A Máscara escrita por OllySwan


Capítulo 17
Hora do Adeus


Notas iniciais do capítulo

Nos falamos lá no final, boa leitura...



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A realidade sombria quer me destruir sem piedade

A imensa escuridão faz com que eu me perca uma vez mais.

Nossos frágeis muros

Posso vê-los cair

Nossas almas sangrarão

Para sempre na escuridão

Oscura Realidad - Sirenia

- Eu quero-a morta disse lentamente enquanto fitava Alice EU QUERO-A MORTA!

~

Alice ficou boquiaberta com o que a Baronesa havia lhe dito e sua primeira intenção foi sair dali e deixa-la sozinha. Porém, não o faria, pois tentaria acalmá-la e livrá-la daquelas aflições.

Fechou a porta do aposento antes que os curiosos se aproximassem e descobrissem quem era realmente Mademoiselle Lestrange e se isso acontecesse colocaria tudo a perder.

- Olha, eu sei que está nervosa mas...

- Mas o quê Alice? gritou enquanto jogava a mesinha central do outro lado do aposento Aquele maldito me traiu e ele não tem idéia com quem se meteu!

Alice respirou fundo e Isabella continuou E você Alice, não passou as regras para as novatas? perguntou virando-se para a jovem que olhava-a atenta.

- Eu falei Isabella! Eu falei ela disse exasperada Eu disse que nenhuma delas poderia deitar-se com o seu favorito...

Isabella respirou fundo Então acho que alguém violou as regras e você sabe muito bem que deve ser punida!

- Pelo amor de Deus! Alice suplicou Esqueça essa história! Se ele quis deitar-se com ela... foi ele quem quis! Não vá fazer algo que se arrependa!

Isabella olhou-a ainda com os olhos cheios de mágoa e então voltou-se para sua máscara que estava jogada no canto do aposento. Pegou-a e rapidamente a colocou em seu rosto manchado pela maquiagem escura que havia se desfeito com as lágrimas que derramara.

- Aonde você vai? Alice perguntou exausta enquanto a Baronesa saía porta a fora marchando para o seu crime. Precisava detê-la, Isabella não poderia manchar mais ainda as suas mãos por um homem que aos olhos de Alice, não valia a pena.

Isabella marchou pelo extenso corredor até chegar a pequena cozinha onde podia ouvir os choros da jovem dançarina sendo consolada por outras jovens.

Assim que entrou na pequena cozinha as jovens levantaram e em pé olhavam para Mademoiselle Lestrange que parecia destruída, mas ao mesmo tempo parecia uma megera pronta para se vingar daqueles que haviam entrado em seu caminho.

Ela queimou a pequena jovem com o olhar e fez um gesto com as mãos para que as outras saíssem do lugar antes que perdesse o restante da paciência.

- É melhor eu ficar Alice disse em suas costas, porém o grito da Baronesa a assustou e achou melhor sair antes que sobrasse para ela.

A pequena jovem que antes parecia tão arrogante agora se contorcia no assento com medo do que Sophie Lestrange era capaz de fazer. Sempre ouvira falar que ela era uma mulher forte e arrogante, que ninguém entrava em seu caminho e saía impune.

- Eu... eu... a jovem gaguejou, porém Isabella calou-a antes que pudesse pronunciar alguma palavra.

- Eu não quero ouvir uma palavra sequer Isabella disse Eu quero que pague pelo que fez... se acha que vai sair impune dessa está errada!

Então num ato de fúria, Isabella puxou-a pelos cabelos e saiu da cozinha arrastando-a pelo chão enquanto chorava e pedia que por favor não a machucasse.

As outras jovens olhavam a cena assustadas e não sabiam como ajudar a pequena dançarina e sabia Deus o que poderia acontecer.

Isabella levou-a arrastada pelos corredores até descer as escadas e seguir para a sua carruagem. A jovem ainda gritava e chorava e Isabella a chutou para que ficasse calada, afinal apenas iria pagar pelo que havia feito.

O homem da carruagem desceu e era um homem forte, olhou a cena com certo pavor, mas lembrava-se de uma vez que uma das jovens violara alguma regra e Lestrange havia feito a mesma coisa. Mas agora algo estava diferente e o que Lestrange lhe pediu apenas confirmou que algo de muito grave havia acontecido.

- Quero que leve-a ao bosque, não quero que seja visto por ninguém e amarre-a em algum lugar para que não escape e eu logo irei até lá.

O homem assentiu e enfiou a jovem dentro da carruagem e logo partiu. Isabella ao virar as costas e voltar para dentro do Moulin Rouge podia ouvir os gritos da jovem.

