A Máscara escrita por OllySwan


Capítulo 4
Desconfianças


Notas iniciais do capítulo

Nos falamos lá no final ;D Boa leitura meninas



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“Hoje, não poderia conceder demais à minha desconfiança, visto que, agora, não é tempo de agir, mas apenas de meditar e de conhecer.”

René Descartes

            Talvez sua temporada em Paris se tornasse mais emocionante e extasiante do que imaginara antes.

Uma semana depois...

            Isabella estava sentada em seu quarto em frente a janela observando o sol se pôr. Essa era uma das coisas que mais apreciava fazer, observar o pôr-do-sol.

            Era algo surreal, afinal a imagem lhe trazia pensamentos que conseguia transferir para o papel em forma de poemas. Também era a hora em que conseguia compor suas melodias e também conseguia ter um pouco de paz.

            Hoje poderia ser mais um dia como qualquer outro, mas não era. Desde que conhecera o Conde Cullen sua vida se tornou um tanto trágica.

            A semana se passou e ela não o viu mais, só ouviu rumores de que estaria visitando lugares inapropriados. A Baronesa sabia que ele havia visitado o Moulin Rouge. Apesar de não ter dado sua face mascarada por lá, Alice, sua amiga e confidente lhe contava todas as novas.

            Essa era a primeira vez que Isabella ficava tanto tempo longe de sua segunda casa, não havia motivos aparentes, apenas uma vontade de ficar a sós com seus pensamentos, que estavam frustrando-a.

            Não conseguia deixar de se recordar daquelas palavras ditas dias antes.

- E se eu lhe dissesse que vim por tua causa, e não para ver o velho do seu marido?

            Ela respirou fundo e com o olhar em chamuscas o fuzilou.

- Teria que lhe dizer que não passas de um abusado, e se o senhor me der licença, devo-me retirar agora. – Isabella puxou seu pulso de volta, deixando um Edward sorridente para trás.

            - Então lamento dizer que a senhora deva-me dizer que sou um abusado.

            Levantou-se frustrada e amassou o papel na qual estava escrevendo, por Deus, o que estava acontecendo consigo? O Conde era apenas mais um homem, mais um que estava a semana inteira atrás de suas dançarinas.

            - Com licença Milady, a senhora tem visita – Kate interrompeu seus pensamentos após abrir a porta sem bater antes.

            Isabella fez uma careta. – Já não lhe disse para bater antes de entrar?

            - Me perdoe Milady.

            A Baronesa bufou e então saiu deixando a criada para trás. Desceu as escadas e foi até a sala, onde geralmente as visitas a esperavam.

            - Alice o que faz aqui? – a Baronesa disse preocupada, geralmente quando Alice ia procurá-la é porque algo estava fora de controle.

            - Me perdoe vir aqui este horário Milady, mas é que preciso muito lhe falar – suspirou.

            Isabella olhou para os lados. – Siga-me até o escritório de meu marido.

            Alice a seguiu saindo da sala e entrando em um corredor extenso, a Baronesa abriu a porta e entraram, depois passou a chave para não correr o risco de serem pegas em suas conversas.

            - O que houve Alice?

            - Não sei mais o que fazer Milady – Alice disse preocupada – Os clientes querem a dona da casa e não suas dançarinas.

            - Como? – A Baronesa perguntou – Eles sempre assistiram os shows das dançarinas e nunca reclamaram, porque isto agora?

            - O novo Conde – Alice disse – Ele exige assistir a um show da Grande Mademoiselle Sophie Lestrange.

            - Conde Edward Cullen? – Isabella arqueou a sobrancelha, já estava demorando para acontecer, pensou.

            - Sim Milady, me perdoe novamente por vir aqui – ela olhou para os lados e falou em tom mais baixo – Precisa voltar esta noite.

            A Baronesa abriu um sorriso. – É claro que irei, o Conde terá uma grande surpresa.

            A jovem Alice sorriu e entendeu o que a senhora quis dizer-lhe. Isabella a acompanhou até a saída e despediram-se. Alice ia a sua residência sem muitas especulações, afinal as pessoas não as conheciam devido a máscaras que usavam.

            A noite iria ser longa, e a Baronesa tentava se preparar mentalmente para essa noite em que iria ficar novamente face a face com o Conde.

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http://www.youtube.com/watch?v=ELjGVrLXsdg

            Conde Edward Cullen estava sentado ao piano tocando uma das músicas que mais lhe tocava a alma. Seus pensamentos eram como pássaros que voavam de flor em flor, em busca do seu perfume. Mas ultimamente seus pensamentos repousavam em apenas uma flor, a mais bela que já conhecera em sua vida, e esta se chamava Isabella Windsor.

