Hanging By a Moment escrita por Fernaanda


Capítulo 1
Highway To Hell


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que o primeiro capitulo não está muito bom, mas eu não sabia muito bem como começar tudo. Podem ter certeza que o próximo vai estar melhor.



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Quinn odiava ser a garota nova que ninguém conhecia. Ela já chamava atenção naturalmente por conta do seu estilo e da sua beleza, mas era ainda pior quando ela entrava pela primeira vez nos corredores de um novo colégio. Garotas tentavam fazer seus namorados pararem de olhar para ela, enquanto os garotos... Bom, eles não podiam evitar olhar para ela de cima para baixo. Qualquer garota normal adoraria a atenção, mas não essa.

  A loira colocou uma camisa preta da banda “The Who”, uma calça jeans apertada e seu all-star preto. Ela arrumou seu cabelo e deu um pequeno sorriso para o seu reflexo. Deu um ultimo toque na sua franja antes de pegar sua bolsa e descer correndo as escadas para encontrar sua mãe que já preparava seu café da manhã.

- Bom dia, mãe – a garota disse sentando-se na mesa e se preparando para atacar um prato com bacon e panquecas. Melhor café da manhã impossível.

- Bom dia, Quinnie. Você não pode esperar a sua irmã descer? – a loira mais velha disse enquanto terminava de colocar tudo na mesa. Ela deu um risinho ao ver que sua filha mais nova já estava com a boca cheia de comida – Quer saber? Esqueça, coma tudo.

  A adolescente fez um gesto positivo com a mão e continuou a comer enquanto sua mãe abria a geladeira para pegar o suco. As duas tinham uma relação muito boa. Judy sempre estava ali quando a outra precisava. Claro que elas sempre tinham algumas brigas, mas nada que durasse muito tempo. Finalmente uma outra garota, loira também, mas mais alta que Quinn apareceu dando um tapa de leve na cabeça da irmã.

- Ei loser, não conseguiu me esperar? – disse com um sorriso no rosto ao ver a irmã quase engasgando.

- Qual é o seu problema, Christina? – Quinn tomou um gole do suco que a mãe havia acabado de colocar na mesa – Você é médica e ta tentando matar uma pessoa?

- Você não é uma pessoa, você é minha irmã – a irmã mais velha disse recebendo em troca o dedo do meio da outra – Mãe, você viu isso?

- Quantos anos você tem, Chris? Cinco? – Quinn disse terminando de comer e se levantando da mesa, pegando a mochila e colocando nas costas. Ela deu um beijo no rosto da mãe e pegou um pedaço de bacon do prato da irmã – Estou te esperando no carro. Vê se não demora.

  Quinn saiu de dentro de casa e entrou no carro da irmã. Sua mãe havia decidido que a garota não ia ganhar um carro ainda por conta das coisas que aconteceram na ultima cidade em que estiveram. A garota achava isso tudo besteira, ela nem fez tanto para merecer a humilhação de pegar carona com a irmã todo dia. E ela ainda ia ter de voltar para casa andando ou pegar um ônibus, sendo que ela acabaria se perdendo de um jeito ou de outro. Nada melhor do que se perder em uma cidade desconhecida e acabar passando horas sem fazer a mínima idéia de onde ela está. Pelo menos seu celular está no bolso da sua calça e ela pode checar na internet um mapa. Se tiver algum mapa de Lima, Ohio na internet. A loira fechou os olhos e suspirou jogando a cabeça para trás. O dia só estava começando.

- Quinnie, o que aconteceu agora? – sua irmã havia entrado silenciosamente dentro do carro. A garota pensou por um segundo que a irmã tinha super poderes, mas depois balançou a cabeça percebendo que aquela era uma idéia ridícula.

- Nada, só estou pensando em como eu vou voltar para casa – ela disse olhando pela janela e tentando memorizar as casas enquanto batucava uma música qualquer.

- Você sabe que eu não posso sair do trabalho pra te pegar – a outra falou virando a esquerda e depois a direita – Talvez você possa pedir carona para alguém.

