Quando o Sol se Pôr... escrita por Anny Andrade


Capítulo 23
Capítulo 17. O quanto vale um amor?




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                Rony sentia-se magoado, praticamente traído. E quem poderia dizer que ele estava sendo errado ou infantil? Qualquer um sentiria as mesmas coisas, ver seu amor escolhendo entre você e qualquer outra coisa e perceber que a outra coisa é mais importante não é nada fácil. E a dor sempre conseguirá ser mais intensa.  Dor de amor consegue ser pior que qualquer outra dor, pois o amor é tão complexo que é impossível descobrir um remédio para ele.

                - Não está sendo dramático? – Draco perguntou.

                - Imagine a Luna dizendo que vai viajar para achar espécies raras. – Rony respondeu irritado.

                - Eu ira junto. – Draco disse.

                - Se ela te chamasse. – Rony respondeu.

                Hermione não tinha nem tido o bom senso de convidá-lo. Ele seria capaz de ir com ela para onde quer que fosse. Isso mostrava a diferença do amor dos dois. Para ele um amor valia tudo, mas ele não consiguia acreditar que para ela não significasse nada.

                - Ela não te chamou. – Draco disse.

                - Pediu para esperar por dois anos. Você esperaria? – Rony disse olhando pela janela.

                Draco não soube o que responder, ele sabia que não esperaria. Mas Rony era diferente, Hermione era diferente. O amor deles era diferente dos outros amores. Luna e ele não conseguiriam esperar, porque eles não conseguiriam ficar muito tempo desconectado.  Eram mais intenso, mais quente, mais real. Rony e Hermione viviam um amor de conto de fadas, e todos sabem que os contos de fadas não existem.

                - Não sei. – Draco disse por fim.

                - Eu respondo. – Rony olhou para o amigo. – Não esperaria, seria impossível esperar.

                - Rony... Você é diferente de mim, assim como a Mione é diferente da Luna. – Draco começou.

                - Ninguém esperaria, ninguém é tão fiel a esse ponto. – Rony resmungou. – Ela mesma não seria capaz.

                - Vocês precisam conversar. – Draco disse. – Seriamente.

                - Quem sabe colocar um ponto final? Um fim naquilo que aparentemente não deveria ter começado. – Rony disse. – Afinal começou tão mal.

                Não havia o que dizer. Então o silencio se fez presente.

                - Hermione... – Gina disse cansando-se do silencio em que estavam presentes a algumas horas.

                - Hum... – Hermione disse sem realmente prestar atenção no que a ruiva dizia.

                - Deveria falar com o Ron... Você deixou ele ir, não correu atrás... – Gina suspirou. – Chamou ele para ir com você?

                - O que? – Hermione disse meio aérea.

                - Chamou meu irmão para viajar com você? – Gina disse. E novamente o silencio. – Isso é um não.

                - Não sabia que deveria chamá-lo. – Hermione disse.

                - Não deveria saber. Deveria dizer. Se não quisesse se separar dele teria chamado, seria a primeira coisa que diria. – Gina disse.

                - Eu não sei...

                - O quanto gosta dele? Porque parece que nem um pouco. – Gina disse se levantando e saindo do apartamento.

                - Eu amo o Rony. – Hermione disse voltando a chorar. – O amo muito.

                - Mas Gina está certa, não parece que esse muito exista. – Sua própria voz soou velha e débil.

                - Mas o amo...

                - Então faça algo. – Ela precisava ouvir a si mesma. Precisava fazer alguma coisa. Ou a vida dela terminara.

                 Rony havia lhe mostrado o que é viver, ele era a vida que ela precisava, e os sonhos não existiriam sem ele, os sonhos seriam apenas desenhos em branco. O amor dela era grande e intenso, e como não conseguia demonstrar isso? Ela precisava, tinha que demonstrar, antes que fosse tarde demais.

                - Eu sou tão burra... – Hermione disse cansada. – Tantos livros e não sei nem ao menos amar. – Ela se afastou para o quarto, pegou um caderno e começou a escrever, seus pensamentos não estavam ali, mas talvez no apartamento da frente. Seus pensamentos estavam com Rony. Porque a mente dela pertencia a ele, o coração dela pertencia a ele, a vida dela pertencia a ele, e a ninguém mais. Ela sabia que um amor vale muito, mas como demonstrar que o muito é tudo?

                Parar para pensar no quanto se espera pelo amor perfeito, e ver que está o deixando escapar é como sonhar com um dia especial e o ver chegando ao fim sem nenhuma recordação. Hermione não queria perder o que ela tinha conquistado, pois sabia que amor não acontece muitas vezes, pessoas como ela e Rony teriam uma única chance de se juntar, e era bom ser uma raridade, era bom sentir como se não fizessem sentindo, e de repente com um beijo mostrar que fazer sentido não é importante, mas sim sentir.

                Ela soube.

                Ela teve a certeza.

                Estava errada, e precisava falar o quanto ela o amava, mesmo que não demonstrasse como ele fazia.

                Era hora de agir.

                Perder Ronald Weasley estava simplesmente fora de seus planos, e longe dos seus sonhos. O destino dos dois precisava está traçado nas estrelas, e mesmo que não estivesse ela nunca acreditou muito em destino, era hora de provar que ela faz sua escolhas. E escolheu amor ele para sempre.

                - O que faz aqui?

