Accidentally escrita por Candy_Rafatz


Capítulo 41
042.


Notas iniciais do capítulo

Ei galerinha do mal, capítulo novo na área. Espero que dê para entenderem a dinâmica do capítulo, gostem e aproveitem.
PS: LEIAM AS NOTAS FINAIS ESPECIALMENTE DESSE CAPÍTULO, É IMPORTANTE PARA O PRÓXIMO CAPÍTULO.



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Forks parecia tão mais vazia sem toda aquela idiotice em pessoa.

Bella era quase um zumbi, mas tentava disfarçar o quanto estava sofrendo por dentro. Tinha que continuar sua vida. Mas não era nenhum pouco fácil quando tudo lhe lembrava o seu idiota. Mas tudo bem, porque atuar estava se tornando mais fácil do que ela imaginava.

É melhor assim, Bella. Tentava se convencer disso, mas era fodidamente inútil, não estava melhor. Definitivamente.

O tempo passou e ela agia como se estivesse bem. Charlie sempre tentava lhe animar, mas sabia que a filha não estava bem. Sue, Leah e Nessie também, assim como Alice, Jasper e Jacob. E ela estava cansada de dizer: Eu estou bem, quando não estava.

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Fazia três semanas que Edward tinha ido embora. Ela não sabia se o tempo tinha passado rápido demais ou vagaroso demais, só que tinha passado.

Acordou no mesmo horário de sempre e tomou um rápido banho frio para acordar totalmente, colocou um jeans surrado, blusa simples e o casaco de um moletom preto, nos pés seu típico all star e os cabelos amarrados em um rabo de cavalo. Colocou o celular no bolso do moletom e desceu para a cozinha pra tomar café.

Charlie já estava lá, preparando o café da manhã para os dois – ovos e bacon, além do café. Ele estava tentando fazer a vida da filha mais confortável, não sabia se era tão óbvio ou se percebia por conhecê-la tão bem, mas Bella não estava bem. E isso o deixava preocupado. Era a segunda vez que isso acontecia. Já tinha visto Bella sofrer o inferno com o relacionamento com o James e toda a situação derivada, e agora com Edward. Mas dessa vez algo era diferente. Charlie só não sabia o que. Dessa vez Bella não estava se esforçando para odiá-lo ou esquecê-lo, apenas queria seguir com a vida fingindo estar tudo bem, isso devia significar alguma coisa, certo?

— Bom dia, pai. — a voz monótona de Bella o tirou de seus pensamentos.

— Bom dia, Bells! — sorriu animado e tirou a frigideira do fogo, mexendo a comida com uma colher de pau e colocou um pouco no prato de cada um, que já estava sobre a mesa junto com copos e talheres. — Preparei nosso café hoje.

— Obrigada. Não sei se estou com fome... — ela falou indo até a geladeira, mas a suspirada de Charlie fez com que completasse a frase, fingindo animação: — Mas isso parece estar com uma cara ótima, além de estar cheirando muito bem!

Charlie não respondeu, apenas sentou-se para tomar o café da manhã. Bella engoliu seco, pegou o suco na geladeira e sentou-se também. Foram se servindo e o único barulho na cozinha era o da louça. Bella estava realmente sem fome, então com o garfo foi comendo quase migalhas e bebendo suco enquanto seu pai devorava tudo que tinha em seu prato. Charlie ergueu o rosto e a viu revirando o prato com o garfo, pegar uma pontinha dos ovos com a ponta do garfo e levando a boca, depois suco. Engoliu tudo que tinha na boca e quebrou o silêncio:

— Você está bem?

— Será que não podem parar de me perguntar isso? Faz três semanas que todos me vêem me perguntam “você está bem?”, que droga! Yeah, eu estou bem!  — exclamou irritada. Mas logo se arrependeu das próprias palavras. — Desculpa pai... Me desculpa.

— Está tudo bem, eu só... Só estou preocupado, talvez esteja sendo exagerado.

— Você está bravo comigo? — perguntou e mordeu o canto do lábio inferior.

— Não, Bells, óbvio que não. Eu só... Odeio te ver assim. No momento eu estou bravo com Edward por fazer minha menina sofrer, queria atirar no traseiro Nova-Iorquino dele. — falou seco, encarando a filha.

— Nada disso é culpa dele, fui que terminei, lembra?

— Eu sei, mas acho que ficaria muito mais feio eu atirar no traseiro da minha própria filha do que de um forasteiro.

Bella teve rir com isso, sendo acompanhada por seu pai.

— Gosto de te ver rindo, sorrindo, feliz, colorindo tudo com a sua presença.  Não desse jeito tão... Cinza.

— Eu vou ficar bem. Saudade dá, dói, mas acaba cedendo. Sei que não vai passar nunca e que uma parte de mim sempre vai gritar por uma parte dele, mas uma hora ela cansa de gritar e simplesmente adormece, e então eu vou poder seguir com a minha vida.

— Você não vai estar completa.

— E daí? Quem liga! — deu uma risada seca e bebeu todo o suco rapidamente. — Eu realmente estou sem fome, vou trabalhar. Tchau pai.

Deixou tudo em cima da mesa e saiu da cozinha. Pegou as chaves em cima da mesinha de centro e foi para a picape.

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Uma van do FedEx estava estacionada na frente do restaurante da Sue, quando estacionou a picape. A FedEx, ou Federal Express, é uma empresa de transporte expresso de correspondências, documentos e objetos, Bella sabia disso, a pergunta era: O que Sue tinha comprado ou estava ganhando? Com as mãos no bolso do moletom, caminhou desconfiada para o restaurante. Um homem descarregava algumas caixas no chão do restaurante, enquanto Sue observava. Bella passou por ela e entrou, já tinha uma caixa igual de tamanho médio no chão e Leah tentava abrir uma que estava em cima da mesa. O entregador colocou mais uma caixa no chão, em cima da outra, e deu um papel para Sue assinar, ficou com uma cópia e se despediu educadamente. Três caixas ao todo.

— O que é isso, Sue? — Bella perguntou curiosa.

— Hum... De Nova York, mas não fala de quem é. Temos que abrir.

— Se eu conseguisse. — Leah bufou.

Nova York, Bella pensou, será que é de Edward? Não queria ter esperanças ou criar expectativas, mas parecia impossível.

Depois de muito tentar rasgar a primeira caixa, que só então Bella percebeu que as caixas eram numeradas, Leah conseguiu abrir. De dentro tirou um envelope preto, já estava pronta para abrir...

— Ei, foi entregue no meu restaurante, então significa que eu tenho que ler. — Sue falou e pegou o envelope da mão da filha. Ela tirou uma folha branca dobrada ao meio de dentro, passou os olhos rapidamente e deu risada.

— De quem é, mãe? Lê! — Leah mandou, sem nem pensar em mexer na caixa. Bella foi para perto da caixa aberta, para ver o que era.

