A Máscara escrita por OllySwan


Capítulo 3
Face a Face


Notas iniciais do capítulo

Oi meninas, tudo bem? Boa leitura pra vocês *-*



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“Não se preocupe em entender. Viver ultrapassa todo entendimento”

Clarice Lispector


            - Conde Edward, esta é minha esposa, Baronesa Isabella Windsor. – disse o Barão enquanto estendia a mão para sua senhora.

            O Conde virou a cabeça lentamente e seu olhar que estava direcionado ao vestido subiu lentamente pela cintura bem desenhada de Isabella até passar por seu rosto e então chegar aos seus olhos, que também eram cor de verde intenso.

            A Baronesa que mantinha um sorriso esplêndido ao se deparar com o olhar do Conde, sentiu seu sorriso se desfazendo aos poucos, foram poucos segundos que se entreolharam, mas segundos que fizeram Isabella ter pensamentos impuros.

            Sem demonstrar qualquer sentimento, nervosismo ou confusão, respirou fundo e se aproximou da visita.

            - Muito prazer, Lorde Cullen. – ela o cumprimentou, estendendo-lhe sua mão direita.

            O homem sorriu e pegou a mão que estava coberta por uma luva de seda, beijando lentamente, sem retirar seu olhar do dela.

            - O prazer é meu, Lady Windsor.

            Tanya, não se continha de raiva e ciúmes ao seu lado, para ela, toda mulher que se aproximasse de seu marido era uma ameaça, de fato tinha motivos, afinal seu marido nunca fora um dos mais fiéis.

            - Prazer, Isabella. – ela tomou a frente do Conde cumprimentando-a em seguida.

            A Baronesa logo entendeu o que se passava na cabeça de Lady Tanya, então riu. Não conseguiu se conter, pois sabia que em pouco tempo veria o Conde atrás de alguma de suas jovens cortesãs, ou quem sabe, atrás da própria Sophie Lestrange.

            - Sejam bem vindos em nossa casa – a Baronesa disse – Sintam-se a vontade.

            - Agradeço as honrarias, Baronesa. – disse Edward – Desculpe a estupidez de minha mulher ao chamá-la pelo primeiro nome.

            Isabella sorriu timidamente, não ligava para essas coisas, mas isso serviu para perceber que Tanya era abusada.

            - Sei que não irá se repetir, não é Lady Tanya? – disse em tom sarcástico.

            Tanya se remexeu e com um humor negro respondeu entre os dentes.

            - De fato, Lady Windsor.

            Depois das apresentações todos se sentaram de uma maneira mais confortável, nas poltronas milionárias que a Baronesa havia mandado fazer a seu gosto.

            Conde Edward observava cada gesto que a Baronesa fazia, cada movimento, sorriso e palavras.

            E assim a prosa seguiu, Baronesa Rosalie Swan anunciou sua gravidez e assim todos comemoraram com o mais delicioso vinho.

            - Parabéns minha cunhada – Isabella a abraçou com delicadeza – Espero que seja um sobrinho.

            - Mas claro, um homem para herdar meus negócios – disse Emmett todo sorridente.

            - Parabéns cunhado – disse o Barão Windsor. – Me alegro que pelo menos alguém de nossa família pode ter um herdeiro.

            Todos ficaram em silêncio e Isabella encarou seu marido, aquelas coisas não eram pra ser ditas em público, muito menos na frente de pessoas estranhas.

            - Perdoem a indelicadeza de meu marido ao dizer coisas indiscretas na frente da visita. – disse a Baronesa, totalmente sem graça.

            - Sem problemas – garantiu o Conde, tentando entender o que o Barão quisera dizer com aquelas palavras.

            Isabella sentou-se novamente ao lado de seu marido e se pôs a conversar com todos, adorava fazer com que as pessoas acreditassem que aquela vida a fazia feliz.

            - Então o Lorde veio da Inglaterra? – perguntou enquanto ouvia as histórias do Conde.

            - Sim – respondeu – Vamos passar algum tempo por aqui, fazendo negócios.