Algo dentro de si dizia para deixar a história para lá e castigar quem estava deixando-a desta maneira. Edward Cullen, o único culpado por seus últimos problemas.

Respirou fundo, mas continuou firme em sua decisão afinal a garota violara uma regra muito importante e se isso chegasse aos ouvidos de seus clientes perderia sua credibilidade e pensariam que aquilo estava virando uma verdadeira espelunca.

Quando voltou para dentro, Alice olhava-a com certo temor. Sentia as vibrações ruins de Isabella apenas estando perto da mesma.

- Para onde você a mandou? perguntou aflita. Isabella apenas olhou-a com escárnio e respirou fundo.

- Para o bosque, vou dar uma lição nessa garota. Isabella disse e entrou em seu aposento, aproximando-se de uma mesinha abriu a primeira gaveta e retirou de lá uma faca que havia ganhado de Lorde Denali para certas ocasiões.

- O que você vai fazer? Alice perguntou novamente enquanto Isabella enrolava a faca em um pano e ajeitava-o em seu vestido.

- Não lhe interessa, Alice. Fique aqui e cuide do restante da noite.

Ao ver a Baronesa sair sem se preocupar com nada deixou Alice mais aflita ainda. Por Deus, precisava fazer algo, precisava impedir aquela loucura!

Assim que ouviu a outra carruagem saindo tomou uma decisão que faria Isabella odiá-la, mas deveria ser feito.

~~

A noite fora longa e a essas horas o Conde já deveria estar dormindo, porém algo não o deixava. A insônia e algo sombrio o atormentava a cada segundo e pensar nos olhos de Isabella quando o vira saindo do aposento de outra cortesã o deixava mais ainda atormentado.

Sabia que arrumaria problemas e que não deveria ter feito aquilo, mas ela ferira seu ego, seu orgulho. Nada mais justo do que fazê-la sofrer assim como estava sofrendo, pois a cada dia sabia que não podia ficar longe dela e o tempo que tinham estava curto demais.

Todos já dormiam, inclusive Emmett que ficara tagarelando um pouco sobre o que acontecera mas depois se cansara e resolvera dormir com sua esposa. Batidas na porta o fizeram assustar-se, mas como aquela hora já não haviam criados acordados resolveu checar o que se tratava.

Quando abriu a porta assustou-se ao ver a pequena figura a sua frente, enrolada em um casaco negro encolhendo-se com o frio da madrugada.

- Alice, o que houve? falou baixo, temendo ser ouvido por alguém.

A jovem olhou-o com o medo estampado em seus orbes e suspirou Desculpe-me acordá-lo a estas horas, mas preciso de sua ajuda... Isabella está louca e eu tenho medo que faça alguma loucura!

Edward arregalou os olhos e logo a culpa veio em sua mente. Por Deus, o que ela fez?

Alice suspirou novamente e o puxou pelo braço Por favor, me siga e verás com seus próprios olhos.

~~

- Por favor Madamemoiselle... deixe-me ir... eu juro que irei embora de Paris e nunca mais voltarei! Por favor!

A jovem suplicava cada vez mais e Isabella estava perdendo a paciência. Sua maldade interior prevalecera e arrancara todas as vestes da jovem e a amarrara em um tronco de árvore no meio de um bosque sombrio. A única coisa que os iluminava era a fogueira que estava acesa e que Isabella jurava que jogaria a moça ali.

- Eu vou matá-la sua desgraçada! Você não tinha o direito de se deitar com o meu homem! Isabella vociferava com raiva.

A jovem chorava e esperneava tentando se livrar das cordas. Deixe-me ir por favor!

- Cale essa maldita boca! Isabella apertou seu rosto, deixando marcas vermelhas em volta dos lábios da jovem Já disse para se calar!

- Mas que demônios está acontecendo aqui?! A voz de Edward fez Isabella voltar-se para ele com o ódio nos olhos, e junto estava Alice... e ela que se preparasse para o que viria depois.

- O que você está fazendo aqui? Inferno! Isabella gritou novamente entrando na frente do homem que caminhava na direção da jovem para salvá-la.

Ele olhou-a e a puxou pelos ombros para o lado, não poderia deixa-la fazer uma loucura destas.

- Você não tem o direito de estar aqui seu desgraçado Isabella pulou em sua direção enquanto desamarrava as cordas da jovem. Edward a empurrou para o lado e acabou caindo no chão, despencando lágrimas.

Assim que soltou a jovem Edward lhe deu alguns tostões e mandou que fosse embora, que fosse para outro País, outro lugar onde pudesse viver.