                - Já parou para pensar como o amor é importante na vida das pessoas? – Gina disse. – Ele só é sentido, mas é capaz de mudar tudo e tão intensamente que não se pode freia?

                - É o sentimento mais puro. – Harry disse sentando-se no degrau ao lado de Gina. Ela estava na escada que dava acesso ao corredor dos apartamentos deles.

                - Mas quase sempre faz alguém sofrer. – Gina disse. – Não deveria ser proibido amar demais? Ou amar alguém que não te ama de volta?

                - O que houve? – Dificilmente via-se Gina falando assim.

                - Rony e Mione brigaram. – Gina disse. – O quanto acha que vale um amor verdadeiro?

                - Por que essa pergunta? – Harry falou.

                - Ninguém consegue responder isso? É simples... – Gina o encarou. – O quanto um amor vale?

                - Muito... – Harry disse. – Mais que tudo...

                - Exato... – Gina sorriu. – Mas sempre deixamos ele escapar... Os seres humanos não sabem amar.

                - Não deixamos escapar, porque quando o amor é verdadeiro ele sempre retorna de alguma maneira. – Harry disse mexendo nos fios de cabelos da ruiva.

                Os olhares deles estavam conectados, assim como a respiração descompassada. O tempo tinha parado. Os rostos se aproximavam lentamente.

                - Eu queria entender... – Gina disse virando o rosto e o deitando contra o peito de Harry. – Entender o amor.

                - O amor é fácil e simples. Nós que os complicamos. – Harry disse passando a mão pelos cabelos ruivos dela.

                - Então estou certa. Nós não sabemos amar. – Gina disse.

                - Gina... Eles vão fazer as pazes. – Harry disse. – Não é o fim.

                - Eu sei... – Gina respondeu fraca. – E você e a Cho?

                A campanhinha do numero 18 tocou, e foi Draco que atendeu.

                - Oi...

                - Oi. – O loiro sorriu.

                - Eu queria falar com ele. Pode chamar?

                - Demorou, mas enfim vão conversar né? – Draco riu.

                - Eu sou realmente lerda, e sempre reclamei dele. – Hermione disse.

                Draco entrou no apartamento, e alguns minutos depois Rony saiu pela porta e ao lado de Hermione começou a caminhar pelo corredor. O silencio era constrangedor, e parecia não fazer sentindo ali.

                - Gina... – Harry disse constrangido.

                - Você falou que ia largar dela, mas não largou. – Gina disse calmamente. – Eu disse que poderia esperar, mas não posso.

                - Gina...

                - Eu não sou assim. Você sabe que não sou. – Gina disse. – Sou explosiva, gosto de festas, e de namorar. Sei que mudei depois de tudo, mas eu gostava de ser feliz.

                - Não é mais feliz? – Harry perguntou.

                - Como vou ser feliz sendo que eu passo o dia todo perto de você, mas você nunca está comigo. Eu posso sorrir, falar com você, e ficar assim... Mas não posso te beijar, nem te abraçar, e nem dizer o quanto eu... – Gina parou de falar, no momento não valeria a pena.

                - Sabe que eu gosto de você, mas...

                - Tem medo de que eu faça de novo a mesma coisa... Por isso eu fico te esperando e você nunca chega. – Gina disse. – Isso deveria servir para mostrar o que?

                - Como?

                - Isso deveria servir para mostrar que o amor não é tudo na vida... – Gina disse se levantando. – E eu desisto dele, pode ficar com a Cho, pois eu desisto de esperar, de fingir ser alguém que não sou. Eu sou a Gina que grita, que é irritada e que vive. Sofrer está fora da minha descrição.

                - Gina... – Harry a puxou pelo braço.           

                - Harry... Isso não é você e não sou eu. – Gina disse.

                - Já que não somos nós, temos uma chance. – Harry disse e com a ao na cintura da ruiva fez com que ela juntasse seu corpo ao dele.

                - Deveríamos conversar, e não ficar em silencio. – Hermione disse.

                - Na verdade, onde estamos indo? – Rony disse.

                - Você começou a andar, mas eu tenho uma idéia. – Hermione sorriu.

                Eles subiram as escadas que levavam até o terraço do prédio. Tantas coisas aconteceram ali, os momentos mais lindos. Era o lugar certo para dizer o quanto ela o amava, era o lugar certo de pedir desculpas.

                - O terraço? – Rony sorriu. – Golpe baixo Granger.

                - Tinha que apelar um pouco. – Hermione disse enquanto olhavam o espaço vazio.

                - Apelou direito. – Rony disse se encaminhando uma das muretas que tinha no lugar.

                - Aqui é especial. Quando vou dançar na chuva de novo? E receber uma declaração de amor daquela? – Hermione sorriu.

                - Nunca se sabe...

                - Não acho que gostaria de ter outra declaração como aquela, só se fosse com a mesma pessoa.

                - Pelo menos agora estamos conversando. – Rony disse.

                - Claro... O silencio estava me matando. – Hermione sorriu.

                - Eu estou esperando.

                - Sei que eu preciso falar, só é difícil.

                - Difícil?

                - Eu sei escrever, sei ler, eu entendo a teoria de tudo, mas não sei falar o quanto te amo. – Hermione disse corando.

                - Tenta... – Rony disse. – O quanto me ama? – Ele passou a encará-la.

                - Rony... É tão nítido que não se pode ver, não se pode crer. Mas está ali em cada detalhe, nos meus suspiros, nos meus sorrisos, nos meus sonhos, eu te amo tanto que não daria para exemplificar em números, nem em palavras. – Hermione sentiu seus olhos encherem de lagrimas, e era tarde demais porque elas já escorriam.

