não teve tempo de começar a pensar por que de repente Puck havia aparecido do seu lado.

- Olá Q – ele falou dando seu sorriso que fazia a maioria das meninas ficarem aos seus pés.

- Oi Puck – Quinn falou parando em frente ao seu armário e dando as três batidinhas para finalmente conseguir abri-lo – O que eu posso fazer por você?

- Muitas coisas – ele arqueou suas sobrancelhas algumas vezes, mas a loira apenas ignorou isso e continuou a guardar suas coisas – Mas tem uma coisa em especial que você poderia fazer.

- Mal posso esperar para saber o que – ela fechou o armário e se virou para encarar o garoto que parecia olhar para o outro lado do corredor. Quando ela ia se virar para ver para onde ele estava olhando, Puck segurou seus ombros e encarou seus olhos.

- Você precisa entrar para o nosso glee club.

- Ah não, você também?

  Desde o seu encontro com Rachel Berry no banheiro no seu primeiro dia de aula, Quinn havia recebido bilhetes anônimos mandando ela entrar para o clube. Ela apenas ignorou já que era meio obvio quem estava mandando isso para ela. O que a loira não entendia era por que a morena não desistia de fazer ela entrar para esse maldito clube. As duas não se suportavam então por que ficar mais uma hora juntas quando Rachel poderia muito bem ficar brigando por solos com os outros e Quinn poderia fazer algo muito mais útil?

  Além disso, a outra havia deixado bem claro que não queria que Quinn chegasse perto do seu namorado ou falasse com ele. Seria meio difícil se os dois estivessem no mesmo clube.

- Olha só, pode parecer uma idéia idiota...

- É uma idéia idiota – ela disse começando a andar enquanto o garoto a seguia.

- ... Mas nós precisamos mesmo de alguém como você.

- O que você quer dizer com alguém como eu? – ela perguntou parando de repente e ficando de frente para ele. A garota ainda podia sentir os olhos de alguém a observando.

- Você tem um estilo diferente e eu acho que pode desafiar o Sr. Schue quando ele estiver exagerando na quantidade de músicas do Journey – ele falou pensativo, olhando mais uma vez para trás e depois olhando para ela de novo com uma cara mais divertida – Além disso, as garotas mais gatas do colégio estão no nosso clube. Só falta você – ele piscou o olho para ela, meio que esperando que ela dissesse que entraria para o clube.

- A minha resposta é não. Tchau – e com isso a garota saiu andando em direção a sua primeira aula, biologia.

 ***

  Os primeiros trinta minutos da aula foram super calmos, a professora apenas explicava sobre o que eles iam estudar durante esse primeiro semestre. Ela finalmente falou que todos deveriam trabalhar em duplas para fazer um relatório e Quinn quase caiu da sua cadeira quando Kurt gritou que ela seria a sua dupla. O melhor era que ele estava do lado dela.

- Eu adoro aulas de biologia – ele disse ajeitando seus cabelos e abrindo seu caderno. Era engraçado ver um garoto usando uma caneta rosa, mas ela apenas balançou a cabeça e não comentou nada.

  Quinn havia gostado bastante de Kurt. Ele não parecia saber que ela era gay, mas ele meio que passava uma sensação de confiança para ela. O garoto era o único homossexual assumido do colégio. Alguns diziam que algumas líderes de torcida eram pelo menos bi, mas nenhum delas havia confirmado nada. Nem negado, claro. Mas ser você mesmo acabava custando caro. Kurt, por exemplo, sempre levava slushies na cara. Sim, o mesmo liquido que ela viu sendo jogado em Rachel Berry. Ninguém havia se atrevido a chegar perto de Quinn com um daqueles copos, mas ela estaria pronta para bater em quem fizesse isso.

  Ela observou o garoto do seu lado escrevendo algumas coisas na sua folha de papel. A loira achava incrível como ele conseguia vir para o colégio todos os dias sabendo do risco que corria. Ela também admirava Rachel, mesmo que não quisesse admitir isso.

