Doomed Sun escrita por Meel_Bear


Capítulo 13
Sorriso acalentador




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/126145/chapter/13

Without a light, I fear that I will stumble in the dark

Then I lay right down,  decide not to go on
.
~

Ichigo tentava forçar seu corpo a se levantar, mesmo que este protestasse contra. Não iria ficar ali parado, não novamente. Não podia desistir, ele tinha se decidido que não cairia novamente... E ele não iria voltar atrás com essa decisão.

- Levante-se, merda! – Grunhiu enquanto tentava novamente se reerguer – Deixe de ser inútil e reaja.

Seu corpo tremia e ele sentia o aquele líquido precioso deixar seu corpo. A dor parecia insuportável, mas ele ainda assim tentava aguentá-la, mesmo que parecesse que seu corpo iria se partir ao meio. Seus olhos doíam e ardiam pelas lágrimas e sangue, o latejar de sua cabeça nunca esteve tão ruim. Nem quando era afetado pelos ataques dos Scrapjers.

Ao olhar para frente, viu Zangetsu jogada no chão. A bankai havia sumido e ela tinha voltado para sua forma de shikai. Ichigo tentou estender o braço para alcançar sua espada, mas ele não conseguia. O embaçamento em seus olhos não o deixava definir se ela estava muito perto ou longe, e muito menos se ela estava inteira.

Desespero. Ele sabia que esse maldito sentimento estava cada vez mais perto. Tentou se controlar, mas naquele momento a última coisa que ele teria seria controle, e foi tomado por esse tão terrível sentimento. Além da situação, sua mente o traiu o fazendo lembrar do perigo. O perigo que ele sabia que era si mesmo.

Não não, meu caro. Eu não encostarei... Você o fará.”

Sua mente ecoava essa frase, a culpa lhe remoendo os ossos. Era ele que ele devia temer, era ele que ele deveria ter se preocupado primeiro. Como esperaria deter aqueles monstros, se não conseguiu deter nem o seu próprio?

Ele não tinha forças nem para gritar, e por mais que tentasse incansavelmente se levantar,  parecia inútil.  Pensou o que aconteceria quando tivesse virado aquilo denovo. Nas pessoas que poderia machucar, nas pessoas que tentariam pará-lo.

Naquele momento, aquela voz ecoou em todo o lugar. Não somente, na mente do garoto

Você é estúpido o suficiente para desistir agora, Kurosaki Ichigo?

Ele olhou para cima, sem entender. Era aquela mesma voz daquele sonho, a voz que lhe havia dado um aviso.

Não creio que tenha dado atenção para o que eu lhe disse outro dia, pelo visto.

- Você denovo... – ele disse vagamente tentando encontrar alguém – O que.. você quer?

Eu, nada. Na verdade, querer não é a questão. Já que o seu querer não está servindo para nada. Para onde foi toda aquela “determinação” que você demonstrava um tempo atrás?

 - Como você pode saber?! – Ele gritou com a pouca força que tinha – Eu nem sei quem diabos você é.

E pelo visto não sabe nem mesmo quem você é.

- O que quer dizer?

Sua imaturidade realmente me surpreende, garoto. Muita força bruta e pouco cérebro não adianta de absolutamente nada em tempos como este. Você repete e repete que sempre irá proteger seus amigos, que sempre vai fazer o que precisar para atingir o seu limite. O que acha que adianta só falar e pouco agir?

- Quem acha que é para poder dizer isso? Não ache que minha vida lhe diz respeito!

Escute, moleque – A voz trovejou no lugar, fazendo Ichigo se assustar – Sua prepotência está me irritando. Você não tem controle por si próprio, não faz a mínima idéia do que acontece na sua vida. Como acha que pode agir como se fosse um adulto desta maneira? Quem é você para carregar uma espada e o título de protetor?

Ichigo nada disse. Não achava palavras para contesta-lo, tampouco para respondê-lo a altura. A verdade naquelas palavras lhes atingiam como navalhas, e mesmo se sentido frustado, nada poderia dizer.