“Doçura... — começou a ler. — Não sei quanto tempo essa minha entrega vai demorar a chegar, mas espero que chegue logo, pois mal posso esperar para ter as opiniões de todos vocês. Serão os primeiros a tê-los em mãos. O tempo em Forks me ajudou mais do que podem imaginar, devo tudo a vocês. Todos vocês. Na caixa têm um para cada um, todos em embalagens separadas com o nome do dono e uma dedicatória especial. Fiz questão de separar, embalar e autografar todos um por um (É tão estranho pra vocês ler isso ‘autografar’ como está sendo pra eu escrever?) especialmente para vocês, então espero que gostem... — Sue parou rindo, assim como Leah. — Enfim, realmente espero ter feito um bom trabalho e descrito tão realisticamente tudo que senti e vivi, do jeito que senti e vivi, pois foi tudo mais do que especial... Inesquecível. Com os meus mais sinceros agradecimentos, Edward Cullen. PS: Espero não ser processado por ninguém, estou esperando a visita de vocês!

Bella tinha escutado cada palavra de Sue, mas se desligou após ela terminar, deixando as duas conversarem. Na caixa tinha vários livros do Edward dentro de grandes zip lock e em cada embalagem tinha uma tira de papel escrita com a letra elaborada e extremamente bonita de Edward Cullen. O primeiro tinha escrito Bella, ao lado Sue e Leah.

— Bella, eu to falando com você. — Leah zombou. Ela voltou à realidade. — É o livro do Edward, que foda, pega o seu. Cadê o meu?

— Está aqui. — pegou o livro com o nome Leah e entregou a ela.

— Leah, abre isso depois, vamos ver de quem tem livro e já entregamos. — Sue mandou.

Cada uma pegou as outras três caixas que faltavam ser abertas e colocaram todos os livros em cima da mesa. Em cada caixa cabiam seis livros, totalizando 18. E todos com seu nome para seus respectivos donos – Bella, Leah, Alice, Jasper, Nessie, Jacob, Embry, Quil, Sam, Paul, Seth, Emily, Rachel, Claire, Kim, Sue, Charlie. E um sobrara que provavelmente fora colocado ali apenas para completar a caixa. Bella não sabia se todos iriam ler, mas fora muito legal da parte de Edward mandar um para cada um.

— Eu vou começar a arrumar o restaurante, Sue. — Bella falou tentando fugir daquele momento, como sempre fazia.

— E eu vou levar os livros para seus donos, já volto. Me ajudem a colocar os livros na caixa, posso pegar a picape, Bells? — perguntou animada. Bella assentiu e jogou as chaves para Leah.

Bella ajudou a colocar os livros na caixa e depois no banco do passageiro. Em cima da mesa ficaram apenas seu livro e o de Sue, então Leah partiu. Bella pegou um pano úmido e foi limpar as mesas e organizar tudo, sob o olhar preocupado de Sue.

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Animada, Leah entregou os livros a todos dizendo serem presentes de Edward. E então dirigiu de volta para entregar os que faltavam.

— Nessie, Alice, Jasper! — gritou, se aproximando da casa com os quatro livros, os deles e o dela.

Com um pouco de dificuldade, abriu a porta e entrou na casa, fechando a porta atrás de si com o pé. Jogou os livros no sofá e gritou o nome deles mais uma vez, os três vinham descendo as escadas.

— Leah! — Alice exclamou sorridente.

— Presente de Edward para nós. Eu estou meio de entregadora, mas tudo bem. — sorriu apontando para o sofá.

Os três desceram rapidamente e cada um pegou seu livro, só então Leah pegou o dela. Sentaram os três abrindo seus zip lock para pegar seus livros.

— Nossa, a arte do livro ficou muito boa! — Jasper elogiou.

A capa do livro era uma foto de algum que dava para ver o topo de várias árvores, além de ver as montanhas do outro lado. Era muito natural e extremamente belo. E de costas, Edward parado com uma calça preta e blusa com as mangas meio dobradas azul. Na parte de baixo o nome dele em letra maiúscula: Edward Cullen. E o nome do livro na parte de cima, no topo de algumas montanhas: Acidentalmente, abaixo do título a frase: Um mês para escrevê-lo, vivê-lo e aprender que finais felizes dão trabalho. [N/A: Procês terem uma idéia de como seria a capa, http://oi51.tinypic.com/25a19tx.jpg.]

— Awn, está autografado, que lindo! — Alice disse sorridente.

— Aham, ele mandou com a caixa um bilhete, estão todos autografados. — Leah explicou.

Para a minha pequena fadinha. Não vejo à hora de voltar para a sua casa, meu novo lar, afinal lar é onde o seu coração está. Certo? Um grande beijo, Edward Cullen! — leu o que Edward tinha escrito. E então passou outra folha e então... — Oh. Meu. Deus. Já viram a dedicatória do livro? Bella vai pirar, sério. Eu preciso ler esse livro, definitivamente.

— Me pergunto até hoje como sobrevives com essas doidas, eu te admiro cara. Por cuidar e agüentar essas meninas. Espero poder conviver mais com você. Um grande abraço, Edward Cullen. — Jasper leu a sua e então pulou para a dedicatória do livro, riu. — Ela vai surtar. O livro todo é meio que baseado em fatos reais?

— Pelo que está escrito atrás, sim. — Nessie informou e começou a ler a sua: — Para a pessoa mais estranhamente foda que já conheci. Risadas e mais risadas. Loirinha, você é foda! Um grande beijo, Edward Cullen!

Morena... Um beijo. Estou brincando, você merece mais que isso. Tenho certeza que em um futuro não muito distante serás como ela. E isso é bom. Irei gostar de passar a minha velhice te tendo como amiga. Um grande beijo, Edward Cullen. — Leah leu a dela. — Eu só vim entregar mesmo, vou para a casa e ler esse livro. Estou realmente curiosa para saber do que se trata esse “baseado em fatos reais”.

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Bella trabalhava sem dar chance para Sue dizer alguma coisa, apenas atendia e servia as mesas. Sentia falta de servir aquele idiota, mas quem precisa saber disso? E agora além da saudade, tinha que agüentar a curiosidade, queria ler aquele livro. Sue já tinha aberto do dela. A primeira impressão foi: a capa estava deslumbrante. E depois o autografo no livro dela: — Para a minha mais doce doçura... Amei minha mãe com todas as minhas forças e se pudesse escolher uma segunda, seria você. Se algo me mantém em pé foram às últimas palavras que você me disse, nunca poderei lhe agradecer. E posso lhe dizer também: Você é especial e coisas especiais vão acontecer com você. Nem todo ponto é final... Não vejo a hora então de começar um novo parágrafo. Um grande beijo, Edward Cullen. PS: Não sei se ainda sou bem vindo em Forks, mas quero ser convidado para o seu casamento com Charlie.

