Capítulo 25

Acordei, mas não abri meus olhos. Fiquei aproveitando o momento, de sossego e calma. Hoje será um longo dia, longo por duas coisas: os preparativos para o baile, tia Alice não me deixaria em paz, por outro lado não verei o Jacob, apenas a noite. Que droga. É só um dia Nessie, só um dia, mantive esse pensamento para amenizar o meu descontentamento.

Desci as escadas e já me deparei com a tia Alice super agitada, pensei em dar meia volta para meu quarto, tarde demais.

- NESSIE! Que bom que acordou! Você já viu que horas são? É bom logo logo você buscar a Lilly, quero todo o tempo do mundo para as produções, tenho muitas garotas para arrumar hoje,  e eu também, claro que eu como a tia da Rainha do baile tenho que estar impecável. – tia Alice falava numa velocidade que chegava a me deixar tonta.

- Está bem titia, respire, respire. – eu falei lentamente e ela parou de falar e atendeu ao meu pedido. – Calma temos muito tempo, antes de qualquer coisa eu quero caçar, eu preciso. Até um cervo serviria. – meu corpo simplesmente clamava por sangue.

Todos se animaram com o convite e claro todos foram. Foi tudo tão divertido, uma caça em família, provavelmente causamos um desiquilíbrio seríssimo na cadeia daquela região, e vovô conclui que da próxima teríamos que caçar em locais mais distantes, quem sabe o Canadá? Ou nas montanhas? Há dias que eu desejava o sangue de um tigre branco. Papai balançou a cabeça rindo.

Fiquei observando a todos juntos, e bateu uma saudade do Jacob, se ele estivesse ali tudo estaria perfeito. Será que ele está bem e o Billy? Queria tanto ter ido com ele.

- Se acalme ele deve estar bem, por que ao invés de ficar se martirizando em pensamento não liga para ele? – papai disse.

- É uma boa idéia. – eu disse, e assim o fiz. Logo que cheguei em casa eu liguei para Jake. Não estávamos longe há mais de um dia ainda, mas de uma forma inexplicável tivemos assunto por algumas horas. Segundo ele, Billy já estava melhorando, e logo que fosse possível iria voltar para Hanover. Implorei para que ele não demorasse, a saudade estava cada vez mais apertada a cada hora que passava. A conversa estava ótima até tia Alice intervir. Ela estava histérica e me intimou que fosse imediatamente buscar Lilly. Após muitas reclamações minhas eu fui.

Lilly estava animadíssima, sua alegria acabou me contagiando, afastei-me um pouco dos sentimentos de saudade para curtir o momento, um baile estava para acontecer dali algumas horas.

Logo que chegamos em casa, tia Alice arrastou a mim e Lilly para o quarto. Eu optei por deixar tia Alice arrumá-la primeiro, eu não tinha pressa alguma. E além do mais poderia aproveitar para trocar alguns SMS com Jake, fui surpreendida com a notícia de que Mathew iria me buscar para o baile, tentei recusar de todas as formas, porém Mathew estava irredutível no fim dei meu endereço a ele.

Depois de 1 ou 2 horas, Lilly estava pronta. Belíssima não havia como negar, tia Alice era mesmo fantástica.

(Lilly)

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- E agora o toque final. – tia Alice pegou uma máscara e colocou em sua face.

Lilly olhou-se no espelho boquiaberta.

- Alice você é maravilhosa! Essa roupa é incrível! Muito obrigada mesmo, de verdade. – Lilly dizia enquanto dava voltas na frente do espelho.

- E agora é a sua vez alteza. – tia Alice disse sorrindo, seus olhos faiscavam sobre mim.

Suspirei e fui até ela. Deixei tia Alice fazer o que quisesse, pelo menos uma vez na vida eu não iria refreá-la. Quando ela finalmente disse que eu estava pronta fui até ao espelho.