                - Sabia que chorar é golpe baixo também? – Rony disse limpando as lágrimas dela.

                - Rony... – Hermione o envolveu em um abraço, enquanto sentia que não conseguiria perdê-lo. – Me desculpa, fui egoísta.

                Harry sentiu o corpo de Gina junto ao seu, e os olhos azuis dela pareciam brilhar com mais intensidade do que nunca. Ele mexia nos cabelos dela, enquanto as mãos dela estavam pausadas sobre o peito dele. E não era possível evitar mais. Harry ergueu o rosto da ruiva, e lentamente aproximou seus lábios aos dela. E o beijo se realizou, um beijo que parecia reprise daquelas que passam na sessão da tarde de um dia chuvoso, que todos conhecem, mas que mesmo assim o filme de prende do começo ao fim.

                As mãos de Gina passaram do peito ao pescoço do garoto e elas passeavam pela nunca dele sem pudores. Harry sentia a cintura de Gina enquanto a puxava ainda mais contra si. As línguas já tinham se transformado em uma, e os lábios pareciam que jamais poderiam se separar, um tipo de dependência química entre eles. Os olhos continuavam abertos e eles não deixavam de se encarar. O ar faltava aos pulmões, o coração parecia querer escapar do peito para conhecer o mundo real, e o valor das coisas tinha desaparecido, um sentimento não pode ser medido, ele apenas existe, ele apenas sobrevive, ele apenas é eterno.

                - Eu não posso te esperar. – Gina disse quando Harry finalizou o beijo. – Não tenho forças para continuar sendo a melhor amiga. – Ela encostou-se ao peito dele. E ele passou a afagar novamente os cabelos dela.

                - Eu também não posso te pedir para esperar. – Harry disse suspirando. Era hora de uma decisão.

                - Hermione... – Rony disse sentindo-se ruim, ele não gostava de vê-la dessa maneira.

                - Eu peço desculpas. Não pensei em você, no nosso namoro, só pensei em mim. – Hermione suspirou. – Achei que sempre iria ter você do meu lado, mesmo que eu não demonstrasse o quanto te amo, o quanto te quero e o quanto que preciso de você. Mas eu...

                - Você é maldosa. – Rony disse rindo.

                - Hum...                

                - Chorar assim, e dizer que me quer. Isso é um jogo muito sujo senhorita Granger. – Rony sorrindo.

                - Rony... – Hermione disse jogando os braços em volta do pescoço dele. – Eu te amo tanto, nem sei o tanto, mas é mais que tudo.

                - Eu queria dizer que não te amo, que você pode viajar que não faz falta nenhuma. – Rony disse. – Mas eu não sei mentir tão bem assim, e não sei ficar bravo com você, e muito menos te ver assim.

                - Eu te amo tanto. – Hermione disse beijando o pescoço dele lentamente.

                - Hermione... – Ele disse com o tom risonho.

                - Eu te amo muito mesmo. – Hermione disse passando para a orelha.

                - Hermione... – Rony disse com a voz fraca.

                - Eu te amo muito, muito, muito mesmo. – Hermione disse colocando as mãos na nuca dele e voltando a beijar seu pescoço.

                - Granger isso é o golpe mais baixo de todos. – Rony disse.

                - Me perdoa... Eu realmente te amo muito. – Hermione disse sussurrando nos ouvidos do ruivo.

                - Como eu conseguiria dizer que não. – Rony sorriu sentindo os lábios dela em seu pescoço e orelha. – Eu te perdoou.

                - Vou te provar o quanto te amo. – Hermione disse sorrindo.

                - Continuar me beijando assim é um bom começo. – Rony riu.

                - Não... – Ela sorriu. – Algo mais importante.

                - O que seria mais importante? – Rony falou.

                - Isso...

                Ela pegou o celular e discou números que sabia de memória. Esperou por alguns segundos antes de voltar a sorrir.

                - Mãe? – Hermione disse fazendo Rony arregalar os olhos. Ela sorriu e colocou no viva voz.

                - Mione... Saudades Filhinha. – Rose disse com a voz animada. – Como vai seu ruivo?

                - Mãe... – Hermione disse corando.

                - Pelo amor de Deus... Mesmo que diga que são só amigos eu não sou burra. – Rose suspirou. – Enfim, se insisti em mentir para sua pobre mãe.

                - Eu precisava falar com o papai, ele está? – Hermione disse.

                - Sim... – A mãe de Hermione respondeu. – Philipes! – Ela gritou.

                Rony não estava acreditando naquilo, Hermione havia enlouquecido de vez.

                - Mãe? Coloca no viva voz. – Hermione disse sorrindo. 

                - Hermione. – A voz de seu pai soou alegre.

                - Pai... Saudades.

                - O que aconteceu?

                - Quero contar uma coisa importante, e não pode esperar. – Hermione disse tomando fôlego.

                - O que aconteceu?

                - Eu... Eu... – Hermione riu. – Oh Meu Deus...

                - Pelo amor de Deus, não está grávida né filha? – Rose disse assustada.

                - Mãe!

                - Rose!

                - Por favor, ela esta morando sozinha, na faculdade, vizinha do ruivo bonitão. – Rose disse e Rony se transformou em um tomate humano.

                - Aquele Ralph... – Philipes disse.

