- A GENTE VAI PRO HAWAI? – gritei com os olhos arregalados.

Justin assentiu rindo da minha reação.

- AAAAAAAAAAH MANOOOO! EU SEMPRE QUIS IR PRO HAWAI! JUSTIN EU TE AMO! – pulei no pescoço dele e comecei a beijar todo o rosto dele.

- Eu sei disso, agora para de gritar e de me beijar! – ele disse rindo.

- Uii, desculpa ai, senhor super famoso que vai pro Hawai e não pode ser beijado – me afastei dele e sentei no sofá.

- Muito engraçado – falou indo em direção a porta.

- Onde você vai? – perguntei olhando pra ele.

Ele sorriu timidamente e eu bufei já sabendo a resposta.

- Prometo que amanhã nós vamos ficar a tarde inteira juntos – ele sorriu e eu perdi o fôlego.

- Nós vamos ser obrigados, idiota! Vamos estar no avião – falei controlando a respiração.

- Mesmo assim – ele deu de ombros.

- Vai logo, Justin! – fiz um gesto indicando pra ele sair e me levantei – E não precisa voltar, não – murmurei baixo subindo as escadas para ir ao meu quarto.

Eu não podia evitar ficar irritada com isso. Ultimamente Justin está fazendo mais sucesso, vai pra lá e pra cá, não para em casa. E quando fica em casa ele simplesmente da um jeito de ir encontrar com a Caitlin.

Mas o que eu posso fazer, não é? Exigir a presença dele? Não! Eu seria mais egoísta ainda.

Sentei ao piano que ficava encostado em um canto do quarto, um piano digital.

Comecei a tocar uma das poucas músicas que escrevi junto com Justin. Essa eu tinha escrito a maior parte sozinha e tinha um significado. Um significado muito importante pra mim.

That should be me holding your hand
That should be me making you laugh
That should be me, this is so sad
That should be me, that should be me
That should be me feeling your kiss
That should be me buying you gifts
This is so wrong, I can't go on till you believe
That should be me
That should be me

- Essa é uma das minhas músicas preferidas! – ouvi Pattie falar baixo e dei um pulo – Desculpe-me, não queria te assustar.

- Tudo bem – murmurei voltando os olhos para as teclas do piano.

- Não fique brava, Justin tenta conciliar seu tempo entre todos nós, mas ele está apaixonado – ele disse se sentando na minha cama.

- Humpf, apaixonado – murmurei – E eu não to brava.

Ela sorriu docemente. Eu adorava esse sorriso. Mostrava que ela estaria lá pra tudo e que sempre cuidaria de mim. Desde que minha mãe morreu, Pattie tem sido minha mãe. Afinal, elas eram melhores amigas.

- Querida, eu sei mais sobre você do que você mesma – ela falou.

- Filosofou, Tia Pattie. Mas eu não estou brava, sério!

- Eu sei que não. Você está com ciúmes – Nice, agora Pattie lê emoções!

- Ciúmes? Do Justin? Não! – menti, como uma última tentativa.

- Tori, acha que eu não sei o que essa música significa pra você? Acha que eu não sei por que você fica chateada quando Justin fica com a Caitlin? – Não, sério, to com medo agora.

- Eu não... É que – tentei falar mais alguma coisa, mas não conseguia achar uma resposta – Isso não importa! – finalmente falei – Justin está feliz! É só isso que basta.

- Você não acha que devia contar pra ele? – ela perguntou com cautela.

- Não. Não vou estragar nossa amizade! Prefiro que ele me ame como sua melhor amiga, do que me odeie! – falei segurando o choro. É claro que eu queria contar a ele! Mas eu sabia que isso iria estragar tudo.

- Faça o que você achar melhor – Pattie me abraçou e saiu do quarto me deixando a sós com meus pensamentos.

