A Maldição do Quarto 483 escrita por Lilli


Capítulo 13
Capítulo Final - Maldições imortais


Notas iniciais do capítulo

Deixo aqui o final para vocês, farei um capítulo extra que eu ia encaixar ele aqui, mas não achei que deu muita liga e vou postar depois desse, só para "finalizar". E após lerem ele saberão porque ~finalizar~ esta entre aspas :3



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Tom estava em uma delegacia em Berlim, sua mãe foi avisada, porém quando soube dos acontecimentos não quis ir vê-lo.
Depois de um tempo sozinho em uma sala, um homem de terno marrom, cabelo grisalho e bigode entra.
- Tom Kaulitz? Olha só! Aqui no documento diz que o senhor matou três homens, um deles era seu irmão gêmeo e-
- Tem provas? – Tom o interrompe.

- A faca que causou a morte de uma das vítimas foi achada no quarto e parece que suas digitais e a de seu irmão foram achadas nela...

Tom se amaldiçoou por dentro, ele realmente havia pegado a faca na mão. Como em tão pouco tempo eles descobriram aquilo?

- E testemunhas viram você jogando seu irmão do 5° andar. – Completa o advogado.

- Para nos ajudar não aparecia ninguém naquela rua, agora para ver o Bill caindo!

- Como?
Tom bufa e desvia o olhar do senhor a sua frente.

- Bem, ainda estão investigando as mortes, porém, o senhor é o principal e único suspeito, será mantido em prisão até novas provas saírem. Pode me acompanhar até sua cela?

Tom dá de ombros e vai, ele sabia que nada que dissesse iria ajudar naquela situação.

O rapaz é deixado em uma cela sozinho, a sua frente estava outra cela com dois homens.

- Olha só, o novato foi deixado sozinho! – Diz um dos homens que observava Tom. – É tão perigoso assim? O que você fez?

Tom não responde, ele apenas senta no canto e encara o chão.

- Ei cara, qual seu nome? – Diz o outro homem da cela em frente.

- Tom.

- Tom... então Tom, o que você fez?

- Nada.

Os dois riem e o primeiro homem diz:

- Todos dizem isso. Acredite meu amigo, não é falando isso que você sairá daqui.

Tom abre os olhos, ele estava deitado no chão frio. Ao sentar-se, vê que estava tudo escuro, só a luz da lua que entrava por uma pequena janela iluminava o local, os dois presidiários da cela em frente estavam dormindo.

Com um longo suspiro ele se encolhe no canto, com os joelhos contra o peito. Quanto tempo ele ficaria ali?

Tom estava perdido em suas lembranças quando ouve passos, alguém estava se aproximando de sua cela, ele se levanta para ver quem era. Estava apoiado na grade quando sente uma respiração em seu pescoço.

Ele congela e dá um passo para trás, sem se virar. De repente, algo começa a pingar no chão, aquele barulho vinha de dentro de sua cela.

- Quem esta ai?

Será que haviam colocado mais um preso ali enquanto ele estava dormindo?

Tom se vira rápido, não havia ninguém em sua cela.

Ele se encosta na parede e respira fundo, tudo o que passava em sua mente era como ele havia parado ali.

Tom leva as mãos aos olhos, ao fecha-los vê a cena de Georg morto na banheira, assim, os abre de repente.

Ele encara o chão, agora tudo fazia sentido. Georg morreu na banheira, exatamente como a bebê Nazuna, Gustav morreu na sala a facadas como o menino Souta, Bill caiu da janela como Kagura e ele...

“Porém, quando a policia viu os corpos e flagrou Katsuro com a faca na mão, não quis ouvi-lo, ele foi culpado inocentemente.”

Tom foi acusado das mortes inocentemente.

“Katsuro, o marido de Kagura foi acusado das mortes e três dias depois foi encontrado morto em sua cela.”

Não, aquilo não podia estar acontecendo.

Tom se levanta desesperado e começa a bater nas grades, gritando por ajuda.

- Ei ... – um dos presos da cela a frente acorda – O que aconteceu, ô rapper?

- Eu preciso sair daqui antes dela vir me matar!

- Quem vai vir te matar? Você ta sonhando cara! Por favor, fica quieto e me deixe dormir.

- Não, eu preciso sair daqui!

- Todos nós precisamos... – Ao dizer isso o cara volta a deitar e fechar os olhos.

Tom corre os olhos por sua cela, não havia nada ali que pudesse ajudar ele a fugir, somente tinha um colchão e um cobertor em um canto e um pequeno cômodo ao lado com um vaso sanitário e uma pia, ambos sujos.