(Nessie)

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Não havia palavras, o vestido era magnífico, único, o cabelo estava uma parte preso e outra parte estava solto, os cachos cor de cobre caiam delicadamente sobre meu ombro, tia Alice entregou-me a máscara era preta com alguns detalhes prateados combinando com o vestido. Fiquei ali me observando. Tinha de convir que Caroline teria de se conformar com a colocação de segundo lugar. A coroa era minha.

- E então? Diga alguma coisa. – comentou tia Alice impaciente.

- Ficou tudo perfeito. Obrigada... – eu disse enquanto a abraçava.

Mathew resolveu passar para me buscar mais cedo do que eu previa, fui e levei a Lilly junto comigo, e os demais ficaram se arrumando. E prometeram que dentre de 20 minutos estariam lá. Mathew quando me viu ficou perplexo e elogiou-me o caminho inteiro, já estava entediada com todas aquelas palavras... E o Jake simplesmente não dava um sinal de vida, tentei entrar em contato com ele, porém só caía na caixa postal. Droga.

No ginásio da escola local onde estava acontecendo o baile simplesmente estava lotado. E assim que chegamos lá todos pararam para nos olhar. Eu sabia que o vestido era um pouco demais, mas valeria a pena ver a cara de desgosto da Caroline quando me visse. Lilly desapareceu no meio da multidão para provavelmente se encontrar com Austin. Mathew me conduzia alegremente, eu parecia um troféu nas mãos dele.

- Quer algo para beber? – perguntou Mathew.

Pensei por alguns instantes, seria estranho se eu não bebesse ou comesse algo. Então por essa noite tentarei ser a mais humana possível.

- Cullen! – ouvi aquela voz antipática e hostil só podia ser a nojenta da Caroline. Virei-me até ela, preparando-me para lançar alguma piadinha, mas me assustei com que eu vi. Caroline não tinha a mesma aparência do seu dia-a-dia. Não digo pela roupa, quer dizer ela estava muito bonita, mas estava mais pálida que o normal. Parecia doente.

- Bones. – cumprimentei-a friamente. – Parece que seu par lhe deixará na mão não é? – por um lado eu gostei dessa parte, afinal não existe uma rainha do baile, sem um rei do baile.

Ela não pareceu demonstrar um pingo de descontentamento, pelo contrário, ela sorria triunfante.

- Não queridinha pelo contrário, eu já consegui outro par para mim. E quer saber? Muito mais bonito.

Eu olhei para os lados procurando o tal par maravilhoso de Caroline, mas nada encontrei.

- É mesmo? E onde está o galã? – perguntei sarcasticamente.

Ela pareceu confusa por alguns momentos, mas depois me respondeu.

- Ele chegará que hora certa... Eu tenho que ir... – ela de repente pareceu estar nervosa.

A segurei pelo braço, talvez um pouco mais forte do que deveria, e senti que sua pele estava fria, não tão fria quanto a de um vampiro, mas estava fria para um humano. Olhei-a preocupada.

- Está tudo bem com você Caroline? – questionei.

- Claro, e por que não estaria? Está maluca? Me solta! – ela puxou seu braço bruscamente das minhas mãos e sumiu no meio da multidão.

- Algum problema? – Mathew perguntou logo que viu minha expressão.

- Não nenhum... – comentei pensativa.

Mas com certeza tinha, só não conseguia identificar o que seria. Nenhum sinal da minha família muito menos de Jacob, o nervoso e a preocupação começaram a me tomar.

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P.O.V. Alice

Estávamos todos prontos para o baile. Eu tinha de confessar, que eu estava amando tudo isso, esse clima de escola e bailes... E ver a Nessie se divertindo, com isso, tudo tão novo para ela. Por falar nela, ela estava simplesmente magnífica com aquele vestido.

Quando todos chegamos a garagem, tive uma visão.

“Muitos, muitos de nós a caminho de nossa casa, e já estavam perto, perto demais para evitar qualquer escapatória...”

- Oh céus... – murmurei assustada.

- Alice! – Edward olhou-me preocupado, ele viu. Ele entendeu bem o que estava para acontecer.

