Epílogo.

Enquanto Bella fazia cafuné nos cabelos bagunçados de Petter, Edward olhava o parque ao redor. Estava encostado nas pernas de Bella, enquanto ela apoiava o rosto dela com o cotovelo, e Petter estava na frente dos dois. Para quem via os três assim, nem parecia que Isabella e Edward haviam passado por tantas coisas, para chegar até aqui. E foi de uma forma tão... inimaginável.

— Você está quieto, hoje. — ela comentou.

— Estou? — ele perguntou, se virando para encará-la. — Só estava pensando em algumas coisas...

— Que coisas?

— Desde o seqüestro até aqui.

— Sabe, eu sempre pensei que eu teria filhos com Kevin. — ela disse, rindo em seguida do que havia falado. — Nós parecíamos tão bem antes de eu ser seqüestrada. Tipo... todo mundo que nos via na rua, perguntava quando nós íamos casar e ter filhos. E a resposta era que seria em pouco tempo.

— Você quer mesmo falar como era seu namoro com Kevin? — ele perguntou em um tom brincalhão.

— Hm... não. Por que?

— Antes de eu conhecer Mica, eu tinha três mulheres ao mesmo tempo. Acho que nunca lhe falei isso, mas é verdade. Enquanto eu deixava uma em casa, ia pegar outra pra sair, e já combinava com a próxima para um dia qualquer nós sairmos. E o pior, foi que eu consegui controlar a situação sem nenhuma delas perceber que elas não eram as únicas. — riu de si mesmo. — Foi o auge do meu ego, naquela época.

— Ótimo. Tinha que ter ficado com elas.

— Não pude ficar com elas, Bella... Mica apareceu.

— Mica te controlava?

— Não.. mas ela meio que me satisfazia pelas três. Mica era ninfomaníaca. Sério. Não sei como Josh teve tanto pique para agüentar ela. Acho que se ele não tivesse morrido daquele jeito, ele teria morrido depois de ter um orgasmo. — ele disse, arrancando gargalhadas de si mesmo e de Isabella.

— As vezes você fala muita coisa idiota. Ainda não sei como me casei com você. Acho que Petter é mais adulto que você.

— Ah, qual é, Bella? Nós dois sabemos que se não fosse por mim, você ainda não iria ter filhos. Kevin deveria ser uma merda na cama.

Bella gargalhou e deu um tapa na cabeça dele, que sorriu sem mostrar os dentes. O clima era de pura descontração entre eles. O silencio predominou novamente. Petter se remexeu dormindo, atraindo  a atenção dos dois. Inconsciente, Petter agarrou a mão de Bella, e voltou a ressonar tranquilamente. Os pais sorriram involuntariamente para o filho. Edward aproveitou, para pegar um morango que estava dentro da cesta que ele havia trazido, e comeu. Pegando outro, depositou nos lábios de Isabella.

— Você se lembra da primeira vez que a gente se viu? — Edward perguntou.

— Sim. Você estava com aqueles coturnos ridículos. — riu com a lembrança. — E acho que foi a primeira vez que você me chamou de Morena.

— Verdade. Josh havia colocado laxante na sua comida. — riram. — Aí os moreninhos vieram fazer a festa.

— Também foi a primeira vez que eu apanhei de Mica.

— É... mas depois, foi quando eu comecei a te ajudar. Sério, eu tive que me segurar ao máximo para não atacar seu corpo.

— Tarado!

— Como assim tarado, Bella? Era uma mulher linda, com um corpo escultural na minha frente, e estava se entregando aos meus braços, praticamente.

— Certo, vamos mudar de assunto. — ela disse desviando seu olhar do dele, sentindo seu rosto mais quente. Ela ainda corava. Edward acabou gargalhando com o ato dela.

