A Herdeira das Tevas escrita por Dark Lady


Capítulo 2
Um Colar Especial




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Quando chegaram às masmorras já quase todos os alunos se encontravam lá à espera que o professor abrisse a porta e lhes permitisse entrar para a sala. E não demorou muito para que isso acontecesse, Snape abriu a porta e permitiu que os alunos entrassem.

Catherine e William foram sentar-se ao fundo da sala onde já se encontravam os restantes alunos de Slytherin. Ela ficou a observar os outros demorando-se mais do que o necessário no grupo de Gryffindores que ainda conversava em voz baixa.

- Silêncio! – Snape pronunciou a palavra quase num murmúrio mas todos os alunos deixaram imediatamente de conversar. – Vamos começar apenas com a leitura do capítulo um do vosso livro. Este é um grupo de feitiços que têm de ser devidamente conhecidos os seus efeitos. Podem começar e não quero barulho.

Assim que Snape terminou de falar todos os alunos baixaram a cabeça para o livro. Catherine era uma excepção, já tinha lido os dez primeiros capítulos na noite anterior e por isso enquanto todos liam ela foi rabiscando um pergaminho, fazendo pequenos desenhos. Snape pareceu notar isso e então dirigiu-se à mesa onde ela se encontrava.

- Pensei que tinha mandado ler não fazer desenhos. – Disse num murmúrio para apenas Catherine ouvir.

- Mas eu já li o capítulo ontem quando me fui deitar. – Respondeu baixo e sorriu.

Snape esboçou um pequeno sorriso também que apenas Catherine viu pois todos os outros estavam concentrados nos livros.

Passaram o resto da aula em grupos de dois e iam treinando o feitiço. No final da aula apenas duas pessoas conseguiam realizar devidamente aquele feitiço. Catherine, que conseguiu logo à segunda tentativa deixando William estendido no chão a olhar espantado para ela, e Hermione, que conseguiu mesmo na última tentativa deixando Ron estendido em cima de uma mesa.

Quando a campainha tocou para o final da aula Catherine saiu da sala sem esperar por William. Apressou-se e ao longe, já no hall de entrada, viu o grupo que ela procurava.

- Tem de ser agora, quanto mais depressa melhor. – Pensou consigo própria e apressou o passo para os alcançar.

Quando chegou perto dos outros três respirou fundo e chamou-o.

- Potter! – Assim que ele se virou para ver quem o chamava ela acrescentou. – Posso falar contigo? A sós.

Ele olhou para os amigos que estavam tão espantados quanto ele. Afinal sabiam por experiência própria que quando havia um Slytherin pelo meio o assunto não era dos melhores.

- Está bem. – Ele respondeu ainda meio desconfiado. – Eu depois vou ter com vocês ao salão principal para o almoço. – Disse para os outros dois que viraram costa e foram embora.

- Será que podemos ir antes até perto do lago? Aqui está muita gente a passar.

- Ok.

Eles seguiram lado a lado em silêncio sem dizerem uma palavra. Ela estava a pensar em como iria começar o que tinha a dizer. Ele continuava desconfiado e a pensar o que ela queria. Assim que chegaram perto do lago ela sentou-se no chão e encostou-se a uma grande árvore que lá tinha e ele manteve-se de pé um pouco afastado.

- Não precisas de ficar afastado de mim. Eu não mordo. – Ela disse a sorrir.

Como se fosse aquilo que ele esperava, aproximou-se e sentou-se ao lado dela. Ficaram mais um pouco em silêncio, ela olhava para o lago, parecia ter perdido a coragem de falar e ele olhava para o lago mas por vezes desviava o seu olhar para ela. Finalmente ela quebrou o silêncio e falou sem desviar o seu olhar do lago, como se o simples facto de olhar para Harry a fizesse perder de novo a coragem.

- Falei com o Dumbledore e ele achou que não haveria problema em dar-te isto.

Ela levou a mão ao saco dos livros e tirou de lá uma pequena caixa preta que estendeu em direcção a ele. Harry um pouco hesitante pegou na caixa mas não a abriu, ficou apenas a olhar para ela.

- Abre-a. – Disse Catherine e pela primeira vez desde que os dois estavam ali sentados olhou para Harry.

Ele fez o que ela disse e não podia ter ficado mais surpreendido. Dentro da caixinha preta estava uma corrente de ouro com um pendente.

- Mas isto é uma serpente enrolada num leão! – Disse Harry olhando intrigado para Catherine.

- Sim. – Ela manteve o contacto visual com ele, agora que olhava pela primeira vez para aqueles olhos verdes tão de perto não conseguia mais parar de os observar. – Isso vai proteger-te.