- Às vezes eu sinto como se eu devesse cantar uma música do nada – o garoto disse chamando a sua atenção novamente – Você já sentiu isso?

- Sim, eu acho – ela falou começando a escrever no seu caderno também, sua professora havia começado a encará-la quando percebeu que a loira não havia se mexido ainda.

- Quer saber o que poderia resolver o seu problema? Se juntar ao nosso glee club.

- Não, tudo menos isso – ela falou se abaixando e batendo a cabeça na mesa, escondendo seu rosto em suas mãos. Por um momento ela havia esquecido toda a admiração que sentia pelo outro e só queria acabar com ele. Planos de como matar o menino com sua própria echarpe passavam pela sua cabeça.

- É a sua chance de expressar seus sentimentos através de músicas. E nós somos todos muito bons. Claro que a Berry sempre tenta pegar todos os solos e nós temos que brigar com unhas e dentes por uma parte em uma música, mas no final vale a pena. Além disso, todos gostam de música. Você pode cantar suas músicas favoritas lá.

- Olha só, Kurt – ela levantou a cabeça e olhou para a professora que agora parecia escrever mais alguma coisa no quadro – Não me leve a mal, eu gosto de você, mas eu não entendo de onde surgiu essa idéia ridícula. Eu não vou entrar no clube de vocês.

- Eu posso te oferecer algumas coisas em troca – ele falou se opoiando em seus cotovelos e chegando mais perto dela – Nós poderíamos dar um trato em você. Eu, você e a Mercedes podemos ir a um salão fazer as duas mãos, os seus pés, comprar alguns vestidos... E eu posso pagar tudo, você não precisa...

  O toque do sinal salvou a garota de ouvir mais sobre a oferta dele. Ela rapidamente pegou suas coisas, jogou seu caderno de qualquer jeito dentro da sua mochila e se levantou, colocando a cadeira no lugar antes de se virar para olhar para Kurt.

- Eu gosto das minhas roupas. E minhas unhas estão boas desse jeito, muito obrigada. Agora eu vou indo para a minha aula de espanhol.

  Ela saiu o mais rápido que pôde sem atrair a atenção de ninguém antes que o garoto fosse atrás dela e prometesse mais alguma coisa absurda. Ela agradeceu por ter pernas rápidas e chegou à sala de espanhol em pouco tempo, sentando mais uma vez ao lado de Sam. Agora que os dois eram amigos ele não havia tentado flertar com ela nem dar aqueles sorrisinhos que ele costuma dar quando está interessado em alguma garota.

  Sam não podia negar que se sentia atraído por Quinn. Quem não sentia? Mas ela falou que não estava interessada em garotos então ele ia respeitar isso. E ela era uma ótima amiga, ele se divertia bastante com os comentários que ela fazia. Além de ter um gosto musical bom. O garoto deu um sorriso quando ela jogou sua mochila em cima da mesa e sentou-se, jogando sua cabeça para trás e fechando os olhos.

- O que houve, Quinn? – ele perguntou pegando seu livro que estava debaixo da carteira.

- Pessoas enchendo a minha paciência – ela falou ainda sem abrir os olhos e não notou Rachel entrando na sala e lhe dando um olhar curioso antes de se virar para olhar para Sam e balançar a cabeça afirmativamente sentando-se em seguida – Como está o seu dia, Evans?

- Bom. Eu acho. Quer dizer, ele acabou de começar, então... – o garoto olhou nervoso para frente onde Rachel havia se virado para encará-lo e fazer gestos com a mão indicando Quinn. Ela não parecia ser muito boa com mímica ou sutileza.

- Você está estranho – ela notou sem abrir os olhos ou se mexer. A morena na frente deles havia se virado novamente para frente quando o professor entrou na sala.

- Nós precisamos conversar – ele falou sério checando se o professor estava olhando para eles antes de se virar se lado para encarar melhor a loira.

- Você vai terminar comigo? – Quinn abriu os olhos e fingiu estar chocada colocando uma mão em seu peito e cobrindo seus olhos com a outra – Você não pode fazer isso, Samuel Evans.