Mas se manteve firme, não iria ler. Não sabia se agüentaria então o melhor para sua própria saúde mental era não arriscar.

No fim do expediente, voltou para a casa carregando o livro de Charlie e deixou o dele na sala. Correu para o quarto, deixou o dela embalado e intocável em cima da mesinha do computador. Não toque, gritou para si mesma.

Mas só uma olhadinha não vai matar ninguém, certo?

Pegou novamente o livro, indecisa, abriu o zip lock e o tirou de dentro. Sorriu ao ver a capa novamente, era linda, acariciou-a com as pontas dos dedos.  Virou o livro e na parte de trás havia típicos comentários de renomados críticos literários sobre o livro e um pequeno texto dele mesmo.

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"Se você tem a coragem de deixar para trás tudo que lhe é familiar e confortável (pode ser qualquer coisa, desde a sua casa aos seus antigos ressentimentos) e embarcar numa jornada em busca da verdade (para dentro ou para fora), e se você tem mesmo a vontade de considerar tudo que acontece nessa jornada como pista e se você aceitar cada um que encontre no caminho como professor, e se estiver preparado, acima de tudo, para encarar (e perdoar) algumas realidades bem difíceis sobre você mesmo... Então a verdade não lhe será negada."

— Edward Cullen, Acidentalmente.¹

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“Acidentalmente é um romance de estréia formidável: Enredo cativante, personagens muito bem desenvolvidos durante os capítulos... Memórias de viagem fascinantes de uma história real em uma mistura de sentimentos. Nossa sorte é que as lições de vida dele são genuinamente universais.”

The New York Times.

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“Um livro dinâmico, que traz traços cômicos, românticos e, claro, com aquela pitada de drama! Ou seja, é um livro bem eclético. E irresistível.”

Manu Pontes, Romantic Time BOOKreviews Magazine.

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“É uma história maravilhosa. Mostra que o amor pode chegar de uma forma descontraída e leve, e se tornar verdadeiro e intenso. Mostra que o amadurecimento pessoal é necessário e muito bom, principalmente quando vem com o amor. Ela mexe com suas emoções e suas idéias.”

Marcynha, Oprah Magazine.

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“Uma história que te faz chorar do começo ao fim. Você se perde e se vê dentro da história, sentindo o que os personagens sentem, vivendo o que os personagens vivem. Acho que mudei alguns de meus pensamentos supérfluos depois de ler esse livro.”

Ana Candeo, Entrertainment Weekly.

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Bella sorriu ao ler as críticas positivas de seu idiota e mesmo o texto dele. Ele definitivamente tinha talento. Mas... Memórias de viagem fascinantes de uma história real? Como assim “real”? Pensou em abrir só para matar a curiosidade, mas não ia conseguir ler sem ficar totalmente abalada, mas ler rapidinho seria... Não, deixe o livro sobre a mesa, agora! Gritou para si mesma, colocou o livro dentro do zip lock de novo, fechou e deixou sobre a mesa. Agora sim: Não toque!

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*

Uma semana depois.

— Já disse que não vou ler e ponto final, Vanessa! — Bella exclamou irritada, ao estacionar o carro em frente à mansão.

Uma semana inteira agüentando o assunto da cidade: Acidentalmente, o livro do Edward Cullen surgido em Forks. E o pior é que o livro já estava à venda em todas as lojas, então outras pessoas da cidade também tinham comprado-o e olhavam Bella de um jeito diferente, meio pena ou qualquer merda sentimentalista.

Mas no seu grupo de amigos pessoais, todos já tinham terminado de ler e todos tentavam falar algo com Bella, que nunca deixava o assunto nem começar. Todas as mulheres tinham chorado inclusive Nessie, o que era incrível. Até Charlie tinha ficado bem emocionado com o livro em si, mas Bella não quis ouvir nenhum pedaço. Nem sobre o que era a história, nem porque todos insistiam que ela lesse aquele maldito livro. Não assumia para ninguém, mas estava curiosa como o inferno para ler o livro, mas não daria o braço a torcer. Não!

— Tudo bem, você que está perdendo, idiota orgulhosa! — Nessie respondeu revirando os olhos. Abriu a porta da picape e desceu.

Era sábado a noite, tinha passado o dia na casa da prima tentando convencê-la a ler o livro, missão na qual falhará, então agora as duas voltaram para mansão para verem filme e comer besteira.

Nessie entrou na casa e Bella foi logo atrás. A sala estava normal, a diferença era o notebook de Alice já conectado na televisão e a mesinha de centro vazia para que colocassem as comidas. Jasper voltou da cozinha carregando no braço quatro pizzas grandes e Alice os copos. Eles se cumprimentaram, Bella e Nessie foram para a cozinha pegar o resto das coisas – refrigerante e cerveja. Arrumaram tudo e Nessie subiu correndo, pegou o próprio notebook e desceu.

Iriam ver o clássico Titanic, por uma escolha de Alice. Na verdade tinha sido no pedra-papel-tesoura entre os quatro e Alice ganhou, então pode escolher o filme. Ela colocou e começaram a prestar atenção. O casal estava assistindo o filme, abraçados – Jasper fazendo carinho na namorada, enquanto ela estava prestando a atenção; Bella estava vendo o filme comendo pizza, já Nessie estava mais interessada no notebook.

Nessie estava navegando na internet. Tinha acabado de ler o livro há menos de dois dias e não fizera o que tinha vontade, pesquisar sobre isso na internet. Ela tinha vivido, visto de perto, toda a história do livro, mas ler aquilo com detalhes e saber o ponto de vista dele, ficara tudo tão mais evidente e queria jogar isso na cara da prima, mas não sabia como. Deixou a noite passou e continuou mexendo, achando coisas inacreditáveis sobre o livro e Edward, principalmente o site oficial.

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A risada estrondosa de Jacob chamou atenção de Bella enquanto ela descia as escadas da casa. Tinha dormido por lá, no quarto com Nessie e acordara, fizera a higiene pessoal e agora estava descendo pro café. Jake e Nessie estavam na cozinha, com Alice e Jasper, pra lá ela foi.

Nessie estava sentada em um banco alto com o netbook sobre a ilha da cozinha e o Jacob atrás, vendo o que ela mexia. Alice e Jasper terminavam de preparar o café.

— Bom dia gente, o que aconteceu? — perguntou enquanto prendia os cabelos em um coque meio bagunçado e frouxo, já que estava sem elástico, prendendo o cabelo com ele mesmo.

— O livro do Edward tem um fã site, essas fãs do Edward Cullen são totalmente loucas, puta que pariu. Elas se autodenominam: As Acidentadas e/ou as Team Edward. — Nessie disse rindo. — É incrível cara, sério!

— Do que você está falando? Era pra isso fazer sentido? — Bella continuava confusa.

