“Alguém me perguntou o que eu vi em você,
E minha única resposta era tudo.

            Estávamos eu, Matt e Ludwig assistindo um seriado na casa de Roderich – minha casa, mesmo que indiretamente. O aristocrata afeminado estava se apresentando na Inglaterra e sua namorada-esposa-meretriz masculinizada havia ido junto, voltariam em três dias. Sinceramente, aquela casa ficava numa paz incrível sem o barulho de Roderich ou a panela de Elizaveta em minha cabeça

Matt veio para cá porque estava passando por “problemas” na América: Francis e Arthur estavam passando uma temporada na casa de Alfred, e Matt não queria presenciar outra noite daquelas. Para piorar, Peter Kirkland também estava na casa do estaduniense.

            – Até que The Big Bang Theory não é tão ruim – Ludwig falou baixo quando terminou outro capítulo. Matt havia dormido e não queríamos acordá-lo.

            – Não seja modesto, West – Ele olhou o relógio na parede e se levantou da poltrona que estava sentado – Aonde você vai?

            – Marquei um jantar com Feliciano. Vou um pouco mais cedo para comprar um buquê para ele.

            – Por acaso está traindo-o para ser tão romântico assim? – Eu ri.

            – Como se eu pudesse fazer isso com ele. – West me xingou e riu também – Se você fosse um pouco mais romântico com Matthew, você não tem idéia de como as coisas ficariam melhores.

            – Mais do que já estão? – Levantei uma sobrancelha.

            – Vocês estão no primeiro mês ainda, Gilbert. Quando completarem seis meses, venha me falar isso. Bem, vou indo... – Ele hesitou por alguns segundos e voltou o rosto para mim – Mas antes, quero te fazer uma pergunta – Ele voltou até a sala, já mais apresentável, e apoiou-se na poltrona que estava sentado há um minuto – O que você viu de tão incrível no Matt?

            – Porque essa pergunta tão de repente?

            – Curiosidade. Você se dá tão bem com a Natalya e várias outras garotas, mesmo as que não são nações.

            – E o que você viu no Feliciano? Se conseguir me responder, eu farei o mesmo – West ficou calado. Olhou-me e riu.

            – Tudo bem, já entendi. Até mais, Preußischen deine Scheiße – Eu ri. Tenho um irmão tão educado.

            – Use camisinha.

            – Não abuse de seu namorado enquanto ele dorme.

            – Vai à merda, West. – Ele riu e foi até a porta, parando para colocar casaco e o cachecol. Eu desliguei o DVD, que começava a passar o outro episódio.

            Olhei para Matt, que havia dormido como a cabeça no meu colo, e passei a mão pelos seus cabelos. Eram macios e tinham cheiro de pêssego – a única coisa dele que não tinha maple no meio. Dormia com um sorriso delicado no rosto, e você só notaria se parasse para observá-lo.

            Acabei de achar a resposta para a pergunta que West havia me feito. O que eu vi no Matt? Eu apenas o vi, isso. Se as outras nações tivessem o visto, eu não estaria com ele.

            Se eu tivesse aberto meus olhos mais cedo, não teria perdido tanto tempo longe de meu Matthew.