Da Magia à Sedução escrita por Nannah Andrade


Capítulo 20
Planos...


Notas iniciais do capítulo

Olá leitoras... e bem vindas novas leitoras! Mais um capitulo pra vocês. Não sei se vão gostar, mas eu amei escreve-lo.

Enjoy it!



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POV – Kaileena

Nossa as minhas ultimas descobertas foram de tirar o fôlego. Agora deitada aqui no meu quarto da pra analisar tudo com mais calma. Primeiro saber que eu tenho um tio que por acaso é um lobisomem, depois saber o que aconteceu com minha mãe, saber da possibilidade dela estar viva, isso é no mínimo animador. Uma boa noticia no meio de tanta coisa ruim.

Só que essas boas novas não conseguem afugentar a saudade que se instalou no meio peito. Saudade do meu lobo, do meu Jacob. Foi impossível não permitir que uma lágrima rolasse pelo meu rosto, logo muitas outras seguiram e eu estava chorando muito.

Uma batida leve na porta do quarto e tio Julio entrou.

- Kaileena? – ele me viu chorando e veio me abraçar – Ei, o que foi?

- Saudade – respondi entre soluços – tanta saudade que chega dói.

- Shhh – ele me embalava, como se faz com uma criancinha – Isso vai acabar logo, eu te prometo.

- Mas as bruxas falaram que a lua ia mudar em dois dias...

- Eu sei – ele falou limpando meu rosto molhado pelas lágrimas – eu só não te tirei daqui ainda porque não consegui uma pessoa de confiança pra fazer isso.

- Por que você não pode me tirar daqui? – perguntei.

- Daqui dois dias é lua cheia, Kaileena, eu não posso manter você perto de mim, é perigoso. Os lobisomens não se controlam depois que se transformam, nós somos dominados pelo nosso lado animalesco, não raciocinamos, agimos apenas pelo instinto de sobrevivência. Como nossa alimentação nesse período, que dura aproximadamente sete dias, é sangue e carne humana, eu não posso me arriscar a ter você por perto.

- Você se alimenta de pessoas? – tentei disfarçar o terror na minha voz, mas não consegui.

- Eu não – ele falou, eu suspirei aliviada – eu me mantenho num lugar onde fico afastado de qualquer humano.

- Como você se alimenta então? – a curiosidade falou mais alto.

- De animais. Mas alguns outros do meu bando são, digamos, carnívoros. – ele explicou – mas vamos deixar de falar de mim um pouco, e vamos falar de você. Quero saber que história é essa de você estar namorando um transmorfo.

- Eu vivia com meu pai e com Klaus, um feiticeiro que me ajudou bastante. Nós morávamos no Brasil, numa cidadezinha que ficava praticamente no meio da floresta amazônica. – falei me recordando de como era bom viver no Brasil – Quando Klaus sentiu que as bruxas estavam perto de nos encontrar, meu pai pediu ao irmão dele que cuidasse de mim, então eu me mudei pra Forks.

- Então seu pai conseguiu retomar o contato com o irmão... – ele afirmou – eu me lembro de como ele ficava triste por não ver nem falar com a família, principalmente com o irmão.

- Ele ficou muito feliz quando conversou com tio Charlie – falei – mas voltando ao assunto, eu me mudei pra Forks, conheci minha prima Bella, o namorado dela Edward, que por acaso é um mestiço, e a família dele...

- Espera um pouco – ele falou de olhos arregalados – sua prima Bella, é uma mestiça?

- Agora ela é – falei – mas quando ela conheceu Edward, ela era humana e ele só aceitou transforma-la depois que eles se casaram.

- E como ele conseguiu namora-la mesmo ela sendo uma humana? – ele ainda estava espantado.

- Edward e a família dele se alimentam de animais... como você.

- Ah – o espanto dele já tinha passado – e onde entra o transmorfo nessa história?

- Jacob era o melhor amigo de Bella, eu o conheci quando ele foi procura-la na casa de tio Charlie. Mas nós começamos a namorar um tempo depois, no dia do casamento dela. – eu vi a cara de confusão dele e expliquei melhor a história – Jacob era apaixonado por Bella, tão apaixonado que ele entrou no meio de uma batalha contra um bando de mestiços recém criados. Mas depois dessa batalha, ele viu que Bella não ia deixar Edward, então ele foi embora.