- O que está havendo? – perguntou Bella olhando-nos.

- Alice teve uma visão. Vampiros... Muitos chegando até aqui. – Edward disse aos sussurros.

- Quando? – perguntou Rose.

- A qualquer momento... – eu disse.

- Mas como? Quem são? – Carlisle perguntou.

- Não sei, não sei mesmo. Eu gostaria de saber. – eu disse tentando concentrar-me no que estava por vir.

- Edward. – ouvi Bella dizer. – A Nessie, a nossa filha ela está desprotegida... Ela está... – Bella não conseguiu terminar a frase, talvez porque lhe doía demais dizer os riscos que sua filha, a minha amada sobrinha estava correndo.

- Talvez eles queiram algo conosco, não com ela, podemos lutar. – Edward disse, tentando mostrar segurança. Mas pude notar, Edward estava preocupado, não sabia que providências tomar.

- Lutaremos, e acabaremos com todos, tudo muito simples. – Emm disse com simplicidade. – Será moleza.

Eu não tinha tanta certeza disso, não eram recém-criados, eram antigos... Porém seus rostos nenhum era familiar.

- Agora nos resta apenas aguardar. Vamos todos para a sala. – Carlisle disse.

A tensão ali era instigante e sufocante. Jazz abraçava-me, eu mantinha os olhos fechados, queria tanto poder ver a Nessie com clareza, mas sempre que tentava, via apenas borrões, imagens indistintas, gostaria mesmo de saber se ela estava segura longe de nós. As respostas infelizmente só teríamos quando as coisas de fato acontecessem. E não demorou muito na verdade. Minha visão não falhou quando eu disse muitos vampiros, eram em quantidade 5 vezes a mais que nós.

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Tudo bem agora eu estava realmente preocupada, nenhum sinal de ninguém... E isso estava ficando muito estranho, tentei ligar para todos os celulares, mas todos iam para a caixa postal, o mesmo acontecia com o celular de Jake... Quando decidi que iria de vez embora para casa, antes mesmo da tal dança começar, fui impedida por Mathew, eu poderia muito bem golpeá-lo e deixa-lo inconsciente por um tempo, mas isso poderia chamar a atenção de muitas pessoas.

Foi anunciado as candidatas e candidatos à Rainha e Rei do Baile de Máscaras, houve os aplausos e os holofotes caiam todos sobre nossas direções.

Caroline ficou logo ao meu lado, na minha frente Mathew e ao lado dele o par de Caroline, ele era misterioso... Usava uma máscara branca que cobria todo seu rosto, um terno preto e luvas brancas. Não consegui ver seus olhos, pois o garoto estava de cabeça baixa.

A música começou todos seguimos a coreografia perfeitamente, não havia como errar, ensaiamos, desnecessariamente, milhares de vezes. Eu agia mecanicamente, dançava com leveza e graciosidade, sorria, mas era tudo uma fachada. Queria sair dali o mais rápido possível.

Quando a música se encerrou, então o vi... O garoto belo, o par perfeito de Caroline, demorei para perceber, mas era Alec, tinha certeza. Fui estúpida de imaginar que ele voltaria a Volterra amistosamente. Ele não aceitava um não como resposta. Tentei alcança-lo após a dança, mas ele desapareceu como fumaça na multidão. Mathew depois de um século percebeu que algo estava errado.

- Renesmee. O que está havendo? – ele perguntou.

Não podia explicar, muitas coisas não podiam ser explicadas.

- Mathew há coisas que não posso contar entende? Você não entenderia e... – fui interrompida com o meu celular, senti-o vibrar, respirei profundamente aliviada, deve ser a mamãe. Porém para a minha surpresa era uma mensagem da Lilly.

“Me encontre no estacionamento. Lilly”.

E logo que li, vi Austin vindo até minha direção.

- Nessie, você viu a Lilly? – ele perguntou.

- Não... Faz muito tempo que ela sumiu? – perguntei tentando manter a calma, isso não é nada bom, nada bom mesmo.

