Quando o Sol se Pôr... escrita por Anny Andrade


Capítulo 24
Capítulo 18. Natal em família?




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Se existe uma festa típica que enlouquece a cabeça de Luna e Gina, essa festa é o natal. As duas pareciam àquelas crianças de quatro anos que passam o ano esperando pelo natal para poder ganhar presentes e ver papai Noel.

            Gina esperava pelos presentes, mas Luna gostava mesmo de enfeitar a casa com tudo possível, menos papai Noel. Ela tinha pavor do bom velhinho. Hermione ria desse medo da amiga, mas não por muito tempo. Luna ameaçava pendurar palhaços pela casa.

            A árvore de natal era gigantesca e toda branca com enfeites em azul e prata. Gina tentou convencer as meninas em colocar ela toda de rosa, mas elas simplesmente ignoraram a ruiva. Até neve falsa a Luna tinha arranjado e em volta da maioria dos enfeites da casa tinha os floquinhos de neve dando a sensação de um natal ainda mais gelado.

            Na casa a frente à animação passava longe. Rony estava acostumado com festas de natais enormes com todos os irmãos, e nem se animava tanto quanto Gina, fora o fato de a viagem de Hermione está cada dia mais próxima de acontecer, e o fato dos pais dela irem participar do natal em família. Harry passaria natal na casa de Rony como sempre, o ruim era que Gina não estava mais falando com ele, e ele não tinha terminado com Cho. Ou seja, Gina e Cho juntas em um natal animado, provavelmente isso não daria certo. Draco por outro lado não gostava nada de natal, era uma festa sem sentido em sua vida.

            Normalmente o loiro saia para se divertir enquanto os pais viajavam por locais quentes do globo terrestre, mas dessa vez passaria o natal com todos os amigos, ainda mais porque Luna parecia idolatrar o feriado santo e vê-lo desanimado parecia fazer ela ficar mais animada tentando passar o espírito natalino para ele. Draco tinha passado a ultima semana pendurando guirlandas e fazendo compras de natal, estava quase tendo um colapso, mas Luna parecia muito feliz.

            - O que essas meninas vêem no natal? – Draco perguntou cansado e jogado no sofá.

            - Gina, sempre amou. Ganha presentes excelentes de todos. – Rony virou os olhos.

            - Eu vou levar a Cho, será que não terá problemas? – Harry perguntou.

            - Não... Você nem existe mesmo para a minha irmã... E Hermione vai levar o Flavinho, o Dan, e o pai adorável dela, e a minha sogrinha querida. – Rony disse.

            - Eu preciso de um lugar limpo. – Hermione entrou no apartamento sem nem bater. – Não agüento mais neve artificial, e musiquinha de natal. Esqueci como Luna ama essa época.

            - Por que ela ama isso? – Draco perguntou.

            - Porque ela é a Luna...

            - Combinado para irmos para o doce lar Weasley?

            - Claro... – Hermione sorriu. – Preciso da sua ajuda, para escolher presentes.

            - Presentes?

            - Para sua mãe, pai, irmãos... – Hermione sorriu. – Não os conheço tão bem!

            - Hermione não precisa de presentes. – Rony reclamou.

            - Já comprei o seu, e não me venha com não precisa. – Hermione disse séria.

            - Estou indo ajudar Luna... – Draco saiu de fininho.

            - Vou falar com a Cho! Já que sou proibido de entrar no apartamento da frente. – Harry disse saindo rapidamente.

            - Acham que vamos brigar. – Rony riu.

            - Que bom...

            - Hein?

            - Assim, ficamos sozinhos. – Hermione sorriu. – Estava com saudades.

            - Granger isso pode ser interpretado como uma proposta indecente. – Rony sorriu.

            - Ronald Weasley... – Hermione sorriu caminhando de costas até a porta e a trancando. – Você interpretar bem...

            XXX

            - Droga! – Gina gritou quando a sacola de biscoitos e outros doces natalinos rasgaram em frente ao prédio. – Era pedir muito agüentar até chegar no meu andar? Por isso temos que abolir essas sacolinhas plásticas, a Luna está certa. Só servem para poluir o ambiente.

            - Posso ajudar.

            - Não falo mais com você, e não preciso de ajuda. – Gina respondeu.

            - Gina... Só uma ajudinha não significa que vai voltar a ser minha amiga. – Harry disse ajudando a pegar os pacotes todos.

            - Bom... Isso é verdade. – Gina disse se rendendo. – Leva elas para o apartamento e deixe nas mãos da Luna.

            - E você? – Harry questionou.

            - Vou voltar para o shopping, esqueci algumas coisas. – Gina sorriu. – Obrigada pela ajuda.

            - Por que achei que a ajuda amoleceria o coração dela? – Harry resmungou recolhendo o restante espalhado e voltando a subir as escadas.

            - Ele deve achar que sou a Gina idiota que ficou com o traste do Dino por cair em palavras vazias... Como se eu fosse amolecer com uma ajudinha. Fica se agarrando com aquela japa e acha que vou deixar se aproveitar dos meus beijos. IDIOTA. – Gina disse irritada, subindo em um ônibus.

XXX

            - Draco! Não está ficando linda a casa? – Luna sorriu.

            - Luna? Nem vamos ficar aqui... Por que tudo isso?

            - Porque o natal é uma época bonita e de sentimentos bonitos, quero ter isso nesse lugar que chamo de lar. – Luna disse se aproximando do loiro e o abraçando.

            - Você é incrível... – Draco sorriu a beijando lentamente.

            - Gina mandou entregar isso aqui. – Harry entrou atrapalhando o casal.

            - Meus biscoitos... – Luna disse largando Draco e correndo para os pacotes na mão de Harry.

            - Que tal molhar o biscoito? – Draco riu.

            - Fique bem longe de mim loiro. – Harry disse saindo do apartamento.