Você pode até ter habilidades formidáveis, mas sua deficiência em lidar com elas é gritante. Os monstros que o perseguem são uma prova disso. Você tem um mau dentro de si, e simplesmente, perde para ele. Você é fraco Kurosaki Ichigo, e nem mesmo sabe lidar com isso.

- O que acha então que eu deveria fazer? Eu só tenho uma única saída, mas não consigo alcançá-la – Ele fechou um dos punhos, sentindo sua garganta ferver – Eu não consigo.

Se tem tanta certeza disso, quero que repita após ouvir a si mesmo.

O lugar enegreceu, fazendo com que o cenário chuvoso e composto de prédios sumisse sendo substituído para uma atmosfera estranha e completamente imersa na escuridão. Ichigo tentou limpar os olhos das lágrimas e do sangue, mas mesmo assim não conseguia enxergar nada.

- Mas... o que...

Ele tentou novamente se mexer, e com muito custo, finalmente conseguiu ficar pelo menos de joelhos. Ao sentir a atmosfera fria do lugar se tornar agradável, ele levantou a cabeça, e viu uma pequena esfera brilhante que flutuava a sua frente. Ichigo ficou alguns segundos encarando aquele ponto luminoso do tamanho de uma bola de tênis enquanto ele calmamente continuava a flutuar. Se perguntava o que deveria fazer com aquilo. Ele levou a mão para perto dela, sentindo cada vez mais o calor aumentar. Como se ela fosse uma esfera que emanasse calor, mas ao invés de algo que poderia ser ruim, aquele calor dava a Ichigo uma sensação boa, aconchegante, o que o deixou tentado a tocá-la.

Ignorando completamente o receio, ele o fez.

No mesmo momento, a esfera explodiu em uma cor branca, deixando Ichigo zonzo e assustado. Ele tentou se recompor, mas ao abrir os olhos novamente, ao invés da escuridão seus olhos encontraram um lindo céu azul. Ele olhou pros lados, ainda sem nada entender.

Era um parque com árvores frondosas com lindas folhas verdes, pequenos bancos arrumados, flores espalhadas, pássaros voando livremente junto ao vento. Olhou para si, suas feridas haviam sumido e agora, seu haori estava completamente branco. Ele se levantou, andando calmamente pela grama fofa. Ele não estava entendendo. O que poderia estar acontecendo ali? Como viera parar ali? E o que era aquela sensação de Deja vú?

- Não! – Ichigo ouviu uma voz fininha e feminina irritada. – Para! Eu vou contar pra mamãe!
- Conta – ouviu outra, dessa vez masculina. – Não tô nem aí!
- Ah, é mesmo? Mamãe!
- Cala a boca!

Ichigo tentou seguir as vozes das crianças, elas pareciam estar mais a frente, mas algo o fez parar.

- Crianças, parem com isso. Vão se machucar. – Uma linda voz feminina lhes chamou a atenção, e mesmo parecendo que bronqueava, era extremamente gentil

Ichigo voltou a andar, e logo, se viu correndo para onde tinha ouvido aquela voz. Ao finalmente achar, seu coração bateu fortemente.

Kurosaki Masaki sorria para Karin e Ichigo, que estava emburrados um para o outro. Yuzu estava adormecida junto a Isshin ao seu lado, enquanto ela conversava com os dois irmãos briguentos.

- ... Mãe... – Ichigo soltou, ainda sem acreditar no que via.
- Vamos vamos – ela voltou a falar, o coração de Ichigo saltou novamente – Parem de brigar, vocês são irmãos, tem que cuidar um do outro.
- Mas ela é chata, mamãe – O jovem Ichigo disse apontado para sua irmã – Ela estava me pertubando.
- Mentira!

Os dois deram língua um pro outro, Masaki apenas suspirou e deu um singelo sorriso.