“Me senti muito mal quando ele sumiu, eu não sabia explicar o que eu sentia, era como se um pedaço de mim tivesse ido embora junto com ele. Eu ia na casa dele todos os dias. Quando ele voltou, no dia do casamento de Bella, eu contei a ele o meu segredo, ele me contou o dele, e me explicou também por que eu me sentia tão... presa a ele. Nós tínhamos sofrido imprinting”.

- Imprinting?

- É, uma das coisas malucas de lobo. Imprinting é como um amor a primeira vista obrigatório. É uma coisa tão forte que não tem como fugir dela. Por isso dói tanto ficar longe dele. – senti as lágrimas voltarem a cair – o que mais me dói é saber que ele está sofrendo muito mais que eu, eu pelo menos não fiquei longe do nosso filho...

- Filho? – tio Julio praticamente gritou, eu me esqueci que ele nãos sabia.

- Eu to grávida dele tio, to esperando um filho do Jacob – falei acariciando minha barriga.

- Isso complica tudo – ele falou preocupado – eu tenho que tirar você daqui antes que Athea descubra sobre o bebê.

- Por que? – perguntei, agora a confusa era eu.

- Kaileena, se o coração de uma feiticeira é poderoso e tentador pras bruxas, pensa o dessa criança? Filho de uma feiticeira com um transmorfo! Imagina como essa criança será poderosa!

- Você acha que se elas souberem do meu bebê, elas vão quere-lo? – eu estava começando a ficar assustada de verdade.

- Eu preciso achar um meio de tirar você daqui, eu precis... – ele interrompeu a fala e foi até a janela, como se estivesse farejando algo no ar – mestiço – ele falou – tem um mestiço aqui.

Levantei de uma vez, talvez fosse um dos Cullen, mas se fosse, Jacob estaria junto.

- Você só sente cheiro de mestiço? – perguntei – não tem outro cheiro?

- Você acha que pode ser um dos mestiços amigos seus?

- Talvez, mas só tem cheiro de um mestiço?

- Eu só sinto um – ele falou – por que você pergunta?

- Se fosse um dos Cullen, ele não viria sozinho, e Jacob não deixaria de vir junto. É aquela coisa que eu te falei, o imprinting, Jacob daria a vida pra me salvar, assim como eu faria por ele.

- Eu tenho que avisar aos outros do meu bando, precisamos saber primeiro quem é o mestiço, pra depois, se for preciso, atacar. – ele abriu a janela pra sair, e o vento trouxe o cheiro do mestiço até mim.

Assim que senti o cheiro me recordei do momento que fui entregue pras bruxas. “Não se apavore, elas vão te levar, mas eu te encontrarei”.

- Tio – falei – espera! Eu acho que sei quem é.

POV – Demetri

Me sinto um zumbi desde que deixei aquelas criaturas fedorentas levarem a garota. Eu queria ter protegido ela, queria te-la tirado de lá. Agora estou preso aqui, Aro parece estar pressentindo o que eu pretendo fazer, ele está precisando de mim mais do que nunca.

O vampiro Dargus virou um verdadeiro brinquedinho nas mãos de Aro, não entendo o porquê de tanta raiva, e daí que existe um outro tipo de vampiros, desde que eles não encham nossa paciência e não atrapalhem nossa vida, não to nem ai pra existência deles.

Aro foi pra mais uma sessão de tortura ao vampiro, eu aproveitei a chance e dei o fora, não dava pra esperar mais, eu precisava encontrar  a garota. Estava quase saindo quando topei com Félix.

- Fugindo Demetri? – ele perguntou em tom de zombaria, mas eu podia notar uma desconfiança por trás da sua voz.

- Só se for do tédio – menti – cansei de ver Aro torturar o filho da noite, vou dar uma volta pela cidade.

- Aro sabe que você está saindo?

- E por acaso Aro é meu pai? Não preciso da autorização dele pra sair.

- Desculpa, não queria ofender. – ele riu.

- Se ele precisar de mim, diga que estou com meu celular – falei isso e sai.

Assim que alcancei uma distancia razoável do castelo, me concentrei na mente da garota. Estava difícil encontra-la, encontrar o fio que ligava a mente dela. Estava tudo muito nublado, mas eu podia sentir que ela estava no norte, então era pra lá que eu iria.

Corri o mais rápido que eu podia, não sabia quanto tempo restava antes que as bruxas fizessem algo contra a garota.

(...)