            - Como se fosse me aproximar de um magricela desses. LUNA! – Draco disse indo atrás dela na cozinha.

XXX

            Gina estava caminhando pelo shopping, precisava achar presentes para as amigas e nada parecia ser legal. Como ela poderia escolher presentes agora que elas tinham mudado tanto, tinham tido um ano tão diferente de todos que poderiam imaginar ou se lembrar.

            - Eu poderia escolher qualquer presente, mas eu quero escolher o certo. – Gina disse observando uma das vitrines.

            - O presente certo e sempre o mais difícil. – Uma voz disse ao seu lado. – Pior nós homens que nunca acertamos naquilo que compramos.

            - Desculpa? – Gina disse.

            - Homens não sabem dá presente. Eu por exemplo só compro bombons ou flores. – O rapaz sorriu.

            - Bombons e Flores são os presentes ideais. – Gina sorriu. – Se o presenteado for uma menina.

            - Quando o presente é para um homem compramos canetas ou carteiras. – Ele riu.

            - Por isso todos os presentes que meus irmãos me dão são ruins, é mal do sexo masculino. – Gina disse. – Gina Weasley.

            - Pedro Gonzáles. – O rapaz disse apertando a mão de Gina. Ele tinha a pele bronzeada e os cabelos negros arrepiados, os olhos eram negros e ele tinha vários centímetros a mais que ela. Ele usava uma camiseta amarela com detalhes em vermelho, e uma jaqueta jeans por cima.

            - Pedro... – Gina sorriu. – Não é um nome muito comum por aqui.

            - Não sou daqui. Venho dos países latinos. Mãe brasileira e pai mexicano. Sou literalmente a mistura latina. – Ele disse rindo e revelando novamente os dentes impecavelmente brancos. – Gina não parecer ser um nome e sim apelido.

            - Acertou. – Gina disse. – Chama-se Ginevra e provavelmente mudara o nome para somente Gina.

            - Gosto de nomes diferentes, de onde eu venho Pedro é um nome muito comum. – Ele falou.

            - Presentes para a namorada? Por que se for, continue no caminho de bombons e flores. – Gina disse.

            - Quem dera... As meninas daqui são muito fechadas e quase nem sorri. – Pedro disse. – É presente para minha mãe, e para ela sempre tem que ser o melhor. – E você por que falava sozinha em busca de presentes?

            - Melhores amigas que tiveram a vida mudada. – Gina disse. – Uma namora com meu irmão e vai viajar, deixar ele e todos nós. A outra ama flores, palhaços e coisas estranhas, acho que vai acabar casando antes de todas. – Gina riu. – Preciso de presentes especiais.

            - Aceita ajuda? – Pedro sorriu. – Te ajudo e você me ajuda.

            -  Disse que era péssimo com presentes.

            - Mas entendo de despedidas, e de loucuras...

            - Bom... Não seria muito normal ajudar um estranho, mas coisas normais não fazem a minha cabeça. – Gina disse.

            - Isso é um sim?

            - Com toda certeza. Sua mãe vai ganhar o melhor presente da vida dela. – Gina disse.

XXX

            - Vou sentir falta disso. – Rony falou. – Desses seus momentos de loucura, que são raros, mas que valem à pena.

            - Rony... Eu vou voltar para esses momentos sempre. – Hermione disse sorrindo.

            - Vou te esperar... – Rony falou beijando-a com desejo e ternura, uma mistura de saudade daquilo que aconteceu e desejo de que sempre voltasse a acontecer.

            - Vou sentir saudades de cada detalhe. – Hermione disse analisando o rosto do ruivo. – De cada sarda, de cada expressão, dos beijos, das brigas, dos sonhos...

            Ela se se encostou a ele. Estavam sentados no sofá do apartamento de Rony, ele sorriu percebendo o quanto era bom tê-la sempre por perto, e a saudade parecia se afastar mesmo que a certeza da distante sempre existisse.

Fechou os olhos e se lembrou das férias nas montanhas, no chalé coberto de lençóis branco, da música. A música deles. Lembrou de cada detalhe que sua mente tinha gravado em um lugar especial do cérebro para nunca mais esquecer.

            - Eu te amo. – Rony disse fazendo com que Hermione voltasse a olhar ele.

            - Eu te amo tanto que nem sei explicar. – Hermione sorriu.

            Ficaram em silencio. Eles não precisavam de nenhuma palavra naquele momento. A saudade começava a invadir o coração deles, mesmo estando juntos ainda. O amor prega peças, e faz com que o coração se conecte a outro a ponto de sentir falta só de imaginar a ausência daquilo que lhe da vida.

XXX

            O tempo parecia ter sido deixado de lado naquela tarde para todos aqueles que se esqueceram um pouco de se preocupar e apenas viveram o momento.

            Draco havia conseguido fazer com que Luna deixasse todos os preparativos de Natal de lado. Tinha sido difícil, ela realmente tinha uma estranha atração por tal época do ano, mas o loiro sabia ser bastante convincente. Afinal não tinha sido nada fácil conquistá-la só que ele quase nunca desistia.

            - Draco, momentos assim nem parecem ser nossos. – Luna disse encostada no peito do garoto.

            - Por que não? – Ele perguntou enquanto sentia o perfume dos cabelos dela.

            - Eles aparecem mais com o jeito do Rony e da Mione... – Luna falou o encarando. – Nossos momentos sempre foram mais intensos, mais inesperados.

            - Isso de ficar simplesmente em silencio e abraçados realmente não faz nosso estilo. – Draco disse. – Mas às vezes é bom mudar.

            - Eu mudei por você... Mas não quis sofrer, por ser tão real pra mim... – Luna sorriu voltando a encostar-se ao loiro.

            - Por que gosta tanto dessa época? – Draco perguntou. Eles quase nunca conversavam, era hora de completar o relacionamento.