- Venham cá os dois – Ela os puxou para seu colo – Ouçam bem. Quando amamos alguém, nós temos que cuidar dessa pessoa. Não podemos brigar com ela.
- Eu não amo ela!
- Nem eu amo ele!
- Eu amo os dois – Ela disse enquanto fazia carinho em ambos – E vocês deveriam saber que sentem o mesmo um pelo outro. Me diga Ichigo, você não quer ser forte e proteger?
- Sim! – ele sorriu calorosamente – Eu quero proteger a mamãe!
- Estará protegendo a mamãe, se estiver protegido aqui. – Ela colocou a mão no coração do pequeno Ichigo – E se estiver cuidando das suas irmãns, elas um dia vão precisar de você.
- Mas...
- Olhe – ela disso apontando para Karin que agora, também estava adomercida. – Ela não parece frágil?
- Parece...
- É por isso, que você tem que ser um bom irmão meu anjo. As pessoas um dia vão precisar de você, assim como você irá precisar delas.
- Eu nunca vou precisar de ninguém! – Ele disse estufando o peito orgulhosamente – Eu vou ser muito poderoso! Vou ser um grande herói!

Masaki riu novamente, passando a mão levemente no cabelo ruivo de seu filho mais velho.

- Até heróis precisam de heróis, meu amor. A força que você precisa não está só em si mesmo, mas está em quem você ama. Se um herói não tem ninguém, pelo quê ele vai lutar? – O pequeno Ichigo olhou pra mãe, com os olhinhos repletos de confusão. Ela riu – Acho que você não vai entender isso agora, mas quando for a hora certa, tenho certeza que vai.

Ele se aconchegou no colo de Masaki, e fechou os olhos, logo adormecendo também. Masaki olhou para seu marido e filha adormecidos ao seu lado, e seus pequenos em seu colo. O sorriso não tinha deixado seu rosto.

- Um dia seu coraçãozinho vai ter medos e receios – ela disse enquanto beijava o topo da cabeça de Ichigo – Mas eu sei que você nunca deixará que eles o controlem. Nem você nem ninguém, porque você nunca vai estar sozinho, meu pequeno protetor.

Então, tudo começou a esvaecer lentamente. Ichigo ainda estava parado no mesmo lugar, vendo o sorriso de sua mãe desaparecer. Uma lágrima  solitária desceu pelo seu rosto, e ele caiu sobre seus joelhos. Ele não sabia o que sentia naquele momento. Talvez felicidade, ou tristeza. Era quente, era bom. Ele se viu sorrindo levemente, como se acabasse de ter ouvido uma bela canção.

Ainda se acha incapaz, garoto? – A voz voltou

“Você não tem que carregar tudo sozinho.”

Ichigo levantou a cabeça.

Você tem pessoas que fariam tudo, para te proteger.

“Não ache que está sozinho, porque você não está!”

Pessoas que se sacrificariam por você.

“Desculpe... Ichigo.”

E pessoas, que acreditam em você.

“Acredite-se em si mesmo, e exploda! Esse é o Ichigo que eu tenho em meu coração!”

- Rukia...

Problemas você terá pelo resto de sua vida, Kurosaki Ichigo. Ache os caminhos certos e os resolva com sabedoria. As pessoas não querem ser protegidas, o orgulho sempre grita mais alto, mas há momentos em que o orgulho é algo dispensável.

Ichigo se levantou e limpou seu rosto.

- Você não acha que está falando demais? – um sorriso estampou-se na face de Ichigo

A voz riu

Talvez. Mas por mais que ainda seja apenas um moleque, eu te admiro garoto. Não decepcione quem sente o mesmo.

- Eu não faria isso mesmo se quisesse.

Ótimo. Creio que agora tem algo para resolver.

- Sim, mas espere um instante... Como você sabe quem eu sou e quem você é?

Silêncio. Ichigo pensara que talvez tinha sumido como da outra vez, mas foi surpreendido quando a voz lhe respondeu.

Como eu sei e quem eu sou, você deve descobrir algum dia. Mas não me procure, porque não me achará. Minha existência não está em um lugar que você possa ver. Mas provavelmente, num lugar onde você já se encontra.

Ichigo ouviu aquelas palavras sem entender, mas ao olhar para sua frente foi surpreendido por uma silhueta masculina que apareceu vagamente no branco daquele lugar. Antes de sumir por completo, Ichigo conseguiu ver um sorriso de satisfação e o cabelo negro, mas o que lhe chamou a atenção,  foi a placa de subcapitão em seu braço esquerdo.

