Livre Arbítrio: Eu Escolho Você. escrita por MilaBravomila


Capítulo 20
Capítulo 20




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Eu estava tremendo, mas não só de frio. Eu sabia que tinha magoado Miles e me odiava por isso. Corri até o prédio dos dormitórios e fui até o meu quarto, no segundo andar da ala feminina. Já não sentia mais fome ou cansaço, apenas uma tristeza imensa em meu peito. Entrei no quarto escuro e quente e fechei a porta atrás de mim. Meu coração disparou quando senti a presença de alguém se aproximando por trás, no escuro. Meu reflexo estava aguçado, mas meu corpo, lento e fadigado. Eu tentei avançar sobre meu invasor, mas minhas respostas não foram rápidas o suficiente. Senti um par de braços fortes, quentes e familiares me envolvendo. Daniel.

- Calma meu anjo, sou eu. – ele falou me abraçando, contendo meu ataque inútil.

Eu imediatamente relaxei e então, comecei a soluçar em seus braços.

- O que foi, Luce? O que aconteceu? – ele perguntou aflito pela minha reação. Eu chorava compulsivamente.

Não respondi de imediato, simplesmente continuei chorando em seus braços e me apertei contra ele.

- Calma, meu anjo. Você está ferida? – ele me perguntou enquanto me levava pra cama.

Eu neguei com a cabeça, ainda sem dizer nada. Ele pareceu relaxar um pouco e se deitou ao meu lado na cama, ainda me apertando contra si. Seu colo era a única coisa no mundo capaz de me acalmar.

- Eu sou um monstro! – eu falei entre soluções alguns minutos depois, afundando minha cabeça em seu peito encharcado de lágrimas.

- Por que, amor? O que houve? – suas perguntas eram suaves, seu tom, tranqüilizador.

- Eu... Miles...– comecei, incapaz de terminar.

- O que tem ele? Vocês brigaram? – ele pareceu adivinhar.

Eu concordei.

- Se acalma meu anjo, me conta o que houve.

Eu comecei a respirar fundo e com isso minhas lágrimas, finalmente, pareceram diminuir. Com uma voz ainda irregular, eu expliquei:

- Eu discuti com ele... disse coisas horríveis, que não deveria ter dito...

- Às vezes, quando estamos zangados, nós dizemos coisas que não gostaríamos de dizer, é normal. – ele começou a afrouxar seu aperto. Com suas mãos, enxugou o excesso de lágrimas em meu rosto.

- Você não compreende, eu o magoei de verdade. Ele nunca vai me perdoar.

- Ele ama você Luce, ele vai perdoar.

Daniel pronunciou a palavra ama de uma forma diferente, eu não julguei que fosse apenas no sentido de amigos.

- Ele... ele – novamente eu falhei em continuar.

- Ele ama você, não ama? Ama como mais que amiga, não é? – Daniel perguntou diretamente, mas seu tom era calmo e absolutamente livre de qualquer sentimento negativo.

Eu afirmei com a cabeça. Era inútil esconder.

- E vocês brigaram pelo o que nós fizemos, foi isso?

- Foi. Eu... perdi a cabeça, eu fui rude demais. Mas eu não agüento mais as pessoas de fora nos julgando, nos dizendo o que fazer, Daniel!

Ele me deu um beijo suave nos lábios.

- Eu sei meu amor. Não se preocupe, ele vai perdoar você, eu juro. Fica tranqüila, ele vai entender.

Deixei suas palavras penetrarem em mim. Aos poucos eu comecei a me acalmar, mas o aperto em meu peito ainda estava lá. Acho que Daniel tinha razão, eu e Miles iríamos nos entender, ele só precisava de um tempo e eu daria esse tempo a ele. Eu tentei me colocar em seu lugar e entender seu ponto de vista. Eu podia compreender sua preocupação e raiva, afinal, ele me amava, mas acho que essa discussão iria acontecer mais cedo ou mais tarde. Ambos estávamos magoados, então não era a hora de julgar ninguém. Quando fosse o momento certo, eu pediria desculpas.

Aninhei-me contra o corpo quente que me envolvia. Era tão bom sentir seu cheiro, seu calor.

