Regret escrita por nandahh


Capítulo 2
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Notas iniciais do capítulo

Olá, leitores que ainda estão vivos, HSUESHEUSHE #morre
Sim, sei que todos andaram desaparecendo. As tarefas voltaram, o site andou bugando e mais uma infinidade de coisas.

Perdoem-me pela demora, e obrigada a todos que estão acompanhando essa minha shortfic -QQ

Peço que não me abandonem TvT~~

Graças a Pah [/pah-chan] eu tive inspiração para organizar cada capítulo. Tenho ideias para o todos eles, apesar de o final ainda estar indeciso. Então, não pretendo demorar tanto mais. Se o site colaborar, claro ;D

Enfim, boa leitura 8D
#PRAYFORJAPAN



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Um dia como o outro.

         Era outono. A estação que chamava, aos poucos, o próximo clima, tão frio e insensível. Às vezes, o silêncio da natureza era ensurdecedor. Uma frase um tanto paradoxal, porém, com um significado profundo. Não se sabe o por quê, mas nesta estação, os sentimentos das pessoas se recolhem ainda mais em seus corações. Talvez por medo.

         Talvez, aflição.

         A chuva, tão fraca, batia levemente no vidro da janela. O dia já estava claro, mas pouca luz adentrava aquele quarto. A pessoa que ali repousava não queria, de fato, ser incomodada. Ou acordada.

         Que pena que o seu despertador não quis entender sua vontade.

         Um som estridente, irritante, o fez sentir vontade de possuir naquele instante – mesmo que impossível – uma marreta, das bem grandes, para que um movimento acabasse com aquele barulho tão inacomodável. Remexeu-se na cama, abrindo os olhos com muita dificuldade e mandando os dedos sobre o botão do relógio com toda a força, para desligá-lo. Pegou-o – e por muito pouco não o lançou distante – e conferiu as horas.

         Sete e quinze da manhã.

         Estranho. Sempre programara seu despertador para acordá-lo às sete e meia. Quinze minutos adiantados? Sim, tarde demais. O despertador já estava ao chão. Não estava lá com o humor nas alturas, afinal, o dia anterior foi repleto de afazeres. Resolveu levantar, afinal, se dormisse de novo, chegaria atrasado ao estúdio.

         Com certeza.

         Passou as mãos sobre o cabelo, tentando desarmá-lo. Seguiu até o banheiro, resmungando algumas coisas, como “trabalho hoje de novo”, “turnê em quantos países”, “fotografar”. Como se não fosse o bastante, ao ver seu reflexo no espelho, teve vontade de socar a primeira coisa que estava à frente.

         Maldita maquiagem. Dormir com ela ao rosto não é nada agradável.

         - Que lindo dia para trabalhar, não é, Takanori? – Falou para si mesmo, ao olhar a chuva que batia na janela.

         Resolveu, enfim, ligar o chuveiro. Nada que um bom banho não resolvesse.

         Ou pelo menos ajudasse.

         Consideráveis minutos se passaram, até que Ruki estivesse pronto. Não se preocupou muito com detalhes, pois sabia que seria “re-arrumado” quando chegasse ao estúdio. Pegou uma maleta com vários papéis, um chapéu qualquer, seus óculos escuros – pergunto-me ainda o por quê – um guarda chuva e saiu de seu apartamento.

         Mal havia saído, percebeu que o trânsito da cidade estava um caos. Sua feição era desanimadora. Mas como o estúdio não estava lá a grandes distâncias, resolveu caminhar até ele. Até porque havia acordado mais cedo. A chuva não estava a incomodar demasiadamente, então, as letras das músicas não se molhariam.

         Que pena que não aconteceu o mesmo com ele.

         - O que é isso, Ruki? Até parece aquelas crianças que saem com guarda chuvas na rua só para brincar. Olhe seu estado! – Reita zombou do vocalista, rindo de sua roupa e cabelos molhados.

         Ruki apenas lançou no loiro um olhar fatal, que o mataria em pouquíssimos segundos, o que fez com que ele parasse de rir e saísse assobiando pelos lados.

         - Bom dia, cara. – Aoi chegava na sala principal. – E... O que—

         - Não precisa dizer, eu sei. – Ruki o interrompeu, antes que ele perguntasse por que estava todo molhado. – O importante é que elas estão secas. – E colocou a maleta em uma mesa, referindo-se as letras escritas no dia anterior.