            Isabella sorriu. – O Senhor não se arrependerá de ter vindo para cá, existem muitos atrativos em Paris – garantiu, sorrindo abertamente.

            O Lorde observou o sorriso da mulher e ficou admirado como ela era linda. Possuía aparência tão jovem, porém, casada com um homem tão velho, e feio.

            - Com certeza, Lorde Emmett tratará de me mostrar os atrativos de Paris. – disse enquanto virava seu rosto para encarar Emmett que estava alheio a conversa, pois se focava somente no ventre de sua mulher.

            A Baronesa sussurrou a sua criada para que preparasse o jantar, pois já se dirigiam a mesa. E assim foi feito, sentaram-se na mesa e iniciaram o jantar, acompanhados do melhor vinho.

            O Conde continuou observando os movimentos da Baronesa, que ordenava de um lado para outro, como se fosse a única a dar as ordens no local.

            - A Baronesa sabe como comandar uma casa, vi a decoração e simplesmente achei-a belíssima – Edward disse, voltando a atenção de Isabella para ele.

            - Obrigado Conde Edward, sinto-me lisonjeada. – Sorriu.

            - Mas acho que ainda falta algumas coisas, deveria aprender mais – disse a Condessa Denali.

            Isabella desviou o olhar para Rosalie e ambas reviraram os olhos.

            Edward riu e limpou o canto de sua boca. – Sabe Tanya, acho que deveria calar-se, afinal você nunca soube decorar nossa casa, como falas tal coisa para a Baronesa Windsor?

            Isabella desviou o olhar até Edward e se impressionou com a maneira que o mesmo disse. Ele estava defendendo-a e ao mesmo tempo desfazendo-se de sua mulher na frente de todos. Já era de se esperar, é igual aos outros, pensou Isabella.

            O jantar seguiu, assim como a conversa também, depois se reuniram novamente na sala. Marcus estava encantando com o conhecimento do jovem Conde e tinha certeza que seus negócios dariam certo.

            - A noite foi muito agradável – disse Emmett – Porém, a hora já está avançada e não podemos demorar.

            - Meu irmão, ainda não vá – Isabella o chamou – Preciso lhe falar um minuto.

            Emmett sorriu. – Claro minha irmã – ele a seguiu, saindo pela porta e indo em direção ao corredor.

            Rosalie Swan ficou a observar a Condessa Denali e seu marido. Eles pareciam o típico casal arranjado. De certo algum dos dois havia se casado somente por benefícios próprios.

            Alisou seu ventre e ficou alheia a conversa do Conde e do Barão enquanto pensava em como seria sua vida daqui pra frente.

            Não pôde deixar de notar o olhar que o Conde Edward lançara sobre Isabella. Aliás, todos os homens lhe lançavam os mesmos olhares de luxúria, afinal sua cunhada era uma mulher jovem e belíssima. Mas se preocupava com o que poderia acontecer, algo lhe dizia que a vida de sua cunhada tomaria um rumo diferente.

            - O que foi Isabella? – perguntou Emmett enquanto acariciava os cabelos de sua irmã que o abraçava cada vez mais forte.

            - Estava com saudades – ela disse – Você me faz falta.

            Emmett sorriu, sua irmã era tão dócil com ele, não entendia como ela conseguia ser uma mulher tão fria com seu próprio marido.

            - E as coisas, como estão? – perguntou.

            Ela respirou fundo.

            - As mesmas – sorriu – Espero que daqui pra frente tenha alguma melhora.

            - E quando vou ter meu sobrinho? – O Barão perguntou.

            - Nunca – ela disse baixo, com um tom de rancor em sua voz.

            - Isabella... você prometeu... – ele começou a dizer, porém ela o interrompeu.

– Eu não prometi apenas um herdeiro, prometi um filho, caso viesse a amá-lo.

            Emmett respirou fundo e abraçou sua irmã. – Me perdoe... eu só pensei que seria o melhor...

            - Já disse que não precisa me pedir perdão, a culpa não foi sua. – Isabella disse – Mudando de assunto, Parabéns, meu sobrinho será um lindo homem.