            - São por tantos motivos. – Luna disse sorrindo. – São tantas memórias boas.

            - Pelo visto vamos ter a tarde toda para histórias de Natal. – Draco riu.

            - Você detesta Natal. – Luna disse. – É obvio que eu percebi. – Ela riu ao ver o olhar indagador no loiro.

            - Mas...

            - Eu ignorei. – Luna riu.

            - Sempre me ignora. – Draco disse sério.

            - É ótimo te ignorar. – Luna disse rindo.

            - Como consegue ignorar um loiro assim como eu? – Draco disse a virando para si.

            - Assim como? Safado? Sem Vergonha? Cheio de “amiguinhas”? – Luna ficou séria. – É fácil ignorar alguém assim.

            - Luna Lovegood. Sei que não resisti a mim. – Draco disse a puxando ainda mais para cima de si.

            - Resisto facilmente. Você que não larga do meu pé. – Luna disse.

            - E por que não saiu de cima de mim? – Draco disse sorrindo.

            - Por que... – Luna sorriu.

            - Não resiste a mim.

            - Draco Malfoy! – Luna disse séria. – Eu realmente não resisto há você.

            Ela juntou seus lábios aos de Draco com a mesma volúpia de sempre. Era tão bom senti-lo sempre que queria, sempre que menos espera. Ela ainda não entendia como duas pessoas tão diferentes podiam viver algo tão imensamente importante, e tão lindo como viviam.

            Entre as línguas que dançavam no mesmo ritmo, entre as caricias que faziam com que ambos se arrepiassem tudo que invadia o espaço que ocupavam era o amor. Que querendo ou não transbordava deles. Um sentimento não precisa ter razão, só precisa de emoção e de verdade. E amar Draco Malfoy era a única verdade absoluta de Luna.

            XXX

            - Belas compras. – Gina sorriu enquanto tomava sorvete de chocolate. – Nunca imaginei que um homem poderia passar tanto tempo dentro de uma loja. – Ela parou assustada. – Você é homem né? Quero dizer...

            - Não sou gay! – Pedro riu. – E odeio compras e lojas. Mas a companhia foi divertida hoje.

            - Eu amo compras. – Gina riu abertamente. – Obrigada pela ajuda com os presentes.

            - Eu que agradeço... Minha mãe nunca vai ganhar um presente tão bem escolhido como esse.

            - Onde moram? A cidade é grande... – Gina perguntou.

            - Eu moro sozinho. Eles continuam lá no nosso país quente e cheio de energia. E eu vim atrás dos meus sonhos. – Pedro sorriu fazendo o sorriso iluminar praticamente o shopping todo.

            - Vai passar o natal sozinho? – Gina disse com dor na voz. – Isso é horrível.

            - Nem tanto... Posso ir para um bar tomar muitas tequilas e nem ver a noite passar. – Pedro riu.

            - Eu adoro o natal... Jamais passaria sozinha, preciso de pessoas em volta, de abraços...

            - De amor? – Pedro disse reparando que a boca dela estava toda manchada de sorvete.

            - Amor... – Gina suspirou. – Sabe me explicar porque essa palavra é tão importante e tão complicada?

            - Quem me dera... – Pedro riu. – Se eu entendesse disso, não estaria fazendo comprar em um shopping, conversando com uma garota como você... Talvez estivesse plantado na minha casa, fazendo juras de amor e vendo a outra pessoa indo embora com outro.

            - Exatamente isso. – Gina disse sorrindo. – Tudo não seria perfeito se o amor fosse como esse sorvete?

            - O amor como sorvete? – Pedro achou estranho. Mas alguma coisa naquela ruiva fazia ele se interessar em qualquer loucura.

            - Como um sorvete. Chegaríamos em um lugar e encontraríamos amores de todos os sabores. Os românticos, os eternos, os maliciosos... Mas sempre amores correspondidos. – Gina disse. – Um com sabor de chocolate, outro com sabor de morango... E quando chegasse ao fim aquela sensação de foi muito bom enquanto durou, mas seria enjoativo continuar provando. Nada de ficar esperando que o amor nunca acabe e que seus sonhos se realizem como conto de fadas. – Gina riu. – Um amor com sabor de creme e chocolate.

            - Essa foi à teoria mais maluca que eu já escutei. – Pedro riu. – Mas a melhor de todas. Amor deveria ser igual sorvete.

            - Qual o sabor que você gosta? – Gina disse enquanto sorria.

            - Dos sabores inusitados. Daqueles que encontramos de repente, mas que são impossíveis de esquecer. – Pedro disse colocando uma das mãos sobre a mão de Gina.

            XXX

            Os dias foram passando. E como passam rápido quando os desejos são que ele pare. E o Natal batia na porta deles, como quem pede licencia para poder entrar, trazendo com ele todos os sentimentos que envolvem um momento tão cheio de significados.

            Hermione sorria timidamente entre a família de Rony. Todos eram tão educados e simpáticos, ela implorava intimamente que seu pai fosse igualmente legal quando chegasse, mesmo que isso parecesse impossível. Luna e Draco não haviam chegado ainda, a loira fez o namorado ir falar com seu pai antes de poder aproveitar a festa magnífica que sempre acontecia na casa dos Weasleys. Harry havia ido buscar Cho, a japonesa se recusou a passar a data longe dele. Gina continuava no quarto se arrumando.

            Hermione sabia o motivo de toda a demora de Gina, e obviamente ela dessa vez concordava que era por um excelente motivo. Não que ela já conhecesse realmente o motivo, mas depois de todos os dias e de todas as histórias que a ruiva contava com os olhos voltando a brilhar fazia com que parecesse a melhor de todas as causas.

            - Gina está demorando tanto só para ficar melhor que a Cho? – Rony perguntou sentando-se ao lado de Hermione com uma bandeja de biscoitos.