- Proteger-me? Proteger-me de quê exactamente? – Ele estava cada vez mais curioso.

- Não é de quê, é de quem. – Agora ela desviara o olhar de novo para o lago, iria falar de uma pessoa que não gostava, aliás que ela odiava acima de tudo. – Do Voldemort.

Harry olhou fixamente para ela mas nem assim ela desviou o olhar do lago. Catherine era das únicas pessoas que ele conhecia que tratavam o Voldemort por Voldemort, e além disso ela estava a ajuda-lo, ou será que não?

Ficaram em silêncio de novo, Harry não parava de pensar no motivo que levavam uma Slytherin a ajuda-lo e Catherine parecia não querer dizer mais nada. Passados alguns segundos ela olhou para Harry, que continuava a olhar fixamente para ela. Como que adivinhando os pensamentos dele, Catherine quebrou o silêncio.

- Pergunta ao Dumbledore. Como te disse, falei com ele antes de te vir entregar o meu colar.

- O teu colar? – Agora sim Harry estava confuso.

- Sim! Esse colar pertenceu à minha mãe que o entregou à pessoa que cuidou de mim para que depois me fosse entregue.

- Então porque o estás a dar a mim?

Ela não respondeu logo, ficou alguns segundos a olhar Harry nos olhos mas depois achou que o melhor era contar-lhe.

- Porque eu não o quero. Não quero mais protecções e além disso tu precisas mais dele do que eu.

- Afinal o que tem este colar de especial? – Ele não conseguia mais conter a curiosidade.

- Não é o colar todo.O mais importante é o pendente mas sem esse fio o pendente não funciona. – Ela continuou a olhar para ele e viu que Harry continuava sem entender, então prosseguiu. – Esse pendente vai proteger-te de qualquer, digamos, “ataque” que o Voldemort fizer à tua mente. O Dumbledore contou-me que há uns anos atrás o Voldemort descobriu que existe uma ligação entre vocês e que se podia servir dela, como eu também soube que tu não és muito bom a Oclumância dou-te este colar que faz o mesmo efeito. Nem tu entras na mente do Voldemort nem ele na tua.

- Mas o Voldemort já não entra na minha mente, não sei o motivo mas parou de o fazer.

- Mas não custa nada prevenir. Certo? – Ela sorriu e ele fez o mesmo. – Bem, acho melhor voltarmos para o castelo. Está quase na hora do almoço.

Catherine levantou-se e Harry fez o mesmo. Caminharam lado a lado até ao salão principal e aí separaram-se. Catherine foi sentar-se perto de William que lhe perguntou logo onde é que ela tinha estado e porque tinha chegado com o Harry Potter. E Harry foi sentar-se perto de Hermione e Ron que começaram também com um longo interrogatório.

No final do almoço todos saíram para uma tarde de aulas. Catherine quando passou por Harry no corredor colocou-lhe um pedaço de pergaminho na mão e murmurou:

- Depois lê e faz o que aí diz. Não te esqueças.

Assim que Harry entrou na sala desdobrou o pedaço de pergaminho e leu-o.

“Esqueci-me de te dizer que tens de colocar isso ao pescoço. E aconteça o que acontecer nunca o tires. Se por alguma razão a corrente se partir avisa-me e eu arranjo-a porque ela não se concerta com um simples feitiço. Espero que isto ajude e já sabes se tiveres medo que isso esteja amaldiçoado ou algo do género vai falar com o Dumbledore e ele diz-te exactamente o que eu já te disse sobre o pendente. Um bom resto de dia!”

Por alguma razão que Harry desconhecia confiava em Catherine. Pegou na caixinha preta, abriu-a e olhou para o colar.

- O que é isso? – Perguntou Hermione curiosa.

- Uma coisa que a Russell me deu. Disse que foi o Dumbledore que lhe sugeriu.

- E tu confias nela? Ela pode estar a mentir não pode? – Desta vez foi Ron quem falou.

- Ela não está a mentir. – Os três ouviram uma voz atrás deles e viraram-se de imediato. Dumbledore estava atrás deles a sorrir. – Usa-o Harry.

Assim que falou voltou a sorrir para os três, virou costas e caminhou pelo corredor até virar uma esquina e eles deixarem de o ver.

Harry olhou para o colar e pegou nele. Passou a caixa a Hermione para que ela segura-se e colocou o colar ao pescoço escondendo-o depois por dentro da camisa. A partir desse momento os três não paravam de dar palpites sobre os motivos que levaram uma estranha, e ainda para mais Slytherin, a ajudar Harry daquela forma.


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