- Um pouco... Ela disse que ia pegar umas bebidas, mas simplesmente sumiu. – Austin olhava para todos os lados em busca de algum sinal dela.

- Não se preocupe Austin, se eu a encontrar eu aviso. – sorri enquanto via-o se afastar. – Mathew, eu vou ao toilet se não se importa, me aguarde aqui, está bem? – antes de Mathew me dar qualquer resposta, eu já me infiltrava na multidão.

Tudo começou a fazer sentido. A ausência de todos que poderiam me proteger aqui... O comportamento estranho da Caroline e agora Lilly... Minha amiga... Ela merece passar por nada disso. Espero não chegar tarde demais. Cheguei ao estacionamento e nenhum sinal de qualquer pessoa, fui até o local onde me encontrei com Alec algumas vezes, estava deserto, porém o cheiro de sangue e batidas de coração começou a ficar mais forte. Continuei caminhando adentrando-me no meio das pequenas árvores que cercavam a escola... A minha roupa e os meus sapatos não me ajudavam nem um pouco, tornava-me mais lenta. Não demorou muito para que eu a encontrasse, inicialmente não vi nenhuma arranhão, nenhum sinal de agressão, mas seus olhos demonstravam medo, a maquiagem estava borrada pelas lágrimas. Ela não enxergava tão bem quanto a mim, quando ela ouviu os sons que se faziam quando eu pisava sobre galhos e folhas ela ficou em estado de alerta.

- Quem... Quem está ai? – ela perguntou com a voz trêmula.

- Lilly... Sou eu. – disse enquanto eu me aproximava dela.

Ela ficou estática por alguns instantes.

- Nessie! Nessie! – ela correu até mim, mas foi impedida por um par de mãos de mármore. Ela caiu em prantos.

Alec a segurava sem muita dificuldade, a luta dela para se libertar era em vão.

- Alec... Não precisa ser assim... – eu disse enquanto dava mais um passo até eles.

- Mais um passo e eu a mato. – ele agora tinha a sua atenção no pescoço de Lilly, ele agora cheirava o pescoço dela. – Tão apetitosa...

Lilly gritava em pânico.

- Nessie! A Caroline... Ele vai fazer o mesmo que fez com ela, eu vi! Eu vi!

- Onde está ela? Alec... – perguntei a um fio de voz.

Ele não parecia nem um pouco preocupado.

- Procure você mesma, você tem um olfato tão bom quanto o meu... Não sente esse aroma delicioso no ar? – Alec disse friamente, seus olhos vermelhos faiscavam na escuridão.

O grito que estava em minha garganta simplesmente ficou ali preso. Cheguei tão determinada a salvar Lilly, que deixei de notar... Um corpo caído ao chão, estava debruçado ao chão, o cabelo loiro caía sob a face, impedindo-me de ver quem era, não precisava ser um vidente para saber quem era. Caroline podia ser chata, metida e pretenciosa, mas jamais desejei qualquer mal a ela. Eu poderia ter impedido... Talvez se eu chegasse um pouco mais cedo... Caroline...

- Ela queria a todo custo competir com você, ser melhor que você. Todos nós sabemos que é impossível. Uma humana tola, que não fará muita falta neste mundo... – Alec dizia com frieza que fazia meu coração doer. Meus olhos começaram a arder, e pesadas lágrimas caiam contra minha vontade sob minha face.

- Ela não merecia isso Alec... Como pôde? – perguntei sufocada.

- Você sabe exatamente como eu fiz. E essa bela garota aqui também sabe. – Alec pegou Lilly pelos braços e olhou-a. – Diga a ela o que viu.

- Ele disse para Caroline me trazer até aqui... Ela me disse que você corria perigo e eu vim. Quando chegamos aqui ela tentou fugir. E ele mordeu o pescoço dela, e bebeu todo o sangue de seu corpo. Eu gritei e corri, mas ele foi rápido, e me disse para ficar quieta e lhe esperasse. – a voz de Lilly soou vazia e automática.

- O que você está fazendo com ela?

