Um Novo Caminho escrita por Ana_Lucky


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Aqui vai mais um capitulo, espero que gostem :)



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Deixei-me cair pesadamente na cama. Estava confusa, esgotada e muito triste. Mas tudo o que eu mais queria era dormir e não pensar mais no que tinha acontecido e em tudo o que me incomodava. Amanhã as preocupações serão as mesmas e voltarão para me perseguirem. Decidi que o melhor era mesmo dormir e tentar descansar.

Depois de vestir o pijama, afundei-me nos lençóis e cobri a cabeça com a almofada. Esforcei-me por formular imensos pensamentos indistintos para conseguir adormecer sem me atormentar com nada. A técnica pareceu resultar porque logo fui envolta num sono profundo.

Na manhã seguinte pude, infelizmente, constatar que estava certa na noite anterior. Os problemas continuavam comigo e eu senti-me um lixo. Enfiei-me debaixo do chuveiro desejando que a água quente a escorrer pelo meu corpo me fizesse sentir melhor, que aliviasse um pouco da minha angústia, mas isso não foi suficiente.

Precisava tanto desabafar, poder sentar-me e falar com alguém que me pudesse realmente compreender. A minha primeira escolha numa situação semelhante teria sido Jacob, mas ele era uma das peças do meu actual quebra-cabeças.

A segunda pessoa a passar pela minha mente foi aquela rapariga miudinha e por vezes incrivelmente irritante de quem eu tanto sentia saudades, Alice. Mas ela não estava ali para mim, para ser minha amiga, para ouvir-me e para me dar conselhos.

Ângela seria uma óptima escolha. Gostava sinceramente dela mas não me sentia ainda suficientemente à vontade com ela para falar de problemas tão delicados e pessoais. Não depois de tanto tempo a manter-me alheia e afastada dos meus colegas de escola.

Olhei abatida para o álbum de fotos, pousado em cima da minha cómoda. Não resisti a folheá-lo. Observei uma foto minha ao colo da minha mãe, que me encarava feliz. Eu tinha sido uma criança traquina, até um pouco desobediente, embora essa minha faceta tivesse durado pouco. Rapidamente me transformei numa pré-adolescente demasiado responsável para a idade. Sempre tive que ser “mãe da minha própria mãe”. Renée é uma mãe dedicada e preocupada, mas sempre foi uma “cabeça no ar”. Ser mãe tinha sido para ela definitivamente um acidente de percurso porque essa não era a sua vocação. Estar longe de mim causava-lhe dor mas por outro lado eu sabia que ela estava feliz assim, mais livre. Queria tê-la comigo para conversar, de mãe para filha. Mas ela estava longe e não me parecia correcto pegar no telefone e despejar as minhas preocupações nos seus ombros. Só serviria para deixá-la angustiada.

As minhas possibilidades estavam aparentemente esgotadas. Neste momento podia contar apenas comigo mesma. Algures dentro de mim teria que encontrar a solução do quebra-cabeças e seguir em frente. 

Desci para tomar o pequeno-almoço, Charlie já tinha saído. Tentei formular um plano para sobreviver ao dia enquanto comia. Parecia simples, ou não… Ir para a escola, permanecer calada, fingir que ouço tudo, sair da escola, ir ao funeral de Harry na reserva, fugir de Jacob a sete pés, correr para casa, meter-me na cama e dormir. Ok…. Facto: Esperava-me um péssimo dia.

 Já cheguei à escola um pouco atrasada, o que não era costume, por isso fui directamente para a aula. Já estavam todos dentro da sala e as cabeças dos meus colegas de turma voltaram-se para mim quando entrei. Baixei a cabeça embaraçada pois detestava ser o centro das atenções. Sentei-me na minha cadeira, deixando-me escorregar nela, o mais que podia.

Era uma aluna bastante aplicada mas hoje não me sentia com paciência para qualquer aula, tudo o que eu queria era passar despercebida e que nenhum professor me perguntasse absolutamente nada. Senti-me feliz pela educação física não fazer parte do horário escolar do dia. Teria de arranjar uma grande dor de cabeça como desculpa para não participar na aula e fazer isso não me iria agradar nada.