Acidentalmente está sendo um tremendo sucesso de vendas e críticas, e tem fãs bem loucas por ele, tanto o livro quanto o próprio Edward. — Jake explicou. — É meio que um fã clube, sacas? Elas fizeram um site para reunir fãs do livro pelo país todo, até pelo mundo, e está dando certo. Elas fazem fóruns para discutir o livro, dar opiniões e comentarem coisas loucas. Elas são muito surtadas, é bem engraçado.

— Eu não quero saber. — Bella revirou os olhos. — E então Jazz, o que tem pro café?

— Tem panquecas com...

— Ah pelo amor de deus Bella, não quer ler? Beleza, mas deixe-nos nos divertir. Sabia que tem até as Team Jacob?

Do que vocês estão falando?

— Nossa Bella, você nunca foi fã de nada? É tipo hum... Lost. Você via Lost? — Alice entrou na conversa.

— Claro, mas o que Lost tem a ver com isso tudo?

— As pessoas assistem, gostam e começam a se apaixonar por casais, torcendo para eles fiquem juntos, isso se chama ship. Exemplo, em Lost tinha: Jate, que era do Jack & Kate, tinha Skate, que era Sawyer & Kate. Os shippers de Jate brigavam com os shippers de Skate, para decidirem com quem a Kate devia ficar. Ai depois veio o ship Suliet, que era Sawyer & Juliet, que apaziguou um pouco as coisas. Com o livro do Edward é a mesma coisa! — Alice sorriu. [N/A: Eu era Skate, mas depois virei Suliet totalmente, awn KKKK]

— Isso é loucura. E eu realmente não quero ouvir nada sobre esse livro, então acho que vou pra casa e...

— Quer saber Bella? Estou farta desse seu jeito sonso, idiota e orgulhoso! — Nessie gritou, ficando em pé. — O Edward escreveu um livro lindo e como você não quer ler, eu vou te falar sobre o que é o livro e cale a boca, você já falou demais! — vociferou quando Bella se preparava para interrompê-la. — Quer saber sobre o que é o livro? Vocês dois! É sobre toda essa viagem, tudo que vocês viverem, tudo que ele viveu em Forks e quanto tudo foi fodidamente especial pra ele, mesmo sem um fim clichê e feliz. E eu esperava que você fosse mulher suficiente para pelo menos ler, porque antes de ficarem e qualquer merda do tipo vocês eram amigos e isso que amigos fazem, se apóiam! E se você lesse pelo menos a dedicatória do livro, perceberia que está fazendo a maior burrada das histórias das burradas dessa merda de vida e quer saber por que estou tão irritada? Porque porra, você é minha prima, minha melhor amiga e está se fodendo sozinha por puro orgulho, porra! Mas ok, continue se escondendo nessa merda de medo e orgulho, siga com essa péssima atuação, mas saiba que se você precisasse se sustentar sendo atriz, estaria fodida! E quer saber, vá se foder, Isabella Marie Swan! — Nessie gritou, parou ofegante e saiu da cozinha batendo o pé.

Ninguém realmente tinha entendido aquele surto. Bella estava estática, na verdade todos estavam, mas aquelas palavras tinham sido fortes tapa na cara de Bella, que sentia vontade até de chorar.

— As Team Jacob são as que torcem para que você fique com o Jacob. — Alice disse num sussurro, tentando quebrar o clima tenso. Jasper e Jacob quase riram, mas se controlaram.

Bella mordeu o lábio com força e saiu da cozinha, já estava com o celular e as chaves no bolso, então iria embora.

— Bells? Bells! — Jacob lhe chamava, enquanto ela andava para a porta, mas ela nem deu atenção. Saiu porta fora e quase correu para a picape. Jake agarrou seu braço, fazendo-a parar. — Espera. Você está bem... Olha pra mim, Bells.

— Eu... Ah, eu só quero ir pra casa. — falou fugindo de seus olhos, para não mostrar que estavam marejados.

— Eu sinto muito pela Nessie, ela... Ela está muito tempo querendo te dizer essas coisas, foi tudo verdade e eu sei que ela devia ter te dito de um jeito mais... Calmo, mais humano, mas essa é a Nessie, não é?

— Eu sei.

— Só pensa no que ela disse ok? O livro, eu li, até eu que nunca gostei de ler, Bells. Leia, por favor. Vai te fazer muito bem. — sorriu e pegou o rosto dela entre as mãos, beijou sua testa carinhosa e lentamente. — Fica bem Bells, eu te amo muito.

— Obrigada Jake, também te amo.

Acenou sem ânimo, entrou no carro e foi.

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Não demorou a chegar em casa e estava com as palavras de Nessie martelando em sua cabeça. Como um rosto ardendo após um forte tapa. Charlie não estava em casa, devia estar na Sue ou pescando, mas não lhe interessava muito naquele momento, jogou as chaves na mesinha de centro e correu para o quarto.

Acidentalmente.

Lá estava o livro, no mesmo lugar intocado. Soltou o ar com força e o pegou, parecia pesar ainda mais. Deixou-o na cama e se trocou, colocando um conjunto de moletom mais confortável e então desceu para sala. Sentou-se no sofá com o livro na mão, dobrou as pernas e lentamente tirou o livro do zip lock. Engoliu seco e abriu a primeira página, havia uma assinatura, um autógrafo de Edward, quase sorriu.

“Nunca terei palavras para lhe agradecer, mas acho que nesse livro mostrei um pouco e só espero que goste ou que pelo menos não se ofenda. Passei tanto esperando que Rosalie sentisse orgulho de mim e hoje espero que você tenha. Com todo o amor do meu coração, seu forasteiro idiota, Edward Cullen”

Ela não tirou os olhos daquela última frase...

Com todo o amor do meu coração, seu forasteiro idiota, Edward Cullen.

Com todo o amor do meu coração, seu forasteiro idiota, Edward Cullen.

Com todo o amor do meu coração, seu forasteiro idiota, Edward Cullen.

Seus olhos já estavam marejados. Fechou-os com força e deixou as lágrimas descessem por seu rosto, respirou fundo e voltou a abri-los. Passou mais páginas e tinha a dedicatória do livro, em uma página em branco, apenas duas linhas posicionadas a direita da folha:

Para a minha mais inocente nativa.

Você é a única que já tocou meu coração. Ele será sempre seu. Meu único amor.

http://www.youtube.com/watch?v=6uXD9fsDkKc

Brian Crain - Moonlight

Não conseguiu mais ler, apenas fechou o livro rapidamente e se deixou chorar.

Estava com medo do que iria ler... Era toda a história? Será que ele falara de cada detalhe? Do sexo ao James? Falou sobre o quanto ela era idiota e ele um pegador? Não, se fosse isso ninguém estaria insistindo para que ela lesse. O medo dela era outro, ver que tinha realmente feito uma idiotice. Porque por mais que negasse, Bella sabia isso, amava aquele idiota.

O barulho da porta assustou-a e então Charlie entrou na casa.