- O que você está fazendo aqui? – perguntei depois de um tempo enquanto limpava do rosto a úmida trilha que as lágrimas haviam deixado.

- Vim ficar com você. – ele respondeu de forma simples.

- Ficar tipo, passar a noite ou apenas dar boa noite? – perguntei esperançosa, passando as mãos em meu curto cabelo ainda molhado. Eu não tinha certeza se isso adiantaria muito, eu devia estar péssima depois de pegar aquela chuva e chorar feito criança.

Senti-o sorrir.

- Ficar tipo passar a noite ao seu lado, se você quiser, é claro.

- É claro que eu quero! – respondi rápido demais. Eu era mesmo idiota.

Ele riu e me beijou novamente.

- Sabe... eu quase interrompi sua luta hoje cedo. – ele revelou em um tom esquisito, como se estivesse revivendo o momento, mudando completamente de assunto.

- Você pensou que eu ia me machucar de verdade?

- Não. – ele respondeu prontamente – eu não permitiria que ele a machucasse seriamente – eu só... não queria ter você tão exposta... eu não queria que você precisasse...

- Shh.. – o interrompi, colocando minha mão sobre seus lábios. – você sabe o que significa pra mim, não sabe? – perguntei me virando para encará-lo no escuro. Mesmo sem poder enxergá-lo, eu podia senti-lo.

- Eu sei... só que é insuportável pra mim pensar em perder você de novo. Eu acho que não agüentaria perder você dessa vez. – ele sussurrou.

- Você não vai me perder, meu amor – eu disse aproximando meu rosto do dele até nossas testas se tocarem – eu não vou deixar você, prometo.

- Ele agarrou minha cabeça com as duas mãos e me pressionou mais contra a dele, mantendo nossas bocas afastadas apenas por uma distância irrisória.

- Você não diz que eu sou seu anjo? – perguntei baixinho, ainda mantendo o quase inexistente espaço entre nossos lábios. Sua respiração forte contra mim.

Ele sacudiu a cabeça em afirmação.

- Você É meu anjo. – ele falou com uma certeza definitiva.

- Então – eu continuei – como eu poderia te deixar? Anjos estão sempre por perto, não estão? – sussurrei pouco antes de beijá-lo da maneira mais doce e apaixonada que consegui. Ele estava sempre aqui pra mim, sempre ao meu lado, me confortando, me protegendo. Eu tinha que mostrar pra ele que eu também estaria sempre aqui pra ele, que eu seria seu anjo, assim como ele era o meu.

Nosso beijo se transformou em desejo puro. Meu corpo doía, mas não pelo dia puxado de treinamento, não de dor e remorso por Miles, mas sim de vontade dele. Todo aquele instinto que surgiu mais cedo no ginásio, ao vê-lo lutar contra Cam, ressurgiu como eletricidade pulsante em mim, em nós.

Daniel começou a tirar minha blusa cinza de lã encharcada de chuva e lágrimas e fez isso tão rápido, que ouvi o tecido rasgando, ao mesmo tempo, eu corria minhas mãos urgentes sobre seu peito musculoso por dentro da blusa. Ele se deitou sobre mim, me beijando ardentemente, suas mãos eram como brasas percorrendo meu corpo seminu. Foi quando de repente, me lembrei do que Arriane me falou e não pude evitar soltar uma risada.

- O que foi? – ele perguntou ofegante sobre mim.

- Arriane pediu pra eu te lembrar que essas paredes são finas demais. – eu disse sorrindo, enquanto passeava com minhas mãos por suas costas largar e perfeitas, já despidas.

Ele sorriu.

- Eu posso resolver isso – Daniel falou com um tom divertido e misterioso.

- O quê? – eu comecei a falar quando ele me pegou no colo e se levantou da cama, me levando junto com ele. Eu estava com meus jeans abertos, descalça e de sutiã. Ele vestia apenas suas calças.

Daniel pegou o edredom da minha cama e me enrolou nele.

- Se segura. – ele disse em meu ouvido, antes de me colocar no colo, devidamente enrolada nas cobertas. Ele chegou perto da janela e a abriu. Eu nem tive tempo de dizer nada, pois ele logo se pôs a voar comigo para o frio da noite, pra longe do meu quarto quente e convidativo – e de paredes excessivamente finas.