Não demorou muito e eu a encontrei. Estava agora parado em frente a um enorme castelo, não precisava rastrear a mente dela pra saber que ela estava lá dentro, eu podia sentir seu perfume. E um outro cheiro estranho, que eu não conseguia identificar.

Ouvi uma janela sendo aberta, me concentrei nos sons que saiam dela.

- Tio espera – uma voz doce falou – eu acho que sei quem é.

Olhei para a janela e a vi debruçada, olhando pra mim.

- Sobe – ela falou e eu não pensei duas vezes e subi.  Ouvi uma voz de homem discutir com ela.

- Talvez não seja sensato deixa-lo entrar, Kaileena – então esse era o nome dela.

- Se ele quisesse me fazer mal, não teria cumprido a promessa dele, ele não teria me encontrado. – Entrei no quarto, ela estava linda num vestido roxo longo, (n/a: roupa de Kaileena - http://www.polyvore.com/cgi/set?id=29421234&.locale=pt-br) ela estava ainda mais parecida com minha pequena Sophie, mon petit – por que disse que me encontraria e me ajudaria? – ela perguntou de uma vez.

- Meu nome é Demetri, eu fazia parte da guarda Volturi... – comecei a explicar, mas ela me interrompeu.

- Isso eu sei, quero saber por que você quer me ajudar.

- Quando eu vi você, eu me lembrei da minha vida quando eu era humano. Me lembrei de coisas que eram importantes pra mim. Eu me lembrei da minha Sophie. – ela me olhou com a cara confusa – você é exatamente igual à ela, as mesmas feições, o mesmo tom de pele e de cabelo, os mesmos olhos.

- Então você resolveu me ajudar por que acha que eu sou essa sua Sophie?

- Não – falei – eu sei que você não é ela. Minha Sophie se foi, a muitos anos, no dia em que eu fui transformado.

- Você a matou? – ela perguntou assustada.

- Não, ela era a minha pequena, mon petit, era tudo o que eu tinha no mundo. Ela foi tirada de mim, e eu vou acabar com quem fez isso. Eu vou matar o homem que me tirou a minha irmã.

- Ah... ela era sua irmã? – ela sorriu tímida – achei que era sua namorada, ou esposa...

- Pra onde você pretende leva-la? – o homem que estava no quarto com Kaileena perguntou.

- Vou devolve-la aos Cullen – falei – depois vou matar Aro Volturi.

- Aro? – Kaileena perguntou – Por que você vai mata-lo?

- Por que foi ele quem tirou a minha Sophie de mim.

- Mas você vai fazer isso sozinho? – ela estava assustada de novo – é perigoso! Você vai morrer também.

- Eu sei, mas desde que eu leve Aro junto comigo, eu não me importo de morrer.

- Existem outras pessoas com o mesmo desejo que você – o homem falou – pessoas que também querem a morte dos Volturi.

- Quem? – perguntei.

- Os filhos da noite, os Cullen, os lobos... – Kaileena respondeu.

- Eu – o homem falou sério.

- Você tio? – ela olhou pra ele com os olhos confusos.

- Sim, meu maior desejo é acabar com Caius Volturi. Ele perseguiu e matou muitos dos meus, agora é minha vez de acabar com os dele.

- Os filhos da noite – Kaileena perguntou ao tio – onde eles vivem?

- Num castelo um pouco mais ao norte. Por que?

- É muito longe? – ela continuou perguntando.

- Não, uma hora de caminhada mais ou menos. – ele respondeu.

- Acha que dá pra chegar lá antes das bruxas descobrirem que eu fugi?

- Talvez, mas seria arriscado, o melhor é você ir pra casa de uma vez. – ele falou

- Não, eu sei uma maneira de chegar lá. - Ela calçou as botas e veio até mim – você consegue imaginar o castelo dos filhos da noite?

- Eu não conheço, nunca estive lá – falei.

- Apenas pense, mentalize o castelo e os filhos da noite, apenas isso. Não pense em outra coisa, é importante pensar apenas no castelo, entendeu?

- Sim – as instruções dela eu tinha entendido, mas a finalidade delas não. Ela foi até o tio e o abraçou.

- Você consegue encontrar a casa dos Cullen? – ela perguntou a ele.

- Não se preocupe, os lobisomens são bons farejadores... – ele deu um beijo na testa dela e ela voltou pra perto de mim.

- Preparado? – ela me perguntou, fiz que sim com a cabeça – então feche os olhos e pense nos filhos da noite – Fechei os olhos e senti como se o ar ao meu redor estivesse tremendo – abra os olhos Demetri, nós já chegamos.