Alice acompanhou a jovem que pegou suas roupas e saiu correndo não antes sem fitar os olhos nos orbes esquecidos atrás da máscara.

O Conde apertou as mãos envolta de seu pescoço e contou até dez. Fitou Isabella caída no chão sem dizer nenhuma palavra. Ela voltou seu olhar para ele com frieza e com raiva.

- Por que a deixou ir? perguntou, simplesmente.

Ele respirou fundo e sorriu sarcasticamente. Porque havia uma louca tentando matá-la.

- Edward tudo o que eu fiz foi por...

Mas ele não deixou-a falar e disparou em sua direção.

- Por causa do seu maldito orgulho! gritou Você e seu maldito coração de pedra! disse novamente Quando eu disse que te amava era verdade! Eu deixei meu orgulho de lado e deixaria até meu título para sumir deste lugar com você! Porém o que você fez? Acabou comigo, você me despedaçou Isabella!

A jovem Baronesa olhava-o assustada, ele gritava e andava de um lado para o outro como se algo não estivesse certo.

- Mas eu fiz isso por que também te amo, Edward e eu não aceito ver outra em meu lugar! berrou, porém o homem a olhou com escárnio.

- Se ferir os outros se chama amor, Isabella... então eu não sei o que eu sinto.

Então uma frieza tocou sua voz e seu olhar, e olhando-a como se tivesse nojo respirou fundo Eu não posso amar e ficar com alguém que seria capaz de matar.

Ela se levantou com rapidez e o puxou pelos ombros Eu não ia matá-la, só queria dar-lhe uma lição!

- Não Isabella! Você não viu o que eu vi quando olhei os seus olhos, você parecia outra pessoa... uma alma perdida!

Então as lágrimas começaram a rolar dos olhos de Isabella. Por Deus Edward, escute-me e perdoe-me eu o amo e quero viver com você!

Ele balançou a cabeça negativamente. Eu não a quero, Isabella. Eu não a quero e amanhã mesmo partirei para Londres.

Dizendo tais palavras o Conde partiu deixando-a sozinha no bosque.

Isabella gritava para que ficasse com ela e mudaria seu jeito, mudaria sua vida. Porém o seu pedido não foi obedecido e sentiu seu coração apertado, quase saindo por sua garganta. Seus olhos enchiam-se de água e a derramava conforme apareciam. A dor e o sofrimento de ser deixada por alguém que amava a sufocaram e ali mesmo e perdeu os sentidos e tudo escureceu.

~~

- Por Deus Isabella, acorde...

A jovem remexeu-se no leito confortável, forrado a seda e linho em tons calmos, que traziam ou pelo menos tentavam trazer tranquilidade e paz.

- Acorde!

A voz dura e seca a fez abrir os olhos e tentar se lembrar do que havia acontecido. Foi então que as imagens começaram a vir em sua mente e a uma pontada na cabeça a atingiu de tal forma que foi preciso tampar os olhos para fugir da claridade da manhã.

- Eu quero saber o que aconteceu com você, Isabella! o Barão dizia aflito Por Deus, Alice disse que a encontrou na rua desacordada e a trouxe para casa...

Foi então que a realidade pegou Isabella e sem conseguir segurar as lágrimas rolaram por seu rosto, como se fosse uma criança soluçando por um pequeno pedaço de doce, assim era ela.

O Barão nada falou, sabia que Isabella sofria... talvez pelo casamento frustrado ou outra coisa que fosse. Mas sabia que ela sofria e muito, e por isso somente a abraçou enquanto as lágrimas desciam.

- Desculpe-me Marcus eu sei que lhe faço muito mal Isabella dizia entre soluços. O homem com os dedos alisou seus cabelos desgrenhados e sorriu.

- Você é a minha joia mais preciosa Isabella, desde o primeiro dia em que lhe vi naquele Baile... você sempre foi a mais linda e a mais especial.

- Mas eu não o amo, Marcus ela voltou a dizer, fazendo que o coração do homem se apertasse um pouco.

- Eu sei disto, mas deixemos este assunto para lá... ele suspirou, separando-se do abraço O importante é que eu a amo por nós dois.

A declaração fez o estômago de Isabella se embrulhar, porém ao ver o café da manhã que o Barão lhe trouxera seus olhos se arregalaram em surpresa.

- Eu estou morta de fome suspirou.

O homem sorriu e colocou a bandeja no colo da Baronesa Coma tudo e depois se apronte, pois iremos sair.

A jovem tão morta de fome como estava nem lhe deu atenção e logo devorou o que estava em sua frente. Precisava arrumar-se e ver o que Marcus queria e depois iria procurar o Conde e tentar desfazer o mal entendido acontecido entre os dois.

