Nightfall escrita por QueenJane


Capítulo 6
Capítulo 5 - Despertar




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Numa casa em que todos não têm data para morrer não temos nenhuma preocupação com datas ou hora. Ninguém aguardava por algo, fazíamos tudo de maneira espontânea.

Senti meu corpo pesado e rígido. Olhei para o céu novamente e estava escuro ainda. Estranho. Nunca tive problemas com noites interrompidas por crise de insônia. Estava me sentindo completamente descansada fisicamente. A minha cabeça é que parecia cansada, ela estava com um turbilhão de sensações todas negativas. Mas com tanta coisa para me preocupar o melhor a fazer é estar acordado. Se bem que a minha ajuda aqui é um tanto insignificante. Sempre senti inveja da minha família porque ninguém se cansa nem sente sono então, podem fazer muitas coisas úteis.

Oito vampiros e um lobisomem lá no canto recuado me fitavam ternamente, mas ao mesmo tempo pareciam receosos. Tio Jazz e papai trocavam olhares a todo o momento. Mas havia algo errado ali, pareciam com sede os olhos estavam negros como um carvão, será que a preocupação comigo os impediram de caçar? Eu sou mesmo um estorvo.

Tia Rose afagava meus cabelos carinhosamente, papai parecia muito preocupado seu rosto demonstrava dor e estava um pouco mais afastado dos demais, mamãe estava bem pertinho de mim e me olhava preocupada não deixei de notar as ruguinhas de estresse que estavam entre suas sombracelhas, os demais me observavam com as faces tensas.

No momento não queria falar, preferi me restringir aos antigos modos. Estendi a mão para tia Rose e ela de imediato inclinou seu rosto para perto de mim.

Mostrei a ela o rosto de todos a alguns instantes atrás: tios, vovô e vovó, papai e mamãe, tia Alice e tia Rose, focando principalmente os olhos de cada um, negros. Eles deviam estar com muita sede, deviam logo ir se alimentarem e não se importar comigo no momento. Estava me sentindo mal por eles se privarem de suas necessidades, ficaria melhor que fossem.

- Não poderíamos deixar você daquele jeito. Não me perdoaria. Mas você está melhor meu bem? – ela perguntou com tanto carinho. Tio Rose era como uma segunda mãe para mim.

Preocupada. Estaria melhor se vocês fossem caçar. – mostrei quando toquei seu rosto novamente.

Ela suspirou.

- Está certo. Estamos todos com sede e ela está preocupada. Quer que todos nós cacemos.

Estiquei minha mão novamente para tia Rose.

Mostrei minha mamãe a ela. Queria que ela ficasse.

Sei que é egoísmo meu, mas com a mamãe me sentia protegida.

- Bella ela quer você.

Bella acena com a cabeça.

- É claro que eu fico filha. – depois me deu um sorriso radiante parecia iluminar todo o quarto.

Um a um dos vampiros foram saindo me dando um beijo no rosto. Exceto pelo papai que parecia relutante na idéia de partir, doe para ele deixar eu e a mamãe, pude perceber pelo seu rosto.

- Tem certeza mesmo? Vocês irão ficar bem? – ele perguntou.

“Vá papai, por favor...” pensei.

- Vá amor, eu ficarei bem se ela também ficar. Talvez mais tarde quem sabe... – ela mordeu seu lábio inferior pensativa. – Irei caçar.

Senti uma dor. Ela tinha sede, mas a egoísta quer que ela fique.

-Não irei longe... – papai beijou a mamãe demoradamente. Senti minhas bochechas ficarem rosadas é raro uma cena assim por aqui. E depois papai beijou meu rosto ternamente, antes de partir.

Depois notei que muito calado Jake estava no canto do quarto, ele estava sentado numa poltrona me olhava de longe. Ele parecia cansado, abatido.

Nossos olhares se encontraram. Ele se aproximou da minha cama e sorriu. Um sorriso um tanto tenso. Não deixei de notar quanto seus olhos estavam fundos, as olheiras estavam aparentes num tom arroxeado, quase negras. Por quanto tempo ele não dormia?

Mamãe compreendeu meus pensamentos e me explicou.

- Ele não dorme desde o jantar querida, ele ficou preocupado com você.

Jake olhou feio para a mamãe, como se ela estivesse contando algo que não deveria.

- Isso não importa Bells.

Mamãe fez uma careta.

Será que dormi por tanto tempo?

Toquei no rosto da mamãe, repetindo a pergunta.

Mamãe e Jake trocaram olhares receosos. Jake resolveu começar a falar.

- Bem Ness... Você ficou muito nervosa. Ficamos preocupados... E então o Jasper utilizou seu dom por um bom tempo. Assim você iria descansar e não iria ficar acordada pensando em abobrinhas, preocupada. – ele parecia estar se desculpando.