            Fechava os olhos e conseguia ver cada detalhe, a fina cintura, os olhos verdes ardentes, os lábios vermelhos da cor do pecado, os cabelos escuros que formavam uma cascata quando soltos.

            E assim que encerrou sua linda canção ouviu batida de palmas logo atrás de si. Olhou para trás e viu a Baronesa Swan com um sorriso estampado.

            — Parabéns Conde, não me eram claros seus dotes musicais. – Ela disse gentilmente — O senhor toca tão maravilhosamente quanto minha cunhada, Isabella.

            O Conde arqueou a sobrancelha — A Baronesa Windsor também toca piano?

            Rosalie assentiu com a cabeça — Uma das melhores que eu já tive o prazer de ouvir.

            — Que ótimo – O Conde sorriu — Bom, devo me retirar para repousar, por favor, diga a Emmett que preciso lhe falar algo.

            Rosalie encarou o Conde e antes que ele saísse resolveu falar o que lhe perturbava ultimamente.

            — Conde, eu sei que és muito amigo de meu marido, mas lhe peço que não o leve para aquele lugar que os homens de Paris costumam ir.

            O Conde observou a preocupação na voz da Baronesa e tratou de confortá-la.

            — Não se preocupe, ele lhe respeita de tal forma que não se atreveria a traí-la desta maneira.

            Rosalie suspirou e seus olhos voltaram a brilhar.

            — Quanto ao lugar que iremos, peço que não digas a Tanya os lugares que freqüento, prefiro que ela não os conheça.

            — Obrigado Conde.

            — Só Edward, por favor. – ele sorriu e então se retirou do local, sabia que não deveria arrastar seu amigo para tais lugares, mas precisava de uma companhia, então nada melhor que seu amigo.

            Entrou em seu aposento e lá encontrou sua senhora deitada, vestida com somente uma veste transparente.

            — Estava esperando por você – Tanya disse lentamente, cravando seu olhar em seu marido.

            — Eu percebi – O Conde retirou seu sobretudo e o lançou na poltrona em frente ao seu leito.

            A Condessa se aproximou com o desejo de tê-lo. Edward não recuou; Tanya era sua esposa e também necessitava dela.

            O Conde tomou sua esposa e a teve em seus braços, porém, algo estava errado consigo, ao invés de enxergar Tanya, não conseguia parar de pensar na Baronesa Windsor.

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            A noite logo chegou e Isabella já se preparava para ir ao Moulin Rouge, não sem antes ver se seu marido já havia se retirado.

            Caminhou lentamente e viu que não havia ninguém nos aposentos de Marcus, então colocou sua capa e cobriu seu rosto para que ninguém a visse.

            Um dos criados a ajudou a chegar até a carruagem para que ninguém de fora a visse. Para isso, mandava seus criados se recolherem cedo.

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            As luzes vermelhas iluminavam o local que era denominado “Casa da Perdição”, várias carruagens se aproximavam e lá deixavam seus senhores para buscá-los somente ao amanhecer.

            Edward e Emmett foram deixados na porta do local.

            — Soube que esta noite Mademoiselle Sophie Lestrange virá nos alegrar. – comentou o Barão Emmett.

            Edward riu. — Se ela não viesse seus clientes deixariam de vir também, o que alguns tostões não pagam, não é?

            Ambos riram e então deram seus nomes para um homem que estava na entrada.

            Eles entraram e viram as dançarinas andando de um lado para o outro; Algumas carregavam alguns drinks, outras deitavam nas mesas e alisavam seus próprios corpos para os homens apreciá-las. Alguns se reuniam em grupos de três ou mais e lá faziam suas orgias.

            — Elas sempre usam a máscara? – O Conde perguntou.

            — Sim – Emmett respondeu – Isto já é um costume desde a primeira dona desta casa, eu acho algo interessante.

            — Claro, é algo excitante. – Edward sorriu.

            Alice correu para o camarim de Isabella e entrou rapidamente. A Baronesa estava praticamente arrumada, só lhe faltava sua máscara e sua peruca de tom avermelhada.

            — Achas que irá dar certo? – Alice a questionou enquanto a ajudava a prender o cabelo falso.

            — Irá dar – Isabella sorriu — Não posso correr o risco de o Conde me reconhecer, nunca nenhum homem que vêm aqui se aproximou tanto de mim quanto ele, qualquer passo errado pode ser o meu fim.

            Alice sentiu algo em seu peito, uma espécie de premonição, algo que lhe dizia que esse show deveria ser cancelado.

