Livre Arbítrio: Eu Escolho Você. escrita por MilaBravomila


Capítulo 28
Capítulo 28




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Eu não sabia o que estava sentindo. Cam estava me beijando e eu... eu... estava correspondendo. Ele me apertava contra seu corpo quente e forte e eu me peguei passando os braços em volta do pescoço dele ao invés de empurrá-lo para longe. Eu não estava pensando, mas meu corpo, de repente, sentiu uma necessidade incontrolável de estar com ele. O beijo de Cam era profundo e assustadoramente sedutor e apaixonado. Suas palavras vinham a minha mente como marteladas enquanto eu entrelaçava meu corpo junto ao dele, será que ele disse a verdade? Será que ele estava realmente apaixonado por mim?

Cam sempre despertou em mim uma coisa meio doida. Era como se fosse uma atração forte e ao mesmo tempo errada. Eu não tinha a menor dúvida do que sentia por Daniel. Era ELE a razão da minha existência. Estar com Daniel me completava, me trazia uma felicidade sem igual. Com Cam era diferente. Sempre que estava ao lado dele, me sentia inquieta, esquisita. Ele me deixava totalmente desconfortável. Essa noite ele tinha dito que estava apaixonado por mim e que sabia que eu sentia medo dele – ou da atração que eu sentia por ele. Cam estava certo, sua presença era capaz de mexer comigo de um jeito diferente do que Daniel fazia, eu só não sabia o que era ainda.

Nosso beijo evoluiu consideravelmente. Apesar da minha confusão mental deixei meu corpo comandar minhas ações. No meu íntimo eu desejava por isso. Meus dedos  se entrelaçaram nos cabelos negros e grossos dele, que me apertava firme contra si. Senti todo meu corpo queimar com o calor que emanava dele e tudo só piorou quando uma de suas mãos escorregou para minha coxa, trazendo-a para cima. Automaticamente minha perna se enrolou em seu corpo e senti a respiração dele acelerar. Com um impulso ele me colocou contra o espelho a poucos metros, nunca deixando de me beijar ou de apertar firmemente meu corpo. Eu não estava pensando em nada, estava apenas sentindo toda a intensidade do que estava acontecendo entre nós. Ele me excitava, me fazia querer mais. Nosso beijo era selvagem e faminto e eu me entreguei tanto que me fez lembrar da última vez que fiz amor com Daniel, quando nós nos entregamos aos nossos instintos mais selvagens. Daniel...

- Pára!... Cam... pára, por favor! – minha voz saiu fraca, implorante. Minha consciência doía, mas eu não queria para de beijá-lo. Me odiei por não conseguir parar de apertá-lo contra mim, mesmo pedindo para que parasse.

Ele estava tão entregue quanto eu, ou mais, muito mais. Ele respondeu com os lábios tocando os meus, sua voz era um sussurro, seus olhos fechados.

- Lucinda... me pede qualquer outra coisa no mundo, mas não me pede pra parar de beijar você.

Minhas mãos desceram de sua nuca para seu peito, onde consegui fazer uma mísera pressão.

- Por favor... – minha voz era um fisco, eu era um fiasco!

Ele pôs as mãos em meu rosto, emoldurando-o. Sua testa colada a minha.

- Eu disse qualquer outra coisa, menos isso.

Segurei seus pulsos e mesmo ali, pude perceber seus batimentos acelerados, talvez tanto quanto os meus. Uma onda de remorso intenso começou a crescer dentro de mim.

- Cam, eu amo Daniel e... isso foi... totalmente errado. – falei olhando em seus olhos verdes profundos. Estávamos tão próximos. Seus lábios ainda estavam úmidos com minha saliva e uma parte de mim queria beijá-lo mais e mais.

Ele não respondeu, ficou apenas me olhando, seus dedos acariciando minha bochecha.

- Você é tão linda... seu beijo é tão bom... – ele sussurrava pra mim com os olhar percorrendo meu rosto.

Me senti corar. Que merda! Eu estava perdendo o juízo completamente!

Ele sorriu por me ver ficar vermelha e eu tive que tentar algo para sair daquela situação – mesmo não querendo tanto assim...

