Entre a Guerra que Criamos escrita por mandy_ab


Capítulo 4
Imperdoável


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora para postar. Por causa disso, o capítulo está um pouco maior. Espero que gostem, boa leitura



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 – Narrado por Sasuke.

Sentia meu corpo queimar em ódio, estava claro quem havia feito isso, só meu pai não enxergava o que estava bem na sua cara. Fechei os punhos para que não socasse qualquer tipo de coisa que alcançasse.

Eu estava terrivelmente incomodado com o que estava acontecendo, meu pai não poderia ser tão ingênuo a ponto de não questionar tais fatos diante das provas, é impossível!

Mas ao contrário de mim, ele estava calmo, com a mesma expressão serena.

- Obrigado, Shisui. Pode ir, se precisarmos de algo, avisaremos imediatamente!

- Sim, Senhor. Caso haja alguma coisa, não hesite em nos chamar, sabe que estamos à disposição a todo o momento.

- Claro. Não se preocupe, estamos bem. Tenha um bom dia!

- O senhor também. – Shisui acenou com a cabeça se despedindo, e saiu pela porta.

Meu pai olhou para mim receoso, deveria está imaginando que discutiria novamente. Mas não faria isso, ele sabia muito bem que eu estava certo. Alguma coisa estava acontecendo.

Ficamos nos encarando por um longo e interminável tempo sem dizer absolutamente nada. Até que minha mãe apareceu no topo da escada chamando nossa atenção.

- Oi, meus amores. – disse ela docemente.

Encarei Fugaku esperando que ele a contasse o que acabamos de descobrir.

- Olá, querida. Dormiu bem? – Ele disse como se nada tivesse acontecido. O olhei com cara de reprovação.

- Perfeitamente... – A voz dela foi desaparecendo de acordo com a distancia que ia tomando.

Quando o silêncio me invadiu, olhei em volta e não estava mais perto de casa, pelo contrário, encontrava-me muito longe. Em uma bela clareira, com flores baixas e, na maior parte, amarelas.

Sentei entre elas inalando o doce perfume, de imediato me acalmei.

Eu estou agindo como uma criança imatura, fazendo birra toda vez que não concordo com algo. Eu devo admitir que talvez esteja sendo fraco, acreditando em tudo que todos falam, ficando surpreso quando algo acontece, me defendendo mesmo que não tenha sido atacado. Como um covarde.

Mas tudo isso pelo bem da minha família.

Andava de um lado para o outro com minha mente invadida de pensamentos torturantes, até que a escuridão tomou conta do seu, me fazendo perceber o quão tarde estava.

Voltei a andar, e dessa vez em direção a gigante casa de paredes branca e repleta de vidraças imensas.

A luz no local era pouca, a maior parte das portas e das janelas estava fechada.

Entrei sem fazer barulho, fazendo muito esforço para tal, já que o silêncio pesado consumia todo o espaço. Passei pela cozinha direto, mesmo passando quase um dia inteiro sem comer, não sentia fome. Adentrei o quarto, e o tranquei. Jogando-me na cama e cai no sono.

Estava no mesmo lugar que o sonho anterior. Sentia o respirar de alguém atrás de mim, mas não podia me virar para encarar quem fosse. As rochas rachavam e em seguida caiam grosseiramente. Eu já sabia o que ia acontecer. Duas mãos tocaram meus ombros.

Me virei e encontrei meus pais sorrindo felizes. Um sorriso calmo surgiu em meus lábios, pude fechar os meus olhos e me transportar para um não-pesadelo.

Quando os abri, vi que eles estavam caindo e sumindo na escuridão. Uma pontada atingiu meu coração. E logo após, senti um empurrão. Sem lutar o olhei, e mais uma vez seu sorriso cínico estava presente.

Eu queria gritar, não de dor, de raiva. Forçava, mas minha voz não saía.

Ouvi uma gargalhada, em seguida um silêncio desconfortável.

Mais uma vez tentei me pronunciar, e foi ouvido gritos.

Mas esses não eram meus...

Despertei e os gritos ainda eram ouvidos. Não conseguia entender, nenhum deles era decifrável. Essa casa sempre foi calma.

 Andei até a porta, destranquei-a e abri.

Milhares de pessoas estavam no corredor, murmurando e correndo de um lado para o outro, uns até gritando. A raiva tomou conta de mim.

- O que está acontecendo aqui? – gritei autoritário.

Todos olharam assustados e por um momento o silêncio reinou. Até que uma seqüência de cochichos pode ser escutada.

- Por favor, silêncio. – Uma voz calma e firme disse.

Olhei para o dono dela e percebi que se tratava de um médico saindo do quarto dos meus pais.

- Retirem-se todos!

Todas as pessoas ali presentes obedeceram, saindo do local.

- Sasuke Uchiha? – Eu estava completamente confuso.

O que um médico fazia no quarto dos meus pais?

- Sim. – Foi a única coisa que consegui dizer.

Tentava elaborar respostas para as perguntas que invadiam a minha cabeça. Porém nenhuma se encaixava.

- Tenho uma péssima noticia para você. – ele respirou fundo. – Seus pais foram assassinados nessa madrugada, ingeriram algum tipo de veneno. Não sabemos ao certo, qual tipo.

- C-como? – O que ele tinha dito? Meus pais estavam mortos?

- Sasuke, procure se acalmar...

O interrompi segurando seu pescoço, prendendo-o contra a parede.

