Eu deixei as lágrimas escorrerem livres pelo meu rosto, eu não estava no meu melhor momento, nem de longe. Ouvi batidas na porta.

- Quem é? – falei com a voz falha, não queria falar com ninguém.

- Scorpius. – bufei.

- O que você quer? – eu não estava em animo para briga, tudo bem que Scorpius não era mais tão idiota, e a gente nem brigava mais, mas eu não queria ter que aturá-lo.

- Posso entrar? – certo, eu posso ser bem chata às vezes, mas sempre sou educada. Levantei-me calmamente e abri a porta.

- O que quer? – falei sem muita animação, e foi inesperado o movimento que ele fez a seguir, ele simplesmente me abraçou (?).  Eu sei exatamente o que você está pensando, eu, Rose Weasley, estava sendo abraçada por Scorpius Malfoy. Mas como eu não sou de ferro, eu não pensei nisso na hora, eu simplesmente retribui e solucei em seu peito, ele se sentou em minha cama e me continuou abraçado em mim, alisando meus cabelos, sim, o garoto arrogante de cabelos platinados, tinha um coração, e esse não era pequeno, eu não sabia disso antes, mas estava relaxando finalmente, podendo me segurar em algo, no caso, alguém para chorar.

20 Minutos Depois:

Eu já estava controlada e respirava sem chorar, me afastei dele.

- Obrigada. – ele sorriu de lado, foi um tanto animador ver ele não me pedir nada em troca.

- Que nada, você é minha colega de dormitório, é meu dever de companheiro. – eu sorri e ele beijou minha testa. – Não sei se é me intrometer mundo, mas, o que houve?

- Você não entenderia. – falei emburrada.

- Se você me explicasse, provavelmente sim. – ele falou como se fosse obvio.

- É uma questão de sentimentos Mal... – ele me interrompeu.

- Scorpius. – corrigiu-me.

- Ok, Scorpius, não é como se eu pudesse chegar para uma pessoa que mal sabe sobre a minha vida, contar e ela entender.  – ele deu um sorriso torto.

- Meu nome é Scorpius Hyperion Malfoy, tenho 16 anos, filho de Astoria e Draco Malfoy, sangue-puro, não que eu me importe muito com isso, toda a minha família paterna estudou em sonserina, minha mãe, porém estudou na corvinal, eu por incrível que pareça, sou grifinório, e tenho orgulho disso, sou monitor chefe, e divido meu salão comunal com uma garota ruiva da corvinal, tirei excede as expectativas na maioria das matérias no NOMs, meu melhor amigo é Alvo Potter, sou artilheiro do meu time de quadribol, que é meu esporte favorito, sou filho único, sou seletivo, e a última e única namorada que eu tive foi Annie Daniels, que foi nomeada a garota mais bonita e inteligente do seu ano, formou-se ano passado, e terminamos por que ela me traiu, sim, eu sou corno, mas não me importo com isso, gosto de ajudar as pessoas, e odeio ver garotas chorarem. – ele sorriu, eu estava perplexa. – Quer saber mais alguma coisa? – Neguei com a cabeça, e ele riu. – Sua vez. – tomei ar.

- Meu nome é Rose Jean Granger Weasley, tenho 16 anos, sou filha de Hermione e Ron Weasley, mestiça, minha mãe tem sangue trouxa, meu pai tem todo o sangue bruxo, meus pais foram da grifinória, toda a minha família partena foi de lá, eu sou da corvinal, sou monitora chefe, e divido o salão comunal com o melhor amigo do meu primo, que são da grifinória, meu primo é meu melhor amigo, e minha melhor amiga é Lysander Scamalder, tirei ótimo em todas as matérias no NOMs, menos em DCAT, onde tirei Excede as expectativas, isso foi frustrante. Tenho um irmão mais novo, Hugo Weasley, que é dois anos mais novos que eu. Sou excelente jogadora de quadribol, se jogasse seria goleira, porém, sempre acabo passando mal por ter um pouco de medo de altura, sou emotiva, e bastante frágil. Torço pelo Chudley Cannons. Tive dois namorados, o primeiro foi ano passado, Leonard Krum, terminamos pela distancia, ele foi para a escola do pai, esse ano, comecei a namorar Dean McLaggen, e terminamos por seu ciúme excessivo, hoje descobri que o ciúme excessivo, se dava a ele estar me traindo com Dominique Weasley, minha prima. – funguei – Mas alguma coisa?

- Posso bater no seu ex-namorado? – ele perguntou fazendo carinha de cão sem dono, eu franzi o cenho.

- Por quê?

- Ele é um imbecil, de primeira MÃO! – ele deu um sorriso de lado. – Dominique é da minha casa, é uma garota bonita, mas, por Merlin, é mais burra que a minha porta, e olha que está quebrada. – eu apenas ri. – E você ainda é mais bonita que ela, ela pode ser parte Veela, mas ainda sim, não é mais bonita que você – ele piscou para mim. Eu bufei. – Que foi?

- Ele não pensa assim. – cruzei os braços, foi naquele momento que talvez eu pudesse confiar no garoto loiro a minha frente, que talvez, ele não fosse o que meu pai dizia que ele fosse. E foi então que todo o problema começou, eu falei meus sentimentos amorosos pela primeira vez para alguém, e isso foi a pior coisa que eu podia ter feito. – Por que, me diga, por que, mesmo depois de tudo isso, eu não consigo esquecer ele, me diga, por favor. – eu me agarrei em sua camisa, eu estava desesperada. – O que eu poderia fazer, para me esquecer daquele garoto estupido, que mesmo me magoando tanto, não consigo não sentir nada por ele, nem ódio, nem indiferença, eu ainda quero estar com ele e isso é tão ridículo, é tão vergonhoso. – ele me abraçou.

- Se vingue. – ele disse e eu encarei os olhos dele – Não literalmente. Mas de um jeito que te faça se sentir melhor, o que você tem vontade de fazer com ele? – eu respirei fundo.

- BATE-LO, CHUTÁ-LO, MATÁ-LO. – ele começou a rir da minha brutalidade.

- O que você realmente quer fazer? – ele se afastou e tocou meu rosto. – o que o seu coração quer fazer com ele?

- Esquece-lo. – me dei por vencida.

- Como se esquece de um cara? – eu franzi os lábios.

- Arrumando outro? – tentei.

- Não Rose, é claro que não. – fracasso. – Se distraindo, essa coisa de nunca mais ver a pessoa, não funciona, não tente, e nem tente ser amiga, não fale com ele, não o ignore, se ele disser oi, você responde, tem uma conversa amigável, mas você se afasta sempre que ele tentar alguma coisa a mais, ser seu amigo. Nunca demonstre que está por baixo, mas não fique se achando, aja normal, finja que nada mudou, com o tempo, você acaba esquecendo, e se acostumando. – ele beijou a minha testa. – tenho que ir, amanhã tem aula de poções no primeiro horário, e você sabe como o professor é. – ele se levantou e foi em direção a porta.

- Boa noite, Scorpius. – falei antes que ele saísse.

- Boa noite, Rosie. – e ele saiu do quarto. E foi assim que começou o meu inferno particular. Certo, no inicio, era legal, nós não éramos amigos, mas eu sempre estava contando a ele, e pedindo conselhos sobre os garotos, e todos os conselhos que ele dava, estavam certos, nunca errava um, e era divertido saber disso, até aquele dia.

Coninua...