O sangue não parava, o olhar aterrorizado do garoto não desviava da mãe. O medi-bruxo utilizava de todos os feitiços conhecidos para realizar o tratamento, mas nada que pronunciava fazia o corte se fechar, ou estancar o sangue.

O garoto lançou um olhar duvidoso para o pai, o homem estava lívido, mas em seu olhar negro o garotinho, apesar da pouca idade, conseguia decifrar algo, e isso o amedrontava. Era terrível ver algo tão desumano nos olhos de seu próprio pai. Tão cruel.

Seu irmãozinho pegou em sua mão, agitado.

-Eu não disse para tirá-lo daqui? – gritou seu pai.

O garoto dois anos mais velho que o outro enfurecido o puxou para fora do escritório. A porta principal, rente ao do escritório, ainda se encontrava aberta, como encontraram quando adentraram minutos antes. Os cacos do vaso que outrora ficava no aparador daquele corredor, estavam ainda no chão, ninguém se preocupara em retirar aquilo dali.

O cenário todo era uma desordem, denunciando que algo terrível tinha acontecido. O garoto mais velho olhou para o irmão, tão parecido com o pai.

-Não disse para ficar no seu quarto?

O garotinho nada disse, o olhar que lançou para o irmão era sua resposta. ‘Você não manda em mim’.

Decidido o menor se retirou, e ao alcançar a escada virou-se.

- O que é Sec-umpra?

O mais velho o olhou sem entender, o pai saiu do escritório furioso.

-Suba!

O menino mirou o olhar do pai. Infelizmente ele ainda não era tão bom quando o irmão para compreender aquele olhar tão gélido...