Seja lá quem fosse aquele homem, Ichigo estava grato. Mas agora não era o momento de especulações. Ele estava indo fazer, o que já deveria ter feito.

.

- Urahara! – Youichi alertou-o antes que a lâmina negra lhe atingisse o tronco.

O loiro desviou rapidamente e se afastou, ficando ao lado de Yoruichi. Ambos já pareciam realmente cansados. Suas vestes estavam bem maltratadas, o chapéu de Urahara se fora, e inacreditavelmente, tinham machucados.

- Isso está ficando preocupante. Não podemos simplesmente segurá-lo para sempre.
- Se ficar pior, não teremos alternativa – os olhos de Yoruichi se tornaram duros, e ela cuspiu sangue em um canto – Vamos ter que recorrer a uma medida desagradável.
- Temos que ganhar mais tempo.
- Kisuke, quanto mais tempo você acha que ele precisa? O nosso está acabando. Se ele sair, tanto Scrapjers quanto seres humanos serão dizimados!
- Eu não sei. Mas temos que fazer o que podemos. Esse treinamento se tornou algo que eu planejava, e muito menos conhecia. Kurosaki-san não deve ter desistido também, nem procurado o caminho mais fácil.

Yoruichi se calou e apenas encarou Urahara.

- Se não lhe dermos suporte, não podemos esperar que ele consiga.
- E se ele não conseguir?

Urahara sorriu

- Não existe esse termo para ele.

Yoruichi sorriu também, assentindo. Os dois se separaram novamente quando sentiram o Hollow-Ichigo atacar novamente. O poder espiritual dele estava monstruoso, e a pressão espiritual que ele exercia igualmente. Nas últimas horas, as únicas coisas que Urahara e Yoruichi conseguiram fazer foi desviar e manter a atenção dele a mesma. Urahara sabia muito bem que se tivessem que revidar seriamente contra o garoto, poderia resultar em sua morte. E como ele queria ganhar tempo, resolveu apenas manter o hollow ocupado em perseguir ambos, para que ele não tentasse fugir dali. Mesmo que fosse exaustivo, era a única opção.

O hollow, irritado com aquela situação de caça e caçador, grunhiu e dobrou sua velocidade, o que fez com que ele conseguisse agarrar o tornozelo de Yoruichi.

- Merda!

Ele a jogou pelo campo, a fazendo atingir uma das paredes de pedra que foi destruída com o impacto.

- Yoruichi-san!
- Estou bem! – ela disse se levantando e limpando o leve filete de sangue que escorria pela sua boca. – Esse garoto está nos dando uma canseira, Urahara. Estamos velhos.
- A juventude é assustadora.

O hollow Ichigo parou, dessa vez, a reiatsu ao seu redor pulsou. Urahara foi para junto de Yoruichi, e os dois olharam para o hollow, receosos.

- Está vindo.
- Sim.

Da ponta do chifre de Ichigo, um cero monstruoso começou a se formar. Como o poder dele estava crescendo gradativamente, o ataque triplicou de tamanho.

- Acha que desviaremos?
- Provavelmente, não. – Urahara segurou Benihime a sua frente – A única coisa que podemos tentar, é nos defender contra.
- Ou seja, o tempo acabou.

Urahara assentiu.

- Na próxima vez que eu ver o Ichigo, ele vai desejar ir se esconder com os Scrapjers. – Yoruichi resmungou, se preparando para o ataque.

O cero já estava monstruoso, e mirado para os dois. Quando Urahara pensou que ele lançaria, o hollow grunhiu. Mas não foi um grunhido como os outros, e sim um parecido com dor. O cero diminuiu e acertou outro canto do campo de treinamento, ainda assim, causando uma enorme destruição.

Ele grunhia e se retorcia, a máscara meio quebrada mostrava a face de sofrimento que ele possuía naquele momento, como se estivesse lutando contra si.

- Acho que fomos salvos no último minuto, Yoruichi-san.
- Mas que filho da mãe!

O hollow tornou a grunhir, dessa vez, com uma fúria incontrolável.

.