- Renesmee... Eu sou muito importante para Aro e os Volturi, na verdade não causo a dor pelo pensamento como minha irmã... Meu poder é mais interessante... - Alec disse parecendo satisfeito.

Não precisei pensar muito, tudo já estava meio óbvio.

- Você manipula as pessoas, como fantoche... Você fez isso comigo não foi? – perguntei.

- Algumas vezes apenas... Eu podia ter feito mais, você poderia ter vindo comigo para Volterra há muito tempo? Sabe por que eu não o fiz?

Fiquei em silêncio.

- Porque eu sonhava em você ir comigo porque queria ir... Porque queria estar comigo. Mas você... Você estragou tudo! Foi então que eu tive a oportunidade perfeita, um baile...

Meu corpo pareceu se congelar, não reagia, mal conseguia respirar. Alec pareceu não se importar nem um pouco, continuou falando com naturalidade.

- Mas havia um detalhe, importantíssimo, não podia levar você na presença dos Cullen, isso iria levar a um confronto. Aro proibiu a mim qualquer tentativa de luta com eles. Como eu conheço muitos de minha espécie eu lhes pedi um favor, e neste momento eles estão lá com a sua família... Eu não posso sujar minhas mãos, mas eles com um simples sinal positivo que eu fizer... Você já sabe...

- Jake... O que você fez com ele? – perguntei temerosa, tinha muito medo do que poderia ouvir.

- Outros amigos estão tomando conta dele e daquele bando de cães sarnentos... – ele disse com repulsa.

O meu auto-controle se foi de vez depois disso. Estava cercada. Minha amiga, minha família... Jake...

- ALEC! SÃO MEUS PAIS! MINHA FAMÍLIA! Faça o que quiser, mas com eles não! Eu imploro Alec! É a mim que você quer não é? – eu me sentei no chão. Senti-me nesse momento o sacrifício de um ritual macabro. – Pois eu estou aqui, eu não vou fugir... Eu dou minha palavra. Mas deixe-os em paz, deixe Lilly viver...

Alec sussurrou algo para Lilly. E ela ficou parada como uma estátua, com um olhar vago. Alec veio até mim, sorrindo triunfante.

- Você poderia ter me dito antes, teria evitado todo esse alvoroço. – ele tocava no meu rosto suavemente.

Senti uma repulsa imensurável ao seu toque em meu rosto... Sentia vontade vomitar... Mas não era hora ou momento para isso. Se é para o bem de toda a minha família e todos que amo... Valia a pena minhas decisões.

- Eu vou com você para Volterra... Eu quero ir. – eu me senti desmoronar por dentro, me desfazer em pedaços... Mas tentei passar ao máximo confiança ao Alec, as lágrimas eram inevitáveis, mas minha voz saiu perfeitamente clara e segura.

- Nós vamos... – ele sorriu enquanto me abraçava. – Vamos agora mesmo.

- Mas antes Alec, quero ter a certeza de que todos estão bem. – eu disse enquanto me afastava de seus braços.

- Está bem, como quiser. – Alec pegou um celular de seu bolso, discou um número e me entregou o telefone.

Eu o peguei.

- Alô? – disse assim que o coloquei no meu ouvido.

- Renesmee? Filha? – mamãe disse em um tom nervoso.

Respirei profundamente aliviada.

- Mamãe! Você está bem? Todos estão bem? – perguntei.

- Oh filha, estamos bem, estamos preocupados com você... Você está bem? – ela disse.

- Estou ótima, sem nenhum arranhão... Mamãe... O Jake, localize ele e cuide dele, diga que apesar de nunca ter dito nada diretamente eu o amo... E eu amo você também... – disse enquanto tentava limpar inutilmente limpar as lágrimas do meu rosto.

- Vamos localizá-lo... Renesmee... Você falando assim, parece que está se despedindo... – mamãe agora parecia cautelosa ao dizer cada palavra.

Fiquei calada. Eu não queria dizer aquelas palavras, mas era preciso.