— Eu fiquei muito... tenso, quando nós descobrimos que você não era Samantha. Eu me senti terrível. Saber que eu havia deixado uma pessoa ter quase morrido, e ter perdido o filho dela, por algo que ela não tinha a mínima idéia e não tinha nada a ver. Eu era um monstro! E pra piorar, essa pessoa ainda era você. Tipo, a mulher que eu era apaixonado. E aquele filho que você perdeu, ainda podia ter sido meu... — ela não respondeu e ele continuou. — Foi no mesmo dia em que Josh morreu... assim como James.... foi o dia em que metade do inferno acabou, porque continuou depois que eu deixei você naquela maca de hospital.

— Não precisa lembrar disso.

— Preciso... foi uma das coisas que aconteceu na nossa história, Morena. Não vai ter como apagar tudo o que nós fizemos no passado. Eu lembro exatamente de tudo, depois que eu conheci você. Não consigo tirar isso da minha mente nem querendo.

— Passou meses... — ela disse olhando para o nada. — Pensei que nunca mais iria te ver.

— Eu pensei mesmo que você nunca queria me ver. Mas Alice sempre falava que você estava apaixonada por mim, ou que sentia no mínimo saudades. Isso meu deu um animo para voltar a te encontrar de novo.

— Foi a primeira vez que nos amamos...

— Primeira de muitas... — ele disse sorrindo torto. — Depois, eu pedi você em namoro... escondido de Charlie.

— Sim... foi a primeira vez que eu escondi algo assim do meu pai. — ela riu rapidamente. — Acho que estava tão nervosa por esconder algo dele, que as vezes deixava escapar algumas coisas. Sorte que ele não desconfiava de nada. Charlie sempre foi desligado para essas coisas.

— E no dia que contamos pra ele, então? Bella, você não imagina como eu estava. — ele riu de si mesmo, fazendo ela rir também. — Pensei que iria explodir de tão nervoso que estava.

— Você parecia estar confiante. — ela comentou.

— Só parecia!

Eles riram levemente, e Edward se ajeitou para fazer um leve carinho nos cabelos de Petter.

— Aí veio o Ano Novo... — ele disse. — E aí depois prendemos a Mica.

— Aí você, Cameron e Jasper fizeram aquela surpresa para nós no almoço. — ela sorriu se lembrando. — Você não imagina o que eu senti! — ela riu. — Eu não sabia o que fazer. Estava morrendo de medo de cair um tombo com aqueles saltos que eu tava.

— E você acha que eu esta bem? — ele riu também. — Nunca estive mais nervoso do que naquele dia. E você ainda foi a ultima a falar se aceitava ou não. Sério.. eu pensei que eu iria vomitar de tão nervoso que eu estava.

— Então depois... Petter resolveu aparecer! — ela disse, e os dois olharam para o filho ao mesmo momento.

— Uhum...

Petter se remexeu e as atenções voltaram para ele novamente. Levantou suas mãozinhas e coçou seus olhos, e tirou seu bico da boca. Se sentou com a ajuda de Edward, e se escorou no peito dele em seguida, meio molenga de sono. Isabella pegou a toalhinha e limpou um pouco de baba que estava em seu rosto. Sorriu para o filho e para o marido, que eram incrivelmente parecidos. Edward sussurrou alguma coisa no ouvido de seu filho, que o fez dar uma gargalhada baixa.

— O que foi? — Bella perguntou.

— Coisa de homens. — Edward respondeu.

— É. — Petter concordou.

Isabella deixou passar, e minutos depois, já estavam guardando as coisas para voltar para casa. Edward pegou na mão de Petter, enquanto eles andavam até o carro. Edward dirigiu até a casa deles, e guardou as coisas em seus devidos lugares. Bella foi até o quarto de Petter para ajudá-lo a arrumar algumas coisas. Depois de deixar Petter brincando em seu quarto, foi para a sala e encontrou Edward sentado preguiçosamente no sofá. Foi em passos largos em sua direção, e se sentou em seu colo.

— Petter pode estar vindo...

— Quem está dando para trás agora, hu? — Bella perguntou com seus lábios nos dele.

— Ele vai ficar traumatizado...

— Vai? Um dia ele também vai fazer isso, Anjo.