                - Não estou grávida, pelo amor de Deus. Mas preciso falar algo sobre o Rony. – Hermione suspirou.

                - O que aquele cozinheiro aprontou? – Philipes disse.

                - Estamos namorando. – Hermione disse sem respirar, apenas disse, precisava dizer.

                - Namorando? – Rose disse. – Graças a Deus. Achei que você nunca me daria netos, que nunca fosse se casar.

                - Mãe... Estou namorando... Não vou me casar amanhã. – Hermione disse constrangida enquanto Rony ria.

                - Posso sonhar? – Rose disse.

                - E o papai? – Hermione perguntou.

                - Ele desmaiou, mas eu cuido disso. – Rose disse como se nada estivesse acontecendo. – Namorando... Namorando... Que bom... Tenho uma filha normal! O ruivo está ai?

                - Mãe...

                - Rony? Oh... Meu filho que bom que desencalhou ela. – Rose disse.

                - Oi senhora Granger. – Rony disse entre o constrangimento e o divertimento.

                - Sabia que estaria ai. – Rose gritou. – Porque ela demorou tanto para oficializar isso? Olha pelo amor de Deus, meu marido está um pouco surpreso... Então usem camisinha para não causar nele um ataque cardíaco.

                - MÃE! – Hermione disse desligando o viva voz.

                Ela se afastou um pouco de Rony e continuou falando por vários minutos. Quando voltou sorriu timidamente.

                - Minha mãe é um pouco exagerada.

                - Pelo menos ela gosta de mim. – Rony disse rindo.

                - Até demais... – Hermione sentou-se perto dele.

                - Seu pai acordou?

                - Ainda está desmaiado, mas ele vai gostar da idéia... Pelo menos te conhece e já te odeia, isso facilita as coisas. – Hermione riu.

                - Não acredito que fez isso.

                - Era o que queria... – Hermione o encarou. – Meu amor é maior que tudo... Mesmo que eu não grite isso aos quatro ventos.

                - Hermione... – Rony a puxou contra si. – Eu te amo tanto, e saber que sente o mesmo me faz ter a certeza de está sonhando acordado.

                - Não está sonhando. Eu te amo muito mesmo. – Hermione disse o beijando. Sentir os lábios dele fazia qualquer coisa perder a graça, nada conseguia ser melhor, nada conseguia fazer seu coração sentir tais sensações.

                - Eu te amo.

                - Eu te amo como nunca amei, e como nunca vou amar ninguém. – Hermione disse sorrindo. – Meu amor por você é igual às estrelas. – Ela pegou a corrente em seu pescoço. – Muitas vezes não as vemos, mas elas sempre estão brilhando no céu. Algumas vezes eu não digo, mas te amo mais que a mim mesma.

                - Se for assim... O meu amor é igual ao sol. Quente. Intenso. Esperando que você perceba o espetáculo que ele dá todos os dias. – Rony sorriu.

                - Rony sempre soube que você é o meu pôr do sol. Desde o momento que entrou no meu quarto sem bater. – Hermione riu.

                - Eu sabia que era minha estrela guia desde momento que me atacou com aquelas almofadas. – Rony disse. – Como pude ser tão idiota?

                - É que se você não tivesse sido eu não tinha nem reparado nesses lindos olhos azuis. – Hermione disse.

                - Sempre brigamos para isso. – Rony disse rindo.

                - Adoro reconciliações. – Hermione passou a beijá-lo.

                - Adoro seus beijos...

                Mesmo que todos neguem. Mesmo que todos tentem acreditar no contrario. O amor vale muito. Ele vai tudo.

                - Luna... O que ta fazendo ai?

                - Bom... Gina e Mione não estão em casa, eu fiquei trancada para fora. – Luna suspirou. – Estou relembrando.

                - Por que não me chamou no apartamento? – Draco riu sentando ao lado da loira que estava encostada na parede do corredor.

                - Esqueci... – Luna disse deitando a cabeça no ombro do loiro.

                - O que foi? Está diferente. – Draco disse.

                - Relembrar é legal, mas bate uma saudade. – Luna disse sorrindo.

                - Tava lembrando-se do que? – Draco perguntou.

                - Que em um ano as coisas mudaram. – Luna disse. – E em como eu cai na lábia de um safado como você...

                - É que eu sou irresistível. – Draco riu. – Mas você foi difícil, me agarrava e depois fingia que não gostava.

                - Eu te agarrar? Por favor! Você me agarrava, e eu realmente não gostava. – Luna disse.

                - Como não gostava? Quase não deixava eu me soltar. – Draco riu.

                - Todos esses beijos foram aqui. – Luna sorriu.

                - Nesse corredor. – Draco riu. – Se as paredes falassem, elas diriam: Luna Lovegood esse garoto safado te ama mais que tudo.

                - Elas diriam: Malfoy, mesmo fingindo que não Luna sempre te amou, te desejou, e suspirou por você. – Luna sorriu.

                - Essas paredes seriam muito fofoqueiras. – Draco disse. – Vamos lá para o apartamento, eu sai para te procurar.

                - Vamos... – Luna disse se levantando.

                - Luna... – Draco disse a empurrando contra a parede.

                - Malfoy... – Luna disse se fingindo de brava.

                - Eu não posso resistir.

                - Me largue agora. – Luna disse.