— Bells, você está bem? Eu passei na mansão para ver como você estava e Nessie estava deitada no sofá toda vermelha e chorando como nunca a vi chorando, dizendo que você a odiava e então Jacob me disse sobre a briga, mas vejo que você não está muito melhor que ela. — falou paternalmente.

Bella mordendo o lábio abafando os ruídos do choro, mas negou com a cabeça, de maneira nenhuma odiava Nessie e iria falar isso para ela depois, mas não estava nenhum pouco melhor que ela. Charlie suspirou e se aproximou da filha, sentou ao seu lado e a puxou para seus braços, Bella afundou o rosto em seu peito e chorou, recebendo carinho nas costas e no cabelo.

Shhh... Vai passar Bells, eu sei que vai, mas agora não precisa se fazer de forte, eu estou aqui por você e vou te segurar. Chora Bells, chora... — sussurrava Charlie enquanto a acalmava, mexendo o corpo para frente e para trás levemente, em um movimento semelhante ao de ninar um bebê.

Bella soluçava com o rosto no peito de Charlie, apertava seu braço com força como se não quisesse cair. Estava a um mês inteiro segurando aquele choro, agora não conseguia parar. Charlie sentia o coração partir ouvindo o choro de sua menininha, queria poder fazer mais. Mas aos poucos Bella foi se acalmando, até o choro que fazia seu corpo inteiro tremer, não passar de soluço com poucas lágrimas. Ela ia respirando fundo, tentando recuperar o controle.

— Você está melhor, Bells? — Charlie perguntou baixinho.

— Não... Mas tudo bem. — foi sincera. Saiu dos braços de Charlie e sentou normalmente, com os olhos fechados e secando o rosto com ambas as mãos.  — Me desculpa pai, não queria que tivesse visto isso, eu só...

— Por favor, Bells, eu sou seu pai e é pra isso que servimos, para estar juntos nos melhores e piores momentos.

— Pai... Você leu o livro do Edward?

— Li. E realmente Bells, eu me surpreendi. Sabe o que ele escreveu na minha dedicatória? Sim, eu gravei. De certo modo é bom poder andar pela rua sem o medo de ter o traseiro baleado a qualquer momento, mesmo assim sinto falta das suas loucuras, principalmente sua maior loucura, sua filha. Sabe, você fez um ótimo trabalho e queria que meu pai tivesse tido algumas aulas com você. Um grande abraço, Edward Cullen. — Charlie terminou rindo e Bella, mesmo entre lágrimas, sorriu. — O livro está incrível Bella. Pegue o grande copo de água, engula o seu orgulho e leia.

— Eu estou com medo, pai.

— Medo do que?

— Medo de que tudo que ele sentiu em Forks, tenha ficado em Forks. Medo de acabar de ler esse livro e estar ainda mais apaixonada por ele. Medo de que a dor que eu esteja sentindo, fique ainda pior. Pai... Eu não sei o que fazer.

— Um amor tão grande e puro, não morre tão fácil. Primeiro amor então? Ah, esses são os que mais duram. E você foi o primeiro amor do Edward, Bells. Quer ver...

Ele parou a frase e pegou o livro dela, que estava no sofá. Bella não entendeu nada, mas ele continuou folheando ele, procurando por alguma coisa em especial, até que sorriu ao achá-la.

“Eu conseguia ficar perto de Bella, uma mulher extremamente atraente e que com certeza me despertava vontades e desejos nenhum pouco puritanos, sem pensar somente em sexo. Isso era... Surpreendente. Então em meia a toda a confusão em que meu mundo, meus pensamentos e meu coração estavam, finalmente aceitei esse fato: Eu realmente tinha sentimentos por ela. Aquela linda nativa inocente de olhos claros. Eu podia negar isso ou tentar esconder, talvez até fugir, mas uma voz interior sempre iria gritar em minha mente e esfregar na minha cara esse fato: Eu estava miseravelmente apaixonado por Bella!” — Charlie terminou de ler sorrindo e ergueu o rosto para Bella. — Esse amor que ele descreveu no livro, Bells, não terminou tão fácil assim, acredite.

— Mas pai...

— Isabella, pelo amor de deus, leia esse livro ok? Eu não criei filha covarde. Cadê aquela menina que já enfrentou tanta coisa na vida, que já caiu tantas vezes, mas em todas se levantou? Você caiu agora, sim, mas para de sentir pena de si mesma e se levante. Toma, leia! — deixou o livro no colo de Bella. Ficou em pé, beijou os cabelos da filha. — Vou preparar algo para comermos, leia ok? Eu te amo.

Bella forçou um sorriso e deixou que ele fosse para a cozinha.

http://www.youtube.com/watch?v=1iYOOuJLuaY

The Fray - Look After You

Vagarosamente abriu o livro novamente, passou pelo autógrafo, dedicatória do livro, então o sumário, riu com os nomes de alguns capítulos, passou mais uma página e nela tinha uma única frase no centro da página:

De toda a minha literatura, você foi minha melhor página.

Outra página. PRÓLOGO:

A vida é feita de surpresas onde sua missão é viver, alguns momentos podem durar tão pouco e ficar na sua memória por muito tempo, algumas pessoas podem fazer muito pouca parte da sua vida e ser considerada pra sempre. Eu imagino um dia em que todas as pessoas tivessem o direito de ser feliz, mesmo que seja só por um momento, para ter a oportunidade de sentir o que realmente desejam e acreditar que sonhos não são bobagens. Às vezes você percebe que as aparências enganam e você pode sofrer muito com isso! O tempo é uma coisa que não permite voltar para trás, então só se arrependa do que você não fez, aproveite cada segundinho da vida, pra ficar guardado eternamente em sua memória.

Outra página.

1. Um mulherengo em crise? Tome uma decisão.

Dê adeus a suas festas, mulheres, bebidas e sexo. Agora? Se dedique. 

Era estranho para ele ler o que o fez ir para Forks e ao mesmo tempo interesse. Ele escrevera como tinha acordado com duas mulheres desconhecidas e sobre não saber o nome delas, sobre o quanto não prestava, quando decidiu viajar, momento de procurar a cidade na internet até entrar no avião. Exatamente tudo, ela riu em vários momentos com lágrimas nos olhos.

2. Cidade nova e pequena. 

Pessoas novas, legais e algumas estranhas. Fuja enquanto pode!

Ela era a pessoa estranha que ele tinha escrito. Bella gargalhou ao ler sobre o primeiro encontro, a impressão que Edward tivera dela...

