Ps: I Love You escrita por Jibrille_chan
Notas iniciais do capítulo
Desculpem pela demora x___x Mas é que eu tava esperando a Semana do Saco Cheio pra agilizar as coisas aqui *-* UMA SEMANA SEM AULAS *________________________*
Apesar do trânsito e dos imensos prédios de concreto, que às vezes davam a Uruha a sensação de prisão quando estava deprimido, sempre haviam aqueles parques perdidos no meio do concreto, com suas inúmeras cerejeiras e os tradicionais lagos com carpas. Sentou-se em um dos bancos de pedra, sendo acompanhado por Hiroto.
- Eu achei meio... estranho seu marido ter pedido uma festa no velório dele. Quero dizer... quantas pessoas fazem isso?
Uruha sorriu.
- Aoi queria que as pessoas lembrassem dele de uma forma boa, e não às lágrimas e melancolicamente.
Um silêncio que não tinha nada de desagradável caiu sobre os dois. Após algum tempo, Uruha avistou um casal de velhinhos, caminhando calmamente pelo parque.
- Ah, aquele é um casal verdadeiro. Provavelmente estão juntos desde o Dilúvio.
Hiroto olhou o casal, servindo-se do lanche que Uruha havia trazido e estava lhe oferecendo.
- Somos tão arrogante, não é? Sempre com medo de envelhecer, e fazemos tudo pra evitar. Não percebemos que é realmente um privilégio envelhecer ao lado de alguém. Alguém que... que... não rouba nem comete assassinatos. Alguém que não te humilhe de forma irreparável...
Uruha ficou olhando-o, sabendo que Hiroto se referia ao seu próprio passado. O funcionário da sua mão morde o lanche, uma parte do molho escapando por baixo e fazendo o loiro rir. Hiroto acabou por rir junto, um pouco sem jeito. Depois do lanche, resolveram voltar à pé para o bar da senhora Takashima.
- Posso te pedir um favor? – perguntou Uruha, após alguns minutos de silêncio.
- Claro.
- Eu comecei a empacotar as coisas do Aoi. Ainda faltam algumas coisas, mas eu precisava de alguém pra me ajudar a descer as caixas.
- Ficaria feliz em ajudar a se livrar do Aoi.
- Você disse mesmo isso?
- Você sabe o que eu quis dizer...
- Ai meu deus, Hiroto, tome um comprimido!
Em alguns minutos, chegaram até o apartamento de Uruha, já bem mais arrumado. Uruha jogou a chave sobre a mesa, enquanto Hiroto ficou parado próximo à porta, do lado de dentro, um pouco sem jeito. Uruha tirou os sapatos e depois parou, olhando para Hiroto.
- O que há de errado? – perguntou Hiroto, curioso.
- Nada, é que... nunca tinha ficado sozinho com outro homem nesse apartamento. Além do Aoi.
- Quer que eu espere no hall e você me joga as caixas?
- Não. – respondeu o loiro, sorrindo. – Tudo bem. Fique a vontade pra olhar as coisas do Aoi. Se tiver algo que você queira, é só pegar.
- Certo.
Uruha foi para o quarto, vendo o que havia sobrado das coisas de Aoi, enquanto Hiroto parava em frente a m porta-retratos, vendo uma foto dos dois, sorridentes e muito felizes. Sentiu-se um pouco incomodado com aquilo.
Naquela noite, Uruha acabou por ir se deitar um pouco mais cedo que o normal. Já estava quase adormecendo, deitado de lado na cama, praticamente abraçado ao travesseiro que usava. Um sorriso se desenhou nos seus lábios.
- Não consigo me lembrar da última vez que alguém me abraçou assim...
Sentia o braço de Aoi em volta de si, sua mão se entrelaçando aos seus dedos que seguravam o travesseiro, próximo ao seu rosto.
- Já achou outro companheiro? – ouviu a voz zombeteira de Aoi perguntar.
- Cala a boca. – resmungou, sorrindo. – Por onde você esteve? Não tenho te sentido por perto ultimamente...
- Ah, Uruha... eu tenho estado tão perto.
- Posso sentir você me abraçando... – sussurrou o loiro.
- É porque eu estou...
- Isso é bom...
~ Verão ~
Uruha batia o pé, impaciente, observando o carteiro à sua frente separar as cartas e coloca-las nas caixas certas dos moradores do prédio. O pobre funcionário olhou para Uruha, que parecia fuzilá-lo com os olhos. Remexeu nas cartas, achando as que estavam endereçadas à Takashima Kouyou, entendendo-as para o loiro. Uruha quase arrancou a correspondência da mão do homem, que se encolheu um pouco, assustado.