         - Por que não pegou um táxi, Takanori? – Uruha tomava um café, enquanto colocava sua guitarra no lugar.

         - Se vocês quisessem começar estes ensaios depois das duas da tarde, eu chamaria um. – Sim, seu humor não estava dos melhores.

         - Relaxa, Ruki! Vá se secar, porque nós temos muito o que fazer hoje. – Kai estava parado na porta, com alguns papeis nas mãos. – Onde está sua roupa?

         - No meu corpo.

         - Claro. – Kai sorriu sarcasticamente, enquanto olhava com reprovação para as risadas de Reita. – Estou falando das roupas do ensaio de hoje. Você foi o único que as levou para casa.

         Ótimo. Mais uma coisa para fazer seu humor ir até as alturas. Havia se esquecido do figurino para as fotografias que tiraria naquele dia. Apenas colocou a mão sobre a testa, mostrando não verbalmente que as havia deixado em casa.

         - Aposto cem ienes que ele acordou mais cedo hoje... – Reita cochichou com Uruha.

         - Eu não aposto nada. Tenho certeza! – Os dois riram.

         - Tudo bem, “moças”. Vamos parar de discutir e vamos logo acabar com o que temos para fazer. – Aoi levantou-se de onde estava, batendo com as mãos umas nas outras, sorrindo então.

         - Está com algum compromisso para hoje à noite, senhor Yuu? – Uruha perguntou, com um tom um tanto irônico.

         - Ah, você sabe o que é, Kouyou-chan! – Aoi respondeu, parecendo uma menina.

         Kai olhou para os dois, revirando os olhos em seguida. Mas concordou que deviam logo começar, uma vez que tinham muito o que fazer e adiantar naquele dia.

         - Pois então, vamos trabalhar! – Reita levantou os braços, apontando as mãos para dentro do estúdio, onde o resto do staff os esperava.

         Todos se dirigiam para dentro das salas de gravação. Ruki arrumou as letras das músicas e já se dirigia para lá também.

         - Nã-não! – Aoi o barrou. – O senhor não vai vir não. Está todo molhado, precisa se trocar antes. – Falava, enquanto recebia mais um daqueles olhares fulminantes do vocalista à sua frente.

         - Sim! Deixe o chibi para trás e vamos começar sem ele! – Reita saiu correndo na frente de todos, rindo como bobo. Se Kai possuísse uma corda ali e agora, essa seria a hora de amarrá-lo e jogá-lo em um canto qualquer.

         Takanori não vem. Ele não pode vir.

         Deixem-no aí. Ele não importa para nós.

         Ruki tirou Aoi de sua frente, sem pronunciar nada. Seu semblante havia mudado, mesmo que por poucos segundos. Algo que variou do mau-humor para a tristeza. O guitarrista estranhara isso um pouco, mas não disse nada. Apenas seguiu adiante, com os outros, enquanto via o vocalista da banda a seguir para o trocador.

         Jogou a maleta em cima da poltrona, com uma força capaz de abri-la. Algumas folhas se espalharam pelo chão, enquanto Ruki segurava uma roupa qualquer do closet, e a pressionava. Aquele breve devaneio o havia irritado, de certa forma.

         Coisas que devem ficar em silêncio.

         Apenas como uma lembrança.

         Não adiantava portar-se daquela maneira. Mesmo tendo se lembrado de algo perturbador, Ruki sabia como superar aquilo. Acalmou-se, trocou de roupa, pegou as folhas que espalharam-se sobre o chão e caminhou de volta ao encontro dos outros.

         - Por que demorou tanto, Ruki? – Reita dedilhava o baixo, em busca de uma nota coerente com a letra à sua frente.

         - Estava escolhendo algo que combinasse com meu penteado. – Ruki brincou, sentando-se e abrindo novamente a maleta com as letras.

         - Nee, Yuu, o que você achou destes solos? – Uruha pegou algumas folhas com tablaturas e mostrou a Aoi.

         - Eu os achei bons, mas tudo depende do resto da música. Com este tema, acho que devemos cortar algo no ritmo.

         - Vamos trocar o tempo da música. Deixá-la mais lenta combinará mais com a letra. – Kai tomou a palavra, uma vez que era na bateria que repousava os ritmos de cada música.

