Lumpus e Rapus escrita por Neko D Lully


Capítulo 6
Um lugar especial


Notas iniciais do capítulo

Uhuuuuuuuuu!!!!! É o quarto cap ai gente!!!! E vcs não sabem o quanto estou feliz por ver que tem 6 (6! dá pra acreditar?!) leitores acompnhando minha fic! Meu deus, é mais que alma pura!!! Vou desmaiar x.x!! Valeu a todos que estão acompanhando, não sabem o quanto eu fico feliz com isso!!

Agora, antes que eu fique falando aqui igual uma tagarela, vamos para o quarto, QUARTO, cap de Lumpus e Rapos.

Lá vamos nós!!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/125877/chapter/6

RAPUS E LUMPUS

Um lugar especial

SOUL POV.

Estava deitado na cama de Maka mirando a cidade pela janela, sem realmente ver.

Já havia passado uma semana desde que Maka me salvou e que vivo com ela. E tenho que admitir que não era tão ruim assim. Bom... Era melhor do que aquela prisão idiota em que vivi a minha vida toda.

Os pais de Maka nunca ficavam em casa – só de noite – então podia andar pela casa tranqüilamente sem me preocupar em ser pego. O único problema é que só podia ficar aqui. Não podia sair dessa casa pelo fato das buscas feitas na cidade pelos guardas. E que se intensificavam com o passar dos dias.

Não estou reclamando de ficar aqui! Maka é legal comigo, menos quando ficava com raiva e mete um tremendo livro – tirado de não sei onde – na minha cabeça. Ela cozinhava pra mim e até comprou roupas novas para que não me reconhecessem, e para que não usassem a mesma roupa todos os dias.

Realmente vivia bem aqui. Mas seria bom dar uma saidinha de vez em quando. Me sentia como se estivesse em uma gaiola aqui, e como tinha um instinto selvagem isso não era nada bom para meu animo.

Suspirei me levantando e indo na direção da janela.

Com essas patrulhas não podia nem sequer dar um pequeno passeio. E... Pelo amor de Deus! Sou praticamente um lobo! E os lobos têm instinto de liberdade. Não podia ficar preso como um cão domestica.

Sem querer acabei me apoiando na janela e a mesma se abriu quase me fazendo cair.

Por milagre Maka havia saído sem trancar a janela – segundo ela para ninguém entrar e roubar alguma coisa.

 Ainda atordoado coloquei meu rosto para fora da janela e senti a brisa fresca acariciar meu rosto. A sensação de liberdade se apossou de mim e me deu vontade de pular dessa janela e sair correndo na direção do bosque.

Olhei para todos os lados. Não havia ninguém na rua e havia um pequeno bosque perto da casa, e aposto que ele leva ate a escola onde Maka estuda.

Acho que ela não se incomodaria se eu fosse fazer uma visitinha a ela. Alem do mais já estava quase na hora do intervalo. Sei disso porque uma vez perguntei para Maka as aulas que ela tinha e ela acabou me falando quando era os intervalos.

Pulei da janela e corri na direção do bosque o mais rápido que podia. Ao chegar lá subi no galho de uma árvore e fui saltando de galho em galho indo na direção em que ficava a escola de Maka.

A sensação que me preenchia era incrível. Sentia-me mais que livre, era como se estivesse voando. Simplesmente inacreditável. A brisa fresca se chocava contra meu rosto e me passava os cheiros do bosque, podia ouvir pássaros a minha volta e o chacoalhar das folhas das arvores por causa do vento. Era tudo indescritível o que sentia.

Mas de certa forma me sentia vazio, como se algo faltasse para completar a felicidade que me invadia. Algo que devia estar comigo há muito tempo, mas que por alguma razão não esta.

Aprecei o passo. Algo me dizia que Maka podia solucionar esse problema que estava me perturbando nesse momento. Meus instintos nunca tinham falhado antes e aposto que essa não era uma exceção.