- Cala a boca, Quinn – ele falou rindo e dando um tapinha no ombro dela – E não me chama de Samuel – ela havia descoberto que o garoto não gostava quando chamavam ele pelo nome, então sempre que queria brincar com ele ela usava-o – Mas eu precisa conversar com você mesmo.

- Tudo bem, fala logo – ela disse se virando para encarar ele também e cruzando as pernas. Ela olhou para frente na hora que Rachel deu uma virada para trás e as duas se encararam antes da morena virar para falar alguma coisa para o namorado.

- Eu acho que você deveria entrar para o nosso clube.

- Mais um!? – ela exclamou apontando para ele com uma cara de raiva e chamando a atenção de alguns estudantes que estavam ali perto – Você passou para o lado deles?

- Do que você ta falando, Quinn? – ele disse balançando a cabeça e passando uma mão pelos seus cabelos loiros tentando arrumá-los. O calcanhar de Aquiles de Sam eram seus cabelos, a melhor forma de ofender ele era ofendendo seus cabelos.

- Todos estão me mandando entrar para esse clube. E eu já disse que eu não quero.

- Por que nós sabemos que você tem potencial – ele disse dando um sorriso de lado – Eu até poderia te dar carona todos os dias.

  A loira parou para pensar um pouco. Sua mãe disse que ela não ia ganhar um carro até que ela provasse que merecia. Ou seja, teria de ficar provavelmente metade do ano sem um carro e não poderia aprontar nada no colégio. Uma carona todos os dias seria muito bom para ela. Mas por outro lado ficar cantando musicas com o coral do colégio não parecia ser tão divertido.

- Eu vou recusar.

- Quinn, pensa um pouco. Vai ser divertido – ele falou olhando preocupado para a frente e depois se virando para a garota novamente.

- Vamos prestar atenção na aula, ta?

  A verdade é que ela não prestou nem um pouco de atenção na aula. Sr. Schue estava falando bem devagar, provavelmente pensando que o QI deles era 0. Ela encostou seu rosto no seu braço e ficou vendo o professor cantar alguma música em espanhol e fazer uma dança. Ela já sabia que ele era o responsável pelo glee club, mas será que ele não podia dar uma aula normal uma vez? Além disso, ela não gostava de nenhuma música em espanhol.

  Quando Rachel Berry levantou a mão para fazer uma pergunta, a loira quase foi até lá gritar com ela pessoalmente por estar transformando o dia dela em um inferno e por ter uma voz irritante, e por ser mal educada, e por ter belas pernas, e por não parar de falar e... Belas pernas? Quinn balançou a cabeça, mas não parou de encarar as pernas da outra. Para uma garota baixinha ela tinha longas pernas. Muito longas. Quinn estava imaginando como seria...

- E é isso por hoje – o professor deu um breve sorriso antes de se virar para pegar o celular e checar alguma coisa, provavelmente uma mensagem nova.

- Você está bem, Quinn? – o loiro perguntou olhando preocupado para ela que continuava a encarar as pernas da colega com uma expressão sonhadora no rosto. Droga, ela tinha que parar de se sentir atraída pelas garotas erradas.

- Eu estou ótima – a loira se levantou evitando olhar para a morena antes que ela achasse outra parte do corpo dela que fosse atraente – Devo ir para a minha aula de espanhol.

- Nós acabamos de ter uma aula de espanhol.

- Devo seguir então para a minha aula de inglês.

- Agora é o intervalo.

- Devo seguir para o meu intervalo – ela disse com uma expressão decidida no rosto caminhando rapidamente e deixando um Sam Evans confuso e uma Rachel Berry furiosa.

 ***

   A loira já havia sido abordada por mais de três membros do glee club. Mercedes havia falando com ela durante o intervalo. Quinn ficou morta de medo já que a outra quase a empurrou contra um armário e impediu que ela se mexesse. Ela teve de ouvir a garota falar sobre como o clube ajudou ela com a sua família e que ela descobriu mais sobre a sua cultura. Certo, muito interessante.