- Claro, porque eu vou chegar para uma pessoa qualquer e perguntar “Olá, você pode me dar uma carona? Eu não sei voltar para casa”. Por favor Christina, eu tenho orgulho e senso do ridículo – Quinn falou rolando os olhos e olhando para a frente, vendo alguns estudantes virando a esquina. Parece que estavam chegando.

- Tente fazer amigos e não arrume problema, ta? – agora a outra estava falando sério. O carro parou na frente de um estacionamento com poucos alunos, mas cheio de carros. A garota mais nova abriu a porta e acenou com a cabeça para a irmã antes de batê-la com toda a força. Alguém tinha de sofrer por conta do seu dia ruim.

  Assim que as portas do WMHS se abriram todos os olhos se voltaram para ela. A garota rolou os olhos, ela já esperava por isso. Um sorriso se formou nos seus lábios quando uma garota bateu de leve no namorado que observava Quinn. Ela notou uma garota morena observando ela. A menina parecia ser latina e usava um uniforme vermelho de líder de torcida. Do lado dela tinha uma loira um pouco mais alta usando o mesmo uniforme e um garoto de óculos em uma cadeira de rodas. Ela deu um sorriso de lado para a latina e acenou com a cabeça para os outros dois.

  A garota parou finalmente na frente do armário 107 e colocou sua senha tentando abri-lo. O armário fez apenas um barulho estranho e nada aconteceu. Ela tentou mais uma vez, e outra vez, até dar um soco e chutar o armário de baixo. Claro que o dia dela não podia ficar pior.

- Olá – ela virou-se e deu de cara com um garoto asiático encostado no armário do lado do dela, segurando dois livros e com um sorriso simpático no rosto. Ele não parecia ser um desses rapazes que ficavam piscando para ela ou que ficavam encostados em algum lugar tentando parecer sexy – Meu nome é Mike Chang.

- Quinn Fabray – ela disse aceitando a mão que ele havia oferecido e apertando-a. Ela não pôde deixar de retribuir o sorriso amistoso dele.

- Você parece estar tendo problemas com o armário. Se você segurar os meus livros eu posso te ajudar – ela pegou os dois livros que estavam na mão dele enquanto o garoto deu três batidinhas no canto esquerdo do armário e depois abrindo-o sem problema algum – Eu tive esse armário ano passado. Você acaba se acostumando – ele pegou os livros de volta e deu espaço para a garota guardar suas coisas ali dentro.

- Obrigada – ela murmurou fechando o armário em seguida e virando-se para ele – Você sabe onde é a sala do diretor Figgins?

- Segue em frente, ultima sala a esquerda – ele falou acenando em seguida para uma outra garota asiática que conversava com uma garota morena e um garoto usando uma echarpe verde – A gente se vê por ai, Fabray.

  Era bom conhecer alguém que não estivesse nem um pouco interessada nela. E aquele garoto parecia ser bem simpático, talvez os dois acabassem sendo amigos. Risadas masculinas ecoaram pelo corredor e ela deu de cara com uma garota coberta por um liquido vermelho. Os garotos rindo eram jogadores de futebol, ela percebeu isso pelas suas jaquetas, e todos os cinco seguravam cada um, um copo vazio. A loira balançou a cabeça e pegou no ombro da morena que encarava os pés a ponto de chorar.

- Ei, você está bem? – ela falou gentilmente olhando no rosto da menina.

- Eu pareço estar bem pra você? – a morena falou antes de sair andando até o banheiro, fechando a porta sem olhar para trás.

- Idiota – Quinn sussurrou voltando a andar e indo em direção a sala do diretor. Um garoto loiro usando uma jaqueta do time de futebol deu um sorriso tímido para ela e a garota respondeu piscando o olho. Ela não estava nem um pouco interessada nele, mas ele parecia ser um daqueles garotos fofos que você não consegue ignorar, então...

  Chegando finalmente a sala do diretor ela falou com a recepcionista que mandou a garota esperar ao lado de um menino com um moicano. Ele sorriu e acenou com a cabeça para ela.

