Capitulo 3

Era uma manhã nublada, olhando para cima conseguia-se avistar nuvens carregadas vindo do leste. Mount tinha acabado de acordar de um sonho, ou melhor, de um pesadelo.

Era uma criança de dois anos, ainda aprendia a falar corretamente com seus pais que aparentavam ter 30 anos em media. Brincava com bonecos de guerra feitos por um legitimo artista, não como estes atuais, mas eram de palha e madeira. Se divertia enquanto por alguns momentos via seus pais hora escrevendo algo na mesa da cozinha, hora olhando para ele, com cara de quem previa algo ruim para acontecer aquela criança. Então, repentinamente, seus pais começavam a se desmanchar numa nuvem amarela, deixando apenas dois papéis, ambos escritos de Curthliano, um se direcionava á ele, no outro estava escritura em letras grandes seguidas de várias linhas. Logo após pegar os dois papeis, a fumaça se dispersava totalmente, e uma nuvem roxa começava a surgir em sua frente, se tornando cada vez mais densa e por fim o engolia. Então acordava.

As caças já não eram as mesmas depois que passou a ter esse sonho, como não sabia o significado, procurou o sábio de Curthville para que pudesse esclarescer o que via todas as noites, era isso, ou em alguns meses passaria fome.

Chegando ao centro de Curthville, começou a chover, Mount se apressou para dentro de uma pequena tenda, que antes de se abrigar pode ler:

Thodos, previsões e decifrações.

Antes que pudesse ver o rosto do dono da tenda, pode escutar alguém chamar .

Rufer, entre e sente-se por favor.

Seu nome não era Rufer, pelo menos não sabia que era até que o sabio lançou estas palavras:

Você tem um longo caminho pela frente meu jovem. Seu destino é causar destruição pelo seu caminho até sua glória. Muitos te odiarão e nenhum sequer irá admirar sua força ou coragem, será abominado e temido e ninguém terá felicidade em ter você por perto, para manter a honra de seus pais, Aberlado e Beatriz Rockemberg, seu destino será esse.

O sábio previu tudo isso sem ajuda de nenhum utensílio usado por ciganos e charlatões da província, então, Rufer acreditou em suas palavras.

Antes de sair, ele observava a um par de olhos castanhos, reluzidos pelo agora brilhante céu azul. Minutos depois de deixar a tenda, o sol revelou um ancião, em trajes foscos de cor cinza, usava um pequeno chapéu que se assemelhava á uma boina, mas pequena demais para ser chamada assim, escondia miseravelmente seus curtos cabelos brancos, agora sentado de costas para a abertura da tenda, de frente a um pequeno incensário, acendendo lentamente um novo incenso.

No caminho de volta, Rufer encontrou os antigos garotos que o apelidaram de Pedro, que ao reconhece-lo, começaram a velha zombaria. Rufer havia deixado sua espada em casa, mesmo assim, partiu pra cima dos - agora jovens – arruaceiros. Acabara com todos os cinco, e mais uma vez, ia em direção a sua casa, agora, com umas manchas de sangue em sua camisa.

Tera o mesmo sonho, agora, porém, seus pais não sumiam, e sim, faziam um gesto como se tirassem algo de cima de suas costas e pusessem nas de Rufer. Dessa vez não precisou consultar Thodos, já sabia que o que seus pais supostamente tiravam de suas costas era a responsabilidade de continuar com a fama de seu sobrenome.

Rufer partiu ás quatro horas da manhã para uma semana fora de casa, tinha como objetivo pensar no que teria que fazer para concluir seu destino, não sabia, mas no terceiro dia acampando naquela cachoeira, fazia vinte e dois anos.