Amante Conquistado escrita por leel


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

NOVIDADE!

Publiquei uma trilha sonora para a fic. Não sei se este campo aceita o widget, mas ela pode ser ouvida neste link:

http://amanteconquistado.blogspot.com/p/trilha-sonora.html

Enjoy!

E este capítulo reserva fortes emoções. PREPAREM-SE!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/126008/chapter/12


Alysia estava no pátio externo da Mansão, torcendo para não ser encontrada por ninguém. Mentira para Fritz dizendo que Vishous a esperava do lado de fora, por isso ele a deixara sair. O que acontecera há poucos minutos na sala de estar do Buraco a deixara profundamente abalada. Ela precisava pensar.

Ela não era uma dessas pessoas que tinham visões, embora se considerasse extremamente intuitiva. Não conseguia explicar porque tinha sentido vontade de consolar Vishous – nem mesmo entendia porque ele tinha tido aquele surto furioso. Pareceu-lhe apenas… ser a coisa certa a fazer.

Se não fosse pela natureza arredia dele, teria tomado o homem em seus braços e consolado-o, até que a dor dele cessasse. Tal atitude seria uma temeridade, mas era o que queria ter feito. De todo modo, ao tocá-lo, e quando se encararam, ela se deu conta de algo que não queria admitir.

Estava se apaixonando por ele. Teve a mesma sensação daquele sonho em que alguém a levava por um campo de flores. O homem que a carregava... era ele.

Embora pensasse que aquilo não era lógico, que eles mal se conheciam, e que o cara era cheio de problemas – e que ela corria de homens problemáticos -, Alysia não conseguia deixar de desejar estar perto dele. Era como se uma força magnética a puxasse pra junto dele, e então, tudo parecia certo. Era como devia ser.

Por baixo daquela capa toda de frieza, do ar mortífero de Vishous, Alysia enxergava alguém extremamente inteligente. E sofrido. Ele parecia estar em brasa – o tempo todo. E tudo que ela sentia era vontade de acalmar esse fogo que ardia tão lentamente.

Aquilo certamente era um problema. Ela tinha visto – ou melhor, sentido – como ele e Butch eram ligados. Era mais que uma ligação de amigos. Alysia percebeu que Vishous amava seu companheiro de quarto. E isso complicava mais as coisas.

Ela precisava sair dali. Fugir. Que se danasse se ela corria perigo. Seria perigo mesmo? Tudo parecia tão imaginário. Teve mais uma de suas idéias mirabolantes quando ouvira Vishous dizendo que iria sair. Ela se esconderia na Escalade e, uma vez que ele chegasse a Caldwell, sumiria antes que ele se desse conta. Como ela faria isso sem que ele a trancasse no carro era uma coisa a ser pensada depois. Agora, ela só queria livrar-se de tudo aquilo antes que se envolvesse demais.

Já conseguira o que queria. Encontrara Butch. Tudo estava resolvido. Poderia seguir em frente e em paz. Ela logo esqueceria Vishous e toda aquela aventura maluca.

Mentirosa, mentirosa. Você está sempre mascarando seus sentimentos para si mesma.

Entrou sorrateiramente no carro e encolheu-se no porta-malas. Rezava para que ele não a visse, porque ele ou ficaria irado ou iria rir a valer da idéia ridiculamente desesperada que tivera.

***

“Onde ela terá se enfiado?” Vishous já tinha revirado o Buraco, e nada de Alysia.

“Ela deve ter ido para a Mansão. Vou procurar lá.” Butch respondeu.

“Estou um pouco cansado de ficar bancando a babá da sua amiga. Não podemos virar as costas e ela apronta uma das suas.” V. estava com a cara amarrada e as mãos na cintura.

“Isso tudo é culpa minha. Ela estava procurando por mim.” Butch soltou um muxoxo.

“Um pé no saco trazendo outro pé no saco.”

“Vá se ferrar.”

Vishous soltou um risinho. Depois esfregou o cavanhaque, pensativo.

“Não posso sair sem encontrá-la.”

