– Se eu fizer isso vou ter um bichinho? Tipo uma coruja? – Rony perguntou encarando os irmãos desconfiado.

– Claro. – Fred respondeu prontamente – A gente aprendeu esse feitiço em Hogwarts, e em troca do bicho você tem que jurar que vai sempre nos encobrir se a mamãe descobrir o que a gente anda fazendo em Hogwarts.

Rony encarou os irmãos mais desconfiado ainda. Verdade que no ano passado os dois receberam umas três vezes berradores da mãe, e provavelmente passaram uma vergonha imensa com isso, mas... esse feitiço parecia meio estranho.

– E vocês vão me dar minha coruja?

– Exatamente.

– Mas...

– Você quer ou não Rony? – Jorge perguntou e depois com um sorriso malicioso no rosto continuou – Caso contrário a gente pergunta para a Gina. Sei que ela adoraria ter uma coruja negra.

– NÃO! – Rony berrou – Eu quero.

Rony se apavorara frente a ideia que Gina fosse tomar de novo parte de algo que era para ser exclusivamente dele.

– Então vamos começar – Fred falou – Ponham as suas duas mãos direitas unidas.

Logo Jorge e Rony estavam com as mãos dadas e Rony ajoelhado diante de Jorge Weasley. Fred pegou sua varinha e a pos em cima das mãos dos irmãos.

Jorge falou:

– Você, Rony, cuidará para que mamãe não descubra sobre o que eu e Fred estejamos fazendo em Hogwarts?

– Si...

Rony nem conseguiu terminar de pronunciar quando os três foram arremessados cada um em uma direção.

– Posso saber o que é que vocês estavam pensando em fazer? – Molly Weasley encarava os três enfurecida com a varinha em punhos.

– Mamãe, como a senhora vai? – Fred tentou disfarçar.

– Calado! Como ousa tentar fazer um Voto Perpétuo com seu irmão? E você Rony? Como aceitou fazer essa coisa das Trevas?

Rony ficou calado, sabia que tinha algo errado em tudo isso, mas com menor possibilidade que Gina fosse fazer parte disso ignorou qualquer sentimento que tinha.

– Você quer morrer Rony? Se joga de um barranco então! Já não basta o ano passado quando você resolveu andar sozinho pela floresta!? Agora está na época do suicídio!?

– Morte? – Rony murmurou.

– Isso! Os esses dois não te explicaram!? Se você quebra um voto perpétuo, você morre!

A senhora Weasley estava tão vermelha que mal se continha em pé.

– Vocês dois – apontou os gêmeos – venham comigo, terão um castigo que nunca mais esquecerão. E você, Rony, dessa vez deixarei passar porque você não sabia. Mas pelas barbas de Merlin, da próxima vez saiba o que você esta fazendo! Você não pode ser tão burro assim!

Rony abaixou a cabeça e murmurou um pedido de desculpa, viu os gêmeos serem levados para dentro da Toca sobre vários protestos e ai, ai, ui, ui.

– E agora? – perguntou a si mesmo.

Estava tão perto de ganhar uma coruja... será que o Voto Perpétuo era tão ruim assim? Como conseguiria seu bichinho agora?

Foi em direção a oficina de seu pai, será que se ele pedisse ganharia uma coruja de presente o ano que vem quando fosse para Hogwarts?

– Pai... – começou.

– Ah, oi Rony. Aconteceu alguma coisa? Sua mãe parecia bem brava, dava para ouvir os berros dela daqui, o que foi que você aprontou?

Rony explicou a situação rapidamente, e seu pai também ficava cada vez mais bravo a medida que ouvia. Quando acabou de falar o pai se virou para ele e começou:

– Fred e Jorge estão cada vez piores... o que você precisa saber Rony, é que o Voto Perpétuo é mesmo uma coisa séria. Mas... você fez tudo isso porque queria um bichinho?

– É... – Rony murmurou.

– Certo, certo... vamos ver o que eu posso fazer. Agora, vá brincar.

Rony saiu satisfeito da oficina, do jeito que o pai tinha dito parecia que ele teria uma coruja em breve, sorriu, tudo estava indo muito bem.

Entrou na Toca de bom humor, isso até Gina Weasley parar em frente dele.

– Como você pode ser tão idiota Rony? Até eu sei que o Voto Perpétuo é algo das Trevas.

– Vai embora Gina!

– Eu vou, mas não porque você pediu e sim porque não quero continuar falando com alguém tão besta como você.

Quando viu a irmã indo embora Rony teve vontade de jogar uma panela na cabeça daquele ruiva estúpida, quem ela pensava que era? A rainha da Inglaterra?

Voltou para o quarto que dividia com Percy e viu o irmão sorrindo satisfeito olhando um papel.

– O que foi?

– Olha isso Rony – e mostrou o boletim onde vários Ótimos se destacavam – Só tem um Muito Bom, com isso com certeza eu vou conseguir trabalhar no Ministério da Magia.

Percy Weasley é tão estranho, Rony pensou, ele tinha 14 anos e já pensava nessas coisas...

De repente Arthur Weasley apareceu na porta carregando uma coruja parda dentro de uma gaiola em uma das mãos. Os olhos de Rony brilharam em expectativa.

– Molly me disse sobre suas notas Percy, parabéns! Sei que você estava tentando falar com umas pessoas do Ministério para conseguir trabalhar lá depois, embora ainda acho que você é muito novo para já começar a fazer isso, e a coruja da família não é muito boa, então... essa daqui é para você.

O sorriso de Rony murchou após ouvir essas últimas palavras.

– Legal! – Percy falou se levantando da cama – E ela vai se chamar Hermes, igual ao mensageiro dos Deuses gregos.

– E Rony... – Arthur Weasley continuou – como Percy agora tem uma coruja, acho que ele não vai se importar se der o Perebas para você.

– Claro – e Percy jogou o ratinho gorducho nas mãos de Rony – Bom proveito.

– Mas... mas...

– Você não está feliz filho? Agora tem um bichinho.

Rony forçou um sorriso para o pai, não era bem isso que tinha pensado quando disse que queria um bicho de estimação. Mas seu pai parecia tão contente...