Regret escrita por nandahh


Capítulo 4
Shiver


Notas iniciais do capítulo

OMG, olá a todos os leitores que não se esqueceram de mim 8D #apanhahorrores
Toda vez que eu prometo não demorar acontece alguma coisa e... Dá tudo errado ಠ_ಠ

A principal causa da minha demora é meu desânimo, devido as reformas imaginárias que o Seiji fica fazendo no site~~ Gomen, gomen~~

Eu realmente tento não demorar, mas as coisas aqui no site não são como antes T____T~~

Bom, chega de falar~~
Espero que gostem desse capítulo, que não ficou lá grandes coisas ._.

Boa leitura~~ -Q



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Me traga desesperança.

         Foi como se o inverno já tivesse alcançado aquela parte do globo terrestre. O clima daquela sala tornou-se tão gélido e sombrio quanto uma noite escura da próxima estação. Os objetos da sala pareciam comunicar-se entre si. Até os cacos de vidro do copo que quebrou-se vibravam da mesma forma com que o corpo do vocalista tremia.

         Estava... Com medo?

         - Sua respiração está pesada, Takanori. O que foi? Do que você tem medo? – Miyavi falava bem próximo aos ouvidos de Ruki, de forma maliciosa.

         Ruki afastou-se e pressionou mais o corte em sua mão, que ainda sangrava.

         - Isso é um sonho, não é? Você não existe de verdade... – O vocalista balbuciou as palavras, hesitando o quanto seu coração mandava.

         - Não existo? Ora, e eu pensei que você fosse mais perspicaz, meu jovem músico. – O outro rapaz sentou-se no sofá e pegou igualmente um copo de vidro.

         Não devia ser um sonho. Sua mão sangrava. E a dor era bem real.

         - Então... Quem é você? O que é você...? – Ruki ainda o interrogava. – Como pode saber dos meus...—

         - Das suas lembranças? Desses pensamentos que os seus queridos amigos vem lhe fazendo recordar? Elementar, meu caro Takanori... – Seus olhos começaram a exalar aquele mesmo brilho púrpura. – Eu venho lhe observando há um bom tempo. – Sorriu.

         Ruki não compreendia nada. Os batimentos de seu coração estavam mais acelerados do que qualquer ansiedade perante uma platéia de 50mil pessoas.

         - O que é você...?

         - Eu sou aquele que retêm o seu coração nas palmas de minhas mãos... – Já estava frente Ruki, com a mão pousada sobre o peito do vocalista. – Eu sou um demônio, meu caro. – Deu um sorriso largo, reverenciou Ruki e levantou os olhos para ele, passando aquele brilho tão emudecedor.

         Suas pupilas contraíram-se com o que seus ouvidos captaram. Parecia que tudo a sua volta aquietara-se. A única coisa presente naquela sala era o brilho dos olhos daquele ser. E seu sorriso, tão característico.

         - Sim, os humanos costumam nos recriminar. Mas eles não imaginam que nós sempre estamos a arquitetar seus movimentos. Vocês são muito interessantes, hahaha! – Miyavi gargalhava vendo a expressão de horror que pairava sobre o rosto de Ruki.

         - D-Demônio? Por quê...—

         - Por que você? Por que eu vim até você? Ruki, Ruki... Eu vim lhe ajudar, eu já disse...

         Aquela situação não poderia continuar assim. O vocalista concentrou-se, fechou os olhos para tentar crer que tudo aquilo fosse fruto de sua imaginação. Ao abri-los novamente, não encontrou mais o demônio à sua frente.

         - Ou vai negar que a culpa do seu sofrimento são “eles”...? – Sua doce voz pousava sobre seu ouvido novamente.

         Por um reflexo de seus nervos, Ruki virou-se rapidamente. Seus olhos encontraram o líder da banda parado na porta da sala.

         - Ruki? Você sumiu e... Eu resolvi procurá-lo. – Kai terminava de abrir a porta. Observou os cacos de vidro ao chão. – Está... Tudo bem com você? – Se aproximou do vocalista.

         Ruki ainda tremia. Olhava apreensivo para os lados. Aquela sensação sombria ainda pousava sobre seu peito. E a voz daquele demônio ainda exalava em seus ouvidos.

         “Está sangrando, Takanori...”

         - Takanori, sua mão está sangrando... O que há com você? – Kai aproximou-se ainda mais de Ruki e já ia encostar sua mão na dele para ver o ferimento.

         - Não... Não toque em mim! – O vocalista bateu a mão contra Kai, sem deixar que ele encostasse em si, olhou fixamente para ele, abaixou o olhar e saiu da sala, visivelmente perturbado.

         No líder da banda só restou um sentimento de aflição.

         E uma mancha do sangue de Ruki.

         (...)

         O trio das cordas conversava em uma sala de estar do estúdio, onde costumavam deixar suas coisas pessoais, quando o vocalista entrou apreensivo. O silêncio reinou entre os quatro, até que Aoi percebeu a mancha vermelha na mão e em parte da blusa de Ruki.