- Mamãe, eu vou para um lugar e... – comecei a falar, mas fui interrompida por ela.

- Não! Você não vai a lugar nenhum! Filha... Podemos dar um jeito... – mamãe tentava argumentar, porém todos os seus argumentos não tinham fundamento, muito menos convicção, se lutássemos contra todos morreríamos, e isso seria doloroso demais. Eu não suportaria.

- Não mamãe. Não há solução... – puxei todo o ar que pude. – Mamãe, não quero que ninguém vá atrás de mim, e que ninguém lute por mim, estamos entendidas? – perguntei.

- Filha... Por favor... – mamãe sussurrou.

- Eu vou me cuidar, não sou mais uma menina, não se preocupe, mamãe só prometa para mim isso. – olhei para Alec, ele agora ia até Lilly. – PROMETA!

- Está bem. Eu prometo. Filha... Te amamos muito... – ouvi-a dizer, porém antes que eu fraquejasse resolvi interromper a ligação.

- Adeus mamãe. – e desliguei o telefone. – Eles ficarão seguros? Garanta-me.

Alec olhou-me seriamente.

- Tem a minha palavra. Agora o que fazer com essa aqui... – Alec olhou para Lilly.

- Hipnotize-a, faça-a esquecer... – eu disse enquanto segurava o braço de Lilly.

- Não é exatamente esquecer... É dizer o que ela deve se lembrar... – corrigiu-me Alec.

- Fomos ao Baile, porém comecei a me sentir mal e voltei para casa mais cedo, ela me chamou um táxi, e não me viu mais... – minha voz estava pastosa, de alguém que chorou demais. – Mas antes, me deixe falar com ela, tire essa coisa dela...

Alec segurou o rosto da garota e sussurrou palavras incompreensíveis até mesmo para mim. E em um passe de mágica Lilly, pareceu despertar-se de um transe. Quando ela olhou para Alec, começou a gritar histericamente.

- Lilly! Lilly! – eu tentei acalmá-la. Ela caiu em cima de mim, abraçando-me apertado.

- Nessie! Não deixa ele me machucar! Por favor não deixe! – ela suplicava.

- Ele não vai fazer nada com você... Preste atenção no que vou dizer... – eu a afastei de mim lentamente. – Lamento Lilly por tudo, é minha culpa tudo isso, mas prometo não arriscar mais sua vida... Nunca mais... Você me perdoa?

Lilly pareceu não entender nada.

- Perdoar pelo quê? Nessie você fez nada...

- Só diga que me perdoa isso basta, você não precisa entender... – meus olhos voltaram a arder novamente.

Ela me abraçou.

- Claro que perdoo, você é minha amiga...

- Lilly eu vou embora... Mas saiba que eu gosto muito de você, minha adorada amiga humana...

- Não estou entendendo Nessie... Você falando assim, parece que não é humana... – ela riu e soluçou ao mesmo tempo, fazendo um som engraçado.

- E eu não sou humana, sou como ele... Mas não machuco pessoas... Você não vai se lembrar disso não se preocupe... Alec, faça como combinamos. Adeus Lilly. – eu me afastei dela e Alec aproximou-se dela, repetiu a mesma história que eu sugeri a ele. E ela sem olhar para ninguém saiu da floresta.

O celular de Alec tocou e ele se afastou de mim. Não demorou muito para voltar.

- Bom meus amigos já deixaram seu cãozinho de estimação em paz, não se preocupe ele está vivo, após uma negociação delicada, meus outros amigos deixaram sua família segura em sua casa... E a sua amiga você mesma viu sã e salva. – ele aproximou-se de mim, mantendo o olhar intenso em meus olhos... Ele estava me hipnotizando...

- Por que Alec? – perguntei sentindo as pernas ficando sem sustento.

Ele segurou-me, impedindo-me de cair no chão.

- Para evitar sua fuga... Não confio em você. Estaremos em breve em seu novo lar... – Alec sussurrou. Foram as últimas palavras que pude ouvir antes de perder por completo consciência.

FIM