            O Barão sorriu e acariciou o rosto de sua irmã. Sua alma pesava-lhe tanto quando via a infelicidade nos olhos de sua de Isabella, e o pior, doía mais ainda por saber que tinha parte na infelicidade da Baronesa.

            Eles sorriram um para o outro e ambos voltaram para a sala, onde estavam conversando animadamente Rosalie, Edward e Marcus.

            - Vejo que não sentiram nossa falta. – Emmett brincou, levando uma mão ao peito, em sinal de desapontamento.

            - Impossível, meu marido. – disse Rosalie sorrindo. – Estávamos aqui conversando sobre o Conde Edward, uma vida cheia de aventuras.

            Emmett sorriu. – É verdade, conheço bem a vida de meu amigo. – ele levantou-se e ajeitou sua roupa. – Mas temos que ir.

            Eles se levantaram e se despediram uns dos outros. O Conde Edward despediu-se de todos, menos de Isabella, que estava praticamente na porta de saída.

            - Foi um prazer conhecê-la, Baronesa – Ele disse encarando-a com um sorriso tentador. – Temo que não irei mais vê-la, já que seu marido nos disse que mal sai para passear.

            Isabella soltou um risinho e encarou seu marido. – Oh, acho que o senhor interpretou mal a colocação de meu marido, mas temo que iremos nos encontrar muito, será sempre bem vindo em nossa residência.

            Edward sorriu e beijou a mão da mulher a sua frente, sem deixar de encará-la em momento algum, assim sua senhora despediu-se também e foram acompanhados até a carruagem que os esperava em frente a grande casa.

            Após a carruagem sair, Isabella deu meia volta e entrou na mansão, esperando que seu marido não inventasse de ir atrás dela.

            Porém, quando queria que seus desejos se realizassem, eles não se realizavam.

            - Isabella, passe a noite comigo. – O Barão praticamente suplicou.

            Sem olhar para trás ela continuou subindo as escadas.

            - Já conversamos sobre isso, não passarei a noite com você, Marcus.

            Marcus engoliu em seco e fechou as mãos com uma raiva imensa. Onde estava com a cabeça de se casar com uma menina que nem uma mãe possuía? Com a raiva que sentia pegou o primeiro objeto que viu a sua frente e o jogou longe, assustando a uma criada que observava a cena horrorizada.

            - Milorde...

            - Recolha essa sujeira agora! – ele gritou e saiu em direção ao seu quarto furioso, não podia ficar na mesma residência que sua mulher, então sairia para a grande noite de Paris, onde poderia esquecer-se de seus problemas.

~

            Conde Edward sentou-se na poltrona que ficava de frente para a de Emmett. Não conseguia se concentrar na conversa que tiveram, o único pensamento que lhe vinha a cabeça era a imagem da jovem Baronesa.

            - Edward – Emmett acenou a sua frente – Está me ouvindo?

            O Conde balançou a cabeça. – Me desculpe, estava com os pensamentos distantes.

            Emmett sorriu – Percebi, mas o que achou de meu cunhado?

            - Ele tem objetivos concretos, faremos ótimos negócios. – Edward suspirou. – Mas uma coisa me intrigou.

            - O quê?

            - A sua jovem irmã casada com um homem que aparenta ser avançado em anos.

            Emmett suspirou. – É uma longa história, algum dia lhe conto, creio que você não irá querer ouvir histórias tristes a essa hora.

            O Conde riu.

            - Meu amigo, esqueci de lhe dizer algo, meu primo irá vir para Paris amanhã, creio que não se importará dele ficar aqui conosco...

            - Claro que não – Emmett sorriu – Eu adoro visitas, você sabe, e além do mais se é seu primo será muito bem vindo em nossa residência.

            - Obrigado Emmett, prometo que não ficarei muito tempo.

            - Fique o tempo que precisar, Edward. – Emmett garantiu ao homem.

