Little Lies escrita por yellowizz


Capítulo 2
Capítulo 2 - Tentativa Falha.


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo, divirtam-se.



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O certo pode ser errado para alguns. E o errado, certo para outros. Fico com a segunda opção.

Bass não havia dito nenhuma palavra desde que entramos. Encostei-me no vidro e acabei dormindo. Algumas horas depois de ter aparentemente viajado dentro daquele carro, permaneci apenas de olhos fechados embalando um sono leve quando senti um braço passar por trás de minhas costas e outro atrás de meus joelhos. Abri os olhos imediatamente deparando-me com o rosto de Chuck perigosamente próximo de mim.

- O que está fazendo? Eu posso descer sozinha! – desvencilhei-me de seus braços rapidamente agora recobrando minha consciência por completo.

- Como quiser. – balançou a cabeça reprovando-me e saiu da limusine.

O vi esperando na porta e assim que saí, ele segurou meu pulso firmemente, tentei em vão sacudir meu braço para que ele me soltasse, mas o aperto apenas se intensificou e acabei sendo arrastada para dentro de uma mansão no meio do nada. A casa era deveras luxuosa, não esperava menos do herdeiro Bass. As paredes e os móveis todos em tons claros. Analisava cuidadosamente cada um dos detalhes enquanto subíamos a escada. No andar de cima, pelo que percebi apenas quartos e banheiros e um escritório no final do corredor.

- Poderia me dizer o que é que estamos fazendo aqui? – questionei vendo-o parar instantaneamente e direcionar-se para mim.

- Que tal esperar um momento mais conveniente? – respondeu-me com outra pergunta, fazendo um misto de raiva e incredulidade transparecer em meu rosto.

- Me diga Bass, o que quer de mim?

- Eu? Nada.

Acabei rindo da sua admirável resposta.

- Então por que me trouxe aqui? Que patético. – revirei os olhos.

Ele nada respondeu. Entramos no primeiro quarto depois da escada e só então ele me soltou. O cômodo era grande, confortável, os móveis todos muito modernos, diferentes dos meus. Mas suficientemente bons para minha estadia que eu esperava que fosse breve.

- “Porque sim” é a minha única resposta. – ele disse por fim, respondendo à minha pergunta de meio minuto atrás.

Bufei, revirando os olhos. Ótimo, então eu ficaria sem respostas até quando o senhor eu-sou-tudo-de-bom decidisse me contar.

Enquanto eu havia me jogado de costas na cama ele saiu, fechando a porta logo após.

Levantei rapidamente andando pelo quarto durante alguns minutos a procura de algo, alguma pista do que quer que seja o motivo dele estar me prendendo aqui. Abri o closet e fiquei surpresa ao deparar-me com diversas roupas penduradas, a maioria delas a minha cara, diversas cores e modelos, desde estilos mais sérios aos mais descontraídos, inverno e verão. Sapatos Jimmy Choo emparelhados em uma prateleira logo abaixo. Tiaras e acessórios devidamente colocados em um suporte na parte de dentro da porta. Peguei uma amarela com um laço, colocando-a em meu cabelo e indo até o espelho ver como havia ficado.

- Espero que Clarisse tenha feito um bom trabalho. - pelo espelho vi Chuck parado na porta do quarto.

- É, ela fez. – tive que concordar. – E então, quando vai me explicar o que eu estou fazendo aqui? – questionei mais uma vez, vendo-o estreitar os olhos, irritado.

- Na verdade não é o que você faz aqui, e sim o que ainda terá que fazer. – revelou Chuck aproximando vagarosamente de mim.

- Então por que não me conta o que é? – mantive-me no mesmo lugar, agora analisando, indiferente, as unhas das mãos.

- Porque não. – disse simplesmente indo até o closet e pegando uma tiara vermelha.

- “Porque não” não é resposta. – revirei os olhos, voltando minha atenção à Chuck.

- A minha é. – sorriu de canto, vendo que havia definitivamente me irritado.

Aproximou-se enquanto eu ainda analisava a tiara no espelho. Tomou a liberdade de tirá-la do meu cabelo e colocar no lugar a vermelha que a pouco havia pegado. – Vermelho fica bom pra você. – declarou Chuck olhando-me pelo reflexo.

- Eu prefiro amarelo. – tirei o acessório do cabelo, distanciando-se e sentando na cama.

- Fiz algo para comermos, se quiser. – ofereceu indo em direção à saída do quarto e ignorando o meu comentário agressivo.

- Estou sem fome. – menti ela. Fazia horas que não havia colocado nada sólido em meu estômago, nem ao menos sabia que horas eram. Quase amanhecendo, supus.

- Você é quem sabe. – disse ele saindo e deixando a porta entreaberta.

Olhei para o relógio digital no criado mudo que havia acabado de perceber ali, duas e dez da manhã.

Analisei a oferta de Chuck e decidi que seria melhor aceitá-la. Não confiava no Bass, mas se tivesse mesmo algo a mais naquela comida, teria que pagar, ou melhor, comer para ver. Desci as escadas procurando por ele. Senti o cheiro de algo queimado e ouvi Chuck gritando palavrões na cozinha. Segui a voz pela esquerda e vi ele bravo jogando a panela com a comida queimada na pia.