O loiro imediatamente achou o que queria, um sorriso imenso se formando quando viu o envelope endereçado à ele, com a caligrafia de Aoi. Abriu a carta, lendo-a rapidamente. Depois pegou o celular e ligou para Nao, que prontamente foi buscá-lo, para irem ao local indicado na carta. Pararam em frente à uma agência de turismo, e a curiosidade de Uruha apenas aumentava.
Foi até a atendente que batia com as descrições de Aoi.
- A senhorita é Hirazawa Yukari?
- Sim, posso ajudá-lo? – a moça perguntou, olhando-o com interesse.
- Acho que sim. – respondeu Uuha, entregando a carta à ela.
A moça bateu os olhos na carta, imediatamente reconhecendo.
- Kami-sama! Você é o companheiro dele!
- Ele esteve aqui? – perguntou Nao, erguendo uma sobrancelha;
A moça acenou afirmativamente, os olhos se enchendo de lágrimas. Abriu uma gaveta da sua mesa, tirando uma caixa de lenços e puxando um lenço de papel para secar as lágrimas emocionadas que já lhe escapavam.
A senhora Takashima entendia a toalha da única mesa posta no meio do seu bar. Aquele era dia de almoçar com seus filhos, sem cliente. Tinha uma expressão de desagrado.
- Eu não entendo, você está tirando férias?
- É uma viagem. – respondeu Uruha, sorrindo e trazendo os pratos. – Aoi planejou a coisa toda pra mim, Ruki e Kai.
- Será mesmo a melhor hora pra férias? – perguntou, a expressão ainda fechada.
- Aoi arrumou tudo, eu tenho que ir.
Um cômodo de distância, Hiroto vinha colocar um engradado de cervejas para o estoque do bar, e acabou parando para escutar a discussão em família quando ouviu seu nome.
- Você falou com o Hiroto? – perguntou a senhorita Takashima. – Achei que vocês estivessem saindo juntos.
- Somos apenas amigos, 'kaasan.
Hiroto suspirou. Tirou os dois ingressos para um jogo de baseball do bolso da calça, rasgando-os e jogando no lixo mais próximo, indo lá pra dentro cuidar de seus afazeres. No bar, a conversa continuava.
- Bom, eu até agora não disse anda sobre tudo isso, mas agora eu acho que é hora de parar.
- O que você quer dizer? – perguntou Uruha, indo pegar uma travessa de comida.
- Não é saudável! Aoi não pode manter isso pra sempre, não é? A vida dele acabou, e as cartas dele também irão acabar. Em algum ponto, você vai ter que enfrentar as coisas como elas são.
- Foi um presente. – retrucou Uruha, começando a se irritar. – Do Aoi. E como pode dizer isso? Aoi só tinha 27 anos, ele não deveria morrer.
- Mas ele morreu. Foi horrível. Mas acontece. A morte dele faz parte da sua vida agora, e você tem que lidar com isso.
Takashima Sara parou um pouco afastada dos dois, apenas observando a discussão, sem querer se intrometer.
- Pare de falar como se eu não estivesse lidando com isso. Eu estou!
- Como? Esperando cartas de um companheiro morto? Tirando férias? Quando seu pai nos deixou, eu tinha duas crianças pra cuida.
- Ah, me desculpe se eu não tenho filhos.
- Não é com isso que eu estou nervosa e você sabe! Seu pai ter nos abandonado foi devastador, mas eu fiz o que eu tinha que fazer e segui em frente.
- Não é a mesma coisa.
- E por quê não?
- Aoi morreu. Ele foi levado. Ele não queria ir, ele não queria me abandonar.
- Sim, o meu marido escolheu ir embora. E é tão mais fácil ser abandonada por opção, não é? – disse a senhora Takashima, respirando fundo.
Um silêncio incômodo caiu sobre o local, enquanto Uruha e a senhora Takashima se sentavam à mesa, em cantos opostos. Sara resolveu que esse seria o melhor momento para aparecer, pegando as últimas travessas e indo até a mesa.
- Já disse tudo o que eu tinha pra dizer. – disse a senhora Takashima. – Não vou dizer outra vez.
Sara sentou-se à mesa, e sorriu para o irmão.
- Então, pra onde ele está te mandando?
Uruha sorriu, agradecendo a irmã que tinha.
Continua...
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Jaklsjdlkjasd XD Fiquem na curiosidade, meus amores :3~
Aoi: Não gostei ¬¬
Jibrille: Do quê, Aoi? ô.o
Aoi: Quem esse Hiroto pensa que é? u.ú
Jibrille: Calma, meu caro Shiroyama 8D Tem muuuuita coisa pra acontecer. :3 Principalmente nessa viagem.
Aoi: ENTÃO VÊ SE NÃO DEMORA! Ò.Ó
Jibrille: Caralho, ameaça até de você x.x To mal, hein... E você nem reclame, teve até uma participação espiritual especial no capítulo! ò.ó
Aoi: Você é tirana, sabia? i.i~
jibrille: Quieto ¬¬