- Oi gata – foi o que ele disse quando ela sentou-se na cadeira ao seu lado, tentando ficar o mais longe possível.

- Olá – sua resposta foi fria enquanto ela fingia estar interessada em um quadro muito estranho na parede oposta.

- Eu sou Noah Puckerman. Mas você pode me chamar de Puck. Grave esse nome porque você vai estar gritando ele em alguns dias – ele falou com um sorriso vitorioso estampado no rosto colocando uma mão no joelho dela.

- Primeiro Puck, eu não gostei do que você acabou de insinuar – ela falou virando o rosto para encarar ele – Segundo, não toque em mim – e assim ele retirou a mão do joelho dela – E terceiro... Bom, não tenho um terceiro. Apenas pare de flertar comigo. Eu não sei se isso funciona com alguém, mas não vai rolar nada entra a gente.

- Por quê? Vai dizer que nós jogamos para o mesmo time? – ele falou arqueando as sobrancelhas tentando insinuar algo – Por que se esse for o caso, eu não me importo nem um pouco.

- Olha aqui...

- Senhorita Fabray – a recepcionista falou interrompendo as ofensas que a garota ia falar. A mulher ajeitou os óculos e continuou sem tirar os olhos da tela do computador – O diretor Figgins está pronto para recebê-la.

  A garota levantou-se rapidamente sem olhar novamente para o menino com o moicano e bateu na porta, entrando na sala em seguida e encontrando um homem sentado numa cadeira, de costas para a porta. Ela sentou-se na cadeira vazia de frente para ele tentando fazer o máximo de barulho possível. Mas ele parecia mais interessado em olhar para algo pela janela. Meu dia só fica melhor. Ela pensou ajeitando o seu relógio e quase tomou um susto quando o diretor começou a falar.

- Eu não sei o que ela está planejando, mas não deve ser algo bom. Esses vampiros adolescentes de hoje em dia – ele virou rapidamente encarando Quinn – Você não é uma vampira, é?

  Quinn pensou em rir por que aquela era definitivamente a coisa mais idiota que alguém já havia perguntado a ela. Mas aquele homem parecia estar falando sério e ela preferiu evitar um problema logo no seu primeiro dia de aula. A coisa mais sensata a ser feita era fingir que sabia do que ele estava falando.

- Não, senhor.

- Bom. Já basta aquelas duas garotas do Glee club. Sue está certa, eles são um bando de vampiros sugadores de verba – ele falou com seu sotaque indiano irritante e Quinn respirou fundo para não fazer algum comentário que poderia custar uma detenção.

- Então, eu vim aqui para pegar o meu horário...

- Claro senhorita...?

- Fabray.

- Sim, sim. Eu vou lhe dar um passe para entrar na aula do Schuester – ele falou escrevendo algo em um papel e depois entrando o mesmo para ela – Aqui está o passe e seu horário. Tome cuidado – ele disse quando ela já havia levantado e guardado o horário do bolso da sua calça – Não queremos que você vire uma dessas vampiras.

- Claro – ela falou abrindo a porta e olhando uma ultima vez para o diretor – Eu tenho água benta na minha bolsa – a ultima coisa que ela viu foi o grande sorriso do diretor antes de fechar a porta.

  Quinn saiu da diretoria sem olhar para Duck, Buck, qualquer que fosse o nome do garoto, e parou no final do corredor. Ela tinha aula de espanhol agora, mas não fazia a mínima idéia de onde a sala ficava. E o garoto asiático que ela havia conhecido mais cedo não estava em lugar algum. De fato, os corredores estavam completamente desertos. Depois de quase dez minutos, quatro salas erradas e dois socos em armários diferentes, ela finalmente encontrou uma porta que tinha o nome espanhol gigantesco na parte de cima. Rolando os olhos ela abriu a porta e deu de cara com uma sala cheia e um professor fazendo uma dança estranha.

- Oh, olá – o homem passou a mão nos seus cabelos encaracolados e fez um gesto para que ela entrasse na sala – Eu sou o senhor Schuester, seu professor de espanhol. Você deve ser a garota nova.