“          Eu estava realmente com fome. Muita fome. Mas nem isso impedia meu cérebro de notar uma mulher atraente, e ela estava uma. Ela andava tranqüilamente e de um jeito gracioso com uma mescla de sensualidade e arrogância, não rebolava como a maioria das mulheres que eu já tinha conhecido (mulheres que rebolavam todos os músculos do traseiro vulgarmente) e mesmo assim conseguia chamar atenção, a minha atenção. Andava dançante mexendo a cabeça no ritmo da música que escutava nos fones que estavam em seus ouvidos conectados a algum aparelho portátil em suas mãos, supus. Longos e lisos cabelos castanhos, mas com as pontas meio encaracoladas, sua pele de longe era branca, não consegui distinguir a cor de seus olhos à distância, o que me frustrou um pouco. E essa frustração me irritou: Por que estou querendo ver a cor dos olhos quando podia reparar em seu corpo? Porque ela usava uma calça jeans que marca suas pernas atraentes, uma blusa de fina de alças que deixava a mostra seu sutiã vermelho e por cima um casaco preto meio caído e com os últimos botões fechados, para completar um all star preto. Ela não era vulgar e nem estava vestida na tentativa de ser sexy e mesmo assim... Porra, que mulher! Com a proximidade pude ver detalhes de seu rosto – nariz fino e lábios bem desenhados com um par de olhos verdes. Linda. Esse era o tipo de moradora de Forks? Tive a leve impressão que iria simpatizar com a cidade.

— Oi? Olá! — disse parando na sua frente. Ela parou meio surpresa e assustada, tirou os fones e deu um sorriso... Um sorriso que... Um sorriso que me fez sorrir automaticamente.  Pisquei forte para retomar o controle da situação. — Será que você poderia me dizer onde tem um restaurante, hotel, hospedagem, qualquer coisa?

A bela morena de olhos claros começou a falar em uma velocidade assustadora e em outro idioma. Espanhol? Eu achava ser espanhol, mas ela falava tão rápido que era impossível acompanhar ou entender, ela devia ser turista ou algo assim, mas sério que aquilo era espanhol? Espanhol pra mim era: Copito, camita, cadeirita, chuvita, ou sei lá, não é assim? Ela continuava falando e eu continuava sem entender nada. Naquele momento pensei se iria ser preso se a beijasse para fazê-la cala a boca, porque aquele momento “México, México, arriba, arriba” estava me dando dor de cabeça. É, beijá-la não seria muito legal (por mais que eu realmente quisesse isso), então coloquei um sorriso amarelo no rosto e erguei uma das mãos para que ela parasse.

— Desculpa. Não entendo. Não falo esse idioma... Seja lá o que você esteja falando. Obrigado mesmo assim. — falei pausadamente torcendo para que ela entendesse. Sorrindo, peguei as bagagens e voltei a andar. Vi certo ar divertido no olhar daquela mulher e podia jurar ter visto um sorriso nos lábios dela, mas nem dei importância, ela assentiu e continuamos a andar em direções opostas. Será que seria muito pervertido olhar para trás e dar uma conferida no traseiro daquela morena de olhos claros? Pensei, mas segui em frente, não olhei. Ou olhei? É, vocês nunca irão saber!”

E ela continuou lendo. Lembrando de todos os detalhes do que ele descrevia no livro, mas agora sabendo também o que ele pensava. Edward tinha um ótimo senso de humor e ler estava sendo incrível. As lágrimas estavam secando sozinhas e um sorriso brotara em seu rosto.

Charlie estava encostado no batente da cozinha, com os braços cruzados sobre o peito e sorria ao vê-la rindo. Já tinha lido o livro e era realmente engraçado, mas não estava feliz só com isso. Estava feliz em vê-la rindo. Ver que com aquele livro ela poderia finalmente perceber a idiotice que tinha feito.

Os dois se amavam e todos percebiam, até eles mesmos, só não admitiam ou lutavam por esse amor.

*

*

— Bella? Bella? Vamos acorde, vaaaaaaai! — Alice a chamava, sacudindo seu corpo.

— Hã... Alice? — Bella perguntou desnorteada.

— Eu mesma, agora saia da cama e vamos logo antes que comece.

“Alice vai começar!” Jasper gritou do primeiro andar.

— Vamos Bella, eu quero ver.

— Ver o que? É segunda-feira, Alice.

— Edward dando entrevista para o Breakfast with stars, sobre o livro. Você. Tudo. Vaaaaaaamos! — Alice insistiu.

“Alice começou!” Jasper gritou de novo.

Alice saiu correndo e Bella, levantou-se rapidamente e foi atrás. Estavam no sofá: Jasper, Leah e Jacob. Nessie e Charlie estavam em pé, Alice sentou entre Jasper e Leah.

— Bella, eu... — Nessie se aproximou para se desculpar.

— Não precisa falar nada ok? Obrigada por ter dado na minha cara com palavras, eu merecia. Eu não te odeio e comecei a ler o livro, obrigada mesmo priminha, eu te amo.

— Me desculpa tá? Eu te amo também, muito! — sorriram e se abraçaram.

— Shhhh, vai começar! — Leah mandou.

Bella não entendia porque de todos estarem ali, mas tudo bem né. Nessie sentou junto a Jacob e Bella caminhou para perto de Charlie, que passou o braço sobre seu ombro para assistirem.

— Estamos de volta! — a apresentadora, uma loira bonita e testuda, disse sorridente para a câmera. Ela sentada em uma cadeira e na sua frente uma mesa com um café da manhã e do outro lado da mesa outra cadeira. Esse era o programa: ela entrevistava e tomava café da manhã com famosos. — Hoje tomarei café da manhã com uma revelação da literatura. Com 25 anos e uma beleza estonteante, ele lançou seu primeiro livro que em menos de uma semana se tornou um Best Seller. E agora com quase um mês do lançamento, continua na lista dos mais vendidos no país e no mundo, sendo traduzido inicialmente para outros cinco idiomas e agora sendo traduzido para outros. O lindo, talentoso e solteiro, Edward Cullen!

Edward entrou no cenário sorrindo meio constrangido, não tinha muita experiência nisso. Estava sempre dando entrevistas para jornais impressos e fotos, nunca televisão. A apresentadora levantou-se sorrindo e abraçou-o calorosamente, eles comentaram algo que não deu para os telespectadores ouvirem, deram risada e sentaram-se.

— Bom dia Edward, é um prazer recebê-lo no Breakfast with stars. — sorriu.É a sua primeira entrevista para televisão, certo?

— Bom dia Rachel, o prazer é todo meu. Yeah, essa minha primeira entrevista em rede nacional e ao vivo, ainda estou meio nervoso. — deu uma risada nervosa e mexeu no cabelo.

— Duvido, você deve estar acostumado com essa loucura e assédio, afinal você está sendo bem assediado, certo?

— Sim. Na verdade é bem estranho e com certeza não me acostumei. Escrevi o livro esperando vender alguns exemplares, mas nunca tanto quanto estão vendendo, é incrível.

— Quando você viu que queria isso pra sua vida, que queria ser escritor?