         - É, chibi, o que você acha? Vai mesmo cantar isso? – Reita perguntou a Ruki, que olhava fixamente para uma das letras. – Ruki!? – Reita o chamou de novo. – Takanori!!!!

         - É, deve ser. – Respondeu, sem nem saber do que se tratava a pergunta.

         - Ah, então quer dizer que você acha bom eu tirar a roupa no meio do nosso próximo live? Que bom! – Reita emburrou-se, mandando a indireta para o vocalista.

         - Me desculpe, Akira, mas eu estava lendo esta letra aqui.

         “Adiante, sempre.

         Caminhar, sem olhar para trás.

         Afinal, o passado é algo intocável.”

         - Mas não precisa se desligar do mundo por causa disso, não é? – Reita bateu com a mão na cabeça de Ruki. – Acorda, chibi!

         Acorda, garoto! Levante! Saia daqui!

         O mesmo olhar de minutos atrás pairou sobre os olhos de Ruki. Parecia ter se recordado de algo. Aoi percebeu o fato, novamente, e resolveu quebrar aquele estranho clima.

         - Ruki, da próxima vez, arrume seu despertador, para que esse seu humor não tenha poder de destruir o mundo, ok? – Olhou como se fosse muitos anos mais velho.

         O vocalista sorriu.

         - Tudo bem, me desculpem. Vamos logo trabalhar.

         - Amém! – Reita uniu as mãos, como se fosse rezar.

         As horas que se seguiram foram repletas dos muitos afazeres que um músico tem. Uruha, Aoi e Reita foram experimentar alguns solos. Ruki e Kai trabalharam mais intensamente as letras escritas no dia anterior.

         - Por que não exploramos um pouco a situação do mundo? Podemos fazer uma música em cima de algum conflito ou guerra. Mesclar o sofrimento com a vontade de viver. – Kai pensava alto, vamos assim dizer.

         - É uma grande idéia. Porém, “Pledge” está com um clima mais monocromático. Seria certo de fizéssemos um próximo single ou álbum assim também? – Ruki ficou em dúvida.

         - Você tem razão. Mas podemos conversar com o staff sobre isso. Eles saberão melhor o que fazer.

         - Mas a idéia é muito boa. Está inspirado hoje, leader?!

         - Eu sempre estou inspirado! – Kai gabou-se, e sorriu. Ruki riu junto. – O mundo está um caos. Se conseguíssemos passar para os fãs como vemos a real situação das pessoas, talvez eles se mobilizassem e fizessem algo a respeito.

         Não irão fazer nada? Vão deixá-lo sofrer?

         Vão deixá-lo sozinho?!

         - As pessoas erram, Tanabe. – Ruki levantou-se, dirigindo-se à porta. – Vamos reportar isso para os outros.

         - Sim... – Kai estranhou o comportamento do vocalista. – Vamos. – E o seguiu.

         Na sala para gravação, o “trio das cordas” ainda ensaiava. Ou melhor, brincava. Mais pareciam estar contando piadas uns para os outros do que tocando míseros acordes. Quando o líder da banda e o vocalista entraram, os três olharam para Ruki, e riram mais ainda.

         - As “senhoras” podem me dizer o que estão fazendo? – Kai os reprovou, novamente.

         - Não é nada, “chefe”! – Aoi tentava parar de rir. – É o Uruha e o Reita que estão relembrando algumas coisas.

         - E eu posso saber quais coisas? – Kai sentou-se ao lado dos três, enquanto Ruki permaneceu em pé.

         - Ah, não sei! O humor do Ruki não está muito bom hoje, nee? – Reita levantou-se, ficou ao lado do vocalista e passou o braço sobre seus ombros.

         - Não, isso vai fazê-lo ficar melhor, Reita. Conte para eles rirem também! – Uruha limpava as lágrimas dos olhos.

         Kai estava impaciente, enquanto Ruki esperava ouvir algo que o deixasse um pouco mais alegre.

         - Bom, nós estávamos relembrando alguns “podres” de cada um aqui. E quando chegou na vez do Ruki, lembramo-nos daquela vez, no restaurante, em que o chibi escorregou e derrubou toda a tigela de soba no chão. – Uruha não conseguia parar de rir, enquanto Aoi e Kai colocavam as mãos frente à boca para esconder o riso.