Era incrível como já parecia estar dependente dela. Mesmo com todas as brigas que tínhamos de vez em quando ela ainda me tratava como um amigo, e isso me agradava muito, e com isso me sentia mais próximo dela de uma maneira que era quase impossível separar.

Enquanto pulava de galho em galho passei por um lugar que poderia ser útil em algum momento desse dia, ou de algum tempo futuro. Sorri, seria uma bela surpresa trazer a Maka aqui.

Quando cheguei à escola ainda não havia ninguém no pátio o que significa que ou o intervalo acabou ou ele nem começou.

Decidi esperar.

Sentei-me no galho e encostei-me no tronco da arvore. Estava preste a descansar – já havia fechado os olhos – quando um barulho estrondoso me assustou. Foi um custo me manter equilibrado no galho, mas pelo menos ninguém poderia me notar.

Olhei para a entrada da escola no mesmo instante que alguém era arremessado para fora da mesma.

Uma garota de cabelos loiros acinzentados com uma blusa branca e saia azul bem curta e uma bota branca que ia até metade de sua canela. Seu corpo todo tremia do esforço que fazia para tentar se levantar, sem sucesso.

Quando a garota levantou o rosto mostrando os olhos verde jades, soube exatamente quem era. Meu coração se apertou ao ver o rosto de Maka contorcido em dor, enquanto seus olhos estavam um pouco marejados.

Já ia saltar da arvore para ajudá-la a se levantar e ver se estava bem quando outra garota de cabelos rosa saiu da escola seguida de varias outras crianças, mais ou menos na faixa da minha idade ou maiores.

Tive que me aquentar para não saltar naquele instante e me contentar em ficar observando e torcendo para que isso não gerasse tantos problemas.

- Viu Kunoite? – disse a garota de cabelo rosa – Te avisei que tampasse essa marca e você não quis me ouvir e me desrespeitou mais uma vez. Agora arque com as conseqüências.

A garota atrás da de cabelo rosa foi até Maka e a chutou fazendo com que caísse de cara no chão na frente da de cabelo rosa. E não tinha nenhum adulto aqui para impedir isso?

- Não posso tampá-la Kim! É a única coisa que eu sei que só pertence a mim e não vou escondê-la só porque você esta me pedindo. – disse Maka olhando para a garota a sua frente com uma cara que parecia suplicar piedade, coisa que era estranho já que Maka normalmente não pedia piedade a ninguém.

- Não me venha com essa Kuroite! – grita a garota pisando com força na mão esquerda de Maka. O que era essa marca afinal? – É apenas um desenho e nada mais! Por que gosta tanto dela?

- Por que se preocupa tanto? – perguntou Maka sorrindo sarcasticamente. Essa era a Maka que eu conheço.

A tal Kim mudou seu semblante para um cheio de ódio e colocou seu peso todo no pé que estava em cima da mão de Maka. Maka gritou de dor e tentou desesperadamente tirar sua mão de onde estava, mas a preção exercida em sua mão era muito forte, sem falar quando Kim espremeu mais sua mão.

Serrei meus punhos com força. Isso estava passando dos limites e não havia nenhum professor ou adulto para impedir. Acaso essa escola era uma escola militar ou algo do tipo? Isso é um absurdo!!

Kim se aproximou do ouvido de Maka e sussurrou alguma coisa que não consegui ouvir, mas deixou Maka com os olhos arregalados.

Ela se afastou de Maka e foi embora com todos a seguindo e mirando de uma maneira estranha a Maka que tentava se levantar apenas com a mão direita. Todos entraram na escola novamente deixando Maka se virar sozinha para se levantar.

Olhei atento ela se levantando e começar a cambalear para onde eu estava. Seu rosto estava baixo fazendo com que seu cabelo tampasse seus olhos, não me permitindo ver sua expressão.