— Eu sempre fui escritor, desde cedo extravasava escrevendo, mas guardando o que escrevia para mim, e depois que cresci e me formei, precisava de emprego, comecei a matérias para jornais como free-lance e...

— E fazia sucesso com isso, certo? E desculpe-me te interromper. — ela riu e pegou a xícara de chá na mesa.

— Sucesso não, mas digamos que gostavam do que eu escrevia. Nunca gostei de escrever com muitos termos técnicos. Eu escrevia sobre economia usando assuntos do dia-a-dia de um jeito que todos pudessem entender e que não tornasse o assunto maçante, e assim os jornais recebiam e-mails falando que tinham gostado do meu artigo e os jornais encomendavam mais artigos, isso era bom, conseguia me sustentar assim.

— E sustentar seu estilo de vida, porque você não era um garoto puritano e certinho. Você é irmão da Rosalie Hale, uma famosa editora, então saia bastante na mídia, até foi considerado um dos homens famosos mais mulherengos de Nova York talvez de todo os Estados Unidos.

— É... Eu nunca fui um modelo a ser seguido. — ambos riram. — A Rosalie é uma mulher maravilhosa e devo tudo a ela. Ela leu um rascunho meu e disse que eu tinha algum talento, então decidi que queria escrever o livro, ela deu um jeito de vazar isso na mídia e então começaram a me perseguir, paparazzi e tudo mais. E sempre me encontravam em baladas, festas ou com mulheres, então realmente eu não prestava. — riram novamente.

— Definitivamente. Mas nem isso diminuía seu poder, porque sua lista de relacionamentos é grande, só modelos famosas, socialites e mulheres atraentes.

Edward apenas riu, abaixou a cabeça e pegou a xícara de café na mesa, dando um gole.

— E como está sendo sua parte pessoal? O livro com assunto pessoal, então como você se sente respondendo essas perguntas?

— O mais estranho é que não posso me negar a falar de assuntos pessoais, porque o livro inteiro é um assunto pessoal, fica meio “Olha o babaca de cabelo sujo, escreve um livro contando como foi o relacionamento real em uma viagem e agora faz doce para responder como era pegar várias mulheres gostosas”, eu fico sendo o idiota arrogante da história. — falou sorrindo, ela riu.

— Vejo que seu senso de humor não é apenas no livro, porque eu realmente dei boas risadas com livro, assim como chorei também. Ele é incrível, sério.

— Obrigado.

— Vejo que ainda não lida tão bem com os elogios e deve estar recebendo vários. Ok Edward, mas quando você viu que o livro faria sucesso?

— Hum... Na pré-venda pela internet, com certeza. O livro ficou pronto muito rápido, eu o escrevi em um mês, Rosalie e Emmett o meu cunhado incrível, junto com uma equipe grande e maravilhosa, cuidaram de todo o resto para lançarmos em menos de duas semanas, ai mandaram uma cópia do manuscrito para vários críticos e editores amigos, que fizeram criticas para a arte da capa e criticas para os sites próprios, o que ajudou muito na divulgação, e já mandei cartas de agradecimento a todos, sou muito grato. Então Rosalie divulgou um pedacinho do livro na internet e quando iniciaram a pré-venda nos sites, foi surpreendente e sensacional, eu fiquei achando ser um erro do site, mas quando reuniram os números em todo o país, foram mais de 100 mil pedidos só na primeira semana, eu devo todo aos dois e aos leitores, claro.

— Uau, 100 mil é muita coisa, deram conta?

— Na verdade não. — riram. — Em vários sites colocaram os livros como esgotado e pré-venda fechada, para não vendermos uma coisa e não entregarmos. Fizeram as 100 mil cópias e então começaram a fazer novas cópias a todo o vapor, então o lançamento oficial que liberaram as vendas na internet. Foi incrível, ai hoje estamos vendendo com tudo, exportando versões em inglês para outros países e autorizando traduzirem para outros idiomas.

— É realmente um sucesso mundial.

— Acho que sim. — suspirou rindo e mexeu no cabelo.

— Edward, vamos falar sobre o que todas querem saber, e a nativa? O final do livro foi surpreendente e fez com todas chorassem. Eu e muitas outras ficamos com vontade de te pegar no colo para consolar ou talvez bater naquela nativa. — ela riu. — A nativa leu o livro? Vocês se falaram? Como está?

— Hum... — riu envergonhado. — Não, não nos falamos. Eu mandei uma cópia do livro para cada um de Forks, afinal sem eles Acidentalmente nem existiria, e obviamente mandei uma pra ela. O primeiro foi o dela, como eu tinha prometido um dia. Espero de coração que ela tenha lido, porque tudo que eu queria e quero que ela saiba, está nele.

— Mas sem ela com você, outra mulher tem chance de tocar seu coração?

— É... — Edward suspirou pesadamente, olhou para baixo e ergueu a cabeça, balançando-a lentamente. Ele sabia a resposta. — Não. É ela.

— Isso não é meio definitivo? Afinal, você é tão jovem e atraente.

— Eu sempre fui definitivo demais. Pode ser que daqui a vários anos eu comece a pensar diferente, mas por enquanto é ela. E se não for ela, melhor que não seja ninguém.

— AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA! — Alice deu um gritinho fino e histérico, assustando a todos que estavam olhando para a televisão. — Está vendo? Tem que ser você. E se não for você, melhor que não seja ninguém! Oh meu deus, isso foi tão lindo.

— É, foi. — Bella não sabia se queria rir ou chorar, só estava olhando para a televisão, sorrindo, com os braços de Charlie ao seu redor. E na televisão, Edward sorria de lado e estava encerrando a entrevista.

— Bella, se isso e o livro não são suficientes para você, eu realmente espero que o Edward desista e encontre outra pessoa. — Charlie falou baixinho, apenas para que ela ouvisse.

*

— Logo após o intervalo, retornamos com Mei Yang, uma especialista em massagem chinesa falando sobre todos os seus segredos e a duvida de todas as mulheres: cremes para celulite: eles realmente funcionam? Logo após o intervalo, não saia daí e termine seu café da manhã comigo. — Rachel falou sorridente para a câmera.

A música tema do programa ressoou no alto-falante, então Rachel ficou em pé, Edward também. Toda a equipe técnica se aproximava, assim como Rosalie e Emmett.

— Entrevista fantástica, Edward. Eu realmente adorei seu livro e espero que você se acerte com a sua nativa, ela seria uma burra se não fizesse. — Rachel disse apressada, mas sorrindo. — Agora com licença, estou morrendo de vontade de fazer xixi.

E saiu correndo com a mão sobre a barriga, Edward quase riu e virou-se para a irmã e o cunhado. Rosalie lhe abraçou forte e Emmett bateu em suas costas.

— Você foi muito bem, maninho. Estava ali atrás e o produtor disse que a audiência foi fantástica, estavam todos esperando finalmente uma entrevista com Edward Cullen. Já recebi vários e-mails de vários canais querendo agendar uma entrevista.