         - Ruki, o que aconte—

         - Não... Não chegue perto de mim! Não... – Ruki possuía um visível sentimento de medo nos olhos.

         Sem dar chance para que os outros falassem, pegou suas coisas e saiu correndo da sala.

         - O que... Foi isso agora? – Uruha levantou-se.

         - Tem alguma coisa muito errada com ele. – Reita falou sério.

         - Não diga... – Aoi retrucou sarcástico.

         Os dois trocaram um olhar de reprovação um com o outro, enquanto lá fora o vocalista punha-se a caminhar o mais rápido possível de volta ao seu apartamento.

         “Takanori... Não confie neles.”

         “Não confie em ninguém...”

         “Você não tem mais ninguém no mundo.”

         O barulho das coisas se quebrando retirou Ruki se sua própria mente. Jogou um vaso no chão, desesperado. Encostou-se na parede de seu quarto e escorregou até o chão, com as mãos na cabeça.

         - Sai... Saia da minha cabeça. Merda! MERDA! – Gritava. – Eu não... Não quero mais lembrar disso. Eu não... Preciso mais lembrar disso... – Murmurava para si.

         - Hey, Ruki. Você acha que esse visual está mesmo adequado para esse mundo? – Aquela doce e mansa voz chegou aos ouvidos de Ruki novamente.

         O vocalista tirou as mãos da cabeça e mirou seu olhar para cima. Descrente. Era Miyavi, a se observar no espelho de seu armário.

         - Eu gostei dele. Me deixou com um ar de “humano descolado”! – Sorriu e olhou para o jovem sentado ao chão.

         O vocalista ficou a observar o demônio à sua frente. Não era um sonho. Não era um pesadelo.

         Era real. Muito real.

         Dois caminhos. Ou ele mergulhava naquelas memórias tão perturbadoras...

         ... Ou era hora de ouvir as palavras daquele ser.

         Curiosidade ou desespero.

Como se uma pena voasse com a ação do vento, a perturbação de Ruki esvaiu-se. E o vocalista acabou por rir.

         - “Em Roma, faça como os romanos...” Não é? – Mantinha a cabeça abaixada e os braços sobre os joelhos.

         - Ah, você aprende rápido! Sabia que seria uma boa escolher você dessa vez. – Sorriu novamente.

         Ruki levantou-se.

         - E então, demônio... – Deu ênfase. – O que quer de mim?

         - Quantas vezes eu tenho que lhe dizer? Eu vim lhe ajudar a eliminar esses seus pensamentos. – Sentou-se na cama do vocalista.

         - E por que alguém como você me ajudaria?

         - Por que você despertou meu interesse, meu caro. Não quer se livrar dessa sina? Não quer se livrar dessa solidão?

         “Estou sempre sozinho...”

         Aquele demônio parecia penetrar em sua cabeça. Parecia conhecer todos os segredos mais profundos de Ruki. E isso foi o que mais despertou o – digamos assim – interesse do jovem vocalista.

         - Não creio que um demônio ajudaria um humano sem pedir nada em troca. – Ruki parou frente ao demônio, que brincava com as coisas que estavam espalhadas sobre a cama de Ruki.

         Uma fina chuva começou a bater sobre o vidro da janela.

         - Takanori, meu jovem. Realmente, você é muito esperto. Mais do que eu imaginei. – Soltou as coisas que segurava e sorriu, exalando o mesmo brilho púrpura nos olhos que já conhecemos. – Mas antes, vamos aos fatos. Deixemos os negócios por último. – Levantou-se e começou a caminhar em volta de Ruki.

         Era possível que Ruki ainda estivesse descrente de tudo o que estava ocorrendo consigo. Mal ele sabia das verdadeiras intenções de Miyavi.

         Mas algo em seu coração o dizia para continuar.

         - Diga, Ruki. – Pousou a mão sobre o queixo. – Afinal, por que “Ruki?”

         - Prossiga... – O vocalista já perdia a paciência com aquele jeito manso do outro “rapaz”.

         - Certo. – Levantou as mãos como fosse se render. – Você consegue imaginar qual é o motivo de sua perturbação? Por que você vem lembrando de todas essas doces e nada agradáveis memórias? – Miyavi caminhava pelo quarto, mexendo em tudo que via.

         Ruki permaneceu em silêncio.

         - São eles. – Voltou-se para Ruki e sorriu, com um porta retrato em mãos.

         A foto do objeto foi tirada há algum tempo. Nela estavam todos os integrantes da banda.

         - O que quer dizer com isso? – Ruki retrucou.

         - Ora, não é óbvio? Akira, Yuu, Yutaka e Kouyou são os responsáveis por fazer você sofrer. – Passava as unhas sobre a foto, como se para acariciá-la.

         Ruki ficou descrente.

         - Está blefando. – Olhou o demônio com uma raiva descomunal.

         - Estou mesmo? – Miyavi aproximou-se. – Prove que estou errado. – E tocou na cabeça de Ruki. – Mergulhe em sua mente e verá.