— Mas não agora... — ele disse, e ela rebolou levemente. — Você está provocando.

Nisso, Bella puxou os cabelos de Edward, fazendo seu rosto levantar e os lábios deles se grudarem. Um beijo cálido, fez com que Edward fosse se animando aos poucos. Bella desceu seus lábios pelo pescoço dele, dando levar beijos e arranhando seu peito por cima da camiseta. Rebolou novamente. Edward grunhiu.

— Vamos para o quarto. — ele sussurrou a pegando no colo.

Passaram silenciosamente pelo quarto de Petter, e viram que ele estava dormindo. Foram trocando beijos e amassos pelo caminho, até que chegaram na poltrona do quarto, onde Edward se sentou e Bella novamente, sentou-se no colo dele, arrancando seu casaco e sua camiseta em seguida. Ele agarrou a cintura dela, como se ela fosse fugir. Bella mordeu o lábio dele e no mesmo momento, o olhar deles se encontraram. O fogo ainda continuava, mas dessa vez, uma paz adentrou o corpo dos dois.

— Eu te amo tanto... — Isabella murmurou olhando nos olhos dele.

— Venha cá, amor. — ele disse, a puxando para um abraço, e colocando seu rosto no vão do pescoço dela.

Antes que pudesse evitar, todos os momentos deles passaram tanto na mente dele, quanto na mente dela. Automaticamente, algumas lágrimas encheram os olhos dela. Havia sido tanta coisa... eles haviam sofrido tanto para estar juntos.. haviam enfrentado tantas coisas para finalmente poderem ficar em paz. Havia tanto amor entre eles... Uma lágrima escorreu dos olhos dela.

— Não me deixe... nunca. — ele sussurrou no ouvido dela.

— Como se eu pudesse fazer isso...

Edward puxou o rosto dela para o seu, e antes de colar os lábios nos dela, limpou a única lágrima que havia escorrido dos olhos dela. Quando os lábios já estavam próximos o bastante, Edward puxou o rosto dela e sussurrou:

— Você é a minha vida, sempre.

*

Semanas depois...

— Hey, Petter, o que você acha de ter uma irmãzinha ou irmãozinho? — Edward perguntou, enquanto secava a louça. Estava apenas ele e seu filho ali na cozinha, Bella estava no banho.

— Seria legal. Por que, pai? — Petter respondeu, ainda brincando com seu carrinho.

— Porque o papai está pensando em aumentar a família. — Edward respondeu sorrindo e colocando um prato encima do balcão. — Quem sabe uma menininha não vem por aí...

*

— Força, Isabella! — A doutora gritou novamente. — Está quase lá.

Isabella ofegou e agarrou a mão de Edward, gritando e fazendo o máximo de força que conseguia. Em poucos segundos, os enfermeiros estavam comemorando, e um choro de bebe invadiu a sala de cirurgia. Isabella jogou a cabeça para trás, agradecendo a Deus novamente, por ter mais um filho em sua vida. Alias, uma filha.

Edward, bobo demais, estava com sua filha em braços. Ela tinha olhos verdes, como ele, e o cabelo era mais claro. Seu nariz e sua boca eram parecidos com o de Isabella, e a deixavam perfeita. Assim, como Petter era. Com um sorriso bobo no rosto e algumas lágrimas caindo, Edward levou sua filha até os braços de sua mulher.

— Meu bebe! — Bella sorriu, pegando sua filha nos braços.

— Nosso bebe. — Corrigiu Edward, agarrando a mão da bebe.

— Oh, sim, Edward. — ela se virou para o marido. — Venha cá. — Colocou uma de suas mãos no queixo dele, e o aproximou para dar um selinho demorado. Mas o choro do bebe, fez com que eles se separassem rindo.

— Essa vai ser mais difícil de distrair do que Petter. — a doutora falou, em um tom divertido.

Antes de entregar sua filha as mãos das enfermeiras, Edward e Isabella sussurraram ao mesmo tempo:

— Bem vinda a familia, Samantha!

Fim