- Algum problema? – perguntei entrando na cozinha e rindo baixinho da maneira com que Chuck tentava disfarçar o incidente com o jantar.

- Nenhum. – bufou ainda sem olhar em minha direção.

- Deixe-me ver isso. – me aproximei da pia vendo a panela com a comida que mais parecia carvão e rindo logo após. – Não deveria ter deixado isso cozinhando enquanto ia até meu quarto.

- Eu sei. Droga. Vamos pedir algo. – disse saindo da cozinha e procurando o número de um restaurante.

- Esqueça. Eu sei fazer algo. – confessei.

- Sabe? – Chuck olhou para mim fingindo estar incrédulo.

- Macarrão instantâneo é comida, certo?

- E o que faz você acreditar que nessa casa tem macarrão instantâneo? – Chuck disse voltando para a cozinha e abrindo um armário onde havia uma pequena quantidade de comida. - Comprei essa casa essa semana.

- Certo. Então não vamos fazer macarrão instantâneo. – concluí.

- Gosta de comida japonesa? – perguntou.

- Sim. – era verdade, adorava comida japonesa.

Chuck distanciou-se indo até a sala para então ligar e pedir a comida. Disk entrega 24 horas? Creio que sim. Eu via diante de meus olhos a oportunidade de escapar. Uma chance, se a desperdiçasse sabe lá quando teria outra. Chuck estava distraído falando no celular e observando a vista lá fora pela grossa parede de vidro que havia na sala. Minutos se passaram enquanto eu bolava planos para driblar a vista de Chuck e escapar, fui até a cozinha testar a porta dos fundos, trancada. Depois tentei pular a janela, mas ela se encontrava da mesma maneira. Cansada das inúteis tentativas, peguei um vaso de porcelana que estava sobre uma mesinha na ponta da escada, segurando-o firme em minhas mãos. Vi que Chuck ainda analisava a paisagem lá fora, perdido em seus pensamentos. Tirei os sapatos a fim de evitar que o barulho dos saltos me denunciasse e cuidadosamente aproximei-me dele que permanecia de costas. Levantei o vaso na altura de sua cabeça. Acertaria Chuck em cheio, o faria desmaiar e então procuraria uma forma de escapar. Esse era o meu plano. Mas ao colocar-me pouco atrás dele vi meu próprio reflexo no vidro e então me deparei com seus olhos escuros que me olhavam cuidadosamente. Senti-me patética. Deveria ter imaginado que ele estava me observando.

Chuck me puxou para próximo dele enquanto eu ainda recompunha-me da surpresa, imprenssando-me no vidro com o seu próprio corpo.

- Deveria ser mais rápida, Senhorita. – ele repetiu a mesma frase que havia dito quando nos vimos pela primeira vez no desfile.

Eu nada disse, apenas desviei o olhar, olhando por cima de seus ombros.

- Precisa ser muito mais esperta que isso se quiser sair daqui. – segurou meu rosto com apenas uma mão, me forçando a fitá-lo.

- Então me diga como. – desafiei-o, mesmo sabendo que a resposta para tal pergunta jamais viria.

- Comece indo para o seu quarto e não saindo de lá até que eu diga que pode. – ele estava com raiva, eu podia notar por seus olhos estreitados e fixados nos meus e por seu hálito extremamente quente que estava batendo em meu rosto a cada uma de suas palavras.

- Me faça ir. – provoquei vendo-o ainda mais irritado.

- Quer pagar pra ver? – empurrou ainda mais meu corpo no vidro, me fazendo reclamar com um gemido pela dor nas minhas costas.

- Você está me machucando! – protestei, mas de nada adiantou, ele não se moveu nem meio centímetro para trás.

- Seja uma boa menina, Blair. – dizendo isso ele me pegou no colo, me colocando logo após sobre seus ombros, como um saco de batatas.

Ele estava me levando para o andar de cima, provavelmente me trancaria dentro daquele quarto. Mas para a minha salvação, a campainha tocou.

- Droga. – ele bufou me colocando no chão. – Se fizer alguma coisa, vai se arrepender depois. – apontou o indicador em minha direção.

- Está me ameaçando? – perguntei encostando-me ao corrimão da escada.

- Estou. – disse. – Agora fique quieta ai, enquanto eu recebo o entregador. – Chuck disse indo até a porta enquanto a campainha tocava mais uma vez.

Pegou a comida, trazendo-a até a mesa da cozinha, quando passou por mim, eu o segui. Sentamos ao redor da mesa.

- Vinho? Ou prefere whisky? – ele perguntou levantando o copo com a bebida de álcool que havia preparado a pouco.

- Whisky. – ele me olhou surpreso.

- Uma taça de vinho para a Senhorita Waldorf. – debochou.

- Como sabia que eu não bebo whisky? – perguntei, nem imaginando que tipo de resposta ele me daria.

- Intuição. – ele disse colocando a taça na mesa e sentando-se logo após.

Comemos em silêncio. Eu estava cansada, deveriam ser mais que três horas da manhã e convenhamos que o dia realmente foi cheio.

- Boa noite. – saí da cozinha sem olhar para Chuck, e só quando eu estava começando subir as escadas ouvi um “boa noite” vindo da cozinha em resposta.


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Notas finais do capítulo

Reviews por favor! Beijos. ^^



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