A dedicação leva uma vida toda, mas sonhos só duram por uma noite. ♫ (All Time Low)

Aniversário da Lily, uma festa magnífica esta noite no salão que fica na cobertura de um edifício luxuoso de Nova York. Eu estava precisando disto, sair e ver pessoas diferentes parecia uma boa opção depois de tanto tempo. Confesso que estava nervosa, eu sabia que ele estaria lá, mas não fazia idéia de como reagiríamos nesse reencontro. Eu estava em frente ao espelho escolhendo um vestido para o evento que começaria daqui algumas horas, duas para ser mais exata.

- Dourado ou preto? – me perguntava enquanto colocava os dois vestidos seguidamente frente ao meu corpo e olhava no espelho. – Hm, talvez a saia alta cinza estampada e essa blusinha de renda. – analisei. Eu definitivamente não fazia idéia de que roupa iria vestir. Depois de procurar insistentemente por uma roupa, encontrei um modelo ideal para a noite. http://manequim.abril.com.br/noiva/imagem/trajes/madrinhas//zoom/madrinhas-vestido-curto-drapeado-week.jpg

Terminei de me arrumar completando com uma maquiagem no mesmo tom do vestido e um sapato preto, agradecendo mentalmente pelo medico ter me autorizado a andar sem a “bota”. Olhei-me ainda uma última vez no espelho confirmando que estava modéstia a parte, linda.

Desci as escadas e minha mãe já me esperava na porta do elevador para irmos.

Nenhum detalhe faltando, a festa estava definitivamente ótima e Lily deslumbrante como sempre.

- Felicidades, Lily. – a abracei dando um beijo em seu rosto em seguida.

- Obrigada, Blair. – agradeceu simpática logo indo em direção à minha mãe que esperava para cumprimentá-la.

Distanciei-me da anfitriã e fui em direção às bebidas que estavam sendo distribuídas por um garçom. Constatei ser algum tipo de licor, tinha gosto de chocolate, delicioso por sinal. Assim que tomei alguns goles da bebida, ouvi batidas singelas de um talher em uma taça de cristal fazendo com que todos os convidados direcionassem a sua atenção para Lily e o garoto que havia pedido atenção. Eu não estava muito preocupada para o discurso que eu sabia que viria a seguir, mas mesmo assim, me virei para onde Lily estava assim que ouvi uma voz conhecida falar.

- Boa noite a todos. É com grande prazer que estou aqui neste dia, comemorando essa data tão especial ao lado de uma pessoa que tem estado ao meu lado como uma madrasta que de má não tem absolutamente nada, e que, como esposa, tem feito Bart Bass, o meu pai, muito feliz. Confesso que ensaiei diversos discursos para esta noite. – ele riu e os convidados o acompanharam. – mas devo dizer que nenhum poderia explicar toda essa emoção que sinto neste momento. Tenho aprendido que o passado pode ser bom para alguns e ruim para outros, mas que cada momento é para cada pessoa algo diferente, e mesmo que o passado machuque ou nos faça sorrir, estamos todo tempo lembrando dele. – Chuck direcionou seu olhar para mim, e eu senti que minhas pernas fraquejaram por um instante. – Mas é claro que o presente também é um momento bom, é aquele em que podemos pensar sobre o que fizemos e reconstruir o que perdemos. E é nesse momento que eu, Chuck Bass, desejo a você, Lily, que o presente seja uma chance a mais para demonstrar-lhe o quão importante você é para mim e para todos os convidados aqui presentes. Parabéns! – todos aplaudiram o discurso emocionados. Mas eu estava ali quase chocada pelas palavras que eu acabara de ouvir. Por que eu sentia que aquilo não era só um discurso? Por que pareciam se encaixar tanto a nós dois?  Nós dois, por que eu insistia tanto em lembrar disso? Mas ele estava ali. Chuck Bass estava diante dos meus olhos depois de três meses, com seu estilo elegante sempre de terno e gravata e com aquele sorriso de canto que me derretia.

Peguei mais uma taça de bebida em mãos e virei em apenas um gole, sentindo o liquido descer queimando pela minha garganta, meus olhos lacrimejaram, ignorei-os e peguei mais um da bandeja saindo do salão principal logo após.

Confesso que sempre fui muito fraca para bebida, mas qual o problema em ficar um pouco mais alegre esta noite?

Eu estava escorada na porta de entrada, observando a movimentação na festa, e entre esses minutos perdi a conta de quantas taças eu havia bebido, não estava tonta, o que era uma surpresa, mas me sentia mais leve, mais solta.

- Dançar? – um rapaz deveras bonito segurava a minha mão me convidando e retirando da minha outra mão a taça que eu segurava firmemente.

Imediatamente lembrei da ultima festa em que participei quando Chuck havia me obrigado a dançar. Afastei tais pensamentos e sorri para o garoto que aguardava pacientemente a minha resposta. Seguimos de mãos dadas até o centro do salão e começamos a dançar lentamente conforme o ritmo da música.

- Não sei o seu nome. – ele perguntou de uma forma quase subentendida.

- Blair. E você é?  – sorri perguntando.

- Permite-me seqüestrar o seu par por alguns instantes? – Chuck apareceu antes que o garoto pudesse responder, com sua maneira rude frisando a palavra “seqüestrar” como se estivesse me provocando. Puxou-me para si, me forçando a dançar junto com ele aquela música. A essa altura nem as borboletas eu sentia mais, estava tão leve com o efeito do álcool que nenhuma reação eu sentia mais perto dele.

- Interompi alguma coisa? – ele perguntou com um sorriso malicioso.

- Não interessa. – respondi irritada, afinal, o garoto de antes me parecia uma boa pessoa.

- Parece que a resposta é “sim”. – ele debochou apertando em seguida as minhas costas, fazendo-nos ficar ainda mais próximos.

- Sabe Bass, se é isso que você quer ouvir, interrompeu sim, estávamos combinando de jantar um dia desses. – menti descaradamente, mas não deixei de sorrir ao ver Chuck fechar a cara, aposto que a principio duvidou que isso fosse verdade, mas pela maneira tão firme pela qual falei, ele deve ter acreditado nessa lorota.

- Está blefando. – afirmou desviando olhar.

- Acredite no que quiser. – ri descontroladamente como se estivéssemos em uma situação muito engraçada.

- Blair. – Chuck me chamou quase num sussurro e eu me admirei pela maneira como ele mudou seu tom de voz prendendo a minha atenção tão rápido. – Eu preciso e você. – falou no meu ouvido, no meio do salão, apertando meu corpo contra o seu, pressionando-me sobre o volume que crescia no meio de suas pernas, a fim de que eu sentisse o motivo daquelas palavras.

- Tenho nojo de você. – senti repulsa pela atitude que ele teve no meio de um salão cheio de pessoas, e fiz o que eu sabia que iria deixá-lo maluco. - Não me convenceu com isso. – baixei meu olhar para sua calça. – Você não é homem suficiente pra mim, Chuck. – esnobei-o e lhe dei as costas indo em direção a mais um garçom com taças sobre a bandeja.

Senti uma mão puxar violentamente meu braço, me fazendo virar em direção a pessoa que fez isso.

- Não? – Chuck perguntou com seus olhos faiscando. Seus dentes cerrados e o aperto forte sobre meu braço denunciavam o quanto eu havia lhe irritado. – Vamos ver se não.