Ela parou perto da arvore onde eu estava escondido e, sem olhar para cima, me disse:

- Sei que você estava ai Soul. – arregalei os olhos. Como, quando ela descobriu que estava aqui? – Você não é muito bom no esconde-esconde não é mesmo?

- Como sabia que estava aqui? – perguntei me pendurando no galho e ficando de cabeça para baixo.

- Você faz muito barulho. Impressiona-me que ninguém tenha te ouvido alem de mim.

Ta bom... Isso tava ficando cada vez mais estranho. Primeiro ela briga por causa de uma marca na mão esquerda e agora ela tem uma super-audição? O que é essa garota?

- O que faz aqui? – perguntou me tirando dos meus pensamentos e ainda sem me mirar diretamente.

- Pensei em ti fazer uma surpresa. – confessei – Alem do mais estava cansado de ficar preso naquela casa.

- Bom... – suspirou – Agora você já saiu e pode fazer o que quiser.

Não entendi o que ela estava querendo dizer com aquelas palavras, mas sabia que se referia a me deixar ir e deixá-la sozinha.

Olhei para ela com uma cara confusa e desconsertada. O que ela tinha na cabeça pra pensar em uma coisa dessas? Aquela garota por acaso a havia desajustado o cérebro ou algo parecido?

Vi uma pequena lagrima escorrer por sua face e mudei meu rosto para um preocupado. Por que estava chorando? Logo varias lagrimas começaram a sair sem controle e ela começou a soluçar. Nunca a vi chorando, e isso me preocupava por alguma razão. Era estranho já que normalmente não me preocupava por alguém.

Senti meu coração apertar. Não gostava de vê-la chorar, mas não sabia o que fazer para fazê-la parar. Ate que uma idéia passou pela minha cabeça.

Eu realmente era um garoto muito cool.

Sem aviso desci do galho e a carreguei colocando uma mão em suas costas e a outra na dobra de seus joelhos. E comecei a correr para um lugar que sabia que ia deixá-la mais animada.

- O QUE ESTA FAZENDO BAKA? – perguntou com um leve rubor em seu rosto. – ME COLOCA NO CHÃO!

- Vou te mostrar um lugar que vai fazer você se sentir melhor! – ela se calou e ficou assim o resto do caminho.

Chegamos a um pequeno vale aberto e, no final do mesmo havia uma grande cratera, onde um rio desaguava ferozmente.

Ela ainda não havia notado a grande cratera que havia no final do vale ate que a levei para perto dele. Vi como ela mirava admirava aquele belo lugar que ficava muito bem oculto de olhares distraídos. Seus olhos brilhavam de emoção enquanto percorriam cada canto daquele lugar simplesmente mágico.

As paredes da cratera eram cobertas de roxas que brilhavam no sol por causa da água. Havia também algumas plantas como flores – de diversas cores e tamanhos – e alguns arbustos. O rio que caia formava uma cachoeira que parecia brilhar junto com o pequeno lago que a mesma formava no final, que tinha águas cristalinas e transparentes. Havia também uma pequena parte em volta do lago com um gramado baixo e bem aparado, como se tivesse sido feito por humanos.

Olhei novamente para Maka e vi como um grande sorriso se formava em seu rosto e como seus olhos verdes brilhavam intensamente, mais do que antes. Era incrível como eles pareciam uma estrela agora.

Estava alegre. Mais do que eu esperava que ficasse se a trouxesse aqui. E por alguma razão também sorri alegre. Vê-la daquele jeito me fazia sentir tão bem que era como se estivesse no céu. O coração leve batendo acelerado em meu peito parecia tão mais agradável de suportar do que quando estava preso ou naquele quarto sozinho.

Ela era tão linda com aquele sorriso no rosto. Era como se fosse um anjo que caiu do céu só para que me tirasse da solidão. Como queria que ela fosse minha.