  Artie quase a atropelou e a loira saiu, literalmente, correndo pelos corredores com o rapaz atrás dela. Para alguém que usa cadeira de rodas ele era muito rápido. Quinn tinha certeza de que ela ganharia facilmente uma corrida se Artie estivesse atrás dela.

  Por fim, Tina tentou convencê-la com seus poderes sobrenaturais de que a garota deveria entrar para o clube. Quinn tinha certeza de que a gótica havia tentando hipnotizá-la e por um momento ela pensou realmente que a outra iria mostrar seus caninos de vampira e morder ela. A loira deu graças a Deus quando Figgins apareceu no corredor gritando “Vampira!” dando tempo para ela sair correndo e entrar na sua aula de inglês. A primeira pessoa que ela viu foi Mike e ela foi correndo sentar ao lado dele.

- A sua namorada é muito louca – ela falou arrancando uma risada dele enquanto a garota tentava respirar e recuperar seu fôlego.

- O que ela fez? – ele perguntou sem tirar os olhos dela enquanto a professora entrava na sala.

- Ela usou algum poder ou sei lá o que. Eu acho que isso é um pesadelo onde todos querem me fazer entrar para um clube idiota.

- Por falar nisso... – ele disse coçando a cabeça e olhando para baixo fazendo Quinn arregalar os olhos e ficar na ponta da cadeira.

- Você também? – ela falou com o mesmo tom que usou para falar com Sam.

- Eu não vou te obrigar a entrar, mas você deveria pensar um pouco antes de dizer não – o asiático virou para frente na hora em que a professora mandou todos guardarem seus livros para o primeiro teste surpresa, sendo que eles só tiveram duas aulas juntos. Melhor dia impossível.

 ***

  Quando Quinn pensou que estava livre e poderia finalmente pegar um livro no seu armário sem que ninguém a incomodasse a porta do mesmo é fechada com toda força e Quinn dá de cara com a latina, que pelo que Sam lhe contou é a capitã das lideres de torcida e a garota mais popular do colégio. Por enquanto.

  A loira não pôde deixar de olhar para o corpo da outra. Seus olhos demoraram nas pernas dela e ela não pôde deixar de lembrar das pernas de Berry. Balançando sua cabeça para tentar esquecer as imagens ela finalmente levantou a cabeça para encarar os olhos escuros da latina.

- Sim? – Quinn perguntou virou de lado e se encostou no seu armário. Seus olhos pararam no seu relógio e ela percebeu que a conversa teria de ser rápida se ela quisesse chegar à aula a tempo.

- Você tem uma coisa que eu quero – a latina disse dando um sorriso provocante e mordendo o lábio inferior em seguida.

- Mesmo? O que? – a loira perguntou dando um sorriso de lado.

- A sua voz – ela falou baixo e Quinn tentou pensar numa resposta até que ela entendeu o que aquilo significava e rolou os olhos.

- Você também faz parte desse clube.

- Exatamente, Fabray – a latina disse chegando mais perto dela e pelo canto do olho, Quinn conseguiu enxergar Rachel olhando para duas e ignorando o que seu namorado contava animadamente – Talvez eu possa te dar algo em troca.

- Por mais tentador que isso pareça – a loira falou dando uma olhada de cima a baixo na morena contendo-se para não virar o rosto e olhar para a outra – Eu vou recusar.

- Eu ainda não lhe disse a minha oferta – Santana chegou mais perto dela e tocou no seu braço. A loira tinha certeza de que se ficasse mais um segundo ali era capaz dela aceitar entrar para qualquer clube e usar uma camisa mostrando que tinha orgulho de estar lá.

- A minha resposta vai ser a mesma – ela acenou com a cabeça antes de começar a andar, parando quando a latina segurou no seu braço e a puxou um pouco mais para perto.

- Você é diferente, Quinn. Eu sei quando alguém é diferente. Nós poderíamos nos divertir juntas – ela arqueou uma sobrancelha e deixou sua mão escorregar pelo braço da loira. Ela viu Rachel fazendo uma cara de nojo e sorriu internamente.

