Fomos embora um pouco depois daquele ocorrido. A viagem perdeu a graça, Justin nem sorria direito. Ele realmente amava Cailtin, o que só me fez odiá-la mais ainda.

- Vamos fazer uma música, Biebs! – falei sentando ao lado dele.

- Não to com pique pra isso, Tori! – resmungou sem olhar pra mim.

-Jogar vídeo-game? – ele balançou a cabeça – Brincar com a Jazzy? – sorri, mas ele nem se mexeu – Então eu vo sair!

Me levantei do sofá da sala emburrada. Eu tentava ajudar, mas é complicado com uma pessoa dessas.

- Onde você vai? Com quem? – perguntou, dessa vez olhando pra mim.

- Por que tá preocupado? Você nem sequer olha pra mim! – dei de ombros e sai de casa.

Estava frio em Atlanta. Não tão frio, mas o suficiente. O vento soprou em meu rosto levando meus cabelos pra trás.

Ultimamente as coisas não iam bem. Justin estava mal, nem falava comigo direito. Sendo assim, eu não tinha ninguém. Ficava sozinha o dia inteiro, na maioria das vezes em um parque que tinha aqui perto da vizinhança. O que acontecia de mal? Bom, é que quando eu fico sozinha, ou começo a pensar em minha mãe, ou em Justin. Nenhum dos dois é bom.

Dessa vez foi Justin, o que estava se tornando rotina. Apesar de ter vivido com ele seus 16 anos, eu não o entendia. Justin era lindo, cavalheiro, fofo, um amor de pessoa! Podia ter qualquer garota do mundo e ficava ai chorando por uma que nem dá mais bola pra ele e terminou pelo celular! Que tipo de pessoa sem coração termina um longo namoro por celular? Tudo bem, não respondam, várias pessoas fazem isso, o que é errado!

- Me desculpe – ouvi uma voz baixa e levantei a cabeça.

Justin estava parado na minha frente de cabeça baixa, seus curtos cabelos balançando ao vento.

- Eu sei que estou sendo insuportável nos últimos dias – ele disse tão baixo, que se não estivesse prestando atenção não o ouviria.

- Uhum, você tá – murmurei e ele me olhou com os olhos suplicantes.

Soltei uma risada curta e me levantei.

- Eu sei que é ruim pra você. Mas, Justin, você não pode viver preso à ela! Acabou, siga em frente! Um dia você vai achar alguém que vai te amar pro resto da vida, é só questão de tempo! – falei.

Ele olhou pra baixo e mordeu os lábios.

- É. Talvez você tenha razão – murmurou com a voz rouca.

- Eu sempre tenho razão! – sorri convencida e ele deu um sorriso de canto revirando os olhos.

Ficamos andando pelo parque, abraçados e conversando coisas idiotas.

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- COMO É QUE É? – gritei levantando e batendo com tudo as mãos na mesa.

- Por que você sempre grita quando eu venho aqui? – Scooter disse.

- Porque suas idéias sempre são absurdas! – joguei as mãos pro alto.

Olha o que o gênio do Scooter quer: UMA TURNÊ MUNDIAL EM 4 MESES!

- Olha, não é absurda! Temos que fazer uma turnê, certo? Por que não uma turnê mundial?

- Faz uma turnê mundial em um ano! Não em quatro meses! Se quer matar o coitado? – falei apontando Justin que revirou os olhos.

- Muito obrigado por me defender, mamãe – falou e eu bufei – Pode ser legal. Eu topo!

- O chefe falou! – Scooter sorriu.

- AH TÁ! AGORA VOCÊ FICA DO LADO DELE! – gritei pro Bieber.

- Quer parar de gritar? – ele disse com uma sobrancelha arqueada. Aaaaaaaaah! Eu odeio quando ele faz isso!

- NÃO! – gritei. Tudo bem. Calma, Tori! Respira – Olha aqui. Você não vai aguentar! É o mundo inteiro! É muita coisa!

- Podemos fazer só pela Europa, Ásia e America do Norte – Scott deu de ombros.

- Ah melhorou bastante – falei com ironia – E você não pode excluir outros países se a turnê é mundial.

- Você quer melhorar ou piorar? – Bieber disse.

- Cala a boca! Scooter, o Brasil é o país que tem mais Beliebers. A turnê seria mundial, certo? Então tem que ser no mundo inteiro! Mas você não pode querer isso em quatro meses! – falei mais calma.

- Olha Tori, eu entendo sua preocupação, mas vai ficar tudo bem! Já tenho tudo preparado! Vamos começar aqui no Estados Unidos, depois Canadá, Japão e Europa – Scooter sorriu.

Voltei meu olhar para Justin que tinha o olhar concentrado.

- Tudo bem – ele disse por final e eu suspirei saindo da sala.

Inacreditável!

- Depois não digam que eu não avisei! – falei me jogando no sofá e ligando a televisão.

Pude ouvir os dois começando a falar sobre a turnê. Isso não iria dar certo. Eu tinha certeza.

- Podemos terminar a turnê aqui em Atlanta – ouvi Justin dizer.

- Sim e depois podemos lançar um novo CD! – Scooter falou com uma voz que dizia: “Eu sou genial!”.

- Acústico! – Justin exclamou animado.

Essa era uma boa ideia. Um CD acústico. Algumas pessoas não acreditavam que Justin podia cantar sem todo o equipamento eletrônico e ele poderia mostrar que estavam errados. Eu adorava quando Justin cantava somente acompanhado do violão.

Mas mesmo assim, acho que eles estavam indo rápido demais.

- Por que vocês não fazem um filme? – falei sarcástica e olhei pra eles.

Os dois me fitaram com os olhos arregalados e a boca aberta. Oh-oh!

- Por que vocês estão me olhando como se eu tivesse dado uma ideia? – Justin sorria cada vez mais – Por favor, não me diga que eu dei uma ideia! – falei fazendo uma careta.

- Tori, você é simplesmente um gênio! – Scooter disse e Justin assentiu.

- Não! Eu não sou! Foi uma piada! Eu tava zuando! Ah droga! – falei passando a mão pelo rosto.

- Não só um filme sobre a turnê, mas sobre sua vida!

Ok, eu sou uma anta! Por que mesmo eu fui abrir minha boca?

- Podemos chamar a Jasmine pra fazer as aberturas dos shows...

- OPA OPA OPA! COMO É? NÃO! DE JEITO NENHUM! NUNCA! – me levantei e voltei até onde eles estavam conversando.

- Lá vem! – Scooter disse revirando os olhos.

- A Jasmine? Olha, não quero ser chata, mas até EU canto melhor que ela! – Eu cantava MUITO mal! Sério mesmo! Tá bom, nem tão mal assim! Até que eu tinha uma voz afinada, mas não era uma cantora da vida!

- Ahan, e eu sou filho Einsten! – Justin disse sarcástico.

- Por que a Jasmine? Chama a Avril Lavigne pra abrir seu show! Adoro ela! – sorri.

- Porque a Jasmine tá começando...

- Quer alguém que tá começando? College 11! Eeeee! Sem Jasmine! – falei e ele revirou os olhos.

- Qual seu problema com a Jasmine? – Ela é simplesmente uma vadia psicopata com cabelo de Bombril! [n/P: Nada contra cabelos cacheados, o meu é!]

- Só não gosto dela – dei de ombros.

- Olha, você nem vai ver ela direito, ok? Fica calma! – NÃO DA PRA FICAR CALMA!

- Tá. A turnê é sua. Faz o que você quiser! Desde que eu não veja a cara dela, tá de boa! – falei indo pro meu quarto.

MERDA!