                - Eu preciso tanto de você. – Draco falou se aproximando e a tomando para si. Relembrando os beijos intensos e únicos que deram exatamente naquele lugar.  Um beijo como se o mundo fosse acabar, cheio de desejo, de amor, sempre eram assim. Era química, física, os beijos deles eram tudo.

                - Recordar é viver... – Draco sorriu.

                - Eu odeio admitir, mas amo você. – Luna sorriu.

                - E eu adoro admitir, que também amo você. – Draco disse voltando a beijá-la.

                O amor... É sempre aquela sensação de descoberta. Sempre o desespero da espera. Um sentimento que faz dos normais, loucos. E que faz dos loucos, mais loucos ainda. Difícil de admitir, fácil de desejar. Sempre o sentimento mais difícil de explicar, sempre o sentimento mais difícil de achar. Sempre sonhado. Sempre contado. Sempre o inexplicável.

                Gina e Harry continuaram quietos, sentados na escada. Ele envolvendo ela em um abraço. O amor deles era assim calmo, eterno, difícil, e deles. Só deles. Rony continuava abraçando Hermione enquanto ambos viam o céu se tingir de cores diferentes, vendo o sol se pôr e fazendo a lua nascer. O amor deles sempre fora cheio de simbolismos, de magia, um amor que esperamos e que quase sempre acontece quando deixamos de esperar. Draco continuava beijando Luna e a pressionando contra a parede, sentindo todo o amor que possuíam. O amor deles sempre fora intenso, direto, indiscreto, um amor que vai além do sentimento, que depende do desejo, do beijo e do calor.

                XXX

                - Eu não vou. – Hermione disse sentada na mesa da lanchonete.

                - Mas estava tão empolgada. Tentou conversar com o Ruivão? – Flavinho perguntou.

                - Bom... Da primeira vez que tentei tivemos uma discussão ruim, e depois eu contei aos meus pais sobre o namoro. Meu pai desmaiou e ainda não ligou de volta para gritar comigo. – Hermione falou.

                - Mas você nem ao menos o chamou para uma linda vida a dois em outro país. Ele iria se empolgar e iria junto. – Flavinho riu. – Imagine ter aquele ruivo só pra você o tempo todo, todos os dias, sem ter que dividir o apartamento com ninguém. Um sonho de uma noite quente de verão, e seria realidade. Magnífico.

                - Como pode ser tão animado assim?

                - Hermione querida, se você não levar esse ruivo lindo com você, eu aceito ficar com ele. Dou casa, comida e roupa lavada.

                - E o Dan? – Hermione riu.

                - Quem é Dan? Ah... Meu namorado... – Flavinho suspirou. – Eu não sou ciumento.

                - Nada disso... Fique longe do MEU RUIVO. – Hermione disse. – Vou falar com ele novamente, pode ser uma boa idéia. Apesar...

                - Apesar de que? – Flavinho disse.

                - Que meu pai vai ter um colapso nervoso em pensar que vou para outro país com o Ralph...

                - Ralph?

                - Meu pai insiste em fingir que não consegue se lembrar de Rony... – Hermione disse revirando os olhos.

                - Seu pai deve ser um amor. – Flavinho riu.

                - Ele iria te adorar, ainda mais se soubesse das idéias que coloca na mente da inocente filha dele. Como a idéia de morar com o Rony e viver vários sonhos de verão.

                - Disse um sonho de uma noite de verão. Você que já está dizendo vários. – Flavinho riu. – Mas minha idéia é excelente.

                - Eu odeio! Odeio! Odeio! – Gina disse se jogando na cadeira revoltada.

                - O que você odeia? Doce criatura... – Flavinho disse.

                - Odeio aquela olhos puxados de uma figa, e odeio o tonto do Potter quatro olhos, e odeio esse negocio que chamam de amor. – Gina bufou.

                - O que foi dessa vez? – Flavinho perguntou, ele conhece o drama da ruiva.

                - O senhor Harry Idiota Potter, tecnicamente disse que largaria da bruxinha de olho puxado. – Gina disse. – Mas o que estavam fazendo? Raam...

                - Como ele disse tecnicamente? – Hermione perguntou com um pouco de receio, Gina ficava realmente assustadora quando nervosa.

                - Eu falei que não podia ficar esperando. – Gina disse. – E ele disse que não poderia me fazer esperar. Ele me beijou. Ele tinha que terminar com ela. – Gina gritou.

                - Safado... – Flavinho disse revoltado.

                - Eles estavam se beijando? – Hermione perguntou.

                - Se é que podemos chamar aquilo de beijo né? Pelo amor de Deus, era quase uma coisa explicita. – Gina disse. – O odeio, e não vou esperar ninguém. Vou virar freira e me mudar para bem longe.

                - Freira? – Hermione e Flavinho riram.

                - Bom... Nada de freira, mas me mudar... Que tal ir com você? Hermione seria como agora...

                - Nada disso... Ruiva... – Flavinho disse. – Hermione tem que ter a casa vazia para ela e para seu lindo irmão aproveitarem.

                - Poupe dos detalhes. Seus pervertidos. – Gina disse.

                - Gina... Quieta... – Hermione riu, enquanto a ruiva fazia bico revoltada.

                - Eu vou matar o Draco... Juro que vou. – Luna disse sentando-se ao lado de Gina.

                - Outra... Meu Deus! – Flavinho disse.

                - Batatas! Eu preciso de Batata! – Luna disse.

                - Certo... O que o Loiro Sedução fez? – Flavinho perguntou depois de Hermione se levantar para buscar as batatas.