- Eu tenho que ir. A gente se vê, Santana – ela fez todo o esforço possível para se distanciar da latina antes de começar a andar em direção a sua próxima aula.

 ***

  Uma outra líder de torcida havia parado Quinn e pedido para ela entrar para o glee club. Ela mencionou algo sobre o seu gato e a loira pediu licença, andando rápido para a sua ultima aula do dia. Literatura.

  Ela chegou antes da professora e sentou em uma cadeira no fundo, pegando um fone e colocando no ouvido. Enquanto balança sua cabeça no ritmo da música ela notou uma figura sentar do seu lado e quando ela olhou para cima deu de cara com um sorriso gigantesco e uma mão acenando para ela. Finn Hudson.

- Oi Quinn. Nós ainda não tivemos a chance de conversar – ele falou como se tivesse feito muito esforço para descobrir isso e depois ficou perdido em pensamentos olhando pela janela.

- Ahm, certo.

  Finn Hudson não é tão idiota como todos pensam que é. Ou pelo menos ele pensa que não é. De qualquer jeito, o garoto sabe que namorar com Rachel acaba com sua reputação. Foi por isso que ele perdeu a virgindade com Santana, para ganhar respeito. Funcionou, em parte. Mas a latina não ficava atrás dele, nem deixava ele levar ela para encontros ou dava toda a atenção que ele queria. Rachel fazia aquilo. Era por isso que ele gostava tanto de estar com Rachel.

  Ela sempre estava atrás dele como um cachorrinho, seguindo-o para onde ele fosse, até mesmo ficando na arquibancada do campo quando ele estava treinando. Eles sempre saiam em encontros, e ele gostava de mostrar para todo mundo que tinha uma namorada. E por fim, ela dava total atenção a ele. Sempre escutava o que ele estava falando (ou fingia) e defendia ele. A namorada perfeita.

  Mas ele não podia deixar de notar as outras garotas. Ninguém sabia, mas ele já tinha ficado com Santana outras vezes, mesmo depois de voltar com Rachel. Os dois não tinham passado nem da primeira base, e ele achava que por ser um garoto estaria perdoado. Claro que a namorada dele não sabia de nada.

- Então – ele voltou a olhar para ela – A gente podia fazer alguma coisa juntos.

- E quanto a sua namorada? – Pela primeira vez ela agradeceu a existência de Rachel Berry. Não seria a ultima.

- Eu, você e a Rachel? Eu não sei se eu gosto desse tipo de coisa – ele fez uma careta e a loira escondeu seu rosto em suas mãos contanto até dez para não bater no garoto.

- O que eu quis dizer foi, “A sua namorada não vai ficar com raiva”? – ela falou devagar, silaba por silaba.

- Ela não se importa e não precisa ficar sabendo – seu sorriso aumentou e Quinn teve de admitir que ninguém conseguia sorrir tanto assim – Rachel não é ciumenta.

- Imagina se fosse – Quinn murmurou virando para a frente e observando os outros alunos. Seu fone de ouvido estava esquecido, jogado na sua mesa junto do seu Iphone.

- Sabe uma ótima maneira da gente passar um tempo juntos? – ele perguntou chamando a atenção dela novamente – Se você se juntar...

- Se você falar glee club eu vou chorar.

- Clube do coral?

- Ok, eu vou chorar.

- Eu não entendo – ele murmurou coçando a cabeça. Que novidade você não entender alguma coisa. Ela pensou rolando os olhos – A Rachel disse que se eu pedisse iria funcionar.

- A Rachel disse? – ela virou a cabeça rapidamente para encará-lo e o garoto ficou com medo de que algum tipo de fogo saísse dos olhos dela e o acertasse em cheio – Então ela armou tudo isso.

- Ela disse que era para o bem do clube – ele falou confuso mordendo o lábio inferior – Então, temos um encontro? – ele perguntou chegando mais perto dela fazendo com que a garota quisesse vomitar por causa da colônia dele.