            - Não sei se é bem isso. – Hermione sorriu pegando um dos biscoitos.

            - O que ela vai aprontar? – Rony perguntou.

            - Nada de ruim... Estou mais preocupada com... – Hermione começou, mas sua voz foi calada pela campanhinha.

XXX

- Luna isso não vai dar certo. – Draco falou entre dentes. – Não vai dar certo mesmo.

            - Claro que vai... – Luna sorriu radiante enquanto esperava a porta da casa amarela abrir.

            - Seu pai e o meu pai brigam até hoje por causa daquele problema de lixo tóxico naquele lago. – Draco falou. – Seu pai vai aproveitar a oportunidade e me matar.

            - Meu pai não é assim... E o lago era lindo antes daquela poluição toda. – Luna disse.

            - Eu sei... A escola fez questão de levar todos para verem o estrago que os Malfoy causavam na comunidade. – Draco disse se lembrando de ter ficado um mês sendo isolado pelos outros, só Luna falava normalmente com ele. O que não significava muita coisa naquela época.

            - Tinha esquecido desse detalhe. – Luna o encarou. – Depois que deu aquela festa na sua casa todos voltaram a falar com você. – Ela disse.

            - Nem todos...

            - Como não?

            - Você nunca deixou de falar comigo. – Draco sorriu charmosamente. – Já gostava de mim senhorita Lovegood?

            - Eu... – Luna corou. – Claro que não, só fui legal.

            - Gostava muito de mim né? – Draco disse se aproximando.

            - Draco... – Luna sorriu timidamente.

            - Como não percebi que você morria por mim? – Draco estava ainda mais próximo. – Eu era cego e burro. – Ele sorriu.

            - Você sempre foi isso mesmo. – Luna disse se lembrando do tanto de vezes que brigava com ele por raiva da sua incapacidade de enxergar o obvio, e depois ela que era lunática.

            - Luna... Ainda bem que agora eu sou inteligente e enxergo muito bem. – Draco disse envolvendo a cintura da loira com um gesto ligeiro, juntou o corpo dela junto ao seu, e uma de suas mãos saíram da cintura para a nuca. E finalmente os lábios se juntaram na mesma volúpia dos beijos roubados.

            - Luna? – A porta tinha se aberto e a figura de um homem de cabelos médios e extremamente brancos apareceu nela. Ele usava uma roupa vermelha berrante com detalhes em dourado. Era o verdadeiro papai Noel.

            Draco se separou de Luna rapidamente sem acreditar na falta de sorte de o senhor Lovegood ter os encontrado daquela maneira. Era somente um beijo, mas os beijos deles nunca eram só beijos. Tinham todos os sentimentos ocultos a ponto de serem expostos.

            - Pai! – Luna sorriu e saiu dos braços de Draco para os braços do pai que continuava olhando para o rosto do loiro que tinha se tingido de vermelho e agora parecia se transformar em roxo.

            - Minha Luna... – Xeno falou sorrindo enquanto abraçava a filha. – Veio passar o natal aqui?

            - Na verdade eu vim visitar o senhor e te apresentar uma pessoa. Vamos passar o natal com os Weasley.

            - Que bom filha... Porque eu realmente tenho um compromisso para essa noite. – Xeno sorriu. – Sabe que na noite de natal sempre temos muitos viscos para cuidar e evitar maldições terríveis.

            - Sempre me esqueço disso, mas o senhor vai cuidar muito bem. – Luna sorriu saindo finalmente do abraço.

            - Como está bonita filha... – Xeno sorriu. – E o senhor Malfoy o que faz aqui?

            - Eu... – Draco começou. – Eu... Tudo bem senhor Lovegood? – Draco apertou a mão do pai de Luna entre muitos tremores.

            - Tudo ótimo e com o senhor? – Xeno disse fazendo-se de sério.

            - Tudo bem... – Draco respondeu gaguejando.

            - O que faz aqui?

            - Eu... – Draco olhou suplicante para Luna que estava rindo sem parar.

            - Pai... Está assustando o Draco. – Luna disse.

            - Foi divertido ver o olhar de pânico dele. – Xeno sorriu.

            - Ele já sabe que estamos namorando Draco... Não precisa se preocupar. – Luna disse se abraçando ao loiro.

            - E fico contente de ver como a Luna anda feliz com esse namoro. – Xeno disse sorrindo. – Vamos entrar e conversar um pouco antes de vocês irem para a maravilhosa ceia dos Weasley.

            - Ótima idéia pai. Temos chocolate quente? – Luna sorriu.

            - E muitos chás.

            - Ótimo. – Luna disse sorrindo.

            Xeno entrou e foi seguido por Luna e Draco. O loiro parecia um pouco mais calma, mesmo assim ele nunca tinha conhecido o pai de uma das suas namoradas. Com Luna tudo era diferente, tudo tinha um sentido concreto.

            - Por que não contou que ele sabia? – Draco sussurrou.

            - Porque foi divertido te ver gaguejando. – Luna riu.

            - Isso terá volta. – Draco sussurrou novamente. – Terá que me pagar por essa brincadeira.

            - Dependo do preço eu corro o risco. – Luna disse baixinho o beijando rapidamente.

            - Te amo. – Draco suspirou.

            - Te amo também. – Luna disse enquanto seu pai saia em direção à cozinha para pegar as xícaras de chocolate e chá.

XXX

            Depois de vários minutos de elogios entre os pais de Hermione e Molly e Arthur Weasley finalmente conseguiram se afastar da porta e arrumar lugares para todos sentarem.

            Rony parecia extremamente constrangido com os olhares que Philipes dava a ele. Era a primeira vez que se encontrava depois do comunicado que Hermione havia feito por telefone.

            - Hermione é um amor de garota. – Molly sorriu. – Rony tirou a sorte grande por namorar uma menina tão dedicada.