  Ótimo, será que até os professores vão chamar ela de garota nova? Seus olhos percorreram a sala e ela encontrou alguns rostos conhecidos. Mike estava sentado do lado da garota asiática que olhava para ela com um olhar furioso enquanto o garoto lhe dava o mesmo sorriso de mais cedo. Atrás deles estavam uma garota morena que ela havia visto com o casal e o garoto da echarpe. Os dois pareciam estar falando sobre ela e nem tentavam esconder isso. Um pouco mais para a direita estava o garoto da cadeira de rodas que escutava atentamente com um sorriso no rosto o que uma menina loira lhe dizia. Ela fazia muitos gestos com a mão e ria bastante enquanto ele parecia satisfeito em apenas escutar. Do lado dela estava a garota latina de mais cedo. Ela estava irritada com o que os dois conversavam e os seus olhares se cruzaram por um segundo, suficiente para a morena piscar para ela e voltar a rolar os olhos para os dois.

  Mais para frente estava um garoto loiro arrumando seus cabelos e do lado deles havia um casal. O garoto estava dando um sorriso bobo para ela enquanto a garota lhe mandava olhares de ódio. E o mais interessante é que era a garota de mais cedo, a que foi super grossa com ela e estava coberta por um liquido vermelho. Agora a morena estava com uma roupa diferente e seus cabelos estavam molhados.

- Então, Quinn certo? – o professor falou quando ela lhe entregou o passe e ela apenas concordou com a cabeça – Pode se sentar ao lado do Sam, ali – ele apontou para o garoto loiro que agora estava sorrindo.

  A loira sentou-se ao lado do garoto ainda sentindo os olhos da morena fuzilando ela. Quando o professor virou de costas para escrever alguma coisa no quadro ela chegou mais perto do tal Sam e perguntou baixo.

- Quem é aquela garota? A que está sentada do lado do gigante ali – ela apontou com a cabeça para o casal sentado na primeira fileira.

- Oh, aquela é Rachel Berry e o garoto é Finn Hudson. Os dois estão no meu glee club – ele respondeu com um largo sorriso balançando sua franja a la Justin Bieber o que fez Quinn querer vomitar ali mesmo. Ela apenas balançou a cabeça e virou-se para encarar as costas dos dois.

- Por que essa Raven...

- Rachel.

- Tanto faz. Por que ela parece ter tanta raiva de mim? – não que Quinn se importasse com a opinião dos outros, mas era meio idiota essa garota ter tanta raiva dela quando ela não havia feito nada. Ainda.

- Raiva de você? – ele deu um pequeno riso - Rachel é assim mesmo. Às vezes ela parece estar com raiva, quando ela só esta se sentindo ameaçada.

- Ameaçada? Ela deve ter algum problema, porque eu só tentei ajudar ela. E agora eu só fiz entrar na minha sala de espanhol.

  Nada fazia sentido para Quinn. Por que a garota se sentiria ameaçada se Quinn não havia feito nada para causar isso. O único erro dela foi demonstrar preocupação com uma garota mal educada e idiota.

- Ta vendo aquela garota do outro lado? – Sam perguntou indicando a latina de mais cedo. Ela estava agora escrevendo no seu caderno – O nome dela é Santana. Ano passado, Finn, o namorado da Rachel, e Santana dormiram juntos. Finn era virgem e aparentemente estava se guardando para o casamento. Mas ele ficou bêbado numa festa em que a namorada não estava e Santana não perde uma oportunidade. A Rachel ficou arrasada, não queria saber nem de cantar, algo histórico porque ela não perde uma oportunidade de ter um solo no nosso clube. Depois de algumas semanas ela perdoou o Finn e os dois estão juntos desde então. Mas ela sempre fica desconfiada e agora você chegou... – ele disse piscando os olhos.

- Ok – ela falou não entendendo muito bem onde o garoto queria chegar – Espera aí, você ta dizendo que ela acha que eu vou ficar com o namorado dela?

