Pain Of The Darkness, Light Of Love escrita por Rose Ivashkov


Capítulo 10
Capítulo 10 – Uma Linda Manhã de Inverno – Parte I


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem porque ninguém mais está deixando reviews!
I'm sad!!!



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Ela sorriu largamente para Mason, pulou no seu pescoço e lhe deu um beijo suave no rosto. Ele ficou com cara de que tinha ganhado um prêmio milionário de loteria.

“Sim. Vamos Liss, patinar? Leve o menino fogo!” Ela sorriu e assentiu.

“Vou chamar o Chris, mas... Ele está com Adrian!” Mason já logo fechou a cara. Ele morria de ciúmes de Rose, mesmo sabendo que ela nunca teria nada com ele. Rose assentiu. Lissa ligou.

“Chris, a Rose e o Mason vão patinar. Vamos?” Ele concordou. “Ta bom, então a gente se encontra com vocês daqui a meia hora. Beijos.” Desligou o celular. Ela sorriu. “Eles vão.”

“Eles quem?” Rose sentiu seu coração palpitar e se sentiu enrubescer. Lissa e Mason a olhavam com curiosidade.

“Chris. O Dimitri e o Adrian vão também!”

“Ah!” Foi só o que Rose conseguiu responder. Pelo menos patinar era uma coisa que ela fazia muito bem.

“Mas o Adrian não patina, não é?!” Perguntou como se não ligasse. Lissa riu.

“Rose, ele patinava. E bem! Quem sabe ele não se anima... Talvez você o ajude!” Rose assentiu.

“É. Aí ele faz um buraco no gelo e me usa como isca para pescaria...” Todos riram e foram para a pista de patinação. Logo eles chegaram ao lago congelado que era usado no inverno, como pista de patinação. Christian, Dimitri e Adrian estavam sentados em volta de uma mesa, próximo ao lago.  Lissa se jogou no colo de Christian e se beijaram. Rose ficou parada ali, admirando a linda paisagem.

“Você patina, Princesa Mazur?” Adrian a tirou de seus pensamentos. Aquela voz, tão suave, esquentou seu coração. Ela sorriu.

“Sim. E me chame de Rose, por favor!” Ele parecia observá-la, mas começou a achar que estava maluca. Como ele a observaria se não podia vê-la?!  E outra coisa que ela notou: ele nunca usava óculos escuros. Ela já tinha visto deficientes visuais antes no mundo humano e nunca havia entendido direito, por que eles usavam óculos escuros. Mas agora, observando Adrian, ela entendeu. O olhar é vazio... Sempre para a mesma direção. Mas mesmo assim, às vezes, parecia que ele a observava. O que ela achava muito, muito estranho!

“Eu também patinava, Rose. Antes!” Disse e baixou a cabeça. Ela não pôde evitar, se sentou e segurou suas mãos. Ambos ficaram surpresos, mas ele não retirou suas mãos das dela. Ele fez ao contrário. Ele as segurou, suavemente e gostou do que sentiu.

Ele não se permitia ser tocado por ninguém, mas gostou do toque dela. Havia carinho... ele a observou de novo e verificou sua aura e viu mais do que fogo e espírito, viu amor... E deixou escapar uma lágrima de seu olho. Ele não queria ser amado... Achava que não merecia, que não era digno. Rose viu a lágrima e secou rapidamente para que ninguém visse. Aqueles segundos pareciam suspensos no ar. Por fim, Rose rompeu o silêncio e disse baixinho, só para ele:

“Você quer patinar comigo?” Adrian soltou seu primeiro sorriso do dia e seus olhos ganharam um brilho especial, mas logo o sorriso desmoronou. Ele baixou a cabeça novamente e murmurou:

“Melhor não...” Rose viu a dor em seu rosto, em sua aura.

“Mas por que não?! Olha Adrian, eu sei que você não gosta muito de mim...” Ele a olhou surpreso. ‘Do que será que ela está falando?!” Ele pensou. “Mas eu quero me retratar com você. Não foi minha intenção te constranger ou te derrubar.” Ele sorriu. “Eu sou uma excelente patinadora e não vou deixar que se machuque. Eu prometo!”