            Edward sorriu, o Barão era praticamente seu único amigo. Conheceram-se em uma das viagens que Emmett fizera a Londres. Sempre se comunicavam por cartas, ou então pessoalmente, afinal o Barão sempre fora um viajante nato. Depois que ambos se casaram a situação mudou e ficaram algum tempo sem se comunicar, mas quando tiveram a oportunidade de voltar a se comunicar não pararam mais. Uma vez o Barão viajara para a residência de Edward e agora era a vez dele conhecer a famosa Paris.

            - O que achou de Isabella? – o Barão perguntou de repente, fazendo Edward o encarar.

            - Uma jovem Baronesa, que além de jovem... é muito atraente.

            Emmett cruzou seus dedos.

            - Edward... eu te conheço e vi bem como você a olhou, não tente nada... – suspirou – Ela já sofre o suficiente, não precisa de um nome na lama.

            O Conde encarou seu amigo sem saber o que dizer. Apesar de ter lhe passado pensamentos vulgares na mente, não conseguia mantê-los. Aquela Baronesa possuía algo que lhe chamava a atenção e não sabia exatamente o que era, não era algo que sentia ao ver qualquer outra mulher da sociedade, era algo indescritível.

            - Emmett, sua irmã parece ser uma mulher incrível, mas se é infeliz deveria fazer algo para mudar isso. – Edward concluiu.

            O Barão suspirou. – Você vai a conhecer com o tempo, ela aprendeu a ter suas ambições, temo por isso, mas não posso fazer nada, afinal a vida dela pertence somente a ela.

            Edward balançou a cabeça afirmativamente. Então a Baronesa era uma mulher ambiciosa? Havia coisas que ele precisava descobrir sobre aquela mulher.

            Os homens se cumprimentaram e cada um foi para seu leito, precisavam descansar pois, a viagem fora longa e o Conde teria um longo dia.

~

            A Baronesa não conseguia dormir, a noite parecia interminável. Estava tão acostumada dormir depois de se divertir que agora estava estranhando a situação.

            Será que os homens do Moulin Rouge estavam sentindo sua falta? Talvez, afinal seu show era o melhor, quem era melhor que a proprietária para fazer um show e levar os homens a loucura?

            Igual a ela não existia.

            Mas sua falta de sono não se devia somente a esse fato. Se devia também por algum certo homem, intitulado como Conde. Enquanto jantavam procurou manter seus pensamentos o mais longe possível, e seu olhar longe do dele, mas agora, sozinha, era extremamente difícil deixar de se recordar de cada parte do corpo do Conde que olhara.

            Claro que também percebeu o jeito que o Conde olhara-a. Parecia que nunca havia visto uma Baronesa jovem e bonita casada com um homem bem mais velho e feio.

            Levantou-se de seu leito e deu uma volta no local. Parou em frente a janela, a luz da lua se refletia em sua pele, tornando-a mais clara que já era. Passou as mãos pela face e viu que sua pele continuava lisa e sem sinal algum de idade.

            Avistou então o Moulin Rouge, suas luzes vermelhas se destacavam na cidade. Respirou fundo e imaginou que a essas horas o Conde Edward e seu irmão Emmett deveriam estar se divertindo, não que Emmett dormisse com as mulheres de lá, todas elas eram proibidas de ceder aos desejos de seu irmão, ou então teriam suas vidas tornadas em um perfeito inferno. Isabella era tão afetuosa com Rosalie, que mesmo Emmett freqüentando esse tipo de lugar, procurava mantê-lo longe de outras mulheres.

            Imaginou também que se o Conde realmente fosse até sua segunda casa, quem sabe, poderia brincar com ele, deixá-lo querendo-a e logo depois descartá-lo.

            Riu com seus próprios pensamentos, como havia se tornado tão má?

            Voltou para seu leito e tratou de dormir, precisava descansar, afinal sua vida voltaria ao normal no outro dia.

            Uma ironia, claro, pois sua vida não possuía nada de normal.