Balancei a cabeça afastando esses pensamentos. Não podia pensar isso dela, afinal ela era apenas uma garota qualquer. Claro que havia vários mistérios que me deixavam intrigado e que não me sentia só perto dela, mas isso não significa que eu deva querê-la tanto, ou sim?

Deixei esses pensamentos de lado e me aproximei de seu ouvido com um sorriso travesso no rosto. Sabia que depois dessa minha idéia eu ia ficar com o maior hematoma na cabeça, mas valeria a pena.

- Quer da um mergulho? – perguntei com um tom brincalhão.

- C-como? Soul... Não! – já era tarde. Já havia pulado na direção do lago.

Maka se segurou em meu pescoço e gritou de pavor, mas pude notar um pouco de excitação, o que me fez sorrir ainda mais.

Caímos na água gelada do lago, que era fundo o bastante para não nos machucássemos com as pedras no fundo.

Quando saímos da água e pude ver – já que a água era transparente – que a blusa de Maka estava completamente transparente dando para ver completamente seu sutiã e seu ventre.

Corei um pouco. Essa imagem me fazia lembrar da noite em que entrei no seu quarto e beijei sua pele com desespero. E o mais estranho é que continuava querendo beijar essa doce pele que parecia me tornar louco. Era como se fosse uma droga que depois da primeira vez que se prova você quer sempre mais depois.

Balancei a cabeça. Tirei a blusa que estava muito colada no meu corpo e depois voltei a ver a garota que havia tacado na água. Ela me mirava corada e com uma expressão raivosa e nervosa.

- Por acaso sabia a profundidade do lago? – perguntou seria, mas seu tom de voz mostrava toda a raiva que devia estar sentindo no momento.

- Na verdade não. – respondi simplesmente sem dar muita importância.

- E MESMO ASSIM VOCÊ PULOU?!! – gritou histérica.

- Sim. – ela me mandou uma mirada assassina – Ora vamos. Não aconteceu nada então não reclame.

Ela suspirou derrotada para logo depois levar a mão ate o cabelo e desfazer suas marias-chiquinhas. Logo depois levou a mão ate os botões da blusa e começou a desabotoá-los, tirando a blusa logo em seguida. Não podia deixar de mirá-la discretamente em todo o processo que tirava a blusa, e imagens não muito bonitas apareciam em minha mente, fazendo meu corpo se esquentar instantaneamente, o que era estranho já que normalmente era tão gelado como gelo.

 Ela nadou ate a margem e começou a sair lentamente – já que cada vez que estava mais perto da margem mais seu corpo saia da água. – o que me fez ter uma pequena hemorragia nasal. Se já viu aquelas cenas de filme onde uma mulher de biquíni começa a sair da piscina lentamente sabe muito bem o que estou vendo agora.

Sua saía azul estava pregada no corpo e seu sutiã, também azul, que também era bem pregado ao corpo.

Ela tirou as botas e as meias para logo depois voltar a entrar na água – mas em nenhum momento deixei de observá-la.

- Por que esta me olhando tanto? – perguntou me olhando de canto, para logo depois enclinar a cabeça para trás molhando o cabelo.

- Não são tão planos como eu pensava. – disse com um olhar critico.

- Ora seu... – disse, mas logo paro e suspirou – Se eu tivesse um livro aqui você iria ver só.

Comecei a rir histericamente em quanto ela me mirava surpresa para depois me acompanhar nas risadas.

Comecei a tacar-lhe água e ela fazia o mesmo. Riamos e brincamos por um bom tempo ate que ficamos exaustos.

Maka nadou na direção da cachoeira e eu apenas a mirava enquanto boiava na água. Ela colocou a cabeça de baixo da cachoeira deixando que a mesma a banhasse de uma maneira rápida e forte.

A mirava encantado. Sua pele brilhava junto com a água da cachoeira e do lago. Estava encantadora como um anjo, e por um instante pensei que fosse isso mesmo. Um anjo sem asas se banhando em um local purificado.

Mergulhei rapidamente para tirar esse pensamento da minha cabeça.