- Pra onde estamos indo? – perguntei me apertando ao edredom, mas ele me tinha tão bem enrolada e protegida contra si, que o impacto que senti de frio foi mínimo.

- Pra um lugar onde as paredes não são tão finas. – Ele respondeu instantes antes de pousarmos suavemente em sua varanda.

Eu abri um sorriso e ele me levou pra dentro de seu quarto.

...

Eu, sinceramente, não fazia idéia de como minha segunda noite de amor conseguiu superar a primeira, que já tinha sido perfeita. Mas superou. Era incrível como eu e Daniel estávamos sincronizados um com o outro, era como se ele fizesse o que eu queria antes de eu falar qualquer coisa, mas fazia do jeito dele – ou seja, muito melhor! Sem contar que não havia mais dúvidas ou incertezas e, bem, eu meio que já tinha descoberto como a coisa funcionava. Quer dizer, na primeira vez eu não sabia muito o que fazer porque eu não sabia como era, mas Daniel me deixava tão a vontade, eu não sentia nenhum tipo de inibição ou vergonha, eu podia fazer o que meu corpo exigisse, assim como ele. Daniel sempre era muito gentil e carinhoso comigo - bom, quase sempre . Eu confesso que por várias vezes tanto eu quanto ele nos deixávamos extravasar pra um lado mais selvagem, mais animal... e era aí que a segunda noite superava a primeira. Ele mesclava perfeitamente os momentos de lúxuria e desejo com os de carinho e suavidade que só um homem muito apaixonado conseguia proporcionar, era simplesmente indescritível.

Foi uma idéia realmente boa ele ter me levado pra longe do meu dormitório, porque a gente realmente aproveitou a noite – e quando eu digo realmente quer dizer REALMENTE; eu teria que lembrar de agradecer Arriane por isso. Seria totalmente desconcertante se meus vizinhos de corredor me encarassem com olheiras na manhã seguinte.

Nós estávamos abraçados na cama enorme dele, nossos corpos entrelaçados e satisfeitos. Eu pus minha cabeça em seu peito e ele me abraçou, me mantendo mais próxima, enquanto deslizava a mão por minhas costas nuas.

- Você está sendo uma péssima influência em minha vida acadêmica, professor Grigori - eu falei provocando-o - Daqui a poucas horas eu tenho que estar em sala de aula e não faço idéia de como vou permanecer acordada!

Ele riu e se virou sobre mim.

- Eu tenho - ele disse sedutoramente e começou a traçar um caminho de beijos por meu corpo, começando pelo meu pescoço, descendo lentamente por meus seios e chegando a minha barriga. - Você vai ficar bem acordada, prometo. - ele disse me olhando de um jeito travesso.

Eu pus minhas mãos em seus cabelos, emaranhando meus dedos neles. Daniel baixou a cabeça e repousou-a sobre minha barriga, me abraçando pela cintura. Nos encaramos assim por um longo tempo. Eu me perdi completamente em seus olhos violetas e brilhantes.

- Eu te amo tanto que até dói, sabia? - eu falei de repente, quebrando o silêncio entre nós dois – e até me surpreendendo com a franqueza de minhas palavras. Ele fechou os olhos e inalou profundamente, como se estivesse absorvendo as palavras do ambiente. Um sorriso surgiu em seus lábios.

- Você não faz idéia de como eu estou me sentindo agora. - ele falou abrindo os olhos lentamente.

- Eu sei sim. - respondi sorrindo junto com ele - eu posso ver em você. – falei me referindo aos seus olhos. Após uma breve pausa eu acrescentei:

- Arriane me explicou um pouco sobre seus olhos e do motivo deles serem assim.

- Mas eu acho que você saberia como eu me sinto mesmo que meus olhos não fossem diferentes. – Daniel falou de forma sincera.

Eu comecei a carinhar seu cabelo loiro entre meus dedos e tentava fazer, em vão, alguns cachinhos permanentes, foi quando falei baixinho.

- Ela me disse que você era um anjo especial.