~

            Logo cedo as carruagens movimentavam a cidade de Paris, os homens andando pra lá e pra cá resolvendo seus problemas, os bêbados pedindo alguns tostões, as madames desfilando com seus vestidos novos, as crianças correndo de um lado para o outro. Enfim, o movimento era igual, a não ser por um novo integrante descendo de uma das carruagens.

            - Meu jovem, você pode seguir por ali e você vai chegar a casa do Barão Swan.

            - Obrigado – respondeu o jovem.

            - Obrigado uma ova, e meu tostão? – perguntou o homem da carruagem.

            - Oh me perdoe – o jovem sorriu e retirou do bolso de seu paletó algumas moedas – Aqui está.

            - Obrigado meu jovem, passar bem.

            O jovem olhou para os lados e atravessou a rua, não sabia como chegar a casa do Barão Swan. Segurando sua mala continuou caminhando pelas ruas que eram compostas por várias lojas, algumas de roupas, outras de jóias, enfim, todas cheias de madames querendo gastar o dinheiro de seus maridos.

            E foi caminhando assim que não percebeu uma jovem que estava entrando pela esquina e bateu bem de frente com ela, fazendo com que a mesma derrubasse as sacolas que segurava.

            - Me perdoe senhora – ele disse desconcertado, se abaixou e pegou as sacolas para a moça.

            - Tudo bem – ela respondeu, e então o jovem levantou e a encarou. Ficaram se encarando por alguns segundos, e de repente ela sorriu.

            O sorriso mais lindo que eu já vi, pensou ele.

            - Me perdoe novamente, estou procurando por uma residência e acabei me distraindo – ele disse, porém a moça riu.

            - Não se preocupe.

            Eles se encararam novamente e o jovem também sorriu.

            - Qual residência procura? Talvez eu possa ajudá-lo...

            O jovem retirou do bolso um pedaço de papel e mostrou a ela.

            - Residência do Barão Emmett Swan. – sorriu – Meu primo está hospedado e eu pedi para vir ficar com ele e sua esposa algum tempo.

            A moça riu. – Claro, sei quem é, irmão da Baronesa Isabella Windsor. – olhou para o lado – Olha, vamos indo eu vou para o caminho que fica perto da residência, posso lhe mostrar aonde é.

            - Creio que não seria de bons olhos das pessoas ver a senhorita ao lado de um rapaz – concluiu, porém a jovem riu mais ainda.

            - Não se preocupe, venha logo – ela o puxou pela mão e eles continuaram caminhando lado a lado.

            - Posso saber seu nome, senhorita?

            - Alice – sorriu – Alice Brandon.

            - Um nome muito bonito – o jovem sorriu novamente – o meu é Jasper Cullen.

            - De onde veio? – ela perguntou, um tanto curiosa.

            - Vim de Londres, ficarei algum tempo aqui até meu primo resolver seus negócios e voltar.

            Os olhos da moça brilharam, seu sonho era conhecer Londres.

            - Nunca fui até lá. – sorriu – Bem, é só você seguir por aqui e estará de frente a residência dos Swan.

            - Obrigado, senhorita Alice – o jovem a agradeceu, beijando-lhe a mão.

            Alice suspirou e pôs-se a andar novamente, jovem interessante e bonito, pensou ela. Será que o verei novamente? Será que tem namorada? Com esses pensamentos injuriando-lhe a mente, tratou de voltar o mais rápido possível para a carruagem que seguiria para o Moulin Rouge.

            Jasper andou mais um pouco e deu de cara com uma placa que dizia: “Residência dos Swan, uma lar feliz e com muito amor para dar e vender

            Riu com o escrito da placa e apertou a campainha. Logo o mordomo veio recebê-lo e levou sua mala. Jasper foi atrás do homem e chegando a sala deu de cara com seu primo e outro homem, de certo esperando-o.

            - Meu primo – Edward disse animado e foi ao seu encontro, dando-lhe um abraço.

            Jasper o abraçou e sorriu – Primo, pensei que não o encontraria.

            O Conde sorriu e apontou para seu amigo.

            - Este é o Barão Swan, Emmett Swan.