                - O que ele não fez né? – Luna disse.

                - Meu Deus... Ele afrouxou? – Flavinho perguntou. – Que coisa lastimável.

                - Não! – Luna disse corando. – Não é isso.

                - Batatas... – Hermione disse.

                - Obrigada.

                - Se não afrouxou o que ele não fez? – Flavinho perguntou um pouco mais feliz, pensar em alguém como Draco sofrendo de problemas daquele tipo era triste demais.

                - Ele não parou de falar com aquela Larissa. – Luna bufou comendo três batatas. – Eles vão fazer outro trabalho juntos. – Muitas batatas. – Eu vou bater nele. Já que matar é contra os meus princípios.

                - Homens... – Gina disse.

                - Homens... – Flavinho concordou.

                - Homens... – Luna falou enquanto comia mais batatas. Esperou Hermione continuar.

                - O que? Bom... Meu namorado é perfeito, sinto muito gente. – Hermione falou.

                - Hermione... Cala a Boca. – Os outros disseram irritados.

                - Oi... – Rony disse sorrindo. – Batatas, ótimo!

                - Chegou o namorado perfeito. – Flavinho disse revirando os olhos.

                - O que?

                - Nada... Cadê os meninos?

                - Harry com a Cho, e Draco conversando com um pessoal da sala dele. – Rony explicou. – Vão demorar?

                - Um pouco... Mas será que podemos conversar a noite?

                - Esqueceu que troquei o horário do estágio? A noite vou para o restaurante. – Rony disse.

                - Verdade... Tudo bem conversamos amanhã. – Hermione sorriu.

                - Te amo...

                - Te amo também.

                - Odeio vocês. – Gina disse. – Odeio muito vocês.

                - Invejosa. – Rony disse.

                - Roniquinho... Não tenho inveja de casaizinhos chatinhos. – Gina disse.

                - Morre de inveja, Ginevra. – Rony riu.

                - Não me chama de Ginevra...

                - Não me chame de Roniquinho...

                - Quero mais batatas. – Luna disse cabisbaixa.

                - Flavinho... São todos doidos.

                - Tenho pena de você... – Flavinho disse abraçando Hermione e rindo.

                - Esse final de aulas vão me deixar louco. – Draco disse quando se aproximou da mesa. Luna se afastou dele. – O que eu fiz?

                - Se você não sabe, não sou eu que vou dizer. – Luna disse voltando a comer batatas.

                - Luna... – Draco disse. – Por favor, não é por causa da Larissa.

                - Draco... Sim é sim. – Gina disse. Luna se recusava a falar.

                - Aquele beijo foi esquecido. – Draco disse.

                - Luna aparentemente não esqueceu. – Rony disse.

                - Luna... Depois do corredor ainda desconfia de mim?

                - Acho que ela desconfia da Larissa, e não de você. – Gina disse.

                - Eu poderia falar com a Luna? – Draco disse olhando para os dois ruivos.

                - Queríamos ajudar. – Gina disse indignada.

                - Você não sabe conversar, já deveria ter ficado longe da tal garota. – Rony disse se mostrando um ótimo namorado mesmo.

                - Está se mostrando para a Hermione. – Draco disse.

                - Hermione está ocupada reclamando com de nós com o Flavinho. – Rony disse.

                - O foco aqui não era eu? – Luna perguntou.

                - Sim... – Draco disse. – Rony me atrapalhou.

                - Eu estou tentando te ajudar. Você é muito mal agradecido. – Rony disse.

                - O que estão fazendo? – Harry chegou.

                - Estou tentando conversar com Luna. – Draco disse.

                - Eu tentei ajudar.

                - Eu só queria poder comer minhas batatas em paz. – Luna disse chateada.

                - E você? – Harry perguntou a Gina.

                - Estou perdendo meu tempo aqui. – Gina respondeu se levantando.

                - O que você fez? – Rony e Draco perguntaram

                - Nada...

                - Que horas que vai para o estágio? – Hermione perguntou voltando a ficar ao lado de Rony.

                - Daqui a pouco. Vou direto, por isso vim passar meu tempo com você. – Rony sorriu.

                - Rony... – Hermione sorriu.

                - Luna podemos conversar? – Draco perguntou ignorando a confusão de Harry e o amor de Rony e Mione.

                - Podemos... – Luna disse puxando o saquinho de batatas para junto dela e se levantando.

                - Harry? Cadê a Cho? – Hermione perguntou.

                - Foi para a aula de ginástica. Por quê? – Harry estranhou ninguém nunca perguntava de Cho.

                - Seu namoro está realmente firme, né? E poderíamos jurar que era só para passar o tempo, esperar a pessoa certa. – Hermione disse. – Nos enganamos.

                - Bom... Hora de Ronald Weasley ir trabalhar. – Rony disse sorrindo. – Conversamos amanhã de manhã então... – Ele beijou Hermione carinhosamente e saiu dando tchau a eles e a Flavinho.

                - Hermione... Eu... – Harry disse tentando se explicar.

                - Harry... Por favor. – Hermione disse revirando os olhos. – Pelo menos deveria parar de iludir a Gina... Se for vingança já bastou né?

                - Não é vingança... Não entenderia. – Harry disse.

                - Não entendo mesmo, mas é melhor ficar longe dela. Pelo que conheço do Rony, ele não vai gostar nadinha de saber que anda beijando a irmã dele estando com outra.

                - Hermione...

