Meu Doce Lírio escrita por Capistrano


Capítulo 14
Capítulo 14 - Lua Cheia


Notas iniciais do capítulo

Vamos comentar, né?



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Era uma noite típica na casa dos Potter. Estavam todos sentados no sofá ao redor da lareira, enquanto o jantar estava ainda sendo preparado. A bruxa anfitriã e Lily estavam em um canto acomodadas rindo da infância de James.

- Ele nunca foi um filho quieto! Não podia ver uma vassoura, ele já queria montar e sair voando! Nunca teve medo de nada! – A mulher disse orgulhosa mostrando um retrado de uma criança de cabelos rebeldes e olhos brilhando, exibindo um sorriso desfalcado de dentes dianteiros.

O menino alvo da conversa animada estava encostado no canto oposto do cômodo, envergonhado e tentando se distrair do falatório engajado das duas almas femininas. Para a sorte dele a comida não demorou a brotar da superfície lisa da mesa de madeira escura. Surgiram os mais diversos acompanhamentos para um gordo frango assado. Quando todos sentaram para a refeição as conversas cessaram momentaneamente.

Desde o começo da tarde Lily havia reparado que Remo estava excessivamente quieto. Sirius tinha jogado um peixe ainda vivo na cabeça do amigo, e este nada disse. Ela presumia que aquela noite aconteceria umas das muitas fugas dos marotos, e no quarto dela já tinha uma lanterna e sua varinha a esperando, para caso ela precisasse na perseguição.

No jantar Lupin não teve significativa participação, manteve os olhos na comida o tempo todo, e a menina teve a estranha sensação de que os Potter e os garotos já estavam acostumados com aquela reação.

O pai de James era tão simpático quanto a bruxa dona de casa, ele sempre conversava com Lily sobre o mundo trouxa, diálogos em que ela o ensinava sobre a burocracia britânica. Ela também aprendia com o anfitrião as regras do Ministério da Magia, e eram assuntos muitos enriquecedores.

- Os trouxas não aparatam?! – Ele perguntou surpreso no momento da sobremesa.

- Não Senhor, quando não usam automóveis, geralmente eles andam... Mas também podem usar bicicletas, skates...

- Não me chame de Senhor, querida! Chame-me de William – O homem insistiu como vinha fazendo desde que a ruiva tinha chego à casa da família.

- Eu digo sempre isso pra ela pai. Evans sabe que pode te chamar de Sogrão, e pode me chamar de Amor. – James sorriu e piscou para a menina, que reprimiu um riso desdenhoso.

No fim da janta a garota se apressou para o quarto, ela estava ansiosa para esperar os marotos saírem escondidos. Deitou-se, nervosa o bastante para manter-se acordada sobre os lençóis. Aos seus pés, Xinsy se remexia ansiosamente, e aquela foi a confirmação que faltava para Lily saber que aquela seria uma noite de fugas. A gata sempre ficava estranha antes de os meninos do quarto ao lado escaparem da casa.

E a felina estava certa, quando o céu era de um breu absoluto, apenas quebrado pela lua branca e plenamente cheia, a ruiva ouviu barulhos no corredor, e esperou que estivessem na escada para que ela pegasse a lanterna e sua varinha, saindo do quarto.

- Vamos almofadinhas, para de ver seu reflexo! Aluado já está pálido! – Sussurrou nervoso James, enquanto arrastava Sirius para longe do reflexo do forno polido.

Do topo da escada Lily olhava ansiosa os marotos saírem pela porta da frente do hall. Lupin liderava, e Potter e Black saindo apressados da cozinha com Pedro amedrontado ainda inseguro.

- Rabicho vem! Chega de medo, você é da Grifinória, tem que ter coragem! – Incentivou o amigo de óculos.

O menino gordo correu ao lado dos garotos, Remo já não estava mais a vista, tinha saído apressado da casa, devia estar na metade do jardim já. Ela desceu os degraus com muita cautela para que o trio de amigos não a vissem, sua lanterna estava apagada e a única luz do ambiente era a que entrava pelas janelas.

Quando ninguém mais restava no resinto ela correu, atravessando a sala em poucos segundos. Ao abrir a porta da frente a luz da cheia a iluminou e ela identificou um grupo de vultos saindo da propriedade.