Tom se joga naquele colchão empoeirado, ele tentava pensar em algo para sair dali, até que pega no sono.

- Acordem! Acordem! – Tom acorda com os gritos de um guarda que batia nas grades com seu cassetete.

Ele se senta no colchão, por estar em uma prisão até que havia dormido bem.

- Hora de comer, vamos! Depois vocês vão lavar os banheiros ...

Um policial abre a cela de Tom:

- Por favor, seu guarda, o senhor não pode me colocar em uma cela que tenha mais pessoas?

- Não garoto, não sou eu que cuido disso, vai, andando.

- Mas, por favor fale com ..

- Não! Vá! – O policial interrompe Tom e o empurra.

A comida da prisão era horrível, uma sopa que mais parecia papinha de bebê. Tom cheira aquilo e deixa de lado.

- É horrível no começo, mas depois tu se acostuma. Eles não dão outra coisa, ou você come ou morre de fome.

- Eu prefiro morrer.

Ao dizer isso, as luzes do refeitório se apagam, os presos se levantam e começam a reclamar. Um dos policiais manda a cozinheira abrir as cortinas enquanto ia ver o que havia acontecido com o gerador.

Tom se levanta e caminha rumo a quadra que havia na penitenciaria, era um lugar onde nos finais de semana eles podiam jogar bola.

- Aonde vai? – Pergunta um dos guardas para Tom.

- Posso ir respirar um pouco?

- Vai fumar?

- Não, não tenho cigarro comigo aqui.

- Estou de olho em você, não pense em bancar o espertinho.

Tom dá um sorriso irônico e vai para a quadra, ele respira fundo e olha para o céu, naquele momento ele fez o desejo mais impossível de todos: voltar no tempo.

Já era de noite, o dia havia sido difícil, o obrigaram a lavar dois banheiros imundos, Tom nunca havia imaginado que realmente era assim na prisão. Todos já estavam dormindo, porém ele estava sem sono algum.

O garoto respira fundo e deita no chão, encarando o teto, nisso ele sente algo pegando em seu cabelo.

Tom olha de repente, era Kagura, rastejando de forma sobrenatural ela vai para o fundo da cela, sumindo no escuro.

É, ele estava certo, ela não o deixaria em paz.

Tom se senta e começa a tossir, ele sente um gosto estranho na boca, ao cuspir no chão vê que era sangue.

- Droga ...

Nisso, ele escuta um barulho na grade, ao ver, estava aberta.

- Quem esta ai? – Pergunta ele, saindo da cela.

Não havia ninguém, ele caminha até o fim do corredor, até a porta que levava ele ao pátio, e depois, a liberdade.

Chegando no pátio não parecia ter nenhum guarda por ali vigiando, o que era estranho.

Ele não era idiota, vai direto ao portão e começa a escalar, com o objetivo de sair dali.

- Katsuro ...

Tom ouve uma voz baixa e sente algo puxando seu pé, ao olhar vê que era Kagura, seu rosto estava coberto de sangue, ela usava um vestido branco, era pálida e agarrava a perna de Tom como se quisesse subir por ele ou puxa-lo para baixo.

O garoto balança o pé tentando se livrar, porém, é puxado pra baixo.

Tom estava sentado no chão, com a queda, seu corpo estava dolorido.

Uma chuva fina começa.

Ele coloca a mão na cabeça e fecha os olhos, estava segurando as lágrimas. Então, sente algo se aproximar, alguém encosta ao seu lado. Tom não precisava nem olhar, ele já sabia quem era, tentou se soltar, mas não conseguia se mover, ela o apertava forte.

Tom sente uma forte dor em seu ombro, Kagura havia cravado suas unhas no rapaz, ele vê o sangue escorrendo.

Qualquer tentativa de se soltar era inútil, aquela chuva tornava tudo aquilo uma cena de filme de suspense.

O rapaz sente os braços ao seu redor frouxarem, vendo assim a única oportunidade que tinha de fugir, ele se levanta, ao tentar correr sente uma corte em seu tornozelo direito, assim, ele cai novamente ao chão.

O corte era profundo, na parte de trás do tornozelo, ele não iria conseguir andar. Ele até tenta se levantar, falhando.

Tom olha para trás, Kagura se rastejava atrás dele, e sempre que o alcançava, o arranhava. Os cortes eram cada vez mais profundos.

Ele tentava fugir, se rastejando também, porém, ela parecia bem mais rápida.

