Depois de algumas horas os dois acabaram adormecendo, um encostado ao ombro do outro.

Sterling acordou sentindo as costas doerem por ter dormido em má posição.

Ele olhou para o lado e viu Demétria dormindo profundamente. Ela parecia uma criança dormindo, a expressão serena bem diferente da de costume.

Olhou para o relógio da sala, eram 3:30 da madrugada, em seguida olhou para a janela e viu que a chuva ainda persistia lá fora.

O garoto se levantou e chamou baixo o nome de Demétria, que abriu parcialmente os olhos.

-Anda, vem comigo. – Ele sussurrou.

A garota o seguiu arrastando os pés e com os olhos semi – abertos. Sterling abriu uma porta de mármore e os dois entraram no cômodo que era o quarto do garoto.

Ele pegou um dos travesseiros que estava sobre a cama um colchonete no armário e forrou-os no chão.

Em seguida fez menção para Demétria se deitar na cama.

A garota não questionou e deitou-se. Ele deitou no colchonete e logo adormeceu novamente.

O relógio de mesa fez um bip alto. Sterling tateou o chão e encontrou um sapato que jogou no relógio fazendo com que parasse de tocar.

Novamente o garoto ouviu um barulho alto, o relógio voltava a tocar.

Dessa vez ele se sentou olhou que horas eram, enquanto isso Demétria que também havia ouvido o barulho feito pelo relógio, começava a acordar.

Sterling viu que eram 9:55.

Demétria esfregou os olhos e olhou em volta.

-Bom dia – Sterling disse.

-Bom dia. Será que a chuva já parou?

-Não sei.

Ele começou a rir do nada.

-O que foi?

-Nem nos conhecemos direito e você já dormiu na minha casa.

-Seu idiota. – Ela jogou um travesseiro nele e riu.

Ele se levantou e sentou na cama junto com Demétria.

-Mais agora é sério, porque você veio pra cá ao invés de ir pra casa?

Apesar de relutar um pouco ela contou a ele sobre as brigas com o irmão e disse que precisava de um tempo longe dele pra pensar e que por alguma razão na hora em que precisou só conseguiu pensar nele para ajudar.

-É parece que a sua vida não é fácil.

-Olha, eu não costumo dizer isso, mais obrigada, por ontem e por aquele dia na praia.

-Não precisa agradecer.

Eles sorriram um para o outro.

-Quer saber? Eu acho que você só precisa de companhia, além do Nick quero dizer.

-Talvez.

Eles ficaram em silêncio por um tempo.

-Sabe, é bom poder contar com alguém. Ter alguém... – Ela baixou a cabeça – Pra te segurar quando parece que você vai cair, um ponto de apoio.

Uma lágrima escorreu pelo rosto dela enquanto falava.

-Ei! Não chora

Ele passou uma das mãos pelo rosto de Demétria enxugando a lágrima. Depois acariciou seu cabelo e tirou uma mecha que estava em cima do rosto da garota.

-UAU – Ele disse involuntariamente.

-O que? – Ela perguntou

-Seus olhos são lindos, eu, ainda não tinha visto.

-Obrigada. Os seus também são.

Ele começou a se aproximar cautelosamente de Demétria.

Ela pensou em fazer o que fazia de melhor se afastar, dar uma de mal agradecida, pegar suas coisas e ir embora, mas algo a impediu e ela ficou parada vendo a distancia entre eles diminuir.

Ela não conseguia entender porque ele estava provocando aquele tipo de reação nela, ela nunca tinha ficado assim.

Era como se a força que os fazia tão diferentes, opostos um ao outro como imãs, fizesse com que naquele momento eles se atraíssem inevitavelmente.

Quando os lábios dele tocaram os dela e começaram a se mover em um beijo lento e delicado, os lábios dela, diferente do beijo com Nicholas, começaram imediatamente a se mover em resposta, e antes que pudessem perceber já estavam envolvidos pelo calor do beijo um do outro.

Depois de alguns segundos eles se separaram.

-Desculpe – Sterling disse ainda sem se afastar muito de Demétria.

-Você não... – Ela queria dizer que ele não devia ter feito aquilo, mais as palavras simplesmente não saiam – Tudo bem.

Ela olhou para baixo, como se evitasse os olhos dele sabendo o quão hipnotizantes eram.

Ele levantou seu queixo com a ponta dos dedos de modo com que se olhavam diretamente nos olhos.

-Somos tão diferentes – Ela sussurrou já se envolvendo pelos olhos dele. – Como imãs.

-Os opostos se atraem – Ele sussurrou de volta. – Como os imãs.

E novamente eles se encontraram em um beijo doce e delicado, aproveitando ao máximo.