Ele sorriu triste, ainda de cabeça baixa.

“É exatamente isso! Eu também sou um excelente patinador... eu só...” abanou a cabeça com os lábios contraídos, como se ponderasse, se controlasse. “Eu só não enxergo e isso está me matando aos poucos...!”

A essas alturas, Rose lhe segurava as mãos com força, tentando lhe passar justamente isso – força, mas para Adrian ela transmitia mais do que isso. Ela lhe transmitia paz, segurança, confiança. Ela sussurrou.

“Adrian, venha comigo! Apenas sinta... A sensação de liberdade que a patinação dá vai te fazer se sentir inteiro... Acredite, eu sei o que é estar aos pedaços! Talvez não na mesma proporção que você, mas eu sei! Vamos? Por favor?!” Ele apenas assentiu.

Rose foi buscar um par de patins para ele, nem prestando atenção aos olhares dos outros que os acompanhavam. Dimitri, que estava retesado de ciúmes, foi falar com Adrian.

“Onde a princesa foi?” Adrian, ainda de cabeça baixa, murmurou.

“Acho que foi pegar patins para mim...” Dimitri ficou surpreso e preocupado.

“Mas, você vai patinar Adrian? É perigoso... E se você cair e se machucar? A rainha manda me executar!”

“Ela disse que não vai deixar eu me machucar.” Adrian falou baixinho. Lissa que estava perto, ouviu e emendou:

“E não vai mesmo! Rose é a melhor patinadora que eu já vi. Talvez até melhor do que você!” Ela riu e Adrian fez uma careta.

“Talvez agora, que eu to cego, mas ainda duvido!” Lissa riu alto, feliz com o efeito que Rose estava causando em seu primo querido. Ela estava feliz de ter o Adrian de volta. Ela nem se deu o trabalho de responder, indo para a pista com Chris. Dimitri ainda estava preocupado.

“Tem certeza, Adrian?”

“Não. Na verdade não tenho certeza, mas agora não posso voltar atrás, então...” Dimitri se zangou. Adrian não precisa fazer o que não quer e ele nunca faz. Quem é esse cara aí no corpo do meu protegido?

“É claro que pode! É só você falar que desistiu. Quer que eu fale com ela?” Adrian sorriu sem humor. Ele estava inseguro.

“Ah! Ta bom! E aí ela vai me achar além de um cego inútil, ainda um perfeito covarde. Obrigado, eu passo. Eu vou patinar com ela!” Nisso Rose chegou e foi logo calçando os patins nele. Ele ainda fez menção de fazê-lo, mas ela não deixou.

“EU vou te calçar porque não quero ninguém perdendo os patins na pista.” E ao falar isso, logo se arrependeu e se desculpou muito sem graça.

“Desculpe-me, eu...” Adrian disse divertido.

“Tudo bem...” Ele já estava começando a gostar de Rose. Ela era autêntica e espontânea com ele e não ficava cheia de cuidados para falar nem para agir. Ela era natural com ele e não o tratava com um inválido, só como um cara que tinha suas limitações. O que ela falava, claramente não era para ofender. Ele sorriu. Dimitri não.

Ele estava com ciúmes?! Ai, ai, a única mulher que eu me interessei em anos, resolveu se dedicar ao meu protegido... E o pior: Ele estava gostando! O que tornava tudo mais bizarro. Adrian tem sido o cara de vinte e um anos de idade mais ranzinza e desagradavelmente mal humorado que eu já conheci. Aí ele conhece uma maluca que até chegou a derrubá-lo e, pronto! Ele deixa a garota entrar em sua vida e vira um garotinho de doze anos... Quando foi que ele se desculpou com flores para alguém???? Nem para a tia dele que eu me lembre. Nem sem flores!!! Essa estadia na St. Vladimir será longa e torturante... To sentindo isso!