            — Não queres cancelar? – a jovem perguntou.

            Isabella olhou-se no espelho e colocou sua máscara.

            — Jamais.

            A jovem Alice suspirou e observou o vestido de Isabella. Era lindo, cheio de brilhos e cristais. A saia era em tom de vinho com vários babados, meia calça em tom escuro, e o corpete que era uma mistura de tons.

            — Está divina, Mademoiselle – Alice disse enquanto colocava em Isabella um colar de diamantes. — Levará nossos clientes a loucura.

            A cortesã sorriu, mas em sua mente sabia muito bem quem queria levar a loucura, um certo Conde abusado.

~

            Do outro lado os homens não se continham em curiosidade, havia um bom tempo que não podiam apreciar os shows de Mademoiselle Sophie Lestrange.

            O Conde e o Barão estavam em uma das mesas do centro jogando cartas e bebendo algumas doses de Rum.

            — Dizem as línguas que Mademoiselle Sophie é muito jovem para ser dona desta casa. – disse o Senhor Rufus enquanto dava uma cartada em Emmett.

            — Ninguém sabe realmente – Emmett interrompeu — Está vendo aquele homem na parte superior?

            Edward desviou o olhar para onde seu amigo estava lhe mostrando, observou um homem bem vestido, com uma cartola na cabeça e um charuto na boca.

            — Quem é?

            — É o único que se deita com Mademoiselle Sophie Lestrange – Rufus disse — Ela não escolhe ninguém além dele.

            O homem suspirou — Se ela me escolhesse algum dia, eu daria toda a minha fortuna à ela.

            Edward e Emmett gargalharam, realmente os homens daquele lugar eram loucos por esta cortesã.

            — Mas sabe – o homem disse retirando o charuto de seus lábios — Não desista, quem sabe ela o escolhe esta noite, jovem Conde.

            O Conde suspirou e tomou mais uma dose de bebida, foi quando as luzes se apagaram levemente, e as vidraças do palco se abriram e de lá saíram bailarinas dançando o Can Can.

            — E o show vai começar! – Rufus gritou enquanto jogava um bolo de notas para o alto.

            As bailarinas faziam seus passos sincronizados e levantavam suas saias, como a coreografia e o ritmo da música comandavam.

            Novamente as luzes se apagaram e as bailarinas pararam sua dança, todos ficaram em absoluto silêncio.

            No centro do palco uma luz se acendeu e em uma espécie de balanço eles avistaram Mademoiselle Sophie descendo, com suas roupas chamativas, seus lábios pintados da cor de sangue e seu cabelo que estava em um tom avermelhado.

            — É ela! – Emmett gritou.

            Sophie desceu do balanço e andou elegantemente por meio daqueles senhores que a admiravam e a desejavam.

            Ela cantava uma música em tom baixo, prendendo a atenção de todas aqueles homens. Sentou-se em seu piano e começou a tocar uma música lenta, clássica. Porém, logo a música pegou o ritmo e todas as bailarinas voltaram e dançar. Mademoiselle Sophie levantou-se do piano e se dirigiu a frente do palco, onde podia dançar, se soltar e levar os homens a beira da insanidade.

            E não era de menos, Isabella ou Mademoiselle Sophie, como preferirem, era de uma beleza incomparável e mesmo se escondendo atrás de uma máscara, conseguia transpassar sua essência e fragilidade.

            Eles lhe davam dinheiro e jóias, lhe davam tudo o que quisesse, como se fosse a única rainha digna de tudo.

            Ao longe, Lorde Denali observava sua cortesã, a mulher que lhe tirava seu tédio, a mulher por quem era apaixonado. Mesmo sem conhecer seu verdadeiro rosto, seu coração batia por ela, somente por ela e não suportava ver como os outros senhores a queriam.

            O Conde Edward continuava absorto em seus pensamentos, aquela mulher tinha algo que não sabia explicar o que era, será que a conhecia de algum lugar?, pensou.

            E então após o espetáculo, a hora mais esperada por todos aqueles senhores era a hora de Mademoiselle Sophie Lestrange escolher o homem com quem passaria a noite.

            Alguns já pensavam que escolheria o mesmo Lorde Denali, mas foram pegos de surpresa quando Sophie desceu do palco elegantemente e caminhou até Lorde Cullen que estava sentado observando-a como se fosse uma Deusa.

            — Boas noites – o cumprimentou e então o puxou pela mão.

            O silêncio reinou naquele lugar, os outros senhores observavam Sophie arrastando Lorde Cullen pelo meio do palco.