“Ah, deixe comigo. Ela não saiu do complexo. Deve ter ido fazer a Primeira Refeição. Tem certeza de que vai ficar bem?”

“Está agindo como se fosse minha esposa, tira.”

Butch e Vishous trocaram olhares. Ambos sabiam que, de certa forma, era isso que V. queria que o ex-policial fosse.

“Pare de me encher. Se é o que quer, vá esfriar a cabeça.”

“Tenho um ótimo jeito de fazer isso.” Entrou no quarto e agradeceu por Alysia não estar lá.

Ele iria sair para matar. Era a única coisa capaz de aplacar a ira dentro de si.  

***

Depois do que pareceram horas para Alysia, finalmente Vishous entrou no carro. Ela prendeu a respiração por um minuto. Que os céus a ajudassem e ele não a visse ali.

Vishous parou um instante, sentindo que havia algo errado. Mas ignorou seu instinto, achando que era seu estado de nervos o que o deixava mais ligado. Ligou o som no último volume e saiu.

Alysia sorriu ao ouvir aquele rap hardcore no talo. Ela ainda odiava aquele tipo de música, mas percebeu que iria sentir falta daquilo.

Merda, ela ia sentir falta de quem adorava ouvir aquilo. Sentiu seu coração apertar. Mas aquela era a decisão certa a ser tomada.

***

Vishous chegou rapidamente ao centro de Caldwell. Iria vasculhar os becos, procurar por redutores. Precisava matar. Precisava estar no controle.

Parou a Escalade perto de um beco escuro e saiu.

Alysia saiu logo depois, assim que viu seu cão-de-guarda entrar em um beco. Que ironia. Era num lugar assim que tudo tinha começado. A vida era um ciclo maldito de coincidências.

Parou um segundo perto do carro. A liberdade. Apertou sua bolsa junto a si e suspirou. Sentiu que não queria ir embora. Pensar que nunca mais veria aquele filho-da-mãe lindo, chato, provocador e protetor.

Não pense mais nisso, Alysia. Estava fazendo o que era certo. Tinha de sair dali rápido, antes que ele voltasse.

Não andou cinqüenta metros. Ouviu um som que parecia ser uma briga.

Seu coração congelou. Vishous!

Jogou a bolsa no chão, embaixo do carro, e correu para o beco, empunhando a pequena Beretta.

Ao chegar naquele canto mal-iluminado, viu que um homem, idêntico àqueles que vira caídos no beco da outra vez, entrara em luta corporal com Vishous. A luta era feroz, e o cara de cabelos brancos parecia estar levando vantagem. Estava sobre seu guardião, e o esmurrava com violência.

Alysia deu um tiro para o alto, o que atraiu imediatamente a atenção do homem.

“Polícia! Fique no chão, AGORA!”

O homem levantou-se e nem respondeu. Correu para ela com toda a fúria que tinha, disposto a qualquer coisa. Ela não piscou. Disparou contra ele, atingindo-o na perna, o que o retardou, mas não o fez parar. Avançou sobre ela.

O colar que Alysia trazia consigo brilhou outra vez, e envolveu-a com uma espécie de luz azul. Usando seu corpo como alavanca, ela conseguiu neutralizar o ataque do criminoso e derrubou-o no chão.

Vishous não acreditava no que estava vendo. O redutor estava levando a melhor sobre ele, depois de ferir profundamente seu braço com uma faca. Por um tempo conseguira reagir aos golpes, mas o redutor tinha conseguido dominá-lo de algum modo e estava sendo inclemente. Como todos os filhos-da-puta miseráveis de sua “raça” eram.

E de onde Alysia saíra para defendê-lo? Aquilo não deveria ter acontecido. Não poderia deixar que aquele redutor miserável saísse vivo, mas também não podia deixar Alysia perceber o que ele era.

Droga, o que ele não podia era deixar que Alysia fosse ferida. Conseguiu levantar-se. Iria destroçar aquele maldito.

Foi quando viu o inacreditável: Alysia, banhada em uma luz azul, conseguindo derrubar o redutor. Ele estava no chão. Por pouco tempo.