Rose terminou de atar os cadarços dos patins de Adrian e calçou os dela. Eles eram vermelhos e tinha uma rosa negra pintada em cada um com o brazão dos Mazur e eram profissionais. Ela segurou Adrian pelas mãos.

“Vamos?!” Ele assentiu se levantando inseguro. Dimitri percebeu e foi ajudá-lo. Ele só abanou a cabeça. Rose não se importou com a negativa dele e o ajudou assim mesmo. Ele sorriu e deixou que ela o ajudasse, o que deixou Dimitri ainda mais irritado. Ele só pensava com os punhos cerrados: Por que ele ta tão feliz com a ajuda dela?! Quem é esse cara sorrindo sendo ajudado pela linda princesa turca??? Cadê o Adrian???

Adrian andou até a pista, ajudando por Rose. Lissa e Christian até pararam para ver a cena. Rose se abaixou e retirou a proteção dos seus patins primeiro e depois dos de Adrian, que tinha um sorriso bobo na cara. Lissa até se emocionou. Rose o segurou firme, mas sem apertá-lo nem nada. Ela só queria deixá-lo seguro.

“Pronto! Ta preparado?” Mas ao analisar a aura dele, emendou. “Se preferir voltar, eu entendo, não tem problema.”

“Não. Eu to bem. Vamos.” Ela segurou a mão dele com um sorriso tão lardo que mais parecia uma criança pela primeira vez em um parque de diversões.

Eles foram devagar, apreciando cada impulso. Depois Rose pegou a mão de Adrian e foram girando até o meio da pista. Eles até deram uns saltos e tinham uma sincronia nos movimentos, que pareciam ensaiados. Depois de mais de uma hora, eles voltaram à mesa. Adrian tinha lágrimas nos olhos e um enorme sorriso infantil, saudoso no rosto. Ela o ajudou a se sentar e ele aceitou de bom grado. Ela retirou seus patins e o calçou, fazendo o mesmo com os dela. Ele ainda sorria, maravilhado, com a deliciosa sensação da patinação. Dimitri perguntou o óbvio.

“Ta tudo bem, Adrian? Você ta cansado, quer ir para o quarto?”

“Calma, Dimitri, eu to bem. Ótimo para ser mais exato! Como eu não me sentia há muito tempo... Obrigada Rose!” Ela assentiu sorrindo e se repreendeu mentalmente, se lembrando de que ele não podia vê-la.

“De nada...” Ela disse baixinho, corando. Eles ficaram ali mais um pouco foram almoçar Lissa Christian, Mason que estava com uma cara nada amigável e Rose. Adrian, com a desculpa de que precisava de um banho, foi para o seu quarto e almoçou com Dimitri lá mesmo. Ele estava pensativo e surpreendeu Dimitri com perguntas.

“Dimka, como ela é? Digo, fisicamente? Ela é tão linda quanto dizem?” Ele esperou.

Dimitri retesou. Merda! Agora vou ter que descrever a mulher dos meus sonhos para o meu protegido que é o alvo dela e que ele – Adrian!!! – estava encantado porque ela o levou para patinar. Só que o detalhe é que todos já havia tentado fazê-lo patinar, mas ele nunca havia aceitado. Como Dimitri começou demorar a responder, Adrian analisou sua aura e viu ciúme, viu paixão ali. Ele se irritou.

“Hey! Só responda. Eu só quero saber como ela é, não vou me casar com ela!” Ele falou demonstrando toda sua irritação. Irritado porque sentiu ciúmes do Dimitri. Ora, Adrian, não seja ridículo!!!! Quando é que uma princesa da linhagem mais rara, depois dos Dragomir, iria se interessar por um inútil cego?!? Ou por um guardião?!? NUNCA! Mas o que mais o irritava era Dimitri não responder a sua pergunta. Adrian, já cansado de esperar pela resposta, bufou e seu humor foi para o espaço, se levantando e indo para o banheiro. Dimitri foi atrás e viu que ele ligou a banheira e se despia.

“Quer ajuda?” Adrian bufou de novo. Ele estava realmente irritado.