         - Vocês não fizeram nada e só ficaram rindo, não é? – Kai ria um pouco, tentando repreendê-los.

         - Você riu mais do que todos, Kai! – Aoi apontava para ele, como se ele fosse o maior culpado.

         E apesar de todas as risadas, Ruki não estava rindo. Nem um pouco.

         Vejam! Takanori não é um pobre coitado?

         Só podia ser ele mesmo!

         - Hey, Ruki! – Kai levantou-se rapidamente, enquanto todos pararam de rir.

         Sem perceberem, Ruki retirou o braço de Reita de seus ombros, o empurrou contra a parede e colocou as mãos sobre a mesma.

         - C-calma, Takanori. Foi só brincadeira, cara. – Reita assustou-se, vendo o amigo tão perto de si, com os olhos transbordando raiva.

         - É, Ruki, relaxa. Hoje você está muito nervoso. – Uruha colocou as mãos sobre os braços do vocalista, que aos poucos deixou com que Reita se livrasse de si e saísse do encontro com a parede.

         Ruki passou as mãos sobre o rosto, como se tivesse percebido o que fez.

         - Me perdoe, Akira. Eu não queria. Gomen. – Ruki olhou de volta para o baixista, que consertava a camisa.

         - Não, tudo bem. Hoje eu estou brincando demais. Me desculpe você.

         - Sim, vamos lá, meus pequenos, façam as pazes e vamos gravar! – Aoi falava, como o mais velho dali, e ria, sincero.

         Reita abraçou o vocalista, despenteando todo o cabelo do amigo, e os dois acabaram rindo de tudo aquilo. Uruha olhou para Kai, com certa dúvida nos olhos. Mas os dois conheciam o temperamento do vocalista. Era tudo fruto do mau-humor daqueles malditos menos quinze minutos de sono. Todos pegaram seus instrumentos e saíram para tocar, conversando e rindo, como de costume.

         Um dia como o outro.

         Porém, as aparências enganam, certo?

         (...)

         - Deixa eu ver se eu entendi. Você vai atrás deste humano? – Um jovem falava para outro, que estava de pé ao seu lado, com uma cara de reprovação absoluta.

         - É. – O outro respondeu, rindo.

         - Estas suas escolhas me impressionam. Não vejo nada de mais nesse tal de Matsumoto Takanori.

         - Você não entende. Pode não parecer, mas o ódio e o rancor que ele sente estão acordando. Isso é ótimo, para começarmos.

         - Pra mim, ele é só um jovem que fica mal humorado facilmente! – O jovem bufou, coçando a cabeça.

         - Um jovem muito interessante, você quer dizer. – O outro colocou as mãos no queixo, e sorriu novamente. – Vai ser divertido ir até ele.

         - Se você diz... – Mostrou a língua.

         - Sabia que essa sua cara de “bobo alegre” me irrita profundamente? – O jovem que estava de pé já ia se retirando.

         - Mas as humanas gostam dela! – Riu, justamente para mostrar a tal feição de “bobo da corte”.

         - Você é ridículo! – Acenou, já distante, e sem se virar.

         - Soou como um elogio! Vou lhe agradecer quando você voltar! – Gritou de longe. – Boa sorte com sua aventura infantil! – E recebeu apenas um gesto obsceno do outro, que desapareceu nas sombras daquele estranho lugar.

"Sentimentos profundos acorrentados em um coração ferido. Aos menores detalhes, tudo vem à tona."


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Notas finais do capítulo

YA-HÁ! Uma bala para quem descobrir quem foram os "rapazes" que dialogaram no final do capítulo 8DD #fail

Sim, ele ficou grande. Acho que empolguei demais escrevendo. Gomen .___.

E cada capítulo terá uma foto no final, ~~ -QQ
Caso ela não apareça, me avisem .Q

Bom, eu não sei ao certo como os Gazeboys se tratam, mas acredito que eles usam seus nomes próprios e alguns apelidos em suas conversas íntimas. Então~~ :D

Espero que estejam gostando~~ Ainda vem muito por aí 8D

Obrigada a todos e sintam-se a vontade para comentar, HSUEHSEUSHE~~

Até o próximo .QQQ