Deitei na cama e fechei os olhos. Uma lágrima escorreu na lateral do olho e eu adormeci em meio a pensamentos.

xxx

EU TO NO HAWAI! DA PRA ACREDITAR NISSO? NO HAWAI! HA-WA-I!

- Não acredito nisso! – falei com os olhos brilhando.

Estávamos chegando no hotel. Olhava pra todos os lados, exceto pra frente. O que me levou a esbarrar em algum ser na porta do hotel de luxo.

NOSSA! VO COMEÇAR A ANDAR OLHANDO PRO CÉU AGORA! Pensa no Logan Lerman. Agora pensa nele 1000 vezes mais bonito. O menino que eu esbarrei é mais bonito! Sério.

- Ah... f-foi mal – Falei sorrindo sem graça.

- Tudo bem! – ele me ajudou a levantar – Sou Caio – estendeu a mão.

- Victoria, mas pode me chamar de Tori – peguei sua mão.

- Vamos, Tori? – Justin chegou ao meu lado com uma cara de durão. Aff!

- Caio, esse é Justin, Justin, Caio – apresentei e eles apenas se encararam – Então tá né! Bora Justin! Prazer te conhecer Caio – sorri pro garoto que sorriu e seus olhos azuis brilhararam.

- O prazer foi meu, Tori. Justin – ele acenou com a cabeça e saiu.

- Tori? Que tipo de pessoa já conhece alguém e chama pelo apelido! Que intimidade hein...

- Cala a boca Bieber! – falei rindo.

- To falando sério, Tori – olhei pra ele que estava com uma cara muito brava. Ainda assim lindo. Por mais que Caio seja um deus grego lindíssimo, Justin é mais lindo. É, talvez o amor seja cego!

- Justin, não viaja! Só esbarrei com ele! Provavelmente nunca mais vamos nos ver – falei com um tom de desapontamento.

Justin bufou enquanto entrávamos no elevador.

Assim que as portas se fecharam ele pegou minha mão e apertou, como sempre fazia.

- Então, vamos na praia mais tarde? – perguntei tentando iniciar um assunto.

- Vai querer encontrar o Caio? – ele falou o nome do garoto como se fosse um palavrão.

- Depois reclama do jeito que eu falo “sua namorada” – falei destacando as palavras.

Olhei pro chão. Sem saber o que pensar.

- Desculpa – ele falou e o elevador abriu.

- Não – soltei a mão dele e sai pro corredor.

- Ah! Qual é, Tori!

- Justin, eu, sinceramente, não te entendo! – ele me olhou confuso – Primeiro, você não tá nem ai comigo. “Ai a Caitlin é isso, é aquilo! Eu vou lá ficar com a Caitlin”. Depois eu chego aqui, falo com um menino que eu esbarrei sem querer e você fica todo bravinho! Ah, fala sério!

- Se tem ciúmes da Cailtin? – ele perguntou divertido.

- NÃO MUDA DE ASSUNTO NÃO! – falei levantando um dedo.

- Tudo bem, desculpa! Desculpa por ter sido infantil agora, desculpa por ficar mais com a Caitlin do que com você! – ele veio se aproximando. Mordeu o lábio e sorriu. AAAAH PARECE QUE FAZ SÓ PRA ME PROVOCAR!

- Tá, desculpo! Agora, me dá a chave do meu quarto – ele estendeu a chave e quando eu fui tirar ele puxou – AEE!

- Se tem ciúmes da Caitlin? – segurou a chave no alto.

- Não quer me dar a chave? Tá bom, eu fico aqui – falei me sentando no chão ao lado das malas.

Ele levantou uma sobrancelha e eu cruzei os braços emburrada.

- Você prefere ficar ai a noite inteira à me responder? – falou.

Não respondi.

- Criança! – murmurou jogando a chave do quarto pra mim. Sorri triunfante.

Entrei no meu quarto, peguei as malas e fechei a porta com tudo na cara dele.

Me joguei na cama olhando pro teto. O que aconteceu?