~~

- Estás tão calado homem Isabella sorriu Gostaria de saber onde estamos indo...

O Barão remexeu-se em seu lugar e a olhou de esguelha, é claro que não iria falar porque gostaria de ver a sua reação.

- Acalme-se Belle, estamos chegando.

Belle, o seu carinhoso apelido que há tempos não ouvia de seu marido. Algo acontecia e Isabella estava começando a ficar preocupada.

Usando o seu vestido tom de pastel e seu chapéu que praticamente lhe cobria um dos olhos, fitou o caminho e percebeu que estavam próximos a estação ferroviária.

- O que estamos fazendo aqui? perguntou assim que a carruagem parou o movimento. O Barão nada respondeu e desceu da carruagem, dando a mão direita para ajudar Isabella descer.

Isabella deu o braço para o Barão e ambos seguiram em direção aos trens, o sol estava escaldante e o cansaço começava a atingir novamente.

Caminharam até subir as escadas e foi quando para sua surpresa sua cunhada barriguda correu para abraça-la, não sem Emmett dar-lhe um olhar bravo, devido suas condições físicas.

- Mas o que há, vão viajar para algum lugar? Isabella perguntou logo que separou-se do abraço apertado de sua cunhada.

- Não, imagine eu partindo com uma barriga destas Rosalie sorriu Viemos despedir-nos de Edward e Tânia.

O choque fez Isabella arregalar os olhos, a surpresa que a notícia a pegou era demais. Então ele falou sério quando disse que partiria para Londres. Ele partiria sem nem ao menos deixá-la explicar-se.

Isabella então desviou o olhar de sua cunhada e encontrou os do Conde olhando-a intensamente.

Então era isso, hora da despedida?

Respirou fundo e caminhou até onde o casal estava em pé esperando o trem anunciar a saída.

- Olá, Belle disse Emmett.

Isabella beijou-o no rosto e sorriu fracamente. O Conde ainda não desviara os olhos dos dela.

- Por que irão tão cedo? Que eu saiba seus negócios com meu marido ainda não foram terminados...

O Conde respirou fundo.

- Terminarão sim, Isabella.

Ela sentiu as suas palavras frias e calculadas.

Isabella olhou para seu marido e suspirou Posso ter uma palavrinha com o Conde antes de deixá-lo ir embora? perguntou em tom de brincadeira. Seu marido sorriu e acenou afirmativamente.

Isabella caminhou um pouco, deixando Emmett, Rosalie e a ciumenta, que não parecia mais tão ciumenta, Tânia.

- O que quer? O Conde foi direto ao assunto.

A jovem respirou fundo e segurou para que as lágrimas não viessem a tona.

- Por que vais assim, desta maneira?

O Conde suspirou e a fitou nos olhos. Devo voltar para o lugar que pertenço...

- Não! Você não pode! Suspirou Você fez algo comigo que eu não aceito que vá embora e me deixe aqui sem saber o que é tudo isso que há entre nós!

- Cale-se Isabella, eu a amo e você pode ter certeza que isso será para sempre... mas não posso ficar com uma pessoa que é capaz de matar!

- Eu estava transtornada! Por sua culpa!

Ele revirou os olhos, impaciente com tudo aquilo. Adeus Isabella, espero que consiga ser feliz com essa vida... que tens.

Então o trem anunciou a partida e ele a abraçou, desejando tudo de bom para ela. Emmett não pôde deixar de ver a lágrima escapando dos olhos de Isabella e nem o sofrimento que Edward estava passando.

Algo acontecia entre eles, isso ele tinha certeza, mas era errado e por isso não se meteria naquele assunto. Que Edward fosse embora e fosse feliz com sua mulher e Isabella continuasse aqui feliz com seu marido.

Eles entraram na locomotiva e acenaram para os que ficaram. A dor de ver Edward partindo cortou ao meio o coração de Isabella. Se antes já não tinha motivos para viver, imagine agora que aquele que fazia parte de sua vida estava indo-se embora.

O Conde sabia que aquilo que estava fazendo era por raiva, no fundo queria ficar ao lado da Baronesa e arrumar milhares de desculpas para ficar em Paris. Mas afinal o seu consciente dizia que deveria ir embora e esquecê-la de vez.

Continua....


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Notas finais do capítulo

Esse capítulo foi o mais díficil de escrever e espero que tenha ficado bom!
O Conde foi embora, infelizmente. Mas será que ele conseguirá viver sem a sua Baronesa?!
Só acompanhando para descobrir...
Beijos e até o próximo capítulo *-*
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