Essa garota estava me deixando loco. Não conseguia tira-la da cabeça. Sempre esta me atormentando com essa pele pálida e brilhante, com seu cheiro doce e com esse jeito tão delicado e perigoso... AHHH! O que essa garota fez comigo? Antes não ligava para nada alem de mim e agora tenho ganas de protegê-la a todo custo.

Olhei para onde Maka estava se banhando e corei. Sua saía havia subido por causa da água e quase dava pra ver sua roupa interior.

Baixei a vista para suas pernas. Ela estava em cima de uma rocha o que a permitia ficar mais cômoda. Ela se movia de um lado para o outro girando de vez em quando. Sua saía também se movia a cada movimento que fazia mostrando ainda mais partes de sua pele.

Suas penas alongadas, mas bem formadas fizeram meu coração quase saltar para fora. Suas coxas, que estava praticamente toda para fora da saia, eram um pouco grossas. Pareciam macias ao tato e boas de tocar. Se pensar bem já as havia tocado, e era exatamente isso: macias e tentadoras.

Não sei quanto tempo fiquei observando as pernas de Maka, mas me dei conta que era muito já que meus pulmões começavam a exigir ar.

Levantei a cabeça as pressas à procura do vital oxigênio. Dei grandes bocadas para recuperar o fôlego ao chegar à superfície.

Ouvi um pequeno ruído vindo da cachoeira. Mas não era o sonido da água batendo nas pedras e sim um pequeno cantarolar que conseguia ouvir a muito custo. O som da cachoeira o ofuscava quase totalmente, mas como minha audição era bem mais elevada que o normal conseguia ouvir o pequeno sonido.

Um cantarolar doce e melodioso que inundava todo o lugar tornando-o ainda mais belo. Ele, agora que havia deixado meus sentidos ao máximo para ouvi-lo, parecia ecoar por todo o local batendo nas pedras e ricochetando de volta.

Olhei em todos os lados para achar a origem desse tão melodioso som que chegava a me deixar hipnotizado.

Quando finalmente encontrei a origem do sonido fiquei estático no meu lugar.

Maka estava com os olhos fechados cantarolando aquela canção. Sua cabeça estava fora d'água enquanto usava seus braços para levar a água da cachoeira ate seu corpo que estava fora da água.

Sem perceber fui me acercando a ela ainda perplexo com sua linda voz que ecoava em todo o lugar. Parecia estar me hipnotizando, me fazendo ir ate ela. Agora estava confuso se ela era um anjo, com a voz sedutora e atraente, ou se era uma sereia que seduzia os homens com apenas o som de sua bela voz.

Não pensava em mais nada alem de sua bela voz e em como se encontrava linda daquele jeito.

Não me dei conta quando cheguei tão perto dela que podia sentir o ar que emanava com cada cantarolar. Também não soube quando a beijei, mas fiz. Juntei seus lábios com os meus e rodeei sua cintura com meus braços.

Seu sabor inundou minha boca a cada movimento que fazia, me deixando cada vez mais tentado a saborear mais esse sabor único.

Ela não fazia nada. Não me correspondia nem mesmo tentava me impedir. E eu também não parava. Não queria parar. Queria ficar assim pra sempre. Sentindo a textura suave e o sabor doce de sua pele.

Depois de alguns segundos ela começou a me empurrar de levemente tentando me afastar dela.

Não queria! Não queria me afastar, mas por mais que não quisesse tinha que fazer já que ao parecer ela não se agradava da mesma forma que eu.

Quando ela nos separou abri os olhos lentamente – já que os havia fechado – e mirei aqueles belos olhos jade que me encantavam e estavam cheios de curiosidade e confusão.

- Soul – pronunciou meu nome com tanta doçura que me fez estremecer – P-por que v-você me b-beijo? – perguntou nervosa.