            O rapaz o cumprimentou com um aperto de mão.

            - Você é o jovem que deseja seguir os passos de Edward? – perguntou Emmett.

- Quem sabe eu consiga um dia ser um militar como meu primo fora

Seu sonho era ser pelo menos um pouco do que Edward fora antes de se tornar Conde.

            - Jasper será melhor que eu, não tenho duvidas, ele tem um potencial o qual muitos jovens da idade dele não têm. – o Conde disse, olhando para seu primo.

            Emmett sorriu e assim conversou um pouco mais com Jasper, que se sentia deslocado, afinal nunca passara uma temporada na casa de ninguém.

            Pouco tempo depois a Condessa e a Baronesa desceram para fazerem o desejum. Cada uma com seus vestidos que eram lindos, cheios de bordados em cores fortes.

            Eles fizeram o desejum e assim as duas mulheres saíram para dar uma volta pela cidade, Tânya queria conhecer cada lugar de Paris.

            Emmett, Edward e Jasper voltaram para a sala e ficaram a conversar. Edward contava cada coisa que sua mulher fazia que o deixava irritadíssimo e Emmett ria descontroladamente.

            - E aonde estava com a cabeça de se casar com uma mulher destas? – o Barão perguntou divertido.

            - Era a filha caçula de Eleazar Denali, mimada pela mãe e pelo pai. – Edward riu – O pai se mandou de Londres, e a mãe ficou com parte da fortuna.

            Emmett olhou pela janela – Mas então porque se casou com ela?

            - Não faça perguntas que não poderei responder meu amigo.

~

            Isabella abriu os olhos, porém não tinha a menor vontade de sair de seu leito. Uma noite mal dormida, e por quê? Aquele maldito Conde que não saíra de seus pensamentos.

            Olhou para a janela e viu que o sol já batia forte em parte de seu leito. Levantou lentamente e fez sua higiene.

            Colocou um de seus vestidos preferidos na cor bege, que marcava sua silhueta e deixava a maçã de seus seios à mostra.

            Olhou-se no grande espelho e arrumou seu cabelo, estava linda, de fato.

~

            O Conde Cullen saiu de casa acompanhado por seu primo. Emmett preferira não acompanhá-lo à casa do Barão Windsor, disse que teria que resolver alguns problemas com seus trabalhadores.

            O Jovem Jasper encarou seu primo que estava a sua frente na carruagem, parecendo alheio a tudo o que estava acontecendo a sua volta.

            - Meu primo está com um olhar diferente, aconteceu alguma coisa? – perguntou.

            Edward suspirou pesadamente, não sabia esconder as coisas de seu primo.

            - Conheci uma bela dama – sorriu – Porém, é casada.

            Jasper riu, conhecia muito bem seu primo e sabia que o fato dela ser casada não fazia diferença, pois se ele a quisesse encontraria maneiras de possuí-la.

            - Oh meu Deus, seria a esposa de Emmett? – perguntou.

            - Não, claro que não – Edward voltou seu olhar à Jasper – Trata-se da Baronesa Isabella Windsor.

            Jasper soltou uma gargalhada alta, seu primo continuava o mesmo, e sabe-se lá quando iria mudar.

            - Do que está rindo? – Edward perguntou confuso.

            - Primo, você não muda... e sabe-se lá quando isso irá acontecer, quando isso ocorrer, pode ter certeza que vai acontecer um novo dilúvio no mundo.

            O Conde riu e bateu na perna de seu primo com a bengala.

            O coche parou e o cocheiro abriu a porta para os cavalheiros descerem. Edward desceu primeiro e colocou sua cartola, Jasper o seguiu sentindo vergonha pelas roupas que usava, que eram bem inferiores as de seu primo.

            Esme, a criada, atendeu os cavalheiros e os levou para a sala de estar, a mesma sala onde Edward vira Isabella pela primeira vez. Eles sentaram e assim como Edward, Jasper também ficou impressionado com a beleza da decoração daquele lugar.

            - Que linda casa – comentou o jovem.