Mas espera aí. Jake acabou de dizer que fiquei um bom tempo apagada. Mordi o lábio inferior. Quanto tempo eu fiquei apagada? Olhei para a mamãe aguardando respostas.

- Bem Renesmee... Você dormiu por... Umas 30 horas. E como seu pai viu seu pesadelo, ele preferiu interromper, pedindo pro seu tio parar.

Senti o choque em meu rosto. Perdi 30 horas? Então significa que em algumas horas eles estarão aqui. No momento me sentia sem forças para me rebelar, até porque não é hora para isso.

Suspirei e voltei meu olhar a Jake.

Ele estava acordado esse tempo todo zelando pelo meu sono, a custo de que? Isso parece uma obsessão. Estendi minha mão para ele e ele inclinou seu rosto.

Mostrei a ele um dos quartos da casa da vovó e depois mostrei a ele o seu rosto. Vá dormir, eu estou bem, disse mentalmente.

- Tem certeza? Porque se quiser eu fico sem problema nenhum.

Revirei os olhos. Louco, morto de cansado e ainda não dá o braço a torcer. Estendi minha mão novamente.

Vá agora Jake! Eu quero que durma... E crie forças... Para mais tarde, disse novamente através do meu toque em sua pele.

- Está bem então. – ele beijou minha testa rapidamente e saiu.

A casa estava incrivelmente silenciosa, vazia demais. Eu e a mamãe sozinhas, momento ímpar. Toquei seu rosto mostrando a ela uma lembrança antiga de quando ainda era menor, deitada em seu colo. Era bom.

Mamãe sorria com as lembranças.

- Me concede um espaçinho ai? – ela perguntou, apontando na minha direção.

Sorri me afastando do travesseiro. 

Mamãe se sentou e eu posei minha cabeça em suas pernas de mármore. Ficamos nos olhando. Até que me surgira uma dúvida, toquei o rosto da mamãe.

Mostrei a ela os Volturi da lembrança que tinha deles quando vieram aqui há 5 anos atrás. Você conhecia eles antes disso?- perguntei.

Ela mordeu o lábio inferior enquanto olhava para a janela.

- Eu ainda humana os conheci, quando fui a Volterra.

Olhei intrigada. Por que mamãe iria ao encontro deles?

- Foi uma situação a parte. Fui atrás do seu pai. Ele foi atrás dos Volturi porque queria se matar.

A olhei apavorada.

- Não se preocupe antes que ele fizesse essa idiotice eu o salvei.

Toquei seu rosto, tinha dúvidas. Por quê?

- Seu pai uma vez me deixou, mas não por muito tempo. Chegou uma notícia errada para ele de que eu tinha morrido ao me atirar de um penhasco. Ele ficou desesperado e foi buscar os Volturi para matá-los.

Por que o papai a deixaria?O penhasco de La Push? - perguntei com as mãos em sua face.

Ela sorriu e depois ficou séria, com a face sombria.

- Você é muito curiosa. Seu pai me deixou porque achou que seria para mim tentar levar uma vida humana e feliz., mas sem ele eu não vivo. Quando ainda era humana ia sempre que podia a La Push, queria me divertir, mas era só uma humana filha e o Jake não estava lá ainda. Mas ele chegou em seguida e me salvou. Seu pai não soube deste último detalhe. Mas em resumo fui a Volterra e os Volturi não gostaram nada de mim. Pelo fato de ser humana e saber do segredo.

O que eles fizeram?- perguntei.

- Nos deram as opções: eu ser o jantar ou ser imortal. No fim seu pai decidiu me tornar imortal. Filha, mesmo se não engravidasse de você iria ser vampira. Meus batimentos estavam contados. – ela deu nos ombros.

Sente medo deles?

- Sinto claro, eles colocam todos que amo em perigo. Mas não me preocupo, meu escudo já foi útil uma vez e será novamente. – ela olhou para mim novamente. Passou os dedos levemente pelo meu rosto. – Não há com o que se preocupar, você não fez nada de errado. É só uma visitinha de rotina. – ela me encorajou.

Talvez, espero mesmo. Estava com fome...de sangue. Fazia tanto tempo que não ia caçar. Suspirei.

Mamãe me olhou divertida.

- Que tal um lanche? – ela perguntou.

Fiz uma careta ao imaginar pãezinhos e sucos na mesa. Mamãe ria, parecia um repicar de sininhos.

- Um cervo ou alce aqui pertinho topa?

Um pergunta dessas nem precisava perguntar. Movimentei-me de uma forma que já estava de pé saltitando e batendo palmas num segundo.

- Ah mamãe sério? Eu quero ir vamos vamos vamos! – gritei eufórica aos pulos.

Corremos então em direção da floresta. Mamãe ainda rindo.


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Notas finais do capítulo

Alô? Alguém aii? Aproveite sua visitinha e deixem um comentário! Desde já agradeço =D