Olhei nostalgicamente para o lugar vazio ao meu lado na carteira. Permanecia assim desde que os Cullen tinham “misteriosamente” deixado a cidade. Não havia ninguém para ocupar aquele lugar. Quase sorri com a ironia da situação, aquela cadeira era a analogia perfeita para o meu coração.

 Não podia deixar que permanecesse desta forma. Não parava de pensar que tinha de seguir com a minha vida e que devia pelo menos tentar ceder a enorme quantidade de amor que ainda estava dentro de mim a alguém que realmente merecesse. Mas não era fácil esquecer o que vivi. Todas aquelas emoções avassaladoras de um primeiro e grande amor.

 O beijo de Jacob não me saia da cabeça e isso servia para fortalecer essa minha ideia forte de querer superar o que se passara. “Bella qual é o teu medo? Afinal tu gostas dele… Não existe ninguém que signifique tanto como ele para ti” Disse-me vezes sem conta no decorrer daquela aula insuportável. No entanto, não obtive resposta para as minhas próprias dúvidas.    

De qualquer das formas em alguma coisa eu parecia ter sorte pois a manhã passou a correr. Apenas tive que trocar as habituais e simples palavras com o pessoal do costume. Mike estava demasiado ocupado com a Jessica hoje para se preocupar comigo o que era óptimo para mim e para ela também, calculei, tendo em conta a sua boa disposição.

Depois de meter qualquer coisa à boca na cantina pus-me a caminho da reserva. A cerimónia já tinha começado quando cheguei. Ao que parecia este também era o meu dia para atrasos embora não fosse de todo habitual. Fui para o lado de Charlie, Jacob também estava lá. Era um momento muito triste para todos, pude ver mais afastados de mim Leah, Seath e Sue. Desejava-lhes toda a coragem do mundo para superar aquela dor, não sabia o que fazer se fosse comigo, não conseguia sequer imaginar-me numa situação assim. Dei a minha mão ao Charlie que a apertou com força, acho que ele percebeu a minha mensagem. Olhou-me com uma expressão que significava claramente “também és importante para mim”. A nossa forma de comunicação era muito estranha por vezes, mas nestas situações resultava em pleno, talvez por sermos mais parecidos do que ambos pensamos. No fim e assim que Charlie se afastou, Jacob veio ter comigo.  

- Estás chateada comigo? – Perguntou-me em surdina.

- Nope – disse-lhe sorrindo – mas precisamos conversar. Pode ser?

- Claro. Ficas para jantar? O Billy já tinha pensado convidar o Charlie, eu é que lhe disse que talvez não fosse uma boa ideia. Não sabia se tu ias querer ficar, tu sabes… por causa de ontem…

- Se o Charlie quiser, podes dizer ao Billy que ficamos e aproveitamos para conversar.

O meu pai aceitou o convite mas disse que voltaria ao final da tarde porque ainda tinha trabalho para fazer na esquadra. Eu decidi que o melhor era ficar por lá já que não tinha aulas da parte da tarde. Fiquei com Jacob, fomos dar uma volta na praia como costumávamos fazer.

Estávamos os dois sentados na areia sem saber muito bem o que dizer. Jacob atirava pedrinhas que encontrava na areia para o mar e eu olhei-o impressionada. Aquela era a única pessoa que me fazia sentir viva, que era capaz de despertar em mim sempre as melhores sensações. Enquanto o observava pensei no quanto aquele momento era perfeito. Eu precisava dele na minha vida e não ia suportar perde-lo porque ele representa o meu lugar seguro, sem espaço para lágrimas ou tristeza. 


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Notas finais do capítulo

O próximo capitulo já está prontinho, então prometo que se me deixaram muitos comentários eu não vou demorar nada para postar, pode ser? :)

Digam-me tudo o que pensam, o que mais gostam, o que menos gostam, tudo mesmo :)

Parece mesmo que nenhuma das meninas que acompanham esta fic gostou muito da minha outra fic :(
Eu acho que vocês são todas tão fãs de Jacob que nem querem ler a outra fic porque ele não aparece! Quando não estiverem muito ocupadas dêem uma oportunidade à história, sim? Tem por lá um Damon para substituir Jacob na perfeição, prometo...

Cá vai o link: http://www.fanfiction.com.br/historia/127291/Erros_Do_Passado