Set a Goal (our Way) ! escrita por Agome_Higurashi


Capítulo 9
Advance!


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo O/ Obrigada ao apoio que ainda recebo da Nanda e do Hibari-san ^o^



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O sinal para o almoço tinha tocado e até agora o Furederich não tinha voltado do interrogatório; e muito menos eu tinha me aproximado da pessoa que se sentava atrás de mim.

“É muito fácil pensar em algo”, revoltei-me , ”Difícil é fazê-la!”. Eu também não era a pessoa mais sociável do mundo! Eu não poderia chegar e dizer: “E aí? Tudo beleza? Sou a Monami e vou almoçar com você.”

Ou poderia?

Então me decidi. Levantei-me e ergui a minha carteira, ainda com a cabeça baixa para não me desanimar com os olhares das pessoas e levei-a até ao lado dele, assim ficaria mais fácil a comunicação, já que não precisaria ficar virando para trás. Depois, peguei lentamente a cadeira e o meu bento e coloquei-os atrás e em cima da mesa respectivamente, ainda sem dizer nenhuma palavra. Por fim me sentei e abri o meu almoço.

Ótimo, agora que eu já tinha tido a coragem suficiente para tomar essa atitude, o que eu faria? Não dizer nada não era uma opção.

Respirei fundo e comecei, tentando parecer tranquila, mas foi só mais uma tentativa frustrada mesmo:

—Oi, eu sou a Monami Yumiko! – Esbocei um leve sorriso para um rosto coberto de cabelo, sentindo-me uma idiota ao praticamente plagiar *a frase e jeito do Goku.

—Oi – respondeu aos sussurros um surpreso Ryugami.

—Eu posso sentar com você? Sabe, almoçar sozinha é muito ruim – e dei um meio sorriso.

—Tudo bem – foi o que ele disse como se fosse um ponto final na conversa.

Resolvi dar uma pausa e comecei a remexer o meu bento. Estava bem caprichado e fofo, como sempre, mas mesmo assim eu estava sem apetite.

Resolvi enfim experimentar um *eby fry. Foi quando percebi um olhar que arrepiou todos os pelos do meu braço. Com dificuldade, olhei para o lado e percebi dois olhos pretos brilhantes focados em meu camarão. Percebi o que aquilo queria dizer imediatamente.

—Quer um? – ofereci, tentando transparecer que estava tudo bem dirigir aquele olhar sinistro para o meu camarão.

Ele pareceu se acanhar um pouco, mas fez um movimento positivo com a cabeça.

Estendi o meu bento para ele e com isso ele pegou um eby fry. Fiquei esperando ansiosa a sua reação. Eu pessoalmente achava o eby fry da minha mãe muito bom. Ele comeu lentamente (como esperado) e disse, com uma voz um pouco mais firme:

—*Oishi.

—Que bom que você achou isso! –respirei aliviada.

Depois de um pequeno espaço de tempo desconfortável, ele inquietamente me perguntou:

—Por que você se sentou perto de mim, não tem medo?

Refleti sobre a pergunta, afinal, não ia dizer qualquer coisa.

—Tenho –respondi por fim com toda a minha honestidade e coragem- Mas isso é porque eu ainda não conheço você direito.

—Você não acha que ao me conhecer melhor irá ficar traumatizada?

—Se você tiver esse pensamento, provavelmente ficarei - então me expliquei- Sabe, durante esse tempo em que fiquei sozinha já tentei muitas coisas e como percebeu, nenhuma delas funcionou. Algo era comum em todas essas frustrações: eu tinha tanto medo do que as pessoas pensavam de mim, tanto medo do que elas estavam pensando de mim naquele exato momento, que eu não era eu mesma e acabei fazendo inúmeras idiotices.

—Hu, hu, hu, hu – foi o som que ele fez depois de um tempo, eu supus que era uma risada, ou algo próximo disso.

—Do que você esta rindo?!– perguntei um pouco exaltada e vermelha, afinal eu tinha me aberto com ele e agora ele ria!

—Você é engraçada.

—Hã?

—As pessoas sempre me disseram diversas coisas, mas algo desse tipo é a primeira vez.

—Isso é engraçado? – levantei uma sobrancelha.

—Ter alguém falando isso para mim, nunca imaginei. É algo que ia além das minhas expectativas, você me surpreendeu Monami-san.

—Que bom! – sorri aliviada e feliz, finalmente algo deu certo!

Agora ele que parecia confuso.