- Professora? – ela levantou a mão e se levantou rapidamente, pegando as suas coisas – Eu não me sinto muito bem, posso ir para a enfermaria?

- Claro, senhorita Fabray – a mulher parecia estar com medo de pegar qualquer que você a doença que sua aluna supostamente tinha – Vá... logo.

  A loira correu, mais uma vez, e saiu da sala. Ela não estava passando mal de jeito nenhum, mas não conseguia ficar mais nenhum segundo perto de Finn sem querer matar ele. Era a terceira vez em que ela desejava matar alguém. Apenas um dia normal na sua vida.

  Ela andou até um banheiro próximo, e entrou decidindo jogar um pouco de água no seu rosto e relaxar. Aquele era o ultimo horário e ela poderia ir para casa e relaxar e finalmente acordar amanhã num novo dia. E ela não teria de ver

- Berry? – a loira exclamou ao abrir a porta do banheiro e dar de cara com a outra lavando as suas mãos – O senhor está me testando – ela murmurou olhando para cima, imaginando estar conversando com Deus quando a voz nada angelical da outra garota ecoou pelo banheiro.

- Eu tenho um nome, sabia? E esse nome é Rachel – ela falou virando-se de frente e encarando a garota mais alta.

- Eu não me importo. Eu estou tendo um péssimo dia e é tudo culpa sua. Esse seu plano idiota de tentar fazer eu entrar no seu clube não está dando certo.

- Como não deu certo? O Sam disse que ia te prometer carona todos os dias, e o Kurt ia oferecer dinheiro, a Santana ia oferecer sexo, o que é estranho porque eu sabia que o Puck deveria ter feito isso. A Mercedes ia contar a história emocionante da vida dela, enquanto Tina e Artie iam fazer medo em você. O Mike ia agir como o anjo do bem e o Puck seria o diabo. E eu não faço idéia do que a Brittany iria fazer – a morena se encostou na pia e começou a repassar todas as fases do seu plano infalível.

- Eu já disse que eu não queria entrar para esse clube. Eu não gosto de cantar.

- Mas você adora música. Dá para ver pelas suas roupas – a morena apontou para a camisa de Quinn – Você ta usando uma camisa do Queen. Na semana passada você usou uma do The Who, depois dos Stones, depois dos Beatles, AC/DC e Ramones. Você gosta de música e nem pode negar isso.

  A morena ficou um pouco chocada quando a outra garota começou a rir. Não, gargalhar. Quinn segurou sua barriga e tentou respirar depois de passar tanto tempo rindo. Ela quase teve outra crise ao ver a expressão da morena.

- Então você anda prestando atenção em mim? – Quinn perguntou arqueando uma perfeita sobrancelha.

- Você surtou? Claro que não – a morena balançou a cabeça várias vezes e rolou os olhos.

- É? Então como você sabe todas as roupas que eu usei. Aposto que a melhor parte do seu dia é quando você me vê, ou quando eu falo com você. É por isso que você sabe tudo que eu já usei, você guarda esse momento na sua memória – ela falou rindo da cara que a outra fez e dando mais um passo para a frente.

- Eu tenho um namorado. Eu não preciso ficar prestando atenção em você. E mesmo que eu não tivesse, eu nunca prestaria atenção em você – Rachel disse dando um sorriso ao terminar de falar e olhando confiante para a outra.

- O seu namorado que me ofereceu um encontro? – a loira retrucou irritada com a outra.

- Não seja boba, ele só iria te pedir para entrar no clube – a morena falou dando as costas e jogando um papel no lixo.

- Mesmo? Por que ele se ofereceu para sair comigo sem que você soubesse – a morena virou rapidamente e por um momento Quinn pensou que ela fosse lhe dar um tapa na cara.

- Não fale mentiras, Quinn. Se você quer o Finn pelo menos não jogue sujo. Ele nunca faria isso comigo. Tudo bem que ele me traiu uma vez, mas ele estava bêbado e eu o perdoei e agora nós dois estamos felizes. E quer saber? Nós não precisamos de você. Sua voz nem é tão boa assim, eu vou achar alguém para cantar no fundo e pronto – Rachel saiu indignada, abriu a porta e ia sair do banheiro quando a voz de Quinn a parou.

