Moscou - Dia 28 de Junho de 1941 - 13:25

Era um dia um pouco frio, Raphael estava na biblioteca e já estava chegando a hora do almoço, apenas mais 5 minutos para ele sair dali e comer alguma coisa, estava morto de fome.

...

- Até que enfim já são uma e meia!

Finalmete hora de sair, o frio da capital soviética era enorme, mas, pelo menos não estava nevando. Ele foi até um restaurante chamado "Cozinha Vermelha", entrou e sentou numa mesa, então chegou um garçom com uma cara de poucos amigos e perguntou:

- O que vai querer?

- Um sopa bem quente e se tiver, uma vodka qualquer.

- Está bem já irei trazer - Disse o garçom.

Após completar sua refeição, Raphael saiu do restaurante e caminhou em direção à biblioteca em que trabalhava e no caminho encontrou seu amigo Pavel:

- Oi Raphael, já sabe das novas?

- Não, o que houve de interessante?

- Bom, é meio complicado de explicar, eu não entendi direito, não sei se vou contar como ouvi... olha, pode ser que o que eu diga não seja verdade, mas...

- Então fale logo camarada! - Disse Raphael num tom irritado e interrompendo Pavel

- Ah, está bem. A Alemanha está invandindo a União Soviética!...

Nesse momente Raphael empurra Pavel para um beco próximo e olha para os lados e pergunta a Pavel:

- Mas o que!?! Onde você conseguiu essa informação, isso não pode ser verdade!

- Olha eu estava indo comprar remédios para a minha mãe, então passei por uma rua e tinha dois soldados colando um cartaz na parede, e um deles disse "Será que isso ajudará para combater os alemães?".

- Ué, mas Stalin não assinou com Hitler um tratado de não-agressão à um tempo atrás?

- Sim, mas pode ter acontecido algo que quebrou esse pacto... Olha, não sei, só espero que isso seja um boato!

- Olha Pavel, tenho que voltar para a biblioteca, já estou ficando atrasado, depois eu passo em sua casa para conversar com você. Até mais camarada! Ah, mas antes, o que estava escrito no cartaz?

- Bem, isso eu não sei... Mas esse cartaz fica perto do restaurante "Cozinha Vemelha", depois vá dá uma olhada.

Após isso os dois se despediram e tomaram rumos diferentes.

Raphael estava muito apreensivo com o que Pavel disse, temia uma guerra, pois foi em uma, mais exatamente na Guerra Civil de 1918 que havia perdido seus pais, tinha um grande trauma, pois viu eles serem assasinados; esperava que tudo isso que ouviu fosse apenas um mero boato, mas isso, só o tempo o revelará.

Depois de caminhar um pouco ele estava de volta à biblioteca. Era mais ou menos 3 da tarde, a porta abre, uma mulher ruiva com um casaco bege entra no estabelecimento e vai direto ao balcão onde estava Raphael.

- Com licença? - Perguntou a moça para Raphael que estava de costas para ela

- Sim? - Disse Raphael

- Você? Trabalhando aqui? - Perguntou a moça quando Raphael se virou

Ele quando a viu fez um cara de espanto e disse:

- Sylvia?!?! Nossa como você... tá... diferente...

- É, realmente mudei um pouco durante esses anos todos.

Sylvia era uma moça que Raphael conheçera após ser mandando para um orfanato depois da morte de seus pais, e começou uma grande amizade com ela. Após alguns anos, os dois tomaram rumos diferentes e só agora estavam se vendo outra vez.

- Mas então, o que lhe traz aqui à biblioteca? - Perguntou Raphael

- Eu vim para buscar um livra chamado "Geografia da Nação"

- Vou procurar para você, espere um minuto.

Dentro de poucos minutos Raphael voltou com o livro nas mãos e entregou a Sylvia.

- E então Sylvia, como ta andando sua vida? No que você está trabalhando?

- Sou professora, eu começei nessa semana, eu vim aqui justamente para pegar esse livro que não tinha lá na escola.

Depois de alguns segundos se encarando...

- Então é melhor ir, as crianças estão esperando por você! - Disse Raphael com um meio sorriso

Ela saiu e Raphael ficou olhando para ela com um pequeno sorriso no rosto, aquele encontro tinha melhorado seu dia, depois daquela conversa que teve com Pavel. Espereva vê-la denovo, só não sabia quando.

Quando já eram 8 da noite ele saiu da biblioteca e foi pra casa, pensando em Sylvia, ele tinha um certo sentimento por ela, mas não tinha coragem para contar para ela... Chegou em casa, comeu um pão e depois foi para cama dormir, pois no outro dia tudo começará outra vez.