            - Tenho que concordar com a senhora. – Philipes sorriu. – O Ralph foi realmente sortudo.

            - Pai o nome é Rony. – Hermione disse corando.

            - Sempre esqueço.

            - Ralph! – Fred disse rindo. – Vem ajudar a gente com a mesa.

            - É Ralph pode vim logo. – Jorge ria descontroladamente.

            Rony tinha as orelhas em chamas, mas se levantou acompanhando os irmãos. Porque o pai de Hermione odiava tanto ele? A pergunta ficou martelando em sua mente enquanto sua raiva transparecia por sua orelha.

            - Pai? – Hermione disse constrangida. – Para de chamá-lo de Ralph, por favor...

            - Mas... – Philipes disse.

            - Que tal um drinque? – Arthur perguntou sorridente.

            - Ótima idéia. – Molly sorriu. – E Rose pode me ajudar com os últimos preparativos.

            - Isso mesmo. – Rose sorriu. – E você pare de implicar com o namorado da nossa filha. – Ela falou beliscando o braço do marido.

            - Eu vou ver se a Gina ainda está viva. – Hermione disse subindo as escadas em direção do antigo quarto da ruiva.

            Gina estava se olhando no espelho como a muito não fazia. Tinha colocado um vestido azul marinho acima do joelho e usava saltos altos. Os cabelos ruivos estavam presos em uma trança embutida e a maquiagem era leve e discreta. 

            - Está linda. – Hermione sorriu.

            - Sério? – Gina disse. – Eu há muito tempo não demorava tanto para escolher uma roupa.

            - Isso seria a velha Gina querendo voltar?

            - Acho que é uma mistura da velha com a nova. – Gina sorriu através do espelho.

            - Essa mistura está perfeita. – Hermione sorriu também.

            - Aconteceram tantas coisas, né? – Gina disse se afastando.

            - Muitas mesmo... – Hermione falou pensativa. – E o latino vem mesmo?

            - Disse que vinha, afinal ia passar o natal em um bar qualquer.

            - E a Gina o socorreu? – Hermione riu.

            - Somos amigos, e isso basta. – Gina riu.

            - Então vamos descer né? – Hermione riu. – Daqui a pouco o amigo de sorriso perfeito e cor sedutora vai chegar.

            - Hermione, ele realmente é sedutor até no jeito de andar. – Gina riu. – Deve ser o lado brasileiro dele, dizem que no Brasil as pessoas são sedutoras por natureza.

            - Seus irmãos vão morrer de ciúmes. – Hermione riu. – E um certo garoto de óculos vai morrer de raiva.

            - Ele que mate a raiva dele com aquela japonesa sem graça. – Gina disse séria.

            Gina passou primeiro pela porta deixando Hermione para trás aproveitando para voltar a olhar a roupa e sorrir satisfeita com a saia cintura alta preta e a blusa vinho com detalhes em preto. Os olhos bem marcados e os cabelos presos em um coque frouxo. Ela suspirou e voltou à atenção para a porta que não estava mais aberta.

            - Está linda. – Rony disse sorrindo de lado e trancando a porta com um leve clique.

            - Rony... – Hermione sorriu. – O que está fazendo?

            - Estou ficando por um momento sozinho com a minha namorada. – Ele disse caminhando até ela e a envolvendo em um abraço.

            - Vão perceber o nosso sumiço. – Hermione riu sentindo os lábios dele percorrendo seu pescoço e sentindo o corpo dele contra a sua costa.

            - Não vão não... – Rony disse suspirando. – Minha mãe está contando milhares de histórias e todos estão se divertindo. – Rony continuou a percorrer o pescoço dela com beijos molhados e leves mordidas.

            - Rony... – Hermione suspirou virando-se e buscando os lábios do ruivo. – Isso não vai dar certo.

            - É natal, pense em como um presente extra. – Rony disse sorrindo.

            - Ronald Weasley. – Hermione disse seria.

            - Hermione Granger? – Rony sorriu.

            - Tudo bem... Eu não resisto mesmo. – Ela sorriu grudando seus lábios aos dele e sentindo um calor invadindo seus poros.

            Suas línguas dançavam assim como as mãos que percorriam o corpo deles. Hermione percorria a extensão das costas largas do garoto enquanto ele circulava sua cintura e chegava até suas cochas. Os beijos iam da boca ao pescoço e traçavam um caminho quente e molhado.

            - Rony... – Hermione conseguiu gemer baixinho quando as mãos do garoto tinham ido até seus cabelos desmanchando o coque.

            Eles caminharam até a cama e com um gesto rápido Hermione conseguiu o empurrar caindo sobre ele. Os beijos estavam ganhando mais calor e as mãos se tornando mais exploradoras.

            Os rostos vermelhos transmitiam a pulsação do sangue que era intensa. Hermione sentia que Rony estava muito empolgado com a situação tanto quanto ela. Suas mãos entraram por baixo da camiseta azul que ele usava e logo ela tinha sido retirada revelando um abdome perfeito.

            - Hermione... – Rony suspirou sentindo o caminho de beijos que a garota traçava por seu corpo.

Ela começara nos lábios, passará pelas orelhas, pescoço e agora estava sobre o peito e descia sem pudores. Em uma ação rápida ele inverteu a situação e agora estava por cima dela e a pressionava contra o colchão. Os cabelos soltos e bagunçados eram acariciados com desejo. O pescoço que mostrava a corrente de prata ganhava uma chuva de beijos, mordidas e mais beijos. Ele estava a ponto de tirar a blusa dela.

- Hermione? – A voz de Harry fez com que eles se separassem. – Hermione? Está ai?

Hermione tentou recuperar o ar.

- Estou. – Ela disse sentando-se na cama enquanto Rony permanecia jogado com cara de poucos amigos.

- Gina disse que estava aqui. Está tudo bem?