“Dimitri, eu não preciso de ajuda para tomar banho e você não respondeu a minha pergunta. E agora não importa mais, não quero mais saber. Sabe o que você poderia fazer por mim? Me pegar uma garrafa de whisky e me trazer aqui. Isso ajudaria.” Terminou de se despir e entrou na banheira.

“Adrian, você não vai beber agora porque tem que se encontrar com a sua tia.”

“Ah! É?! E daí?! Você acha que ela não sabe que eu só vivo bêbado?!”

“Adrian, ela te ama tanto e isso a magoa...”

“Ou você me fazer esse favor ou eu vou até o quarto, nu e molhado e sem bengala e pego eu mesmo. Mas se eu cair e me machucar, o problema é seu.”

Ele sabia que estava pegando pesado, mas ele não conseguiu evitar e Dimitri o tinha como um irmão mais novo e o tratava como tal, com todo cuidado, carinho e preocupação que só um irmão teria. Adrian era bom em chantagem e Dimitri o adorava. Ele então resolveu que era melhor obedecer e lhe trouxe a bebida, deixando um Adrian muito irritado na banheira.

“Agora, se não e importa, eu gostaria de tomar meu banho sozinho.”

“Tudo bem. O que você quer vestir? Alguma preferência?!” Era Dimitri quem separava as roupas de Adrian para ele ficar bem vestido – sempre – e era ele também quem o ajudava com as compras.

“O que você escolher ta bom.” Respondeu com suavidade. “Confio no seu bom gosto!” E baixou a cabeça se sentindo miserável. Até para escolher uma roupa eu sou dependente. A não ser que eu não me importasse de sair feito um palhaço, por não ter descoberto uma forma de distinguir cores ou, se eu tivesse um guarda-roupa monocromático. Dimitri saiu do banheiro o deixando só.

Adrian não conseguia parar de pensar no que sentiu ao patinar novamente. Aquela sensação incrível de liberdade, sem controle, o vento batendo em seu rosto... Nem ele mesmo conseguia acreditar que permitiu aquela garota entrar daquele jeito em sua dor! Que permitiu que ela o levasse para patinar e o fizesse sentir tanta alegria! Que permitiu ela o calçar e falar daquele jeito com ele, sem realmente se sentir magoado, ofendido ou incapaz.

Ela realmente era especial. Ela especializou-se em fogo, mas também tinha o elemento espírito à sua disposição. Será que ela sabia disso? E como ele queria tocar seu rosto, identificá-la com seu toque, sentir seus lábios, seus olhos, seu nariz, seus cabelos... Ele ainda parecia ouvir aquela voz suave, linda e aquele delicioso sotaque... E tinha um cheiro tão bom!!! Adrian – ele disse a si mesmo – ela só quis ser gentil e se retratar com você por ter te derrubado. Não se iluda! Talvez a sua aura não queira demonstrar amor – só compaixão – ela se sente mal porque achou que te ofendeu! Não se iluda, o seu destino é terminar só!!! O novato Mason a adora; Dimitri está apaixonado; quantos mais você acha que é louco por ela?! Por que ela se interessaria justamente por você: um cego inútil e bêbado!!!! Nem fez faculdade! Vive na barra da saia da titia Rainha. Ah! Adrian, se toca!!!

Ele começou a demorar demais e Dimitri entrou no banheiro já preocupado.

“Adrian, a sua tia ligou e a Lissa também. Você ainda vai demorar? Esta água já deve estar gelada!!” Adrian às vezes se irritava com tanto cuidado que Dimitri tinha com ele, mas ele sabia que era para o seu bem. Respondeu pacientemente.

“Não. Já estou saindo Dimitri. O que a Lissa quer?”

“Não sei. Ela só pediu para você ligar e a sua tia quer te ver. Acho que já chegou aos ouvidos dela a sua aventura de hoje.” Dimitri tinha diversão na voz. “Ah! Chegou uma cesta enorme de guloseimas para você com um cartão.” Adrian se surpreendeu. Ele não recebia presentes há tempos, mesmo porque não tinha amigos para lhe enviar presentes.

“Cesta? Cartão? De quem?”


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