Amante Conquistado escrita por leel


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Para quem quiser ouvir, a cena do quarto tem trilha sonora de Aretha Franklin - Respect.

(É, eu ouço música enquanto escrevo e faço trilhas sonoras na minha cabeça.)



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Vishous estava na pequena sala de estar do Buraco, com uma garrafa de Grey Goose em uma das mãos e alguns cigarros enrolados na outra, pronto para atravessar o túnel que levava à casa principal, quando um de seus Quatro Brinquedos começou a emitir um som de alerta. Um dos cômodos acusava um aumento repentino na temperatura interna. Imediatamente o vampiro largou o que tinha nas mãos na mesa de sinuca e foi ver o que havia.

Um foco de fogo, no quarto aonde deixara a humana.

Merda!

Saiu correndo com toda a velocidade que podia pelo túnel.

Ao chegar à porta do quarto, todos os outros guerreiros também se aproximavam. Um alarme soava nos principais cômodos da casa em caso de possível incêndio. No final do corredor, Mary, Beth e Bella olhavam, ansiosas.

“O alarme veio daí?” Perguntou Wrath.

Vishous acenou com a cabeça.

“Parece que temos um princípio de incêndio”.

V. Abriu a porta rapidamente e piscou uma vez, tentando acreditar no que via.

A humana, ao lado da cama, com um castiçal de prata nas mãos. E fogo no chão.

“Ora, ora, então a cavalaria toda veio salvar a princesa?” Ela disse.

Todos os vampiros entraram no quarto, olhando para o pequeno cenário de destruição. No chão, uma pequena fogueira feita com o que deviam ser os restos mortais dos lençóis da cama. Fumaça para todos os lados. Zsadist abriu caminho por entre os outros com um extintor na mão e acabou com a brincadeira.

Olhou para Alysia com um esgar.

“Quem é a humana?”.

“Amiga do Butch”. Rhage respondeu.

“Sempre soube que esse pé no saco andava em má companhia. E acho bom acabarem com as gracinhas, porque Bella não pode ficar estressada”. E saiu do quarto.

“Vishous, eu acho que minhas ordens foram bem claras. Eu lhe disse para ficar de olho na humana”, disse Wrath, furioso, entre dentes.

“Só me afastei por um minuto para ir ao Buraco. Quem iria imaginar que ela tentaria destruir a Mansão?”, V. respondeu.

“Levando em conta o que ela fez no beco, eu não duvidaria de nada”.Rhage interveio, de olhos arregalados. “Essa mulher é um perigo”.

Alysia não podia acreditar no que ouvia. Eles estavam ali, um bando de marmanjos vestidos de preto, falando dela na sua frente, como se ela nada fosse!

“Como é que é? Desculpem, mas se os cavalheiros não notaram, eu estou bem aqui!”.

Todos olharam na direção dela.

“Escutem aqui, seus grandalhões. Se forem me matar, sugiro que o façam logo. Mas não será sem luta!”, continuou Alysia, de castiçal na mão.

Rhage soltou uma gargalhada.

“Está pensando no quê, humana? Vai acertar um de nós com esse castiçal?”.

Alysia atirou o castiçal na mesma hora na cabeça do vampiro, que caiu inerte no chão.

“Uau”, Phury estava espantado. “Ela não brinca mesmo em serviço!”.

“Basta”, Vishous gritou, avançando para a detetive. “Você vem comigo”.

Dentro da blusa de Alysia, seu colar brilhava. Ela sentiu-se tomada de uma força descomunal e, sem raciocinar, desferiu um chute poderoso, que atingiu bem no peito do vampiro. Vishous voou longe e caiu no corredor.

Wrath e Phury desembainharam as adagas, prontos para lutar. A humana não estava para brincadeira.

Rhage começava a voltar a si.

“Eu perdi alguma coisa?” Disse, meio tonto.

“Só o Vishous virando foguete”, Phury respondeu.

“Escute, humana. Você não está em condições de negociar”.Wrath já estava perdendo a paciência.

“Negociar? É da minha vida que vocês estão falando! Não vou ficar aqui parada para morrer como um cordeiro. E eu não tenho medo nenhum de vocês, entenderam, seus mafiosos de merda?”.

A situação saíra do controle. A humana não obedecia nada, nem ninguém, e ainda humilhara a Irmandade, primeiro derrubando Rhage, depois nocauteando Vishous, e agora enfrentava Wrath de igual para igual. Ou Alysia não tinha noção do perigo que corria, ou era mesmo muito corajosa.

Uma autêntica guerreira.

Alysia ainda estava em posição de combate, quando Butch chegou até o quarto, seguido por Vishous, que ajudara a levantar.

“Já chega, Alysia. Venha comigo”.

A mulher olhou com ódio para o ex-policial.

“Ninguém vai lhe fazer mal, Alysia. Eu lhe garanto”.

Wrath virou-se para Butch.

“Tira, tem certeza? Cuidado com o que vai dizer a ela”.