- Você disse pra eu te pedir qualquer coisa, então eu te peço pra me deixar sozinha, por favor.

Seu olhar se entristeceu levemente e ele se afastou um pouco, mas uma de suas mãos continuou em meu rosto, me fazendo carinho.

- Eu estou apaixonado por você.

- Eu sei, você já me disse isso. – respondi o melhor que consegui.

- Mas agora você acredita em mim.

Não foi uma pergunta. Ele estava afirmando o que viu em meus olhos: eu acreditava nele agora e tudo estava ficando muito pior.

- Olha... – comecei – eu não sei o que aconteceu aqui, mas eu quero que saiba que eu amo Daniel e sempre vou amar. Não quero que você pense o contrário só porque a gente...

- Ah, Luce, me poupe desse papo de “eu não quero iludir você”. Eu sei muito bem onde estou me metendo. – Cam me interrompeu usando seu velho tom cínico de sempre.

- Ah, é? – perguntei um pouco surpresa pela resposta dele.

- É.

- Então você sabe que entre a gente... isso nunca mais vai acontecer, ou qualquer outra coisa que você esteja pensando que vamos fazer. – falei me recompondo. Cruzei os braços na tentativa de parecer mais decidida.

Ele riu.

- Você fala de um jeito como se eu estivesse me aproveitando de você, como se você não tivesse curtido também.

- Eu não disse isso, sei das minhas responsabilidades. – respondi séria. Eu realmente sabia que tinha feito merda – Eu só quero dizer que não vai se repetir.

- É? E o que exatamente não vai se repetir? – ele perguntou novamente se aproximando – Isso... – ele falou levando a mão para minha nuca e se aproximando para outro beijo.

Ele parou a milímetros dos meus lábios e minha genial idéia foi ficar sem ação – novamente.

- Ou isso... – continuou ele, mas dessa vez sua boca foi para meu pescoço, onde começou a traçar um caminho de beijos rápidos e suaves. Meu estômago parecia um abrigo de borboletas.

Mais uma vez ele me deixou sem ação. Seu corpo fechou totalmente o espaço entre nós e sua boca quente continuava em meu pescoço, descendo lentamente na direção de meus ombros. Minhas mãos desceram pelas costas dele e quando me peguei fechando os olhos, eu soube que era a hora de me afastar.

Ele percebeu minha decisão de parar e – graças a Deus – respeitou-a.

- Eu vou embora. – falei ainda um pouco sem ar.

Eu estava com as costas grudadas no espelho, onde ele apoiou os braços me cercando. Seu olhar era intenso, repleto de fogo e paixão. Nós nos encaramos em silêncio e eu esperava internamente que ele não forçasse nada. Por um momento eu achei que ele não me deixaria ir. Mas de repente ele deu um passo para o lado e baixou um dos braços, abrindo caminho para que eu saísse.

Nem esperei pra ver ou ouvir nada dele, apenas corri em direção ao casaco largado no chão e o peguei antes de sair da sala correndo implorando em pensamento para que ele não me impedisse. Nem me importei em desligar o som ou pegar meu MP4, eu só queria me afastar de Cam e de tudo o que tinha acontecido ali. Aliás, eu queria esquecer de todo o dia de hoje.

Passei voando pelas áreas comuns, onde os nephilins aproveitavam o fim do dia. Fui correndo para meu quarto, mas pareceu uma eternidade chegar nele. Entrei mais que depressa, tranquei a porta e fui para o chuveiro. A ducha quente caiu sobre o meu corpo e eu rezei para que ela pudesse me ajudar a aliviar a tensão, a culpa e o remorso.

Eu fiquei vários minutos apenas me concentrando na água que caía sobre mim. Lentamente comecei a tentar achar uma explicação para o que tinha acontecido – se é que existia uma! Eu relembrei de tudo o que Daniel me contou, e de tudo o que fiz com Cam e como me senti com ele. Eu queria acreditar que a mágoa que estava sentindo por Daniel tivesse sido o motivo da minha traição, ou então, talvez fosse apenas o jeito deturpado e inconseqüente que minha mente insana encontrou de se vingar dele por ter mentido pra mim, sei lá. Mas em meu íntimo eu estava certa de que a atração por Cam sempre existiu, e eu não sabia o que fazer com ela. Era como se houvessem dois compartimentos em mim: um, o maior, era preenchido por Daniel e por nosso amor de tantos séculos; o outro, uma parte bem menor, mais significativa, era a atração que eu sentia pelo demônio que acabara de beijar.