- Sim... Eu só estava me arrumando um pouco mais. – Hermione disse reparando que sua roupa estava toda amassada e seu cabelo parecia ter saído de uma ventania.

- Posso entrar?

- Não! – Ela falou. – Já estou saindo. Te encontro lá embaixo.

- Quero falar com você, é sobre o jeito da Gina.

- Tudo bem, já estou descendo. – Hermione disse.

Pode-se ouvir os passos de Harry se distanciando. E logo em seguida Rony voltou a puxá-la para um beijo desejoso.

- Rony... – Hermione disse a contra gosto. – Precisamos descer.

- Mas...

- Anda... – Hermione disse se levantando e começando a arrumar o cabelo.

- Você é cruel, eu vou ficar lembrando-se disso a noite inteira. – Rony disse.

- Melhor não se lembrar não. – Hermione disse reparando no volume que tinha na calça dele. – Meu pai está ai.

- E ele me odeia, ficaria feliz em me matar. – Rony disse.

- Por isso. Vamos logo. – Hermione disse.

- Mas ainda pode ser um presente de natal extra? – Rony disse parando atrás dela e a beijando no pescoço.

- Vou pensar. – Hermione sorriu virando-se e o beijando levemente.

- Vou cobrar. – Rony disse abrindo a porta e colocando a camiseta. Ele saiu na frente dela a deixando arrumando a roupa e o cabelo assim como o batom que tinha desaparecido.

- Nossa... – Hermione suspirou ofegante, sorriu para sua imagem no espelho e logo em seguida saiu do quarto.

- Hermione? – Harry disse quando a garota sentou ao seu lado na sala. – Tudo bem?

- Claro, por quê?

- Suas bochechas estão mais vermelhas que o normal. – Harry disse olhando desconfiado.

-       Blush Harry. – Hermione disse séria. – Mulheres usam blush. 

- Certo... – Harry disse. – Podemos falar sobre a Gina?

- O que foi dessa vez? – Hermione disse.

-  Ela está conversando com a Cho. Normalmente. O que aconteceu com ela?

- Nada. Ela está como sempre. – Hermione disse e observou que Gina conversava com Cho, mas por pura formalidade. – Ela está sendo educada e somente isso.

- Ela nunca é educada. – Harry disse.

- Ela ama natal e hoje fica mais feliz que nunca. Então, ela está bem. – Hermione disse sorrindo ao encontrar o olhar de Rony.

- Não sei não... – Harry disse, mas Hermione já não o escutava.

XXX

O tempo passou e depois de varias gemadas rejeitadas por Gina e Mione, e varias implicâncias entre Philipes e  Rony finalmente Luna e Draco chegaram sorridente. Segundo o loiro o pai de Luna era extremamente legal e que se pudesse trocaria de pai com ela.

Todos estavam mortos de fome, e Gina parecia ansiosa como nunca, olhava a cada segundo para porta esperando uma entrada triunfal. Mas quando a campanhinha tocou não era quem ela esperava, embora a pessoa que havia chegado pareceu alegrar ainda mais o ambiente.

- Hou hou hou...

- Você veio...  – Gina disse sorrindo. Enquanto o pai de Hermione se engasgava e Rony ria intimamente.

- Claro Florzinha. – Flavinho a apertou em um abraço e seguiu para Hermione. – Como perder um natal ao lado de vocês e dos seus namorados lindo. – Flavinho olhou para Rony.

- Flavinho... – Luna disse. – Que bom, mas fique longe do Draco.

- Por quê?

- Ele já tomou chás demais, vai que tem algum surto. – Luna sorriu.

- Eu ouvi dona Luna. – Draco gritou. – Nada de surtos. Oi Flavinho.

- Não quero o loiro... Têm muitos ruivos por aqui. – Flavinho disse observando Fred e George. – E gêmeos... Morri.

- O Dan não vem? – Gina riu.

- Disse que iria passar com os pais caretas. – Flavinho disse e pareceu magoado. – E o Deus Latino?

- Está atrasado... – Gina disse triste.

- Olá... – Molly surgiu com uma bandeja de tortas.

- Senhora Weasley? – Flavinho sorriu. – Fofa desse jeito só pode ser. Porque nunca vi uma filha e uma nora falarem tão bem de uma pessoa. – Flavinho retirou a bandeja da mão de Molly e entregou a Gina, abraçando a matriarca finalmente.

- Que graça de garoto. – Molly sorriu quando o abraço se desfez.

- Adorei sua mãe, posso roubá-la para mim? – Flavinho disse quando Molly se afastou e carregou Rony junto para a cozinha.

- Ela é uma graça com as visitas, passe um ano morando com ela.

- Ganho os irmãos de brinde? – Flavinho riu.

- Um dia com Fred e George e muda de opção sexual novamente. – Gina riu.

- Duvido...

- Não duvide. – Hermione falou rindo também.

- São tão bonitinhos, carinhas de anjos...

- Por isso dizem que quem vê cara não vê coração. – Luna disse tinha conseguido se afastar de Draco quando os gêmeos resolveram implicar com o loiro.

- Podemos servir a ceia? – Molly surgiu sorridente voltando da cozinha.

- Não! Ainda falta alguém... – Gina disse com um pouco de desespero na voz.

- Quem? – Molly perguntou confusa.

- Alguém especial... – Gina disse séria, percebendo um olhar de Harry.

- Quem ela está esperando? – Draco perguntou a Luna.

- É surpresa. – Luna sorriu.

- Só mais um pouquinho mãe. – Gina resmungou.

- Só um pouco... – Molly disse. – Que tal mais alguns drinques?

- Excelente idéia. – Rose a acompanhou arrastando Philipes e Flavinho que foi junto.

- Quem que estamos esperando? – Harry perguntou.

- Não é da sua conta.