            — E que a festa continue! – ela disse em tom mais alto e então a música voltou a tocar e as bailarinas a dançar.

            Sophie caminhava a frente de Lorde Cullen pelos corredores que dariam em seu quarto. Os corredores eram escuros, o chão era coberto por tapetes vermelhos. A iluminação era toda com castiçais acesos.

            Isabella sentia seu coração praticamente saltando fora de seu corpo. Suor e tremedeira fazia parte do que estava sentindo, mas que diabos, nunca sentira algo tão forte como estava neste momento.

            Sophie abriu a porta de seu aposento e o Conde a seguiu e trancou a porta.

            — O show foi ótimo, parabéns.

            A mulher riu tentando disfarçar seu nervosismo.

            Lorde Cullen tirou seu paletó e Isabella lhe devolveu sua cartola. Ele sentou-se na beira de sua cama e ficou observando a cortesã vindo em sua direção.

            Isabella respirou fundo, seu coração estava tão acelerado como nunca esteve antes. Nem mesmo a primeira vez que fizera aquele trabalho sentiu tanto nervosismo quanto agora. Imaginou o que aconteceria se ele a descobrisse, talvez sua vida realmente fosse um inferno.

            Ela abriu suas pernas e sentou-se de frente para Lorde Cullen, colando suas intimidades que estavam separadas devido a roupa que usavam. Ele a observava também com a respiração ofegante.

            E quando levou sua mão até a máscara, a pequena mão gélida e trêmula o segurou.

            — Existem três regras. – Ela disse lentamente.

            O Conde a observava e não dizia palavra alguma;

            — A primeira é nunca tirar minha máscara, a segunda é não colocar as mãos em meu cabelo e a terceira e principal, nunca me beijar.

            O Conde suspirou e passou a mão pelo rosto de Isabella, alisando-o e a encarando como se quisesse ler sua mente.

            — Por que me escolheu? – perguntou em tom desafiador.

            — Porque sei que me pagará muito bem – ela sorriu.

Um sorriso que incomodou o Conde.

            Ele então segurou sua nuca e a puxou, passando seus lábios pelo pescoço descoberto. Isabella suspirou ao sentir os lábios daquele homem e logo depois os beijos que eram espalhados pela sua pele descoberta.

            Isabella passou as mãos pela região abdominal do Conde até chegar a sua intimidade, que já estava lhe mostrando o quanto a queria.

            O Conde a segurou pela cintura e desceu seus lábios pelo pescoço de Sophie, chegando a maçã de seus seios. Aspirou fundo e sentiu o perfume daquela mulher, aquele cheiro não lhe era estranho, nem aquela voz.

            Em um átimo ele a deitou na cama e ficou sob seu corpo. E foi então que aconteceu, Os olhos de ambos novamente se encontraram, fazendo-os viajarem para lembranças que nem mesmo gostariam de lembrar.

            Ele conhecia aquele olhar, se lembrou dos olhos perturbadores da Baronesa Isabella. Ele conhecia aqueles lábios, e também se recordou dos lábios tentadores de Isabella.

            Uma violenta pressão em sua cabeça o fez separar-se imediatamente daquela mulher que o olhava assustada.

            — O que houve? – ela o questionou enquanto o observava assustada.

            O Conde segurava a cabeça como se imagens violentas viessem a sua cabeça. Ele simplesmente pegou sua roupa e lhe deu as costas.

            — Eu voltarei Mademoiselle, considere-se minha propriedade, propriedade exclusiva de Conde Edward Cullen.

            E assim o Conde saiu daquele quarto atordoado, sua cabeça doía e mil imagens apareciam em sua mente, Isabella e Sophie, não podia ser! Os olhos e os lábios eram tão parecidos, deveria estar ficando louco, Pensou.

            Isabella deixou seu corpo desfalecer sob a cama e seus pensamentos não conseguiam ficar quietos em momento algum.

            O que acontecera com o Conde? Porque ele a tomara como sua propriedade exclusiva?

            Milhares de perguntas, milhares de pensamentos. Isabella sentia sua raiva por aquele homem crescer cada vez mais, bem sabia que não era somente raiva, era também desejo.

            Porque ele me rejeitara?, pensou novamente.

            Com a raiva que sentia pegou um de seus vasos e o jogou na porta, sua vida realmente estava cada vez mais sem sentido algum.

Continua...


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? *-*

A Bella ficou mto danada da vida com ele hein ...

hehe, também né, com esse Conde que tira o folêgo de qualquer um ;P

Comentem bastante *-*

xoxo. OllySwan.