- Me acalmar? – ri irônico.  – Você quer dizer que meus pais... – não consegui terminar.

Ele se debatia segurando minhas mãos tentando afrouxá-las.

- O solte, ele não tem culpa! – Uma voz que eu conhecia muito bem falou atrás de mim. Obedeci, o larguei no chão. – Precisamos conversar.

Apenas acenei com a cabeça um sim e segui um Itachi sem expressão.

- S-Sasuke, você não vai ver seus pais? – o médico questionou.

Não parei de andar e nem mesmo olhei para trás.

- Eles estão mortos, o máximo que posso fazer é o que eu já tinha que ter feito há muito tempo. – eu disse e ele se assustou. – Ande, Procure os malditos culpados! E não venha me procurar enquanto não os tiver!

Continuei a acompanhar os passos do meu irmão.

- Eu os avisei. – Ele falou, após adentrarmos uma sala e sentarmos. – Avisei todo o tempo. – respirou fundo – E você também.

Ficamos em silêncio por um longo e incontável tempo.

- Desculpe, Itachi. – falei o olhando – Sei que agora é você quem manda, já que é o irmão mais velho, é o líder da família. E sei também que essa família não só nos inclui, tem muitas outras pessoas. Mas não deixarei barato.

- Recrutarei todos os guerreiros e já mandei recolherem as armas para o uso. Juntarei os melhores e os mandarei para o Oeste. – sua atitude foi uma surpresa para mim.

- Eu irei com eles. – falei convicto.

- Foi o que eu pensei. – riu sem humor. – se prepare, irão se retirar nessa madrugada.

Balancei a cabeça e saí da sala.

Prometendo a mim mesmo que faria com que cada um daqueles infelizes pagasse pelo que me fizeram. A dor que estava sentindo não passaria de um arranham perto da deles.

 Com esse pensamento cheguei à mesma clareira do dia anterior. Mas ao contrário de antes, não me acalmei.

Gritos raivosos nasciam na minha garganta e se transformavam em gemidos de dor. Era impossível esquecer a agonia, ou fingir que ela não existia.  A culpa me atingia como facadas em todo meu corpo, me deixando frágil e cansado.

 Socava o chão ao lembrar toda calma e certeza do meu pai. Arrancava e despedaçava flor por flor, ao lembrar o sorriso doce sorriso da minha mãe. E por fim, socava-me por ser tão tolo a ponto de deixar tudo isso acontecer.

...

Voltei para casa e arrumei minhas coisas, em algumas horas partiríamos. Naruto já estava comigo esperando a hora marcada para encontrar todos os guerreiros. - Itachi fez questão de mandar todos que tínhamos, e isso era bom.

Alguém bateu na porta e meu irmão atendeu. 

- Olá. Trago uma noticia. – ouvi a voz do médico e corri para o lado do meu irmão.

- Diga. – Eu e Itachi falamos em coro.

- Como o senhor mandou, Sasuke. – olhou para mim – Ordenou para que te procurasse quando achasse os culpados, os assassinos. – Empurrou um homem e uma mulher. Que caíram de joelhos na minha frente. – Eles confessaram. Se fizeram de empregados e envenenaram o alimento das vitimas. – se mexeu um pouco - São do oeste. – falou por fim.

A raiva mais uma vez queimou, senti minhas veias pulsarem e meus punhos se fecharem.

- Não fizemos isso! – Exclamou o homem de barba por fazer e cabelos grisalhos. 

Em um ato rápido, o peguei pela camisa levantando-o e puxei minha espada. Logo após, a mesma atravessou seu abdome, o fazendo gritar de dor e seu sangue jorrar em minhas mãos.

Olhei para a mulher e ela estava chorando desesperadamente. Não conseguiria a matar, mas então me lembrei do sorriso da minha mãe.

- A matem!  - Falei e Naruto me olhou assustado.

- Mas Sasuke... – ele tentou questionar.

- Mas nada! – falei e ele apenas acenou afirmando com a cabeça.

- Doutor, a leve para a prisão, a prenda. – respirei fundo passando as mãos pelo cabelo.

- Sasuke, eu resolvo. Já está na hora! – Itachi disse.

- Está certo! – Peguei minhas coisas e Naruto fez o mesmo me seguindo.

- Me mate também. – A mulher segurou minha perna – Ele não fez nada para ter morrido, nem eu! Mas me mate da mesma forma que o matou e me poupe essa agonia.

Olhei-a e não hesite. Suspirei e puxei minha espada.  Ela fechou fortemente os olhos, em pouco tempo cravei minha espada em sua barriga. A mulher cuspia sangue no chão da nossa sala, até sua morte.

Quando dei por mim, vi que meu amigo não se encontrava mais naquele local. Direcionei-me até o lado de fora e lá estava ele, encostado na parede olhando para o céu. Percebendo que eu estava o fitando, retribuiu o olhar, com um de reprovação.

- Desde quando você não tem um coração?- ele falou frio.

- Eu tenho. Só que ele está tomado por ódio.

Caminhei sem olhar para trás, ouvindo os passos do meu companheiro me seguindo.

Não o culpo de estar assustado, porém ele não pode me culpar por odiá-los, é inevitável. E ele sabe.



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Notas finais do capítulo

Ah, a Sakura irá aparecer no próximo capítulo, só para constar.' kk Por favor, me digam o que acharam, suas opiniões e sugestões. É muito importante para a melhoria da Fanfic. Obrigada por estarem lendo, logo postarei o próximo capítulo. Beijos



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