A Maldição do Quarto 483 escrita por Lilli


Capítulo 12
Capítulo XII – Adeus, meu querido irmão.


Notas iniciais do capítulo

Desculpem de novo pela demora, é a escola e o serviço que me deixam assim e claro, minha falta de criatividade esses dias. Mas já jurei a mim mesma, essa semana eu termino essa fic, afinal, esse é o penultimo capítulo.
:3



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Tom estava novamente tentando abrir a porta enquanto Bill a forçava.
- Não estou vendo a tranca. – Comenta Tom
- Está realmente trancada?

- Não sei...
Bill respira fundo e vai para o quarto, ele torcia para que houvesse algo pesado o suficiente ali para ajuda-los a arrombar aquela porta.
O rapaz passa em frente o espelho e percebe algo estranho em seu olho direito, ele se aproxima para ver o que era. Seu olho estava vermelho, ao piscar escorre uma lágrima de sangue, Bill abaixa a cabeça e esfrega os olhos esquecendo-se da maquiagem, estava queimando.

Ele se assusta ao olhar novamente no espelho, atrás estava uma mulher loira, usando uma roupa rasgada e ensanguentada, ela parecia querer dizer algo, porém a voz não saia, então, a mulher leva a mão até o pescoço e crava as unhas em si mesmo.

A porta bate fazendo Bill desviar o olhar para a mesma, ao voltar a encarar o espelho a mulher não estava mais ali, não estava em lugar algum do quarto.

Tom estava na sala, Bill chega devagar.

- Vem, me ajuda. – Pede Tom.

- Com o quê?
- Jogar as coisas pela janela – Diz Tom pegando o vaso da mesa de centro – Já que não podemos abrir a porta alguém lá fora vai perceber se jogarmos coisas daqui e comunicar alguém do hotel que virá ajudar.

A ideia de Tom parecia boa, com certeza chamaria a atenção de alguém.

Os gêmeos estavam jogando os objetos pela janela, vasos, copos e enfeites com a esperança de que alguém visse, porém, a rua, por algum motivo suspeito, estava deserta. Nem carros passavam ali.
Tom parecia meio desanimado, respirava fundo todo tempo.

- Tom ... – diz Bill, percebendo o estado do irmão.
Tom encarava a faca jogada ao lado da porta.
- Tom, - repete Bill - ... você não ...?
- Confesso que pensei nisso, só não o faço por você ... – Sussurra Tom.
Bill abaixa a cabeça, ele não podia acreditar que seu irmão havia pensado em suicídio.
Realmente, foi difícil perder os amigos e ainda ficar trancado junto com os corpos, sangue por toda parte e coisas sobrenaturais acontecendo, mas Bill não podia aceitar que algo como tirar a própria vida havia passado pela cabeça de seu irmão.

- Não, eu não posso acreditar que tenha pensado nisso!

- Veio na minha cabeça, mas neguei segundos depois, por você Bill, eu jamais seria capaz de te deixar...

- Não Tom, você... não devia ter pensado nisso!

- Bill, não começa tá? Eu sei, mas pensei, foi algo involuntário, o que importa é que eu jamais faria...
- Se eu não estivesse aqui... você faria?

- Como assim “se eu não estivesse aqui” ?
Bill dá de ombros e abaixa a cabeça, Tom o encarava, ele sabia como seu irmão se sentia por dentro.

Tom vai com passos lentos até Bill.
- Bill, eu ...
- Não, sai. – Bill se afasta, encarando o irmão.

- Ah para... por favor, não vai ficar bravo comigo por causa de uma palhaçada dessas, né?

- Palhaçada? Acha que pensar em se matar é uma palhaçada?
Tom respira fundo, os gêmeos se encaravam.
Bill dava passos para trás.
- Bill ... – Em um movimento rápido Tom consegue segurar o irmão.
Bill estava pendurado na janela, se Tom o soltasse, ele cairia do 5° andar.
- Tom ... – Bill olhava pra baixo e ficava mais desesperado ainda.
Tom tentava puxa-lo para cima, mas não conseguia, estava quase caindo também.
- Bill, por favor, se segura firme, eu vou tentar te puxar e por favor, não olhe pra baixo.

Bill abaixa a cabeça.
- Bill... eu... Bill?
Ele estava gelado, imóvel.
- Bill, por favor, olha pra mim! – Tom começa a ficar nervoso, ele tentava puxar o irmão que nem se movia.
Bill aperta a mão de Tom, de repente. Devagar, ele levanta a cabeça, porém, não era o Bill.
Tom fica paralisado, não era Bill que ele estava segurando, era Kagura. Ela estava com o rosto todo sangrando e, suas mãos eram geladas e cheias de sangue.
Com o susto, Tom a solta e pula para trás.
Ele fecha os olhos, forte e pressiona o joelho contra o peito.

Vozes e buzinas ecoavam pela rua, Tom abre os olhos, parecia que, finalmente, aquela rua não estava mais deserta.
Sirenes pareciam se aproximar, ele levanta e vai espiar pela janela.
Um nó se forma em sua garganta, Bill estava caído na calçada em uma poça de sangue.
Todos os curiosos que estavam em volta do corpo agora o encaravam. Dedos o apontavam, ele sentia como se estivessem falando ao lado dele, ele era o culpado, ele havia jogado o outro rapaz da janela.

Camburões chegam, um dos policias fala do mega fone algo em japonês, Tom não entende, mas sabia que era pra ele.
Fim de jogo. Parece que tudo havia acabado, porém, da pior maneira.
Tom senta na janela, ele sorri com a ideia de se jogar também dali. Todos estavam mortos, Bill estava morto, viver para quê?

Um barulho de estouro se ouve atrás, Tom não se move, pra ele, nada mais importada.
A porta do quarto havia sido arrombada, o local era invadido por policiais, um deles algema Tom e o leva com ele.


Tom não falava nada, mantinha a mesma expressão desde que foi retirado do apartamento, ele estava dentro de um camburão, não entendia nada do que os policias japoneses estavam falando.
- Devia ter pulado... – Sussurra Tom pra si mesmo, encarando o chão - ... Bill ...
O irmão era tudo em que ele conseguia pensar naquele momento, ele se sentia destruído.

Um homem chega ao lado de Tom, ele usava terno e não parecia ser japonês.
- Kaulitz?
Tom se levanta.
- O senhor será transferido para uma prisão em Berlim, acusado dos assassinatos de três homens no quarto 483.
Várias coisas passam pela cabeça de Tom, uma delas era se eles tinham provas que havia sido ele o assassino, outra era se ele falava sobre os acontecimentos sobrenaturais mesmo sabendo que ninguém iria acreditar, porém, ele permanece calado.

~


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Notas finais do capítulo

Próximo capitulo:
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