- O Olhar dos Descendentes –

            POV. Roxanne

            Eu costumava ser rebelde, porque como humana, e gêmea de uma meia alma, eu tinha que ser o elo forte. Saber exatamente quem era minha raça.

            Mas essa parte da minha vida durou muito pouco, porque aos 12 anos, um choque balançou minha vida. Eu e minha irmã fomos separadas, o que havia acontecido apenas uma vez, quando ela tinha sido seqüestrada.

            Mas dessa vez foi uma decisão dos nossos pais, e mesmo sendo rebelde, não podia dizer não ao meu pai, meu herói, o homem mais forte que eu conhecia, e minha mãe, meu porto seguro, a mulher mais frágil que eu já conhecera.

            E assim, Saralynn e eu fomos separadas, ela foi para um colégio interno que era um fachada para uma resistência, onde eles ensinavam apenas humanos, e se algum humano alma chegasse, era retirado, e depois os pais recebiam cartas dos filhos dizendo que o ensino tinha sido recompensador e estavam partindo para nunca mais voltar.

            Mas o meu comportamento era ruim demais para Sta. Edwiges, e eu e minha prima Teresa Marie, fomos passeando de resistência em resistência. Desde as praias da Califórnia com Knox e Michael. (Note o pacote de Doritos, nham...)

Até as ruas calmas e despopulosas (nem sei se essa palavra existe) da tediosa Nova Jersey. 

            O parque que as almas pensam estar abandonado: Disney World.

            Um rancho em Oklahoma.

Uma resistência bem Cristã, chamada Bom Jesus do Iguape.

E todos esse lugares em conjunto, me transformaram em uma pessoa mais calma, me ensinaram a escutar antes e morder depois. E a distância da minha irmã me ensinou o que era saudade.

            E foi quando me toquei que sofria de saudade que arranjei, meu primeiro namorado.

            Mas eu e ele éramos muito imaturos e as regras do Bom Jesus do Iguape eram bem rígidas, o que separou eu e Vince, para sempre.

            E agora, eu vou para uma nova resistência. Eu e Terry estamos acostumadas com mudanças, e ainda temos esperanças de rever nossas irmãs e primas. Uma ilha... Parece o tipo de lugar onde humanos podem se esconder em paz.

            Aqui, sentada na lancha para ir para a ilha Pandora, eu começo a imaginar. 

Voar no tempo...

Esse é meu grande sonho... Até o tempo de quando eu era apenas uma criança.

            Sem perder meu estilo, é claro.