Saí do banho com a cabeça latejando. Vesti uma regata de malha e meu shorts de cotton curtinho que eu adorava para dormir e me enfiei embaixo do edredom. Liguei a TV apenas para que o quarto não ficasse num silêncio agonizante, mas minha atenção não estava no filme que passava, estava dividida entre duas figuras distintas: um anjo loiro, lindo e perfeito e um demônio quente e sedutor.

Depois de mais de uma hora eu finalmente caí num sono pesado, mas gratificante, e nem percebi quando alguém entrou voando pela minha janela e depositou meu MP4 sobre a escrivaninha.

...

Durante o café da manhã eu me senti desanimada e cansada. Uma voz impertinente na minha cabeça me dizia que eu deveria contar a Daniel tudo o que aconteceu. Peguei um pedaço de melancia e um cacho de uvas verdes e me sentei à mesa, a mais isolada possível. Tanta coisa tinha acontecido que eu esqueci completamente da minha performance inusitada desafiando Daniel para meu duelo avaliativo no dia anterior- e perdendo vergonhosamente. Foram os olhares tortos dos outros alunos que me fizeram lembrar deste fato.

- Oi. – alguém disse ao longe.

- Oooi. – A voz repetiu perto de mim.

Virei-me para trás por puro reflexo, minha vontade era de estar bem longe dali. Quando reparei vi que era Shelby e ... Miles!? Ambos com suas bandejas de café.

- Oi. – respondi rapidamente, voltando à realidade.

- Você está em outro mundo, garota! – Shelby disse enquanto se sentava ao meu lado. Eu não respondi, apenas fiquei encarando Miles, que me olhava gentilmente.

- Oi. – ele disse baixinho com um tímido sorriso.

- O-oi. – respondi também sorrindo. Era tão bom vê-lo de novo.

- Como você está? Ele perguntou sentando-se a minha frente.

Dei de ombros. Não queria nem pensar no que aconteceria se eles soubessem o que eu fiz ontem à noite.

- E você? – perguntei esperançosa. Eu me odiava por magoá-lo tanto.

Miles acenou brevemente, mantendo o sorriso no rosto. Respirei fundo aliviada. Parece que nós iríamos passar por isso.

- Agora que vocês já são amiguinhos novamente, você podia fazer o favor de nos contar o que diabos você fez ontem? – Shelby perguntou veemente, se referindo a minha inusitada idéia de desafiar Daniel para o duelo – No que você estava pensando pra fazer uma loucura daquelas?... E logo no dia que EU não estava lá?

- Shelby... – Miles advertiu.

- Não, tudo bem... – eu interrompi – Bom...

Comecei a contar a eles o que tinha acontecido, de forma resumida, é claro. Contei tudo o que Daniel me falou sobre eu ser a peça fundamental da guerra entre os caídos e de tudo o que pode se suceder. Eles ficaram tão aturdidos quanto eu, quando ouvi as palavras de Daniel.

- Nossa...inacreditável. – Shelby exclamou. Ela estava tão impressionada, que até tinha parado de tomar seu café.

- E... o que você vai fazer agora? – Miles perguntou. Ele estava preocupado e surpreso.

- Nada. – respondi – quer dizer... o que eu poderia fazer? Eu não posso simplesmente dizer que desisto de tudo e ir embora. Não posso arriscar o destino deles. Se alguma coisa acontecer comigo, todos estarão perdidos, eu não posso me arriscar.

Um silêncio caiu entre a gente e nós três pulamos de susto quando o sinal tocou, informando que as aulas já estavam começando.

As aulas da manhã pareceram não ter fim. Na semana seguinte seriam realizadas as provas finais e eu não estava com cabeça para isso, de jeito nenhum. Era como se nada mais importasse na minha vida.