“Eu me responsabilizo por ela. Se ela se comportar”. Butch respondeu. E voltou-se para Alysia, tentando ser o mais gentil possível. “Por favor”.

A detetive apertava os lábios, já quase brancos de tensão. Não sabia se devia relaxar e acreditar no ex-colega. Aquilo tudo era uma verdadeira loucura.

Baixando a guarda, finalmente concordou.

“Está bem. Irei com você. Mas apenas com você”.

O tira estendia a mão para Alysia, mas desistiu no meio do caminho.

Ela se aproximou de Butch.

“Vamos”.

Os dois passaram pelos outros guerreiros, que ainda estavam atônitos. A situação complicava-se em progressão geométrica. E uma solução parecia cada vez mais distante.

***

Butch conduzia Alysia pelo corredor, segurando-a delicadamente pelo cotovelo, para não ser o próximo a voar pela janela. No topo da escada, Beth e Mary eram a aflição em pessoa. Bella fora levada de volta ao quarto por Zsadist.

O tira acenou com a cabeça, tentando transparecer tranqüilidade.

“Senhoras”, disse, ao passar por elas. “A situação está controlada”.

Ambas entreolharam-se. Mary comentou em voz baixa que Marissa não iria ver aquilo com bons olhos.

“Confio em Butch”, Beth respondeu. “Ele sabe o que está fazendo”.

Chegando à imensa sala de estar da mansão, pararam diante de um sofá.

“Sente aí”, Butch ordenou.

Contrafeita, Alysia obedeceu. O tira sentou-se ao seu lado.

“Então foi isso o que você arranjou depois de sair da polícia, Butch? Andar com esses criminosos?”.

“Alysia, nós não somos criminosos. Apesar da aparência assustadora”.

“Ótimo”, ela prosseguiu. “Então como é que vocês ganham a vida? O dinheiro pra manter isso tudo vem de onde?”.

“Não faça perguntas que não posso responder agora. Mas acredite em mim. Às vezes acontecem coisas que nos custa acreditar”.

“Porque me trouxeram para cá, então?”.

“Escute. Você se sentiu mal naquele beco. Decidimos trazê-la para cá”.

“Não era melhor ter me levado a um hospital?”.

“Temos um bom médico por aqui”, Butch mentiu. Estava difícil não contar a verdade.

Alysia apertou os olhos, fitando por um segundo o ex-colega. Aquilo estava ficando cada vez mais inverossímil.

Depois começou a rir. Uma idéia pipocou em sua cabeça.

“Ah, eu já sei. Como é que não imaginei isso antes? Você não cansa de me surpreender, Butch”.

O vampiro olhou sem entender.

“Mas é claro. É aquele cara do cavanhaque. Achei que você curtisse mulheres, tira”.

“Como?”.

“Pensa que não reparei o modo que ele te olhava quando você entrou no quarto?”.

“Alysia, você está enganada”.Butch sorriu. “Eu...”.

Espere um momento, Alysia pensou. Tinha algo de errado com a boca de Butch. Ou melhor, com o meio-sorriso que ele deu. Estava ficando louca ou os dentes dele estavam pontudos?

Ia abrir a boca para perguntar, quando uma moça belíssima entrou na mansão. Ela parecia uma princesa moderna, loira, alta, usando um terninho típico de mulheres de negócios. Olhou com estranhamento para Butch.

“Olá, querido. Fui à nossa casa, mas não o encontrei lá. Senti que estava aqui”.

Butch levantou-se para encontrá-la.

“Olá, meu docinho”. Beijou-a levemente nos lábios. “Marissa, quero que conheça uma amiga. Alysia trabalhou comigo quando estava na polícia, e agora é nossa hóspede. Teve um pequeno problema e nos dispusemos a ajudá-la”.

Não era bem isso, mas Alysia resolveu não dizer nada. Levantou-se e cumprimentou Marissa.

“Era isso que estava lhe dizendo” Butch disse à detetive. “Eu me casei. Não acha que tenho sorte?”.

Agora sim Alysia estava admirada. Para alguém que era um autêntico solteirão, pulando de mulher em mulher, Butch tinha dado uma guinada e tanto na vida. E casado com uma verdadeira dama! Se ele agora estava feliz, quem era ela para recriminá-lo por ter mudado de lado?

Butch continuava abraçado à sua esposa.

“Marissa, porque não vai até o Buraco e me espera lá? Ainda preciso resolver o problema de Alysia com meus Irmãos. Quando voltar para casa, lhe explico tudo”.

“Claro, meu querido. Seja bem-vinda, Alysia. Um amigo de meu hellren também é meu amigo”.

Alysia sorriu. Eles tinham um dialeto próprio, usavam palavras estranhas para referir-se a coisas e pessoas.

Marissa saiu, ao mesmo tempo em que Wrath, Phury, Rhage e Vishous chegavam à sala. As caras deles não eram boas, Alysia pensou.

Vishous foi o primeiro a falar.

“Agora, teremos uma conversinha”.


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