            - Sim, e foi esta belíssima dama que fez. – Edward respondeu enquanto olhava algumas pinturas.

            A criada voltou para onde os cavalheiros estavam e pediu para o Conde segui-la até o escritório do Barão, que logo ele o atenderia.

            Jasper ficou aguardando seu primo resolver os assuntos. Olhava cada detalhe da casa com tanta curiosidade que não ouviu os passos atrás de si.

            - Uma belíssima pintura, não acha? – a voz feminina o fez assustar-se.

            - Me perdoe – Jasper a encarou – A senhora deve ser a Baronesa Windsor.

            Isabella sorriu e encarou o jovem dos pés a cabeça. Ele era magro, porém, era bonito, um rosto formoso e lábios encantadores.

            - Sou eu mesma – ela sorriu, estendendo-lhe a mão.

            Jasper a beijou lentamente, realmente, seu primo não exagerara quando dissera que ela era uma dama lindíssima.

            - O que devo a honra da visita? – Isabella perguntou.

            Jasper ficou sem jeito ao sentir a maneira como Isabella o encarava

– Bem, estou esperando meu primo que está no escritório, esperando o Barão para fazerem negócios.

            - Seu primo? Quem seria? – perguntou, um tanto curiosa.

            - Conde Edward Cullen.

            O sorriso da Baronesa logo se desfez. Jasper notou sua expressão e ficou um pouco confuso, o que houve com o sorriso da Baronesa?, pensou Jasper.

            - Espero que meu marido não o deixe esperando uma eternidade – Isabella respondeu – Ele sempre o faz.

            - Entendo – Jasper suspirou, sentia-se envergonhado pelos trajes que usava e a maneira que a Baronesa o analisava.

            Isabella sorriu e estendeu sua mão ao jovem, despedindo-se.

            - Vou-me indo, até mais ver.

            - Até.

            Isabella saiu da sala e foi em direção ao escritório de seu marido, iria dizer que não sabia que o Conde estava lá e que precisava falar com seu marido, talvez fosse uma boa desculpa, afinal precisava encarar novamente aqueles olhos verdes do Conde e tentar descobrir o que a incomodava naquele homem.

            Abriu as portas e entrou, como se não houvesse ninguém no escritório.

            - Marcus precisamos conversar... – ela disse e finalmente olhou para frente, vendo o Conde sentado na cadeira aguardando o Barão.

            - Oh, me perdoe Lorde Cullen, achei que meu marido estivesse aqui

Isabella sabia fingir, e como sabia.

            Edward a encarou e sorriu torto. Primeiro teve que buscar fôlego, porque aquela mulher lhe causava algum tipo de problema, que fazia até seu ar se esvair.

            - Baronesa.

            Isabella sorriu de volta e então se encararam por alguns segundos.

            - Uma mulher tão jovem e já uma Baronesa... – disse Edward enquanto a observava caminhar até a poltrona do Barão.

            - Digo o mesmo, um homem tão jovem e já um Conde.

            Edward riu – Talvez seja porque o que eu desejo, eu consigo.

            Isabella arqueou uma sobrancelha e observou o olhar que parecia querer fulminá-la, seria isso uma indireta?, pensou.

            - Eu também – disse por fim – Sou uma pessoa que não aceita perder o que deseja, Lorde Cullen.

            Edward abriu seu sorriso. – Então creio que somos parecidos, Lady Windsor.

            Isabella ficou em silêncio, tentando decifrar o que ele queria dizer com tais palavras.

            - Repito, tudo o que eu quero... eu consigo, Baronesa.

            Isabella sentiu o peso daquelas palavras. Em sua vida já havia conhecido todo o tipo de homem, ricos e pobres, arrogantes e tímidos, falantes e calados... mas o Conde estava surpreendendo-a, não sabia o que dizer sobre a primeira conversa que estavam tendo a sós. Parecia que em cada palavra que dizia, uma segunda intenção era lançada.

            - Não sei exatamente ao que se refere, Lorde Cullen. – ela disse um pouco mais séria em frente aos olhos chamativos do Conde.