—Deixa para lá! – e com um sorriso que fazia tempo que eu não dava, ofereci: - Quer mais um camarão?

Ele sorriu, não de uma maneira espectral como deveria ser, mas um sorriso franco que poucos conseguiriam notar através daquele emaranhado de cabelos.

—Você veio da onde? – continuei a conversa para não voltar o silêncio.

—De *Fukuoka.

—Oh! E por que você se mudou?

—Meu pai foi transferido para cá.

—Eu já imaginava isso.

—Por quê?

—Intuição – e dei uma piscadela para ele.

Ele sorriu novamente. YES! Eu estava finalmente entendendo como a vida funcionava!

—Monami-san sempre estudou aqui? – timidamente ele se pronunciou.

—Sim, sim! – respondi entusiasmada, afinal ele estava respondendo as minhas perguntas e fazendo outras - Mas esse problema que está vendo sempre ocorreu comigo, sou uma “*Forever Arone”.

—“Forever Arone”?

—É. Uma “sozinha para sempre”. Se bem que acho agora que a situação não é mais assim.

Vi através de um véu negro ele enrubescer.

—Acredite, ter alguém como eu por perto não é algo para se gabar.

Fingi suspirar:

—Você ouviu alguma palavra que eu disse antes? Pare de se auto depreciar, isso não é vida!

—Mas Monami-san disse que antes vivia assim – ele amuou um pouco.

—Como você disse, VI-VI-A. Percebi isso sozinha e estou mais confiante agora, ainda mais que consegui vencer meus medos. É uma sensação maravilhosa, tenho certeza de que também vai gostar!

—Se algum dia eu chegar ao seu patamar... – novamente a tristeza tomava sua voz.

—Eu só estou a um passo de distância a frente de você. Ainda pode me alcançar, Sousuke—kun.

Ele ficou calado por um tempo, talvez surpreendido. Foi quando me toquei:

—Ah! *Gomen,gomen – me desculpei apressada – Acho que não tenho toda essa intimidade para te *chamar pelo primeiro nome.

—*Iie. Está tudo bem. Na verdade, estou feliz... Yumiko-san. – ele falou a última palavra com dificuldade e timidez, mas ouvi em alto e bom som.

Sorri de orelha a orelha, afinal, só minha mãe e o meu irmão me chamavam assim; e também significava que ele estava me aceitando.

—Então está bem! – completei.

Entretanto, por mais que a atmosfera estava ótima, algo a quebrou.

A porta foi aberta e Furederich entrou. Foi tudo muito silencioso, mas eu estava muito próxima da porta, não podia negar que eu não tinha o visto. E, olhando fixamente para mim, passou-me o aviso que era a minha vez.

Suspirei e recoloquei os objetos no devido lugar enquanto Sousuke me observava intrigado.

—Tenho que ir – me justifiquei – A diretora está me chamando – e esbocei um meio sorriso.

Ele só continuou me olhando até eu me retirar da sala. Depois de fechar a porta, o sinal tocou. Respirei fundo e recomecei a tomar o caminho que fiz de manhã.

Meus passos produziam eco nos corredores antes agitados e cheios, mas que agora estavam em total solidão. Cada passo que dava, aproximava-me mais da pessoa que me deixara intrigada. Que tipos de perguntas será que ela tinha feito para o Ryu? E para o Furederich? E que tipos de perguntas ela faria para mim?

Só tinha uma maneira de saber essas respostas e ela se encontrava por detrás da porta que eu havia parado em frente. Dei duas batidas na porta e uma voz alegre e empolgada se pronunciou:

—Entre.

Abri a porta devagar e encontrei ela me fitando, com olhos cheios de experiência e um sorriso convidativo:

—Sente-se – e apontou a cadeira em sua frente.


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Notas finais do capítulo

*a frase do Goku = na dublagem brasileira era costume esse personagem de DBZ falar essa frase: "Oi,eu sou o Goku!", antes de cada episódio começar,ou será que era na prévia~~~~?
*eby fry = uma espécie de empanado de camarão.
*Oishi = bom,gostoso.
*Fukuoka = cidade localizada em uma província de mesmo nome e tem um grande crescimento.Também tem produzido número de artistas musicais de sucesso muito maior que qualquer outra cidade do Japão.
*Forever Arone = uma forma ajaponesada feita por mim de "Forever Alone" ( >.< ).
*Gomen = desculpa.
*Chamar pelo primeiro nome = indica proximidade e maior intimidade no Japão
*Iie = não.