A ruiva foi o mais rápida que pôde, e conseguiu manter um afastamento seguro dos marotos. Ela se camuflava pelas árvores, e ouvia pedaços de conversas nervosas.

- Temos que ser mais rápidos, Aluado não vai resistir por muito mais tempo! – Exclamou Sirius.

- Melhor eu me transformar, Rabicho fique em forma humana junto com Almofadinhas... – James se afastou do grupo, Remo parecia não ouvir o que eles diziam, e Lily supôs que ele fosse o Aluado, enquanto Pedro era Rabicho e Sirius, Almofadinhas.

Potter parou abruptamente e ele e a ruiva quase se esbarraram próximos a arbustos altos. Felizmente a menina conseguiu cambalear para os lados, caindo amortecida no ambiente verde. Todavia o que ela viu, foi impagável e extraordinário.

James tirou os óculos e fechou os olhos, e leves tremores percorreram seu corpo, até que suas roupas pareceram grandes demais, e entre o tecido apareceu um veado exuberante. Deixando-a estonteada, era divino.

O animal correu na direção em que os amigos seguiram, e a menina demorou algum tempo até que seus pés pudessem se mover e ela partiu atrás dos marotos, ainda perplexa com a revelação de que Potter era um animago.

Perto da estrada de terra, ainda margeada por altas árvores, ela viu os meninos e o veado apressados, até que algo aconteceu. Remo não parecia estar mais lá, só se via um corpo contorcido, como se estivesse convulsionando.

Foi impensado, e pôs seu anonimato em risco, mas ela fez o que seu coração mandou. Correu em socorro ao amigo, que parecia agonizado e quis estar lá para confortá-lo, ainda sem entender por que os marotos nada faziam.

Quando ela se aproximou alarmada com o que via, Sirius se assustou e a impediu de abraçar o corpo de Lupin.

- Evans! O que você está fazendo aqui?! Enlouqueceu?! – Ele gritou, enquanto seus braços prendiam os dela nas próprias costas.

- Black, faça alguma coisa! Ele está sofrendo! Faça isso parar, por favor! – A ruiva soluçou e Sirius tentou acalmá-la com tapinhas desajeitados nas costas. – James! Potter! O ajude! – Ela apelou para o veado que a encarava preocupado.

- Almofadinhas, temos que tirá-la daqui, já vai começar! – Pedro disse amedrontado.

Foi tarde demais, no lugar de Remo surgiu uma figura deformada e estranha, que ela não identificava como nenhum animal. Era enorme, mais alto do que qualquer pessoa que ela tenha conhecido, talvez com um tamanho em comparação com o de Hagrid.

Era assustador, e quando ela apelou para se esconder nos braços de Black, ele não estava mais lá. Tinha dado espaço a um cachorro preto e peludo, e se não fosse uma situação de perigo fatal, ela acharia cômico a semelhança ao animal com o humano.

Pedro se transformou aos olhos dela, e virou um rato, que rodeava o cão de Black e o veado de Potter. Os três observavam o ser vivo indefinido que urrava como um lobo.

Ele era rápido, constatou ela depois que o animal partiu para cima da plateia. James a protegeu com suas patas dianteiras, e Sirius atacou o corpo do ofensor, Pedro apenas correu procurando um lugar seguro.

Potter ainda em forma de animago, encarou a ruiva, com um apelo silencioso para que a menina fosse embora. Porém mesmo amedrontada ela se levantou e teve um raciocínio rápido para entender que Remo era um lobisomem, e como tal necessitava ouvir palavras de consolo enquanto estava em estado de recente transição.

- Remo! A-Aluado! – Chamou insegura com o apelido não familiar. – Sou eu Lily Evans, sua amiga! Eu quero te ajudar, não deixe de ser o menino incrível que eu conheço! Por favor, não machuque as pessoas que te querem bem!

Aos soluços ela se rodeou a briga contida de Potter e Black com Lupin. Os meninos estavam tentando não machucar o amigo amaldiçoado à lua cheia.

- Remo! – Ela encontrou uma brecha entre os corpos em atritos do trio ainda em luta. Se aproximando ela pôs a mãos nas costas do lobisomem, acariciando, como tinha feito com o amigo Lupin diversas vezes em Hogwarts. – Sou eu!

Não foi o bastante e o animal a atacou.


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