            O Lorde observou que a Baronesa sentia-se um pouco de nervosa ao sentir o tom de suas palavras.

            - A senhora irá descobrir com o tempo – sorriu – Não se preocupe, teremos muito tempo para a senhora me conhecer, ou devo dizer, senhorita? – perguntou em um tom irônico.

            Isabella soltou sua respiração, estava segurando-a todo o momento que o Conde falava.

            - Sou uma mulher casada, creio que deve me tratar por senhora... – Isabella disse, analisando cada movimento que o Conde fazia.

            Edward levantou e ficou cara a cara com a Baronesa, seus olhos e os dela eram como chamas, e novamente sentiu como se aquela mulher não fosse uma simples Baronesa, mas alguém que escondia algo precioso, um tesouro.

            - Por que me olhas assim? – perguntou Isabella, não entendia porque o Conde lhe encarava tanto, parecia querer ler sua impura alma.

            Edward mordeu o lábio inferior.

            - És uma bela mulher, tão jovem e ao mesmo tempo misteriosa – disse o Conde, em um tom mais baixo.

            - Ninguém consegue descobrir os mistérios da Baronesa Windsor, Lorde Cullen, creio que isso deve afetá-lo de alguma maneira – ela disse sem encará-lo e virou-se para trás, onde uma enorme janela lhe mostrava a chuva que caía na cidade.

            - As mulheres não conseguem esconder as coisas por muito tempo, principalmente de mim, Lady Windsor, não será a senhora diferente.

            Isabella riu em um alto e bom tom.

            - O senhor não faz idéia com quem está falando, Lorde Cullen. – ela o encarou novamente – Devo me retirar, afinal queres falar com meu marido e não comigo.

Isabella iria se retirar se não fosse pela mão de Lorde Cullen segurando-a pelo pulso fortemente.

- E se eu lhe dissesse que vim por tua causa, e não para ver o velho do seu marido?

            Isabella sentia aquela forte mão segurando-a com uma pressão com que nunca sentira antes, quem é esse homem, meu Deus? Pensava ela. Arrogante e prepotente, talvez gênio difícil.

            Ela respirou fundo e com o olhar em chamuscas o fuzilou.

            - Teria que lhe dizer que não passas de um abusado, e se o senhor me der licença, devo-me retirar agora. – Isabella puxou seu pulso de volta, deixando um Edward sorridente para trás.

            - Então lamento dizer que a senhora deva-me dizer que sou um abusado.

            A Baronesa ouviu aquelas palavras e sentiu um nó em seu peito. Então o Lorde Cullen mal a conhecia e já possuía tal audácia? Com passos firmes e sem olhar para trás saiu daquela sala, antes que seu gênio explodisse e as coisas acabassem de outra maneira.

            Edward observou a Baronesa se retirando sem nem ao menos lhe dizer um até mais ver. Sorriu internamente por ver que diretamente afetou a sensibilidade daquela mulher, então os pensamentos inundaram sua mente.

Talvez sua temporada em Paris se tornasse mais emocionante e extasiante do que imaginara antes.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Preciso confessar que estou apaixonada por essa história. Ela não é qualquer história, mas é algo que eu quero que seja a melhor, acho que vocês podem me entender..

Preciso pedir desculpas por não responder aos reviews, o nyah está dando alguns erros, e eu não posto a fic só aqui, mas em outros sites também, peço perdão, mas também peço que não pensem que não leio os comentários de vocês, eu sempre leio e fico feliz a cada comentário novo que recebo, são vocês o combustível dessa história.

Quero indicar aqui a história da minha amiga Nina, Ópera Paris, uma linda história que tem como base o Fantasma da Ópera *-*

Enfim, espero que tenham gostado do capítulo.

Isabella X Edward = Baronesa X Conde, será que nessas horas os títulos terão peso em suas vidas? ou será somente Isabella, a cortesã X Edward, o ganancioso e impudico de Londres?

Hoho, só acompanhando para descobrir ;D

XoXo, até mais ;*

@ollycarlos