- Todos são especiais, Luce. Não existe diferença - ele respondeu de forma suave.

- Não é verdade. Eu sei que você é diferente, ou era, antes de... você sabe.

- Pode ter certeza de que eu nunca fui tão feliz quanto sou agora, em seus braços.

Não consegui evitar de sorrir. Eu amava ouvir isso dele, era exatamente como eu me sentia.

- Você pode me contar? - perguntei mordendo o lábio inferior. Eu nunca desistia de saber mais e mais sobre sua vida antes de mim.

- O que você quer saber? Como era ser um anjo? - ele perguntou enquanto subia seu corpo para se acomodar. Ele descansou a cabeça em um de meus seios, mas a maior parte do peso ele sustentou com o próprio cotovelo sobre a cama, então não me incomodou - pelo contrário. Com a outra mão ele começou a passear sobre mim bem devagar, acariciando cada pedaço de meu corpo, e eu juro que até eu pude ouvir meu coração acelerar.

- Bom, é... - gaguejei. Ele não estava jogando limpo - Não exatamente... eu queria saber como assim, especial? Anjos não são todos iguais?

Daniel respirou lenta e profundamente. Acho que estava avaliando se iria me responder. Eu torcia que sim.

- Você tem uma certa razão quando disse que anjos são todos iguais, mas assim como os humanos, também existem diferenças, peculiaridades. - ele começou. Minha atenção era total, apesar dele não ter interrompido sua mão quente de passear sobre mim. - Imagine uma empresa. Todos os funcionários são iguais, são funcionários e servem ao dono da empresa. Mas dentro de uma empresa, os diversos funcionários desempenham tarefas diferentes.

- Você quer dizer que existem, tipo, tipos diferentes de anjos, que desempenham tarefas distintas? - perguntei me animando.

- Mais ou menos. Não quer dizer que um é melhor ou mais importante que o outro, mas existe uma hierarquia delicada.
- Bom... hierarquia do tipo anjos que mandam em anjos?

- Sim, apesar de mandar não ser a palavra mais adequada. Não existe a relação chefe-empregado, apenas o respeito pela posição de outro mais desenvolvido.

Eu estava confusa, apesar de suas palavras serem explicativas, era complicado imaginar uma hierarquia angelical. A verdade, é que eu já tinha ouvido falar em querubins e arcanjos e anjos da guarda, mas sempre achei tudo uma grande bobagem, anjos eram anjos, ponto.

- E... como funciona essa hierarquia? - minha curiosidade era superior ao meu espanto. Eu podia duvidar de algo que via na internet, mas como eu poderia duvidar de Daniel?

Ele me encarou, mas não respondeu.

- Olha, - comecei - eu não quero que você seja forçado a me contar nada, eu vou entender se você, sei lá, não puder revelar certas coisas, mas - eu baixei um pouco o tom de voz - eu simplesmente adoro ouvir coisas sobre você, conhecer você.

- Você já não me conhece o suficiente? - ele perguntou maroto. Eu percebi o duplo sentido em suas palavras.

- Muito engraçado. - falei sério pra ele, mas um sorriso escapou de meus lábios e me denunciou.

Daniel saiu de cima de mim e levantou seu tronco, sentando-se meio que de lado, apoiado em seu braço esquerdo. Eu me movi com ele e fiquei na mesma posição, mas de frente, encarando-o. Ele esticou o braço e alisou meus cabelos gentilmente e seus olhos percorreram meu corpo nu. Não me envergonhei com isso, eu amava o jeito que ele me olhava, me admirava. Eu sempre me sentia como algo precioso em suas mãos.

Depois de um tempo ele respondeu devagar, escolhendo bem suas palavras para que compreendesse.

- Não é assim tão secreto quanto você está imaginando. De fato, muitas informações que existem em livros ou sites são verdadeiras, apesar de um pouco distorcidas às vezes. A verdade é que todas elas se baseiam em passagens bíblicas.

Eu me senti corar levemente. Era tão estranho eu estar cercada de anjos e seres divinos e mistérios celestiais e eu nem ao menos era religiosa. Eu senti vergonha por isso, por não conhecer o básico, sei lá. Eu era totalmente alheia as coisas de bíblia e Deus e Céu e Inferno. Minha cara de confusão fez Daniel sorrir levemente e continuar sua explicação.