Pouco antes de Francesca nos liberar para o almoço, ela tocou no segundo assunto mais badalado entre os nephilins: o baile de fim de ano – é claro que minha derrota para Daniel ainda estava no topo da lista.

- Eu sei que todos estão muito ansiosos com o baile de fim de ano, mas eu quero lembrar a todos que as provas finais devem ser o foco de vocês essa semana e na outra. – ela falou com a graciosa voz angélica que nos prendia a atenção.

- Que estranho – comentei baixinho com Shelby, que estava próxima a mim. – Eu não estou vendo os alunos se movimentando para os preparativos.

- Aqui não á assim. – ela respondeu se inclinando em minha direção – são os anjos que organizam tudo para o baile.

- Sério? Não somos nós? – perguntei intrigada.

- Não – ela disse – é como se fosse um presente deles pra nós, sei lá. É por causa dessa coisa de nephilins ajudarem eles na causa, vai entender...

Com o fim da aula, fomos nos encaminhando para o almoço. Fiquei particularmente contente por Francesca ter tocado no assunto baile, porque parece que todos me esqueceram um pouquinho. Eu podia ouvir as meninas fofocando sobre roupas e garotos, ao invés do “mico da Lucinda”. Eu, por outro lado, nem queria saber de festa.

- E aí? Animados pro baile? – Arriane perguntou surgindo atrás de nós.

- É claro. – falei sem entusiasmo.

- Uhuu... – Miles repetiu meu tom deprimente. Apenas Shelby parecia realmente animada.

- Ah, qual é? Que tipo de jovens vocês são afinal? – Arriane perguntou parando na fila conosco.

- Do tipo que têm muita coisa na cabeça pra se preocupar com festa? – Miles respondeu irônico. – Além disso, - ele acrescentou – os nephilins fazem festas toda semana mesmo, qual a diferença?

- Você nunca foi a uma festa organizada por mim, garoto. – Arriane respondeu cruzando os braços sobre o peito. Ela parecia irritada.

- Ok... – falei tentando apaziguar. – Por que a gente não...

Minha voz travou no exato momento que aviste Cam entrando no restaurante. As borboletas voltaram a habitar meu estômago.

Ele se aproximou de nosso grupo e minha fome foi embora instantaneamente.

- Oi. – ele falou alegremente. Pareceu ser para todos, mas seus olhos estavam fixos em mim.

- Você acredita que eles estão subestimando o baile de fim de ano? – Arriane perguntou a ele indignada, alheia a tensão entre nós.

Cam sorriu e respondeu:

- Só não deixa Roland ficar sabendo disso.

- Ai meu Deus! Vocês estão me deixando louca com toda essa antecipação! – Shelby exclamou – Quero que chegue logo!

Então Arriane começou a conversar com ela sobre as festas anteriores organizadas por ela e Roland. Parece que este seria o primeiro baile deles em Shoreline. Sheylby se esqueceu do resto do mundo e se aprofundou no papo com Arriane. Isso me fez ficar entre Miles e Cam, que não perdeu tempo para falar.

- Podemos conversar em particular?

- Me desculpa, mas não. – respondi apressada e acrescentei – Com licença eu preciso fazer uma coisa antes das aulas da tarde. – e saí o mais rápido possível sem olhar pra trás.

Eu não podia nem pensar em ficar sozinha com ele novamente. Fui me encaminhando pro meu quarto, pra fazer aquela coisa imaginária que surgiu brilhantemente em minha mente. Meu Deus! Eu não poderia ficar fugindo dele pra sempre. E eu nem queria imaginar o que faria quando visse Daniel novamente, será que ele me perdoaria pelo que fiz?

Quando estava prestes a alcançar a porta do meu quarto eu senti alguém se aproximando.

Virei rapidamente, o coração acelerado. No mesmo instante Cam estava me imprensando contra a porta, seu rosto a centímetros do meu.

- Você tá fugindo de mim, ou é apenas impressão minha? – ele perguntou sorrindo.  Uma de suas mãos na parede, a outra afagando meu cabelo.

- Que susto! O que você está fazendo? – falei nervosa.