         Os devaneios que ele vinha sofrendo misturaram-se com as lembranças dos dias passados em sua cabeça. Ruki percebeu que todas as vezes que ele havia lembrado de algo desagradável, havia discutido com um dos integrantes da banda.

         A última imagem de sua mente foi a de seu pai.

         - Você... – Abaixou a cabeça e pousou a mão sobre ela.

         - Eu estava certo, não estava? – O demônio sorriu e levantou o rosto de Ruki com uma das mãos.

         Uma jogada perspicaz.

         O brilho daqueles olhos penetrava o ser de Ruki. Ele se sentia totalmente atraído e preso por ele. Um sentimento de medo... E ao mesmo tempo, de conforto.

         Miyavi afastou-se sorrindo de Ruki e estendeu a mão para ele.

         - Quer resolver isso de uma vez?

         Ruki hesitou, mas respondeu sem saber o que viria pela frente.

        - Convença-me.

         O demônio sorriu. Logo, uma aura negra surgiu em sua mão e algo tomou forma.

         - Sabe o que é isso? – Sorria, como se estivesse se divertindo.

         Ruki observava o objeto que se formava.

         - Uma... Arma?

         - Sim, uma arma. Simples e convencional. – O demônio sorria enquanto a observava frente os olhos.

         Os batimentos de seu coração aceleraram-se novamente.

         - É simples, meu caro Takanori.

         O vocalista sentiu aquela pesada e gélida aura novamente. Mas agora, o medo não lhe assombrava mais.

         - Mate-os. – O demônio falou rápido e claro.

         A voz de Miyavi ecoou no quarto no mesmo instante em que um trovão pairou sobre o céu. A chuva havia aumentado de intensidade, sem que Ruki percebesse. A ordem do demônio atravessou o corpo do vocalista como se fosse uma espada.

         - Você... Está... Louco...!? – Os lábios do jovem tremiam. Mal conseguia assimilar as palavras do ser à sua frente.

         - Ora, ora. Não me diga que depois de tudo que eu te mostrei e te provei você ainda sente hesitação em seu coraçãozinho de pedra? – O demônio riu sarcástico, enquanto encostava a arma no peito de Ruki.

         - Cale a boca! – O vocalista afastou-se.

         - Tudo bem, meu jovem. – O demônio aproximou-se novamente. – Eu não posso lhe obrigar a fazer isso. – Fez uma feição de desapontamento. – Mas eu irei deixar em suas mãos. – Estendeu a arma para o vocalista.

         - Não... Eu nunca poderia fazer algo assim... Se eu os... Matasse eu também morreria. A polícia, os fãs, não—

         - Um acordo. – O demônio interrompeu e segurou a arma para perto de si novamente.

         Ruki levantou seu olhar.

         - Mate-os e eu farei com que a imprensa, a polícia e todos que você desejar nunca desconfiem de você. Isso soa como uma oferta, meu caro.

         - Não, eu nunca seria capaz—

         - Pense bem, pense bem... – Miyavi apontava para a própria cabeça, tentando persuadir Ruki de tal impossível – seria mesmo? – fato. – Lembre-se de que você—

         “... Sempre estará sozinho.”

         Ruki pousou a mão sobre o peito. O sentia pesar. Não conseguia se mover.

         - Em troca... Você será meu. – Os olhos púrpura brilharam novamente, enquanto o demônio passava os dedos sobre os lábios.

         O vocalista levantou seu olhar descrente ao demônio, enquanto a claridade de um relâmpago preencheu o quarto.

         - Voltarei em breve, Takanori... Pense bem na minha doce e adorável oferta... – Quando a luz cedeu, já havia desaparecido.

         Sobre um dos móveis do quarto, o demônio havia deixado o porta retratos. E ao seu lado, a mesma arma que segurava há poucos segundos.

         Ruki caiu sobre a cama e escondeu o rosto com as mãos.

         A única melodia que se podia ouvir agora era o barulho da água da chuva contra a janela.

         O que o desespero pode fazer com o coração de uma pessoa...

         ... É o que o futuro guarda para Ruki...

“As coisas que você deixou para trás, suas últimas palavras, todos os fatos e verdades. Eu tenho tudo em minhas mãos.

Você as quer de volta?”



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Notas finais do capítulo

Caso as fotos dos finais de capítulo não apareçam, me avisem -Q

Aew, Aew, a única que ganhou uma bala foi a Hellem-chan, que acertou que o Meevs era um demônio, lá no Twitter -QQQQ
#Kuroshitsujifeelings~~
#morre

Bom, isso que dá ser viciada em Kuroshitsuji e pegar as ideias do PV de vocaloid, que eu só mostrarei à vocês no próximo capítulo, para não dar spoilers -Q

Sim, no próximo vocês vão me matar, mas tudo bem .D.

Capítulo grande, chato e sem sentido, okay ._.
Mas eu espero que estejam gostando -Q

Reviews são sempre bem vindos ~~♥

Obrigada a todos esses leitores divos que eu tenho e até o próximo ;3;