- Demorou heim? – ele perguntou rindo da cara que ela fez enquanto olhava dele para Rachel e dela para ele novamente.

- Como?

- Olha, Rachel fica insegura quando está perto das Cheerios que são bonitas e populares. Você é a aluna nova, diferente. E você é linda – ela já havia ouvido muitas pessoas elogiando a sua beleza, mas quando o garoto falou daquele jeito ela não pode fazer nada além de corar – Claro que ela vai imaginar que o Finn pode traí-la de novo, só que agora com você.

  Agora fazia sentido. Claro que a menina não precisava ter sido grossa do jeito que foi com Quinn, mas ela estava se sentindo ameaçada e não queria que a outra a ajudasse. E isso explicava porque a morena olhou para ela daquela forma quando ela estava na frente da sala e Finn estava encarando-a.

- Ela não precisa se preocupar – Quinn disse com um sorriso virando para a frente e olhando para seu professor que agora estava parado de frente para o quadro contemplando o que havia escrito – Eu não estou interessada no garoto dela – e murmurou a segunda parte – Ou em qualquer outro garoto.

- O QUÊ? – Sam falou alto demais atraindo a atenção de todos os alunos da sala e do seu professor – Desculpa, Sr Schue, eu apenas não havia entendido uma palavra no quadro – o professor balançou a cabeça e virou-se de costas de novo enquanto os alunos olhavam para os dois com uma cara estranha ou de confusão e depois voltaram a escrever em seus cadernos ou conversar – Você quer dizer que você é...?

- Lésbica, gay, escolha uma palavra e a resposta vai ser a mesma. Sim – ela falou baixo fingindo escrever em um caderno imaginário com a sua caneta – Se tiver algum problema com isso pode falar.

- Problema? Não, nenhum – ele deu um sorriso de lado abrindo seu livro – Meu irmão mais velho é gay e um dos meus amigos do glee club, o Kurt, também é. Mas eu acho que você vai acabar com as fantasias de muitos garotos daqui – disse dando um tapinha nas costas dela.

- Ou eu posso transformar as fantasias deles – foi a vez dela dar o tapa.

- Eu gostei de você, Quinn. Acho que uma amizade acabou de nascer – ele falou estendendo a mão em sua direção e fechando em um soco.

- Pode ter certeza, Sam – ela bateu sua mão na dele.

  No resto da aula os dois prestaram atenção no que o professor estava falando. Quer dizer, Sam prestou atenção, porque Quinn colocou um fone de ouvido e fingiu que o professor era o vocalista do Led Zeppelin e estava cantando. No final da aula todos se levantaram e Finn se virou para trás.

- Oi, meu nome é Finn Hudson – ele falou com o mesmo sorriso bobo piscando seus olhos tentando parecer atraente. A palavra chave é tentando – E se você precisar eu posso te ajudar com o seu horário. E se você tiver química comigo podemos até ir juntos.

- Finn, você ia me levar para literatura! – a morena do lado dele exclamou chamando a atenção dos três. Ela cruzou os braços e bufou olhando para o outro lado.

- Eu não posso me atrasar, babe – o garoto passou o braço por trás dos ombros dela, antes de piscar para Quinn e trazer o corpo da morena mais para perto do seu.

- Na verdade – a loira falou interrompendo aquele momento – Eu tenho literatura agora – ela virou lançando um olhar suplicante para Sam que apenas deu de ombros.

- Eu tenho inglês – ele falou sorrindo simpaticamente para ela.

- Eu ia levar a Rachel para a aula, posso muito bem levar as duas – Finn falou cheio de si, fazendo tanto Sam quanto Quinn rolarem os olhos.

- Você não pode se atrasar, Finn – a morena falou dando um beijo do rosto do rapaz e dando um olhar indiferente para a loira – Eu posso muito bem guiar a garota nova para a aula.

- A garota nova tem nome – Quinn falou impaciente arrancando uma risada baixa de Sam que recebeu uma cotovelada em troca.