— Eles tinham medo que você não soubesse como agir diante de uma câmera, mas você se saiu muito bem, agora você será realmente famoso, Eddie. — Emmett sorriu batendo em seu ombro. E lhe chamando de Eddie apenas para lhe irritar, porque leu no livro que era assim que Alice lhe chamava.

Edward nunca esqueceria aquela cena, foi ao apartamento de Rosalie e Emmett, Rosalie quem atendera a porta, rindo. E depois dos cumprimentos, quando lhe perguntara onde estava Emmett, ela gargalhou.

— Ele está no final do seu livro e ele está... — ela não conseguia parar de rir, pegou a mão de Edward e o puxou para dentro. — Vem ver você mesmo.

Emmett estava sentado no sofá com o livro em mãos e dava para perceber que estava bem no finzinho. Os irmãos ficaram ali apenas observando, Rosalie tentava não rir alto e Edward não estava entendendo nada, até Emmett fechar o livro.

— Rose... — falou com uma voz estranha. E ao erguer o rosto Edward percebeu o motivo da voz e das risadas da irmã, ele estava chorando. Emmett chorando. E ficou em pé olhando para Edward. — Cara, esse seu livro é tão...

— Emmett, você está chorando?

— Não, estava cortando cebolas. — ironizou. — Claro que estava. Isso foi tão triste, é mais triste do que quando o Nemo se perdeu do pai e queria voltar pra casa, mas pelo menos o final foi feliz. Eu chorei mais do que quando assisti Rei Leão.

— Ele chorou mesmo vendo Rei Leão. — Rose falou baixinho se inclinando para o irmão.

— Cara, eu sinto muito mesmo. — Emmett andou até o cunhado e lhe abraçou com força, batendo em suas costas. — Você estava tão apaixonado e não acabou com ela, caralho. Mas eu to aqui, está bem Eddie? Eu e a Rosalie. Se precisar de qualquer ajuda, estaremos aqui. Eu conheço ótimas baladas, ótimas strippers, casas de massagem, eu tenho links de bons sites pornôs, se a solidão bater, e até umas revistas, se preferir algo mais pessoal, mas conta comigo, cara!

— Emmett, tudo bem, tudo bem. — tentava afastá-lo e controlar o riso. Sabia que era de boa vontade, mas Emmett chorando e dando uma de cafetão? Não era algo normal.

— Vocês acham que ela viu? — Edward perguntou hesitante, após voltar à realidade.

— Eu não sei Edward, sinceramente não sei. Mas tudo vai dar certo. Não adianta tentar apressar as coisas, porque o que tem que ser, é. Simples assim. — Rose sorriu.

— É. — Edward beijou seus cabelos e partiram para sair do estúdio.

Do lado de fora, tinham várias fãs dele com livros. Ainda não estava acostumado com autógrafos e fãs, mas tentava. Autografou alguns livros e tirou algumas fotos, então Rosalie o puxou e foram embora.

*

No dia seguinte Bella ainda estava lendo o livro de seu forasteiro. Já tinha lido muito, simplesmente não conseguia largá-lo. Largou-o apenas no trabalho, mas logo voltou a lê-lo e antes de dormir estava terminando mais um capítulo, e o fim daquele capítulo fez seu coração bater forte e apertado, vivo como nunca.

“          E talvez isso fosse errado, afinal, eu não era o cara ideal para ela. Ou melhor, eu não era o cara ideal para ninguém. Eu era um canalha... Certo? E isso não era algo fácil de mudar. E ela era... Ela era Bella. A garota certa e ideal para qualquer, e apenas um idiota fodido não perceberia a grande mulher que ela era. Em todos os sentidos (e olha que eu falo com conhecimento de causa, afinal eu conheci e aproveitei todos esses sentidos. Com todo respeito a Charlie, óbvio). Mesmo com tudo isso, ela me fazia querer mudar. Isso era estranho... Certo? Porque eu continuava sendo errado. Era errado, porque eu era errado. Ele era a certinha e eu o Senhor Errado. Era como... Talvez como o... Busco uma boa metáfora para isso... Era como o lobo mau se apaixonar pela chapeuzinho... Como o Coringa se apaixonar pelo Batman... Como o leão se apaixonar pelo cordeiro. Um cordeiro lindo e muito inocente de olhos verdes, enquanto o leão era um idiota experiente. Era errado imaginar ficar com ela, porque ela merecia algo melhor. Mas por ela eu seria melhor, então quem liga pro certo ou errado? Afinal, eu era o Senhor Errado. Então se isso fosse errado, pro inferno com o certo, erraríamos juntos.

Com lágrimas nos olhos e um sorriso nos lábios, ela fechou o livro, colocou-o embaixo do travesseiro e deitou, esperando que o sono a dominasse e pudesse sonhar com seu forasteiro, o único lugar em que podia tê-lo. 


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Notas finais do capítulo

Faaaaaaala galerinha do mal, como vocês estão? Mais um capítulo da reta final. E ai, o que acharam? Esse não demorou tanto e se demorou, é que eu não conseguia organizar as ideias na cabeça pra fazer o capítulo. Gostei um pouco do resultado dele e espero que tenham gostado. Comentem ok.
Sobre ele: Como viram, as criticas atrás do livro do Edward são trechos de algumas recomendações de algumas de vocês pra fanfic (vocês viraram criticas famosas de revistas importantes garotas #pussypower KKKKK), não tinha como colocar todas, por mais que eu quisesse =[
LEIAAAAAM ESSA PARTE, ATÉ VOCÊS QUE NÃO LEEM NOTAS FINAIS: 'PROMOÇÃO AS ACIDENTADAS DIZEM' (nome tosco Candy, tá falando merda!) Enfim KKKK Vocês serão as Acidentadas/Team Edward no próximo capítulo, participação especial, é fácil: Deixam no review o que vocês querem que a Bella (ou até o Edward)leia no fã site, aquilo que vocês queriam falar pra ela sobre o fim, sobre o Edward, sobre qualquer coisa, incentivem a nativa a voltar pro Edward ou ofereça consolo ao forasteiro. Bora lá gente, criatividade. Aceitamos de tudo. Os melhores comentários desse capítulo (capítulo 42) pros personagens vão pro próximo capítulo ok?
Eu acho, que o próximo capítulo será o penúltimo e provavelmente o reencontro deles, então o que ela ler no site vai ajudar. Comentem o que acharam do capítulo e o que querem que a Bella ou Edward leia no site. Vou ficar essa semana toda sem aula então escreverei loucamente (todos dançam/) então até o próximo amores. Quem tiver, segue: http://fearlesscolors13.tumblr.com Bjsbjs s222
PS: CherrTexeira muito obrigada pela sua linda recomendação. Confesso que rimuuuuito com ela e fiquei com medo do seu review KKKK Enfim, muuuito obrigada linda! s2