Ao chegar a um canto, ele se encolhe, olha para os lados e a mulher que o queria morto parecia ter desaparecido. O rapaz respira fundo, ele torcia para que alguém ali aparecesse e o salvasse, nem que fosse para receber castigos por ter saído da cela, mas não queria mais sofrer nas mãos daquela coisa sobrenatural.

Tom encarava o nada, até que vê pingos de sangue em seu braço, então, ele ouve sussurros estranhos.

Um par de mãos pálidas percorrem os braços de Tom, até chegar nas mãos, então sobre novamente, desta vez o arranhando todo, o sangue escorria até o chão, junto com a chuva. Ele tenta sair dali, porém, as unhas chegam até suas costas e ela o faz sangrar ali também, sua camiseta estava toda rasgada.

Os cortes ardiam com a água da chuva, ele estava deitado no chão sobre o sangue que escorria de se corpo.

- Se vai me levar, me leve logo, chega de torturas. Me leve para junto de Bill. – Sua voz falhava.

Estava frio, a chuva fica mais forte e ele sentia seu corpo congelar.

Ao olhar para frente vê a silhueta de alguém se aproximando, a chuva não o deixava ver quem era, ele começa a gritar por socorro.

A pessoa que estava se aproximando parecia carregar algo na mão, Tom tenta se levantar mas estava fraco demais, seu corpo estava todo dolorido, ele deita novamente e fecha os olhos.

Não fazia nem 10 minutos que Tom estava de olhos fechados quando sente uma dor insuportável no pé, ao olha, era Kagura, ela estava com uma faca arrancando a unha do dedão.

Tom não conseguia se mover, não havia nada o segurando, porém, seu corpo não se mexia.

Ela ia tortura-lo, fazê-lo sentir dor e sangrar até morrer, e ele não podia fazer nada.

O sol estava pra nascer quando os policiais chegaram, havia ainda algumas poças de água no pátio apesar da chuva ter parado de madrugada.

- Olhem... o que é aquilo? – Diz um dos policiais ao ver algo no canto do pátio.

Três deles vão olhar.

- É um dos presos, não?

- Sim, Tom Kaulitz.

- Está vivo?

- Me parece que... sim... – diz o terceiro policial, se abaixando para tocar o pulso de Tom.

Tom estava com os olhos abertos, não se movia, parecia estar em outro lugar, porém, seu coração ainda batia, lentamente, mas batia.

Os três policiais chamaram reforços e levaram Tom para dentro, o colocando em uma maca.

- Já chamamos o enfermeiro, ele esta a caminho.

Nenhum deles ousou perguntar o que havia acontecido, ninguém ali sabia ou poderia arriscar um palpite.

Depois de o enfermeiro examinar o corpo por meia hora disse que, se quisessem que o rapaz sobrevivesse deveriam leva-lo imediatamente para os hospitais, ou ele teria uma hemorragia grave, a opinião do doutor foi de que Tom mesmo teria lhe infligido os ferimentos:

- Bem, ele pode sobreviver, porém, duvido que volte a ser o mesmo. Talvez vegete pelo resto da vida.

Os policiais e o enfermeiro saem da sala, deixando Tom sozinho. Desde que o acharam no pátio ele ainda não havia movido um dedo, seu olhar continuava o mesmo, a única coisa que se movia ali naquele corpo era o coração.

Alguém entra na sala.

- Katsuro?

Tom queria que aquilo terminasse, talvez ninguém soubesse, mas ele estava sofrendo.

Kagura se aproxima do corpo de Tom, ela ainda portava a faca com a qual ela, praticamente, o mutilou.

Tom possuía ferimentos pelo corpo todo, suas unhas foram arrancadas, havia cortes profundos pelas suas pernas e braços e furos por toda sua barriga. Só havia um lugar onde Kagura não tinha penetrado aquela faca, na única coisa que se movia ali naquele corpo quase sem vida.

Eles ouvem vozes vindas de fora da sala, eram os policiais voltando ali, iriam levar Tom para o hospital.

- O sargento já ligou para a sua mãe rapaz e...

O policial para na porta, Tom estava com um corte no pescoço, o sangue espirrava pelo quarto.

- Socorro! – Grita o segundo policial.

Um deles até tenta conter o sangramento com as mãos, porém, era tarde demais.

Tom estava morto.

A mãe de Tom não quis ir ver o corpo do filho, disse que não queria velório, que somente o enterrasse junto com o irmão para que eles pudessem cumprir a promessa de realmente ficarem juntos para sempre.

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Notas finais do capítulo

E mais:
Capítulo Extra - O destino do quarto 483