- A gente se vê depois – Rachel ignorou a garota e ficou na ponta dos pés para dar um selinho no namorado que acabou virando um beijo de língua. Quinn ficou olhando para os seus pés, com as mãos nos bolsos da calça enquanto Sam fingiu estar interessado no seu caderno – Vamos – ela disse saindo da sala sem esperar a loira se mexer.

  As duas andaram em silencio por alguns metros até a morena se virar de frente para a loira e encostar seu dedo indicador nela encarando os olhos castanho-esverdeados de Quinn.

- Eu sei o que você está fazendo. Eu conheço o seu tipo e eu não vou deixar você roubar o meu namorado. Eu vou ser uma estrela da Broadway algum dia e o Finn vai ser o meu marido...

- Marido troféu – a outra murmurou.

- E nós dois vamos ser muito felizes e ninguém nunca vai lembrar que você tentou roubar ele algum dia. Então você pode parar agora.

- Acabou? – a loira perguntou sem demonstrar nenhuma emoção e segurando o dedo da outra soltando logo depois e arrumando sua blusa – Você pode ficar com Frankenstein e ter bebês aberrações a vontade, eu não me importo. Eu não quero o seu namorado, e não estou nem um pouco atraída por ele. Na verdade, pensar em ficar atraída por ele é repugnante. Então se você não se importa eu gostaria de chegar à minha aula de literatura. Eu não gostaria, mas eu tenho que ir, então dá para você se mexer logo? – ela perguntou dando um pequeno empurrão no ombro da morena.

- Ahn, certo. Claro.

  Aquela era provavelmente a primeira vez que alguém deixava Rachel Berry sem palavras. Mas Quinn não sabia disso e nem se importava, ela só queria sair de perto daquela anã maluca. As duas finalmente chegaram na sala de aula e Rachel virou-se para ela.

- Você acha que aquele seu discurso me enganou?

- O que eu tenho que fazer para você parar com isso? – a loira perguntou passando uma mão pelos seus cabelos e fechando os olhos.

- Não fale com o Finn. Deixa a gente em paz – a morena falou andando e se sentando na primeira fileira, do lado da garota asiática que de alguma maneira havia chegado primeiro que as duas. Talvez ela fosse uma das vampiras, o diretor Figgins que é um homem sábio.

- Sim, porque eu falei com o sr. King Kong – ela sussurrou sentando no fundo ao lado de um garoto usando uma das jaquetas do time de futebol, ela tinha visto ele mais cedo com um copo na mão e quase deu um hi-five nele por jogar aquele liquido na cabeça da anã irritante.

  O resto do dia dela foi totalmente inútil. Ela teve mais algumas aulas, não conversou com ninguém além de Sam durante sua aula de física e Mike durante sua aula de álgebra, e recebeu alguns olhares curiosos quando passou pelos corredores. Um garoto falou “bela camisa” quando passou por ela e ela apenas balançou a cabeça. A hora do almoço finalmente chegou e a loira foi arrastada para uma mesa por Sam onde Mike, sua namorada, o garoto da escarpe, e a amiga dele já estavam sentados.

- Quinn, esses são Mike, Tina – a garota asiática deu um pequeno sorriso para ela antes de segurar na mão do namorado – Kurt – o menino acenou de leve com a mão para ela – E Mercedes – ela apenas balançou a cabeça.

- E então Quinn. De onde você veio? – Kurt perguntou dando um gole na sua coca cola light.

- Qualquer lugar. A ultima escola em que estive era em Columbia – ela falou sentando-se entre o garoto e o loiro. Mercedes estava na frente de Kurt, enquanto do lado dela estava Tina e Mike na frente de Sam.

- Então você se muda muito? – foi à vez do asiático de perguntar.

- Sempre que eu sou expulsa de um colégio – ela deu de ombros tomando um gole da sua fanta e roubando uma batata frita do prato de Sam, sem notar todos os olhares da mesa nela.

- Você é uma rebelde? – Tina perguntou quando a loira terminou de mastigar a batata.

- Eu não sou bem um James Dean, mas eu diria que sim. Quer dizer, eu nunca fiz nada demais. Talvez eu quase tenha incendiado um colégio e quase tenha matado um diretor, mas a culpa não foi minha – ela falou com um sorriso inocente olhando em volta da cafeteria.