-B-bom... s-sabe e-eu... – não pude continuar. Não sabia o que responder. Nem eu mesmo sabia por que havia feito isso.

Desviei meus olhos do dela com uma pequena cor rosada no rosto.

Corar não era nada cool. Principalmente não saber o que sente por uma garota.

Olhei de canto para Maka para ver se ela ainda estava me mirando. Mas ela estava olhando para o céu com seus olhos brilhando de excitação.

Ela de repente saiu de debaixo da cachoeira e foi em direção à margem para sair do lago.

Continuava mirando-a atentamente tentando descobrir o que iria fazer.

Só a mira não é Soul? Disse o diabinho em minha cabeça com um tom de deboche. O tinha ali desde que tinha memória. Por alguma razão ele sempre aparecia nas horas que me encontrava confuso e começava a tentar me irritar, coisa que na maior parte das vezes conseguia.

O ignorei e continuei a observá-la. Parecia querer voltar para a campina, tanto que começou a escalar as pedras que havia nas paredes do lugar onde estávamos.

Comecei a sair da água sem tirar os olhos dela nem um instante. Parecia que estava decidida em chegar ate o topo.

Ela subia com destreza e agilidade, sem falar que tinha uma graça impressionante.

Como uma raposa disse o diabinho rindo.

Pensando bem ele tinha razão. Ela se mexia com a destreza de uma raposa prestes a caçar.

Ate que uma de suas mãos escorregou em uma parte molhada que tinha na pedra que pretendia segurar e ela caiu. Pude ouvir seu grito antes de correr até ela e a pegar antes que caísse no chão e se machucara serio.

Olhei para ela um pouco irritado pela atitude insensata que ela teve e ela desviou a mira envergonhada e corada.

- O que você pensa que estava fazendo? – perguntei furioso. Minha voz roca tornava meu tom mais intimidador.

- T-tentando subir – disse apontando para cima.

- E posso saber o por quê? – continuei mantendo meu tom serio e ríspido.

- Só para ver o por do sol – respondeu ainda mais corada – Sempre vejo o por do sol. Encanta-me.

- E por que não me disse antes? – perguntei com um grande sorriso. Era só para ver o por do sol, e pra falar a verdade esse evento também me encantava.

- Bom... Você estava tão distraído q... – não a deixei terminar. A coloquei em minhas costas em um movimento rápido e segurei suas pernas com força para que não escorregasse para baixo das mesmas.

No susto ela acabou entrelaçando os braços em volta de meu pescoço e envolveu as pernas em torno de minha cintura com força com medo de cair no chão. E devo dizer que isso me agradou muito.

Olhei por cima do ombro com um sorriso divertido e vi como seu rosto tinha uma expressão de susto.

- Se segura! – avisei antes de saltar pedra por pedra ate chegar à campina.

A desci de minhas costas e ela se sentou tremula na campina com os olhos fechados e a respiração agitada, levando a mão ao peito, provavelmente para tentar acalmar o coração acelerado.

- Se... Se voltar a... Fazer isso sem mi avisar juro... Juro que te mato! – ameaço com a voz entrecortada e tentando recuperar o fôlego em grandes bocadas.

Ri a gargalhadas ao vê-la daquele jeito. Ela que sempre bancava a forte e corajosa havia se assustado com uma coisinha dessas.

Parei de rir e olhei para frente onde estava acontecendo um lindo por do sol.

O sol já havia se escondido pela metade entre as montanhas que havia ao longe e o céu perto dele tinha uma cor vermelha alaranjada, já em cima deles era de azul arroxeado e atrás de nós era um azul escuro e sombrio, mas ao mesmo tempo belo e misterioso.

As nuvens começavam a se dissipar deixando o céu totalmente descoberto para que as estrelas e a lua que logo apareceriam mostrassem seu brilho intenso.

Sentei-me do lado de Maka que admirava essa cena com os olhos brilhando de emoção.

Era realmente uma vista encantadora e muito bela.