- Que falta de consideração, se atrasar desse jeito. – Harry riu enquanto Cho entrelaçava os braços dela aos dele.

- Não vi ninguém atrasado aqui. – Gina disse.

- Hermione seu pai é ruim. – Rony disse saindo da cozinha. – E os gêmeos o adoraram.

- Oh... – Hermione disse constrangida.

A campanhinha tocou. Gina se agitou, mas quem abriu a porta foi Rony. Uma expressão séria do ruivo foi se transformando em diversão. Um perfume exótico entrou pelo vão da porta e Gina sabia de quem se tratava. Mas qual seria a reação do irmão e de todos os outros? Dizer que eram simples amigos seria o suficiente para evitar escândalos em pleno Natal.

- Pedro? – Rony disse. – Mudou de idéia Cara?

- O que? – Gina gesticulou para Mione que não estava entendendo nada.

A voz de Rony era brincalhona enquanto abraçava o moreno um pouco mais alto que ele. Pedro parecia meio confuso, mas ao avistar Gina abriu um sorriso gigantesco.

- Gina... – Ele disse charmosamente a beijando no rosto.

- Conhece minha irmã? – Rony disse.

- Ele é o convidado que eu estava esperando. – Gina corou.

- Não sabia que era sua irmã. Não liguei o sobrenome à pessoa. – Pedro disse constrangido.

- Como se conheceram? – Rony questionou.

- Ela me ajudou com o presente da minha mãe. – Pedro sorriu. – Essa é sua namorada? – Ele sorriu para Hermione.

- Sou... – Hermione disse meio constrangida.

- Esse ruivo não para de falar de você. – Pedro disse e a beijou no rosto. – E você a Luna? A que gosta de batatas. – E beijou o rosto de Luna.

- Como? – Gina perguntou confusa.

- Pedro trabalha comigo no restaurante. É garçom para pagar a faculdade. – Rony explicou. – Vamos conhecer as outras pessoas. – Rony o arrastou para a cozinha.

A sala parecia ter adquirido o perfume do moreno que além de perfumado estava impecável. Uma camiseta lilá com listras deixavam toda a musculatura dele delineada, a calça jeans um pouco justa fazia com que se tornasse ainda mais visível a pratica de esporte por ele. O sorriso branco e perfeito iluminando o ambiente juntamente com o olhar fulminante que faria qualquer uma suspirar. Era puro charme e sedução.

- Uau... – Luna disse. – Ainda bem que gosto de loiros. – Ela sorriu.

- Não disse que era uma perfeição? – Gina sorriu. – E o melhor...

- Rony parece ser amigão dele. – Hermione sorriu. – Um ponto para Gina.

- Quem é esse Deus? – Cho falou suspirando.

- Convidado da Gina... – Luna sorriu.

Harry parecia incapaz de falar, somente olhava feio para ruiva ignorando até mesmo as investidas de Cho.

- Meninas... Hora de comer. – Molly chamou da cozinha.

- Eba! – Luna disse se encaminhando com Mione para a cozinha.

- Gina? – Harry chamou. – Quero falar com você...

- Depois da ceia. – Gina sorriu.  – Preciso dar atenção ao meu convidado.

- O que quer falar com ela? – Cho disse irritada.

- Assunto particular. – Harry respondeu. – Vamos... – Ele arrastou a japonesa até a cozinha.

XXX

Gina ignorou os olhares de Harry durante o jantar que estava deliciosamente impecável. Todas as gostosuras pareciam ter um toque especial que fazia todos quererem repetir e degustar os sabores incomuns e ao mesmo tempo espetaculares.

Fred e George se divertiam ao ver que o pai de Hermione tinha obrigado a filha a sentar-se ao seu lado mantendo Rony bem longe da garota. O ruivo parecia muito irritado e magoado, mas continuava a representar uma calma que nunca chegaria a ser dele. Flavinho estava perto de Luna e fazia à loira rir muito com os comentários sobre os gêmeos, até mesmo Draco não conseguia respirar direito devido tantas gargalhadas.

Molly e Rose conversavam animadamente sobre receitas e o destino dos filhos. Rose admirava o tamanho da coragem Molly em criar nada menos que sete filhos com idades e personalidades diferentes, só com Hermione ela já tinha sofrido momentos de estresse imagina com mais seis? Com toda certeza ela enlouqueceria.

Harry continuava a encarar Gina. A ruiva estava completamente distraída enquanto conversava com Pedro e quase sempre esboçava sorrisos encantadores. Ela estava perfeita em toda a delicadeza que o vestido tinha lhe oferecido e parecia ainda mais perfeita com aquele humor impecável. Harry pensou que costumava ser ele a tirar dela tal atitude, pensou que teve a chance de está no lugar do moreno alto e forte. E se perguntou em qual momento o romance deles tinha se perdido. Talvez entre o momento de Gina com Dino ou entre o medo de passar novamente pela mesma coisa e resolvendo ficar com algo mais certo.          

O garoto olhou Cho, ela usava um vestido verde justo e até mesmo um pouco curto, era realmente bonita. Infelizmente era só isso. Enquanto Gina era extrovertida, maluca, a ruiva era pura vida, uma vida que ele tinha deixado escapar.

Quando já estavam na sobremesa Philipes foi distraído por Arthur e uma emocionante partida de xadrez. Nesse momento Rony e Mione conseguiram discretamente se afastar até a cozinha para um momento de beijos e declarações que tanto estavam fazendo falta naquele momento. Depois do breve encontro no quarto de Gina uma chama parecia arder lentamente dentro de Hermione, como se seu corpo simplesmente estivesse implorando por Rony. O ruivo tinha que se controlar e pensar nas coisas mais sem graças do mundo para evitar constrangimentos durante a noite. Sabia que se pensasse em Hermione o desejo falaria mais alto revelando através da roupa tudo que ele tinha a oferecer.