- Seus pais já pensaram em te mandar para um internato? – Mercedes perguntou fazendo uma cara estranha e trocando um olhar de cumplicidade com Kurt.

- Já e eu quase causei a terceira guerra mundial no ginásio de lá.

- Deixa eu adivinhar – o garoto loiro do lado dela falou – A culpa não foi sua.

- Ta ficando esperto, Sammy – ela sorriu para todos mais uma vez – Mas podem ficar tranqüilos, eu não vou fazer nada aqui. Minha mãe quer passar os próximos dois anos em uma cidade só e ela meio que me chantageou então vocês vão me aturar por algum tempo.

  Durante o resto do intervalo os outros cinco ficaram conversando sobre o glee club e Quinn ficou apenas ouvindo. As vezes Sam lhe explicava uma coisa ou outra, mas ela só balançava a cabeça ficando contente em apenas ouvir. Ela teve algumas aulas e finalmente estava pronta para ir embora. Sam tinha se oferecido para dar uma carona para ela porque o clube dele não tinha ensaio naquela tarde e não teria treino do time. Ela deu uma passada no banheiro e foi ajeitar seu cabelo. A garota parou na frente do espelho e começou a batucar de leve na pia enquanto cantava.

Living easy, livin' free
Season ticket, on a one, way ride
Asking nothing, leave me be
Taking everything in my stride

Don't need reason, don't need rhyme
Ain't nothing I would rather do
Going down, party time
My friends are gonna be there too

  De repente um barulho chamou a sua atenção e ela se virou para trás dando de cara com Rachel Berry saindo de um dos cubículos e olhando para ela com uma expressão confusa. A morena abriu a torneira e lavou suas mãos sem tirar os olhos da loira.

- Eu não sabia que você cantava.

- Eu não lhe disse que eu cantava – a loira retrucou terminando de ajeitar sua franja que ficava caindo o tempo todo nos seus olhos. Maldita hora que ela aceitou cortar seu cabelo.

- Nós temos um clube...

- Eu não estou interessada.

- ... E nós precisamos de mais um membro porque...

- Eu não estou interessada.

- ... um dos nossos foi transferido e nós não podemos...

- Eu não estou interessada.

- ... competir com apenas 11 membros porque...

- Você é surda?! EU NÃO ESTOU INTERESSADA! Caramba, que droga – a loira gritou batendo sua mão na pia e pegando sua mochila e colocando-a nas costas.

- Por mais que eu não goste de você, a sua voz é boa. Não tão boa quanto a minha, é claro, mas com um pouco de pratica nós podemos melhorá-la e torná-la digna de um solo. Claro que só um solo, ou um dueto, ou uma parte pequena em uma música em que eu estiver cantando, mas é alguma coisa e eu me comprometo a ajudá-la a melhorar sua voz, desde que você não a use para impressionar o Finn.

- Olha aqui, Berry. Eu te disse mil vezes que eu não estou interessada no seu namorado gigante e eu também não estou interessada em fazer parte de um clube do coral idiota com uma cantora idiota como você.

- O Sam está no clube – a morena disse sem mostrar que estava ofendida pelas palavras da loira.

- Que bom para o Sam. Agora se você não se importa eu vou embora – ela falou andando até a porta e parando quando a morena fez outra pergunta.

- Essa é a sua resposta final?

- Sim, essa é a minha resposta final – a loira falando batendo a porta e andando em direção ao estacionamento.

- Veremos – Rachel deu um sorriso antes de pegar um papel para enxugar as mãos e já pensando no seu plano.


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Notas finais do capítulo

A música que a Quinn canta é "Highway To Hell" da incrivel banda AC/DC. Os caras são demais. Eu adoro imaginar a Quinn usando camisetas de bandas e calça jeans. Melhor ainda é imaginar ela usando uma camisa xadrez Anyway, comentem e me digam o que gostaram, o que não gostaram, qualquer coisa.



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