Não sei o porquê, mas ao pensar nisso a imagem de Maka refletiu em minha mente.

Balancei a cabeça tentando tirar a imagem dela de minha mente, mas era inútil. Quanto mais tentava parar de pensar nela mais imagens vinham a minha mente. Por que essa garota não sai da minha cabeça, droga!!

Fui sacado de meus pensamentos quando Maka deitou sua cabeça em meu ombro. Olhei para ela surpreso, mas logo um sorriso apareceu em meu rosto ao ver seus olhos se fechando lentamente.

Uma pequena brisa nos golpeou e fez com que Maka estremecera ligeiramente e se aferrasse mais a mim a fim de tentar se esquentar. Ri e passei o braço ao redor de seu ombro enquanto voltava a ver o céu. Podia não ter um corpo muito quente por causa de meu poder, mas acho que para Maka era mais do que necessário.

- Maka? – a chamei quando uma duvida passou por minha cabeça.

- Hum? – foi o único que me contesto. Estava quase dormida.

- Do que você tem medo? – perguntei ainda olhando para o céu.

- De ficar sozinha pra sempre. – respondeu com a voz sonolenta, mas cheia de dor.

Não falei nada. Era uma coisa que não esperava ouvir, muito menos de Maka que sempre parecia estar feliz mesmo estando sozinha.

- Mas quer saber? – continuou agora com um sorriso. – Não me sinto mais sozinha. Porque agora tenho você ao meu lado e sei que não vai me deixar na mão, porque é um grande amigo – sua voz começou a diminuir e seu corpo a amolecer por causa do sono. – Você é meu melhor amigo e confio em você. – logo depois caiu rendida ao sono.

A mirei surpreso. Ela me considerava seu melhor amigo? Eu? Um fugitivo que todos consideravam um assassino perigoso?

Ela sim que era uma garota estranha, mas ao mesmo tempo interessante e terna.

Coloquei alguns fios de cabelo que caiam em seu rosto atrás de sua orelha e a levantei nos meus braços. Um estava atrás de suas pernas e a outra em suas costas. A olhei o caminho inteiro de volta para sua casa.

Deixei-a em sua cama e voltei para pegar nossas coisas que havíamos deixado na margem do lago em que nadamos.

Em nenhum momento deixei de pensar no que Maka havia dito e muito menos em como ela ficava linda adormecida.

Balancei a cabeça com força. O que estava pensando? Nunca penso desse jeito, muito menos sobre uma plana feita a Maka.

Parece que alguém aqui esta apaixonado. Zoou o diabinho em minha cabeça

- Cale a boca! Eu não... – não terminei.

Em minha mente passaram todas as vezes que me vi tentado a tocar aquela pele quente e suave de Maka. Quando queria beijá-la e sentir aquele gosto doce que ela tinha. Quando queria protegê-la das colegas da escola naquele mesmo dia e como sempre me pegava pensando nela.

Era estranho o que sentia. Meu coração acelerado e minha respiração agitada. Era como se tudo no meu interior se contraia cada vez que pensava nela.

Isso era amor? Podia ser que estivesse apaixonado por ela? Por quem havia me salvado e me acolhido?

Acho que não seria impossível. Afinal ela era mesmo uma garota especial e desde que a vi pela primeira vez sabia... Sabia que isso devia acontecer.

Olhei para o céu escuro para depois voltar a ver a lua.

- Acho que agora sei do que tenho medo. – falei em voz alta – E é de te perder, Maka.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Esse cap ficou muito meloso, mas foi um dos melhores!!! Agora, agora galerinha no proximo cap tem revelação surpreendente, mas que aposto que a maioria já sabe e que talvez fique ate sem graça!! Mas a surpresa mesmo ta no final n.n.

Caraca, to loca pra chegar a parte da ação mesmo *-*, aposto que vcs vão adorar, mas por enquanto é isso mesmo.

Bjsss e ate o proxim cap!!!