- Existem, basicamente, três hierarquias, ou ordens, de anjos e cada ordem possui três coros, ou grupos. Na terceira hierarquia estão os anjos mais próximos aos homens. Os coros dessa ordem são os Anjos, os Arcanjos e os Principados. - ele fez uma breve pausa e continuou - Na segunda ordem estão os encarregados dos acontecimentos e nessa hierarquia estão as Potências, as Virtudes e as Dominações. Na primeira ordem encontram-se os anjos mais próximos ao Criador e os coros são os Tronos, Querubins e Serafins.

- Você quer dizer que os anjos de primeira ordem transmitem ordens pra os da segunda, que transmitem aos da terceira? – perguntei meio abobalhada - Isso me parece injusto, não? Quer dizer, os lá de cima nunca fazem nada, só ficam repassando ordens? - perguntei mais confusa do que nunca.

- Não é assim, meu anjo. Cada um tem sua função específica, e dentre essas funções pode ser que um anjo de hierarquia superior requisite outro para realizar determinada tarefa, ou não. Os Tronos, por exemplo, possuem a função de transmitir aos outro as ordens divinas. Mas tudo é flexível e mutável. Não significa que um mande no outro, cada um apenas executa sua função da melhor maneira.

Eu respirei fundo e tentei me concentrar. As informações voavam pela minha cabeça loucamente. Vários segundos se passaram antes de eu fazer a próxima pergunta.

- Arriane e Francesca e Steven e os outros, eles eram Arcanjos, não eram? Eu já ouvi outros nephilins se referindo a eles dessa forma.

Daniel concordou.

- É, eles eram. – Ele falou calmamente, mas algo nessa frase me incomodou.

- Quando você diz ELES, quer dizer que você não era um Acanjo, não é? – minha pergunta saiu mais como uma afirmação do que como pergunta propriamente.

Silêncio.

Ele desviou lentamente o olhar de mim e se focou em outro ponto do quarto. Eu instintivamente percebi que ele estava olhando para sua espada que repousada imaculada em uma prateleira próxima.

Não o pressionei, eu já sabia a resposta. Lentamente, peguei o emaranhado lençol que jazia em um canto da cama e me enrolei, meu corpo estava começando a perceber o clima frio oriundo da noite invernal do lado de fora. Daniel, por outro lado, não parecia sentir nem um pouco de frio, talvez seus pensamentos estivessem tão longe, que ele não percebia nada mais. Ele voltou seu olhar pra mim, ainda em silêncio, até que seus olhos perceberam que eu me envolvi no lençol por causa do frio. Seu rosto se torceu em uma leve careta de reprovação.

- Esse negócio está tapando minha visão. – ele disse travesso, claramente desviando do assunto principal.

- E você não respondeu minha pergunta. – falei calmamente, em um tom leve, cutucando seu peito forte com meu dedo indicador.

A feição travessa em seu rosto foi substituída por uma mais neutra, quase séria. Ele arqueou um pouco as sobrancelhas antes de dizer:

- Faz alguma diferença pra você, saber o que eu era?

- Não vai mudar o que eu sinto por você, mas eu mereço saber do que você desistiu. – respondi.

Ele estreitou sutilmente o olhar. Com um leve impulso, eu fiquei de joelhos sobre a cama e me aproximei dele, o lençol escorregou para minha cintura. Coloquei minhas mãos em suas bochechas de forma suave e olhei fundo em seus olhos violetas.

- Eu não quero forçar nada. Não quero que você me diga coisas que não quer... ou não pode. Mas, eu quero conhecer você e quero que seja da sua boca, de mais ninguém. – falei de forma franca, sincera. Eu sabia que podia ter essa informação de outra pessoa, mas eu queria ouvir dele, do meu anjo.

Daniel passou cada uma de suas mãos em torno de meus pulsos e as manteve lá, fazendo apenas uma leve pressão. Seus olhos fixos nos meus.

- Eu era o Príncipe das Dominações. – ele respondeu.


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Notas finais do capítulo

poooor favooorr deixem review!!!



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