- Você acaba de conseguir o seu décimo segundo membro.

- O QUÊ? – a garota se virou rapidamente e encarou a outra como se ela fosse louca.

- Eu vou te mostrar a minha voz. Venha, vamos – a loira segurou no braço da outra garota e as duas começaram a andar em direção a sala em que o clube se reunia. Quer dizer, Quinn começou a andar porque Rachel estava apenas sendo arrastada.

  Rachel havia se apaixonado por Finn no momento em que ele havia cantado “Don’t Stop Believing”, mas quando a loira tocou no seu braço ela sentiu alguma coisa. Foi totalmente diferente de quando Finn tocava nela. Talvez a diva tivesse surtado de vez, mas ela estava tremendo e corando. Ela só rezava para que a loira não percebesse isso.

  As duas chegaram à sala em que todos estavam conversando e eles pararam para encará-las. Todos não podiam conter suas caras de surpresa ao ver Rachel Berry e Quinn Fabray, entrando juntas na sala do coral. Mais surpreendente era que a loira não tinha soltado o braço da outra, mas quando ela notou Quinn tratou de soltar o mesmo.

- Quinn, que surpresa tê-la aqui conosco – Sr. Schue disse sorrindo enquanto Rachel saia da sua transe e andava em direção a cadeira vazia ao lado do seu sorridente namorado.

- O que eu posso dizer? Rachel me convenceu a fazer uma audição – ela falou com um sorriso sacana no rosto piscando para a morena que cruzou os braços e olhou para a direção oposta.

- O que ela te prometeu? Ficar calada pelo resto da vida dela? – Puck perguntou levando um soco fraco no braço, dado por Finn.

- Quem dera – a loira murmurou baixo o bastante para que ninguém ouvisse – Ela apenas me falou sobre os benefícios de ter uma atividade extracurricular no histórico acadêmico.

- Você ta zuando com a gente? – Santana respondeu fazendo uma cara de confusão e cruzando os braços.

- Não. Se vocês não se importam eu gostaria de cantar logo – ela falou com um largo sorriso fazendo seu professor sorrir também.

- Vá em frente, Quinn – Will sentou-se na cadeira vazia no fundo, ao lado de Sam e Mercedes.

  A garota estava nervosa, nunca havia cantado na frente de ninguém além da sua irmã, uma vez. E de Rachel. Ela olhou para os seus colegas que estavam ansiosos e entusiasmados para ouvir o que ela ia cantar. Finalmente a garota escolheu uma música e falou com a banda. Os integrantes apenas balançaram a cabeça positivamente e começaram a tocar. A loira virou-se para frente e pode notar que alguns balançavam seus pés já reconhecendo a música.

Eleanor Rigby, picks up the rice

In the church where a wedding has been
Lives in a dream
Waits at the window, wearing the face

That she keeps in a jar by the door
Who is it for?

  Ela pôde notar que alguns dos seus colegas pareciam chocados com a voz dela. Rachel deveria ter mencionado que ela havia a ouvido cantando, mas com certeza não elogiou muito a voz dela.


All the lonely people, where do they all come from?
All the lonely people, where do they all belong?

  Quinn conseguiu alcançar todas as notas, mesmo as do final em que ela não tinha muita segurança.

Ah, look at all the lonely people
Ah, look at all the lonely people

  Todos menos Rachel aplaudiram a garota quando ela acabou de cantar e o professor chegou do lado dela, dando três tapinhas no seu ombro e falando.

- Bem vinda ao New Directions.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

A música que a Quinn cantou é "Eleanor Rigby" dos Beatles. E é muito estranho fazer o Finn ruim, mas eu preciso.Esse capítulo foi menor porque eu queria que a Quinn entrasse logo para o clube. Atualização só na sexta, ou no sabado.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Hanging By a Moment" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.