O mundo de Ichigo ainda estava na mesma tempestade, os prédios estavam encharcados e escorrendo a água, o trovejar estava intimidador, tal como a expressão de Ichigo.

- Você realmente não desiste, não é mesmo? – Shirosaki perguntou, franzindo o cenho – Eu devia ter te matado de uma vez.
- Realmente, você deveria. Oportunidades desse tipo só acontecem uma vez. – A expressão de Ichigo era insondável
- Uma vez? Não me faça rir. Se eu não me lembro, eu te chutei um tempo atrás.
- Tente novamente.
- Como é?
- Tente me “chutar” denovo.

Shirosaki olhou para Ichigo. Seu sorriso novamente havia desaparecido. Agora, ele estava com uma expressão fria.

- Essa sua segurança me irrita. Não está claro que você já perdeu essa batalha?
- Talvez a batalha, mas não a guerra. – Ichigo cravou Zangetsu no chão – Que eu me lembre você disse que destruiria tudo, não é mesmo?
- Sim.
- Bem, você pode o fazer. – ele tirou a mão do cabo da espada – caso consiga passar por cima de mim.

Shirosaki voltou a sorrir.

- Como da outra vez, vou fazer você lamber o chão.

Shirosaki avançou para Ichigo com sua espada apontada para ele com rapidez. Mas ele apenas desviou. O hollow freou mais a frente e olhou para o ruivo, com uma veia pulsando em sua testa com uma expressão irritada e surpresa.

- A outra vez, é passado. – Ele olhou para Shirosaki – Agora é diferente.

Ichigo agarrou zangetsu e a fita da espada envolveu seu braço.

- Bankai!

Shirosaki desviou para não ser atingido pela luz azulada que foi expelida da espada. Ichigo surgiu quando a fumaça abaixou com seu kimono negro e com a tensa zangetsu em mãos. Sua expressão ainda era a mesma. Shirosaki repetiu o gesto, também ficando com sua bankai. Sem nem ao menos pensar, ele atacou Ichigo novamente, que apenas defendeu. Uma troca de ataques rápidos aconteceu, não era possível enchergar bem o que acontecia naquela troca de ataques, mas dava para perceber que estava bem diferente de antes. Depois de um longo tempo naquele conflito, os dois se afastaram, ofegando.

- Você consegue ser mais irritante do que é normalmente quando está assim.
- Você é irritante sempre, não há variações. – Ichigo revidou, fazendo Shirosaki trincar os dentes
- Pare de se achar tão superior, seu imbecil!

Novamente, ele atacou. Ichigo defendeu o ataque e logo em seguida lançou um Getsuga Tenshou. Shirosaki pulou para o lado e desferiu um também, mas Ichigo apenas cortou o ataque.

- Mas o quê...?!
- Você já me cansou com essas suas brincadeiras. – Ichigo disse – Se acha que vai conseguir me controlar para fazer o que quer, está achando errado. Eu nunca serei controlado por alguém como você, tampouco deixarei que ataque as pessoas que estão ao meu redor.
- Você é idiota? É obvio que eu te controlarei, não percebe o quão forte é o meu poder? Você pode virar uma marionete fácil nas minhas mãos. Sua humanidade te deixa fraco e vulnerável, enquanto eu vou ser sempre imune a essas merdas!
- É a minha humanidade que vencerá sua prepotência. – Ao redor de Ichigo a reiatsu branco azulada começou emanar – E que definirá quem será o que.
- Você é tão patético que me faz querer chorar – A reiatsu negro avermelhada começou a emanar de Shirosaki, tal como a azulada de Ichigo

Os dois concentraram poder, que começou a crescer incrivelmente se tornando algo esmagador.

- Getsuga... – disseram ao mesmo tempo – Tenshou!

Os ataques colidiram, causando uma explosão imensurável. Quando a fumaça se dissipou, os dois estavam de pé... Mas Shirosaki começou a se desintegrar.