- Desculpa. Não quis assustar você. – seu sorriso era doce e seu perfume inebriante demais para que eu pensasse em outra coisa.

- Posso beijar você agora? – ele perguntou num sussurro se aproximando lentamente. Os olhos dele estavam fixos na minha boca e eu fiquei tensa com aquela voz rouca perto de mim. Por que eu não estava negando?

Cam sorriu ainda mais e me beijou. Novamente eu não resisti a ele, que me pegou pela cintura de forma delicada e me abraçou enquanto me beijava. Mais uma vez eu senti tanta paixão vinda dele que me perturbou. Ele não estava sendo agressivo, ele estava sendo perfeito... Perfeito pro desejo que meu corpo sentia, perfeito pra atender essa minha louca necessidade dele. Mas em algum lugar, de alguma forma, era uma perfeição limitada. Eu sei que é insano, na sei explicar. Era como se toda essa perfeição fosse até um certo ponto, a partir do qual ele não mais poderia me atender. E eu sabia exatamente o motivo: eu não o amava.

- Cam... – falei baixinho. Decidi não jogar com agressividade ou teimosia, eu iria jogar baixo, tocar na ferida dele. Eu sabia que não era justo, mas era a única forma dele me escutar e, quem sabe, me ouvir.

- Luce... – ele também sussurrou pra mim. Cam não tinha entendido que eu estava tentando falar com ele.

- Cam, por favor. – eu falei encarando seu rosto perfeito. Meu tom era o de uma criança fazendo manha, implorante.

- Ele não abriu os olhos, mas parou de me beijar. Acho que ele já sabia o que vinha e estava tentando não me encarar. Mas eu ia prosseguir.

- Por favor, não faz mais isso. Eu tô implorando... – minha voz era baixa e chorosa. Eu estava tentando amolecer o coração dele, sem brigas, sem desafios, somente usando o que ele sentia por mim a meu favor.

Ele respirou fundo antes de abrir os olhos e me encarar. Eu não identifiquei o que ele estava sentindo, mas me parecia como uma dor leve ou um incômodo.

- Por favor... – continuei pedindo, encarando-o diretamente.

Era como se ele estivesse paralisado. Apenas alguns instantes se passaram até que ele dissesse:

- Não fala assim comigo. – ele falou franzindo a testa. Seu semblante era de irritado.

Eu fiquei sem saber o que fazer. Achei que meu plano daria certo, mas eu tinha, sei lá, irritado ele?

- Por favor... – insisti. Minha voz era quase inexistente, meu olhar, profundo.

Ele pôs uma das mãos em meu rosto, apertando minhas bochechas entre o dedão e os outros dedos. Não estava me machucando, mas era como se estivesse me repreendendo. Eu continuei a encarar aquele rosto irritado a centímetros do meu e o silêncio só era quebrado mela minha respiração acelerada. Ele perecia que iria me bater, de tão furioso. Mas então eu percebi o que estava acontecendo: ele estava com raiva dele mesmo por estar cedendo ao meu pedido. Eu estava jogando sujo falando com ele desse jeito, mas era minha única chance e ele estava furioso por não conseguir me dizer que não.

- Eu já disse pra você não me pedir isso. – ele falou controlando a voz.

Fechei os olhos e esperei. Ele apoiou a testa na minha e sussurrou:

- Eu quero você pra mim, Lucinda. Eu não posso ficar sem ter você.

Minha respiração acelerou ainda mais, eu não sabia o que fazer. Ele pressionou levemente seu corpo contra o meu e com as mãos começos a alisar meus cabelos. Minhas mãos estavam paralisadas ao lado do meu corpo, não me atrevi a tocá-lo. Meus olhos ainda fechados.

- Não me pede mais pra me afastar de você, não fala mais assim comigo porque eu não posso resistir a você... – ele disse com a boca ainda mais perto da minha. Nossos lábios se tocando levemente.

Instantes depois eu ouvi um barulho muito alto, como de alguma coisa pesada caindo no chão. Abri meus olhos assustada. Cam estava caído a alguns metros de distância, quase no fim do corredor e na minha frente, de pé, estava Daniel.


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Notas finais do capítulo

E aih??? Comments??



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