Os beijos deles começava a esquentar novamente enquanto as mãos dela percorriam a nuca dele. E as mãos dele insistiam em tentar invadir o interior da blusa solta que Hermione usava. Os gemidos começavam a surgir e os sentidos pareciam prestes a desaparecer. Esquecer da sala, das pessoas e de tudo, e apenas sentir as línguas traçando sempre o mesmo percurso provando que dois corpos podem sim ocupar o mesmo lugar. Os corações batendo sempre em ritmo acelerado, acompanhando o tamanho do calor que passeava pelo corpo inteiro intercalando os arrepios que as mãos de Rony causavam sempre que tocavam com mais violência a pele de Hermione. Ela soltava breves gemidos sempre que suas bocas se afastavam em busca de ar e em seguida como um imã se juntavam na loucura que seus corpos vivenciava.

- Rony... – Hermione falou enquanto sentia a língua dele percorrendo seu pescoço e o sugando. Provavelmente ficaria a marca. ***

- Hum... – Ele disse sem se afastar. Ela conseguia sentir seu membro pulsando contra seu corpo.

- Rony... – Ela suspirou quando uma das mãos dele deixava sua pele em pura erupção. – Estamos na cozinha...

- Eu sei... – Ele disse sem se importar.

- Rony... – Hermione disse novamente. – Alguém pode entrar aqui...

- Hermione... Esta me deixando enlouquecido. – Rony disse olhando no fundo dos olhos dela.

- Só você. – Ela disse. – E eu?

- Não podemos parar agora... – Ele disse voltando a beijá-la no pescoço.

- Temos... – Ela disse. – Mesmo que eu não queira.

- Hermione... – Ele disse.

- Vou me recompor. – Ela disse respirando fundo e o afastando. Conseguiu ver perfeitamente o volume em suas calças, ela suspirou e se afastou para  a sala enquanto arrumava a blusa.

- Droga. – Rony disse olhando para baixo. – E isso eu resolvo como?

            Ele saiu para o quintal a fim de respirar um pouco de ar pura na expectativa de se acalmar. A noite estava estrelada o que não era muito comum naquela época. Ele passou algum tempo as observando e por fim podia disfarçar tudo o que o corpo dele queria deixar visível a todos.

            Escutou passos e viu Gina e Harry passarem pela mesma porta que tinha saído. Ele percebeu que seria uma conversa particular, apenas acenou com a cabeça voltando para o interior da casa.

- Por que está fazendo isso? – Harry perguntou acusadoramente mal deixando Gina falar. – O que quer com isso? Chamar minha atenção?

- Não sei do que está falando. – Gina disse séria. Quem Harry pensava que era para tratá-la daquela maneira? Ele não era nada, pelo menos agora.

- Esse joguinho de parecer toda encantada com aquele idiota amigo do seu irmão. – Harry falou.

- Ele não é idiota, é uma ótima pessoa. – Gina disse. – E não entendi o que quer dizer.

- Você quer me provocar? Por isso está fazendo isso. – Harry riu. – É isso que está fazendo não? Mas por quê?

- Isso mostra que você continua sem entender nada. – Gina disse virando-se para voltar para o interior da casa.

- Por que está fazendo isso? – Harry pegou no braço dela  e a puxou para junto de sei.

- Por que cansei de sofrer. – Gina disse sentindo a respiração de Harry se confundindo com a sua. – Cansei de esperar o impossível.

- E acha justo fazer os outros sofrerem? – Harry disse sentindo o perfume dela invadindo sua narina e grudando em seu corpo. Ele se aproximou do rosto dela deslizando lentamente o nariz pela delicadeza da face dela. Gina suspirou ofegante.

- Não... Assim como não acho justo eu sofrer pelos outros... – Gina disse o afastando. Há quanto tempo estava esperando ele se decidir entre ela e Cho? Há quanto tempo se arrastava pedindo desculpas e se lamentando por ter feito o que fez com ele? Ela estava cansada... Tinha errado, entendeu isso, aceitou isso, mudou por isso. Mas uma hora todos cansam. – E você ultimamente só sabe me fazer sofrer.

- Gina...

- Harry! – Gina disse aumentando o tom da voz. – Sabia que eu estou me arrastando até agora porque sei o quanto fui idiota e o quanto te fiz sofrer? Sabia que me arrependendo até hoje de ter feito o que fiz? De ter te trocado pelo Dino? Sabia que eu imaginava minha primeira vez acontecendo de um modo especial? Com flores, com música e não em um banco de um carro? Sabia que tinha sonhado que seria com você? Não sabia né? – Gina sentiu os olhos começarem a embaçar. – Sabia que eu não senti nada? Que foi a pior coisa que já fiz na vida? Que ele foi grosseiro, idiota. Que doeu provavelmente como uma facada? Sabia que meu coração se quebrou? Que minha alma se transformou em nada e que com tudo isso eu evolui? – Gina disse. – Não sabia. E sabe por quê?

- Gina...

- Por que você ficou muito ocupado com o medo de sofrer tudo de novo, ficou preocupado com o que as pessoas diriam, preocupado com a sua reputação... – Gina riu. – Parabéns... Agora sente o que eu senti. Perder não é fácil, mas a gente se acostuma.

Ela limpou as lágrimas que insistiram em cair. Deixou Harry sem palavras e retornou para a casa. O silencio se confundiu com as batidas do coração do garoto. Ele sabia que ela tinha razão, mas aceitar isso não era fácil, não era nada fácil. Ele conseguia sentir o cheiro dela ainda pairando pelo ar, sentir as palavras dela como pedras sendo atiradas contra ele. Por um momento tudo parecia nada e ele se sentia perdido.

Dentro da casa Gina parou ao lado de Pedro, sentiu o calor do sorriso dele entrando em seu corpo. Era hora de parar de sofrer.

Fim do Capítulo 18.


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