- Tch – ele resmungou caindo de joelhos – Me pergunto até quando vou ficar perdendo para você.
- Eu diria que por muito tempo.
- Como você conseguiu, garoto? – Ele perguntou – Você estava a beira do desespero, sendo controlado pela sua pior parte. Como você conseguiu simplesmente passar por tudo isso? Como conseguiu me controlar completamente, se eu sou mais forte que você?
- Estamos dentro de mim. E nada, nem mesmo minha parte ruim, é mais forte que eu na minha própria mente.

Shirosaki soltou um riso convencido

- Você é irritantemente surpreendente e convencido, Ichigo. Mas não ache que ganhou, eu só perdi essa batalha, como você mesmo disse. É um empate. E já que é assim, tome cuidado com essas coisas, quem vai possuir esse poder sou eu, e não qualquer verme.
- Como se você precisasse dizer isso, e continue sonhando, é bom para passar o tempo.
- Vai pro inferno, imbecil.

E com um sorriso, ele sumiu completamente.

Ichigo caiu novamente sobre seus joelhos, sentindo o cansaço tomar seu corpo. Ainda ofegante, ele passou a mão no rosto. E foi quando sentiu um suave afago em sua cabeça. Ele olhou para cima, e viu a imagem de sua mãe vagamente, que com um sorriso acalentador disse algo para Ichigo logo em seguida também sumindo.

Ele sorriu levemente, e respirou fundo.

- Eu também te amo, mãe.

.

O hollow levou sua mão mesmo que estivesse tentando se impedir à máscara, e agarrou um dos chifres começando a puxá-lo. Urahara viu que o garoto estava reagindo finalmente, e pelo visto, com sucesso. A máscara começou a sair, e ele a grunhir cada vez mais alto, e então... Ele quebrou o chifre, causando uma grande explosão.

Urahara e Yoruichi taparam os olhos, mas quando as coisas se acalmaram, puderam ver Ichigo sem a máscara, voltando ao seu normal e caindo lentamente no chão. Os dois foram ao seu socorro rapidamente o impedindo de se chocar com o chão.

- Ei, Ichigo – Yoruichi o chamou – Recomponha-se!
- Yoruichi-san? – Ele perguntou vagamente enquanto olhava para cima, sua visão ainda estava meio embaçada.
- Kurosaki-san, você nos deve algumas explicações. – Urahara disse enquanto ajudava Yoruichi a levanta-lo
- Realmente, mas primeiro.

Yoruichi lhe desceu um soco na cabeça, que enterrou o coitado no chão.

- ARGH! – ele levantou – EI! Porque infernos fez isso?
- Essa foi por esconder a verdade – Ela lhe deu outro, que dessa vez, realmente o fez enterrar a cara no chão – E essa por me fazer ficar te segurando por mais de 15 horas nessa merda de lugar. Pirralho inconsequente
- Calma calma – Urahara disse com um pouco de medo da expressão da mulher que pisava na cabeça do pobre Ichigo – Não precisa matá-lo agora Yoruichi-san, precisamos conversar.

Ele se levantou com a mão na cabeça, resmungando como uma criança.

- Certo. Então vamos subir. – Yoruichi sumiu da vista dos dois, indo para a saída

Ichigo já ia a seguir, quando Urahara o parou

- Kurosaki-san, só um minuto antes de irmos.
- Hm?
- Quando foi a primeira vez em que isso aconteceu?
- Eu disse que irei falar, não disse? É algo complicado de se resumir – Ichigo suspirou
- Pois bem. Mas eu devo te dizer algo. Se não tivesse conseguido logo... Provavelmente, eu e Yoruichi-san teríamos que ficar alguns dias de repouso.

Ele bateu no ombro de Ichigo e seguiu Yoruichi. Ichigo ficou sozinho com seus pensamentos.

Ele sabia que logo aconteceria denovo. Sim, sabia. Mas ele lutaria novamente, porque nunca poderia decepcionar as pessoas que estão apostando nele. Muito menos, a pessoa que estava inconsciente por tê-lo salvado.

.

Then from on high  somewhere in the distance

There's a voice that calls remember who you are

If you lose yourself  your courage soon will follow

So be strong tonight,  remember who you are


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Aqui está amores. Esse eu atualizei hoje.

Espero que gostem, eu escrevo com tudo o que posso por vocês.




Boa leitura!