“Olá é uma palavra tão simples. Mas a partir da pessoa certa, isso pode significar tudo.”

            Odeio reuniões, principalmente as que ocorrem fora do continente europeu. Aviões são entediantes, viagens são entediantes, ter que agüentar Ludwig com Feliciano e o riquinho com a assustadora Elizaveta é mais entediante ainda. Eu poderia tentar irritá-lo, mas no final das contas, uma panela voaria na minha cabeça. Ainda não sei de onde elas saem. Panelas são do inferno.

            De qualquer forma, já saí do avião e já estou na reunião. Aliás, não estou bem na reunião. Alfred quis dar uma pausa para descansar – ou seja, comer fast-food e continuar se jogando para cima de Katya. Ele não mudava, era infantil e bobo... Diferente do irmão Matthew.

            É, Alfred tinha um irmão. Todos confundiam Alfred e Matt, mesmo sendo tão diferentes. Bem, só posso dizer isso com relação a aparência física. Matt tem cabelos loiros igual ao irmão, mas a diferença é que são maiores que os de Alfred, mas não chegavam a ser igual os de Francis. Seu ahoge¹ também era diferente – enquanto o de Alfred era reto, mas levemente curvado na ponta, o de Matt tinha uma volta. Também usava óculos e tinha os olhos azuis, mas eram escuros. Mais uma diferença.

            Quanto à personalidade do canadense, eu não posso falar nada. Eu só posso dizer que ele é extremamente tímido e, ás vezes, aparece com um ursinho no braço. Ah, ele é solitário. Sim, eu tenho certeza disso, e afirmo porque uma pessoa sozinha reconhece outra. Eles são tão diferentes... Como podem ser irmãos?!

            – Olá, Prússia! – Eu olhei para cima e não acreditei no que estava vendo. Falando no garoto, ele aparece.

            – Oi, Canadá. – Ele sorriu e pareceu não se incomodar com minha resposta fria. Estranho.

            – Posso te fazer companhia aqui, Prússia? – Estranho. Ele não costuma falar com os outros países, só matinha contato mesmo com Francis, Arthur e Alfred. Falar comigo é algo bem estranho, considerando o fato que a família dele (tirando Francis, óbvio) não gosta muito da minha presença.

            – Claro – Sorri, ele parecia ser simpático.

            – Obrigado, Prússia – Ele sorriu e se sentou ao meu lado. Só uma coisa me incomoda nele...

            – Não precisa me chamar de Prússia. Apenas me chame de Gilbert – Afinal, a Prússia deixou de existir. Mas porque diabos fui me lembrar disso?

            – Ok, Gilbert – Ele sorriu – Mas você terá que me chamar de Matthew... Ou Matt – Eu soltei um som que parecia uma risada.

            – Ok, Matthew.

            Ele, afinal de contas, parecia uma boa pessoa. Diferente do irmão, novamente.