                - Harry, não é a mim que deve explicações. – Hermione sorriu. – Talvez a si mesmo.

                Luna estava sentada em uma dos bancos em frente à lanchonete, enquanto Draco andava de um lado pro outra em frente a ela.

                - Desculpa.

                - Eu não gosto dela. – Luna disse chateada. – Sabe que gosto de todos, que todos têm um lado bom, e que a humanidade é feita de luz e sombras. Mas eu não gosto dela.

                - Luna... – Draco disse parando.

                - Draco, por que precisa ser ela? Escolhe outra pessoa. – Luna disse séria.

                - O professor escolhe. Não eu.

                - Seu professor... Também não gosto dele. – Luna disse comendo as últimas batatas. – E minhas batatas acabaram.

                - Não estamos tendo uma crise né?

                - Draco... Posso assistir seu trabalho? – Luna disse erguendo a sobrancelha.

                - Claro... Vamos nos encontrar logo. – Draco disse.

                - Então não estamos sofrendo uma crise. – Luna sorriu. – Posso buscar mais batatas?

                - Luna... Você é única, sabia? – Draco riu agachando em frente à loira. – Por isso te amo tanto, é uma doida.

                - Não entendo... Todos me chamam de doida, mas sou eu quem nunca tem crises psicológicas e comportamentais. – Luna disse pensativa. – Os doidos são vocês.

                - Lunita... Eu te amo. – Draco riu.

                - Eu te amo também... – Luna sorriu. – Mas fica longe daquela garota.

                - Prometo! – Draco sorriu. Beijando-a carinhosamente.

                Hermione amanheceu ansiosa e preocupada, falar com Rony sobre a viagem que ela sonhava fazer tinha se tornado algo tenso, e cheio de frustrações. Mas como ela poderia fingir que não queria mais viajar, sendo que ela queria muito. Ou como pensar em ficar sem o ruivo, isso estava fora de seus planos. E entre a viagem e Rony sua escolha era bem nítida.

                Ela suspirou, tinha passado a noite toda pensando em um jeito fofo e simpático de conversar com o namorado, não encontrou outra maneira. Por fim, chamá-lo para ir junto tinha que ser rápido e indolor. E ela abriu a porta no momento exato que Rony iria tocar a campanhinha.

                - Telepatia? – Rony riu.

                - Rony... – Hermione disse já nervosa.

                - Bom Dia! – Rony disse roubando vários beijos dela.

                - Bom... – Hermione disse recuperando o fôlego.

                - O que queria conversar? – Rony sorriu. – Está bem cedo, e podemos tomar café juntos, na padaria e de lá irmos para a universidade.

                - Ótima idéia. Vou pegar minhas coisas. – Hermione disse sorrindo também.

                - Espera...

                - O que?

                - Isso... – Rony disse tomando os lábios dela novamente, e repetindo sem se cansar.

                - Assim nunca vamos sair daqui. – Hermione riu.

                - É que está irresistível hoje...

                - Rony... – Hermione disse corando. – Estou de camiseta e jeans.

                - Já disse que amo camiseta e jeans? – Rony falou rindo.

                - Te amo, amo, amo, amo, amo, amo... – Hermione disse se afastando depois de um selinho rápido.

                - Dia perfeito... – Rony sorriu esperando Hermione voltar.

                - Já está acordada? – Luna falou vendo Hermione pegando a mochila e tentando sair, e sempre voltando para trás.

                - Vou conversar com Rony. – Hermione disse mordendo o lábio inferior.

                - Vai pedir ele em casamento? – Luna sorriu cuidando de umas flores.

                - O que?

                - Pedir ele em casamento... – Luna repetiu. – Sempre soube que iam casar logo.

                - Luna está louca? Pedir Rony em casamento? – Hermione começou a rir descontroladamente.

                - Qual o problema? Sabemos que ele é um pouco lerdo. – Luna disse.

                - Luna... Quero me casar quando estiver formada, trabalhando e não agora que sou apenas um estudante e garçonete.

                - Nossa... Achei que ia pedi-lo em casamento. – Luna disse incrédula. – Se não é isso para que tanto nervoso?

                - Luna... Depois eu conto. – Hermione disse desistindo de conversar com a loira e tomando coragem para falar com Rony.

                - Demorou...

                - Estava conversando com Luna. – Hermione falou enquanto se encaminhava para escada.

                - E me largou esperando? Quanta consideração... – Rony riu.

                - Eu me esqueci de um ruivo sem graça parado na minha porta. – Hermione disse.

                - Sem graça? Eu? – Rony disse a puxando. – Sempre achei que era uma gracinha...

                - Rony... – Hermione disse se afastando.

                - O que eu fiz agora?

                - Nada... Só precisamos conversar, e se você não quiser me matar depois disso. Eu juro que te encho de beijinhos. – Hermione disse segurando a mão do ruivo.

                - Jura mesmo? – Rony disse.          

                - Juro mesmo...

                - O que vai me dizer? – Rony perguntou.

                - Que te trai com uns fortões morenos... – Hermione disse.

                - O que?

                - Rony... Pelo Amor de Deus! – Hermione riu. – Isso é brincadeira.

                - Isso brinca com o Pobre Namorado Apaixonado. – Rony disse aliviado.

                - Vamos logo Rony. – Hermione continuou o puxando para fora do prédio.

                - E eu vou... – Gina apareceu gritando na sala.

