Versprechen escrita por Hitokiri-chan


Capítulo 3
Capítulo 3 - Fast Ende




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O que aconteceu depois que chegamos em casa foi uma série continua de coisas que eu simplesmente não esperava.

Ela aceitou o banho e as roupas que eu emprestei. Parecia plenamente confortável com a casa e comigo, sendo que não precisei sequer oferecer para que ela abrisse livremente os armários da cozinha e a geladeira, se servindo até saciar a própria fome.

A raiva que ela tinha mostrado quando saímos da delegacia foi gradualmente desaparecendo enquanto ela assistia televisão jogada no sofá da minha sala ou ligava meu rádio numa freqüência qualquer que tocasse uma musica animada.

Ela dançava a toa e ria sozinha, adorava comer e pular na minha cama só pelo prazer de vê-la bagunçada.

Hizaki acabou ficando. Não conversávamos sobre o que tinha acontecido no nosso passado, na infância dela, mas sempre falávamos sobre alguma coisa. Assunto não faltava, mas a íntimidade dos temas foi chegando com o tempo. 

Usei o dinheiro que gastaria no meu notebook novo, comprando roupas pra ela e o quarto de hospedes passou a pertençê-la. Seja na bagunça ou nas coisas que ela pendurava na parede, definitivamente, em pouco tempo ele transbordava a personalidade de Hizaki.

Falamos em colocá-la na escola de novo, mas ela já tinha perdido um ano todo, então, no começo de bimestre a colocaríamos num supletivo. Ela nunca dizia como tinha ido parar na rua, com quem morou ou onde estavam os pais. Se eu tocava no assunto, Hiki simplesmente ignorava, como se eu não tivesse dito nada e passava a falar do tempo, ou de alguma coisa com o mesmo nível de banalidade.

Fui me acostumando a presença dela de uma tal maneira que sentia como se nunca tivéssemos morado distantes um do outro. Como se aqueles anos que antecederam nosso encontro, fossem apagados.

A intimidade uma hora trouxe mais do que só assunto. Trouxe o fisico, trouxe os beijos, os carinhos e em certo tempo, o sexo. 

Começou casual, sem nada que nos prendesse um ao outro, e gradualmente foi se intensificando, até que, meio que por consequência, iniciarmos um namoro. Naturalmente, sem pressões, sem cobraçanças, simplesmente acontecendo.

Com o namoro vieram as tão conhecidas brigas e desentedimentos, discussões que travavamos em brigas ou em simples olhares.

Bem ou mal, passávamos por isso.

Dia 14 de fevereiro chegou como qualquer outro. Sinceramente eu só me lembrei que era Valentine’s Day quando várias colegas de trabalho comentavam disso. Não me importava realmente, Hizaki nunca ligou para datas comemorativas, ela sempre preferiu ganhar um presente numa quinta feira a noite do que no natal.

Voltei pra casa no mesmo horário de sempre e fui recebido por ela da mesma forma de sempre. Nada de novo. Conversamos, jantamos e enquanto tomávamos banho, juntos, começamos o que iria terminar nos lençóis.

Só que, ao final, ela parecia distante...

- Quer me dizer alguma coisa? – Perguntei assim que o relógio apitou meia noite.

- Eu te amo. – Era raro um de nós dois dizer isso, simplesmente não precisávamos dizer para que o outro entendesse. Mas admito que sorri abertamente com isso.

- Eu também te amo. – Foi o ponto alto da noite. Não tinha nada demais, mas tornou a noite diferente, apenas pelo pouco tempo em que ficamos acordados depois dessas palavras.

No dia seguinte, o corpo dela ou o que quer que eu estivesse esperando, não estava mais lá. Me forcei a abrir os olhos, tentando lidar com a claridade para procurá-la. E eu nem precisei me perguntar porque ela não estava na cama de manhã, afinal, em cima de seu travesseiro agora tinha uma folha dobrada ao meio, com meu nome na parte de cima.

Sentei-me na cama, com o coração apertado, de alguma forma eu sabia que não iria querer ler aquilo.

Yuu.

Eu sei que você não vai gostar nem um pouco de ler isso e me desculpa por ser tão impessoal, é que, eu simplesmente não iria conseguir falar isso ao invés de escrever.


Pensei nisso durante semanas, desde a nossa ultima briga e percebi que não quero mais isso. Não quero mais fazer parte do casal, das pressões, das brigas, dos ciúmes...

Eu vivia debaixo do seu teto, não me sentia dona de mim mesma, sentia que se algo de muito errado acontecesse na nossa relação, você ficaria perto de mim só por se sentir obrigado. Nós perdemos algumas coisas quando deixamos de ser amigos para virarmos o que éramos até agora.

Isso não quer dizer que não te ame, só quer dizer que não era a hora certa.

Não se preocupe comigo, eu estou trabalhando há um tempo e tenho lugar pra ficar. Eu estarei bem, acredite.

Mas não quero perder você e eu sei o quão egoísta isso é. Se conseguir me desculpar até lá, me encontre na Torre de Tóquio, daqui há quatro anos, as 14:20, no dia 14 de fevereiro. Eu vou estar  te esperando independentemente do que aconteça.

 E se você for, se tudo correr bem, acho que podemos ter nosso final feliz.

Eu te amo.

Hizaki.

P.S.: Vou querer um chocolate.

Olhei para frente e uma caixinha de chocolates, aparentemente caseiros, estava em cima do criado-mudo.

Claro, eu me sentia triste, eu sentia dor, eu a amava, mas acabei sorrindo. Tudo precisava de tempo. E do mesmo jeito que eu sabia que ela iria estar lá daqui há quatro anos, eu também iria. Mesmo que fosse apenas pra dizer que senti sua falta. Mesmo que estivesse casado e com quatro filhos, ou algo assim.

Só não queria perdê-la. E talvez isso significasse deixá-la livre.

Uma vez alguém disse que devemos deixar aqueles que amamos livres. Se eles nos amarem da mesma forma, independentemente da distância, um dia eles voltam.

É clichê, sim, só não deixa de ser real.


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Notas finais do capítulo

##Bem, eu sinceramente não gostei nem um pouco da minha escrita, mas já tinha começado a fanfic ha quase um mês e acabei finalizando-a só agora. Não é exatamente um final feliz, é apenas um final, se bem que "um final feliz pode ter várias faces" [Miti].Espero que, se alguém realmente ler até o final, goste. Beijos, feliz Valentine's Day pra você que vai passar solteiro :*



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