“ATIRE NESSE FILHO-DA-PUTA!”

Alysia não podia fazer aquilo. Precisava chamar reforços. Iria prender aquele infeliz por agressão. Quem sabe por tentativa de assassinato.

Vishous percebeu a hesitação dela. Claro que ela não iria atirar. Era uma maldita policial. Teria de dar cabo dele ali mesmo, antes que ela chamasse mais alguém.

Ergueu sua Sig Sauer. Disparou. E deixou o redutor inerte no chão.

***

“O que você fez?” Alysia berrou. “Quer ir para a cadeia?”

“Suas leis não valem para mim, humana.”

Alysia mal podia acreditar. Testemunhara um assassinato. E não fizera nada para impedir. Agora sim estava ferrada.

“Assassinou um homem!”

“Acredite em mim, esse lixo pode ser tudo, menos um humano.”

“Estou cansada de ouvir você falar assim. Você é um psicopata!”

Vishous largou a arma no chão e avançou para Alysia. Agarrou-a pelo braço, fazendo-a gritar de dor, e encostou-a contra a parede.

“Eu é que estou cansado de você e dos problemas que está trazendo para todos nós.”

“Vocês é que são assassinos e eu é que trago os problemas?”

“Não fale do que não sabe. Não tem idéia do que somos. Do que esse lixo que está no chão é. Do que eles podem fazer com a minha raça, ou com você mesma, se a virem aqui. Deve ter mais de onde saiu esse.”

“Pare de falar como se não fosse humano. Você é doente.”

“Acertou as duas coisas.”

Vishous soltou o que mais parecia um rugido, enquanto mostrava suas presas, que estavam alongadas.

“E também tem algo que você não sabe. Eu mataria se esses bastardos me fizessem perdê-la.”

Encaixou seu corpo contra o de Alysia, dominando-a completamente.

Abaixou a cabeça e a beijou.

***

Minha.

Vishous sentiu um estremecimento percorrer todo seu corpo enquanto cobria a boca de Alysia com a sua. Precisava tomá-la, marcá-la, levá-la consigo. Forçou a humana a abrir a boca e penetrou-a com a língua, devassando-a selvagemente. Chega de ceder ao que os outros queriam dele. Tudo o que ele queria era Alysia, e faria com que ela percebesse isso.

Sentiu primeiro o pavor que vinha dela, um cheiro ácido que era provocado pelo medo. Depois, conforme pressionava seu corpo contra o dela, provocando-a, excitando-a, ela relaxou. E foi inundado pelo cheiro de flores que partia dela, mesclado com o delicioso aroma de excitação.

Alysia não acreditava no que Vishous fizera. Estava com a adrenalina correndo por todo o seu corpo depois de tudo o que vira. Sentiu sua mente ser jogada num abismo quando a boca dele tomou a sua, e depois quando sentiu sua língua exigindo tudo dela. Deus, como ele beijava bem. Era selvagem. Dominador. Agressivo.

Sua tensão diluiu-se no beijo, entregando-se a ele ao mesmo tempo em que tentava explorar seu corpo com as mãos. Enfiou os dedos por entre os cabelos de V., sentindo que eles eram incrivelmente macios. Queria mais. Puxou-o para si. Era algo assustadoramente animal. Mas ela já não pensava. Apenas sentia.

E o que era aquele odor almiscarado que partia dele? Como aquele perfume deixava-a excitada. Mais um pouco e rolaria com ele ali, pelo chão. Tentou puxá-lo. Precisava daquilo.

Ele a conteve. Interrompeu o beijo.

Os dois pararam, ofegantes, encarando-se.

“Não aqui.”

Alysia segurava o pescoço de Vishous com força. Não conseguia parar de ofegar.

“Vamos sair daqui. Mas preciso dizer-lhe uma coisa”, Vishous disse com a respiração cortada. “Nunca mais ponha a sua vida em risco. Morrerei por sua causa, se for preciso. E também morrerei se não estiver mais aqui.”


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!