                - Te socarrrrrrrr... – Luna falou virando-se para ela. – Se voltar, a cantar, voltar a cantar... Essa porcaria!

                - Você é boa nisso... – Gina disse.

                - Vantagens de namorar um músico. – Luna disse olhando as folhas de seis vasos de flores que tinha sobre a mesinha da sala.

                - Se a Mione te ver com essa terra toda, quem vai te socar será ela. – Gina disse. – Sabe o quanto ela preza pela a organização da casa.

                - Foi tomar café na padaria com o Rony. Acho que ia pedir a mão dele em casamento.

                - O que?

                - Não entendi muito bem. – Luna disse.

                - Casamento? Isso é um sonho. – Gina riu. – Voltarei para minha cama e quando acordar vou percebe que é tudo um sonho, e que a Mione ainda nem chegou aqui na cidade. – Gina voltou para o quarto se trancando.

                - E a lunática sou eu... – Luna balançou a cabeça. – Fofinha, está sem água né? Luna malvada deixou sua linda violeta sem água... Isso não se faz. – E voltou a regar as plantas.

                Hermione parecia nervosa enquanto tomava um suco de maracujá e observava Rony comer vários pães de queijo e tomar suco de laranja. Ela sorria, mesmo parecendo passar fome durante a vida inteira, Rony continuava lindo a cada segundo que passava.

                - Hermione? O que foi?

                - Nada... Por quê?

                - Você não para de me olhar com essa cara estranha e já rasgou uns dez guardanapos... – Rony disse rindo dela.

                - Queria conversar com você... Mas eu não sei como começar.

                - Começando... – Rony riu. – Grávida sei que não está o que pode ser mais difícil que isso.

                - Rony...

                - Estou tentando te acalmar, tornar a coisa mais fácil.

                - Bom... – Hermione sorriu. – Pode acabar funcionando.

                - Então... O que aconteceu? – Rony disse. – É sobre a viagem né?

                - Rony... É, é sobre isso.

                - Pode falar, não vou ter uma crise infantil dessa vez. – Rony suspirou.

                - Quer ir comigo?

                - O que?

                - Ir comigo para a viagem. – Hermione disse. – Podemos dividir um apartamento.

                - Hermione... – Rony riu. – Está me pedindo em casamento.

                - Nada disso, quero que viaje comigo, para não precisarmos ficar separados.

                - Eu queria Mione, mas...

                - O que tem demais? – Hermione disse. – Contei aos meus pais, os seus sabem a séculos.

                - Hermione... – Rony sorriu. – Seria um sonho, mas tem um problema.

                - Qual?

                - Você ganhou uma bolsa, vai continuar estudando e terminar seus estudos lá.

                - Sim...

                - Eu teria que ir sem a certeza de continuar estudando. E preciso terminar meus estudos se quiser ter um restaurante que possa valer à pena, com renome internacional. – Rony disse.

                - Eu não tinha pensado nisso. – Hermione pareceu triste.

                - Não fica triste...

                - Mas...

                - Eu menti...

                - Como?

                - Sempre vou te esperar... – Rony sorriu. – Por uma década, por um século, pela vida inteira.

                - Rony... – Hermione disse o abraçando por cima da mesa. – Te Amo.

                - E você? Vai me esperar? – Rony disse sentindo os lábios dela.

                - Por toda a eternidade e além dela. – Hermione sorriu. – Como disse: Te amo.

                - Te amo também...

                O café da manhã foi bem mais tranqüilo e animado depois da conversa, Hermione sentia-se triste com o fato de Rony realmente não poder ir, mas ela entendia. O futuro dele dependia dos estudos, e ela teve a escolha. Ficando ou indo continuaria estudando, ele precisava ficar. E ela poderia esperar realmente por toda a eternidade.

                - Como vamos para a aula sem o carro da Mione? – Gina disse arrumada.

                - Com o Draco. – Luna disse fazendo uma trança desconjuntada.

                - Nada disso... Me recuso a ir no mesmo carro que aquele Potter...

                - Brigou com o Harry novamente? – Luna disse.

                - Não briguei com aquele idiota. Só quero ficar longe para não brigar.

                - Como vamos?

                - Que tal de metro?

                - O que o Harry fez? – Luna arregalou os olhos. – Você prefere ir de metro a ir de carro por causa dele?

                - Ele não fez nada. Ele nunca faz nada. – Gina bufou. – Vamos logo, senão vamos nos atrasar.

                - Luna... Você é uma boa amiga. – Luna sorriu.

                - Uma ótima amiga. Agora vamos! – Gina a puxou para fora do apartamento.

                Antes de terminar de fechar a porta uma voz fez Gina se irritar, elas deveriam ter saído antes.

                - Vamos para a aula? – Draco sorriu.

                - Vamos de metro... – Luna disse o beijando.             

                - Por que? Vamos com o meu carro.

                - Precisamos fazer outras coisas, conhecer o mundo. – Gina disse séria. – Largue a Luna senão vamos nos atrasar.

                - O que está acontecendo? Gina você odeia metro.

                - Ela odeia mais o Harry. – Luna disse enquanto Gina a puxava para as escadas.

                - O que ele fez dessa vez? – Draco gritou.

                - Nada... E pelo visto esse é o problema. – Luna gritou de volta.

                - Te amo.

                - Te amo.

                - Harry, é um idiota. – Draco falou colocando a cabeça para dentro do apartamento e chamando o amigo.

Fim do Capítulo 17.



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