Abri os olhos e eu estava na frente de um castelo enorme, todo feito de mármore negro.

- Co-como viemos parar aqui? – perguntei.

- Feiticeira, lembra? – ela falou sorrindo – eu nos teletransportei.

- Espera – falei – se você pode fazer isso, por que ainda não voltou pra casa?

- Minha casa está muito longe, eu ainda não estou totalmente treinada, alguns feitiços ainda não me são permitidos fazer. – ela explicou – se eu tentasse me teletransportar pra Forks, eu ficaria muito desgastada, talvez eu nem sobrevivesse.

- Então pode deixar que eu corro com você pra casa – brinquei ela sorriu, percebi que ela estava tremendo – Oh, você está com frio – entreguei a ela minha capa – toma, vista.

Ela vestiu a capa e depois seguiu para a porta. Assim que ela bateu, um homem grande, tipo de Félix, abriu a porta.

- Ora, ora – ele falou – um mestiço e uma humana ... o que trazem os dois aqui?

- Primeiro – Kaileena falou firme – não sou apenas uma humana, sou uma feiticeira. E segundo, nós queremos falar com o ocupante do trono.

- E o que uma feiticeirinha e um mestiço teriam pra tratar com o nosso líder? – o homem perguntou.

- Eu sei onde Dargus está – falei – e sei que ele ainda não está morto. – os olhos do homem ganharam um brilho intenso.

- Quem é você? – ele me perguntou.

- Eu vou falar – respondi – pro seu líder.

- Esperem aqui – ele falou e entrou.

- Ele bem que podia deixar a gente esperar lá dentro – Kaileena falou – aqui ta frio!

- Não posso te oferecer um abraço, vai ficar pior... – nós rimos – mas me fala, por que você vive com os Cullen?

- Eu não vivo com eles, moro com meu tio Charlie, que é pai de Bella que é esposa de Edward que é um Cullen.

- Foi ela quem te entregou, não foi? – perguntei.

- Ela tava com ciúmes... antes de eu chegar em Forks, Bella meio que vivia um triangulo amoroso com Edward e Jacob. Jacob sempre foi apaixonado por ela, mas quando ele me viu, ele teve um imprinting, que é como se fosse um amor a primeira vista, mas bem mais forte que um amor comum. Ai, depois que Bella voltou da lua-de-mel, já como vampira, ela flagrou nós dois juntos e ficou enciumada, e a maneira de separar nós dois que ela arrumou foi contando pro Aro. Ela só não sabia que ia dar nisso tudo.

- Ela ficou com tanta raiva só por que viu que vocês estavam juntos? – perguntei.

- É que ela pegou a gente numa situação meio... intima. – ela corou ao dizer isso e eu imaginei o quão intima devia ser a situação.

- Ah – foi só o que respondi – esse Jacob, você gosta mesmo dele, não é?

- Mais do que tudo no mundo. – ela tinha um brilho diferente nos olhos – Ele não é só o homem da minha vida, ele é o pai do meu filho também – ela levou as mãos à barriga e acariciou o lugar.

- Você está esperando um filho dele? – perguntei assustado.

- Sim, por isso eu imagino como ele deve estar sofrendo, afinal ele está longe de nós dois, eu pelo menos tenho nosso filho por perto, e a certeza que ele está bem. – ela agora tinha tristeza na voz.

- Não se preocupe, eu vou levar vocês de volta pro seu Jacob – falei. Ela ia dizer algo, mas a porta se abriu e o grandão que tinha nos atendido antes mandou que entrássemos.

O lado de dentro do castelo também era de mármore negro e tinham desenhos, quadros e esculturas com serpentes em todos os lugares.

- Achei que o animal que representava os vampiros era o morcego – Kaileena falou, admirando os desenhos.

- Para alguns são – o grandão falou – mas existem outros, águias, gaviões... cada clã escolhe seu mascote, nós escolhemos a serpente porque ela é simbolo de regeneração e imortalidade. Esse símbolo foi escolhido depois que a batalha contra os mestiços começou, depois que nosso rei Prunus foi assassinado. Foi a maneira que encontramos de mostrar que somos imortais, e que podemos recomeçar, regenerar nossas feridas.

- Interessante – Kaileena falou – pra muitos a serpente simboliza o Diabo, por causa da história de Adão e Eva no paraíso...

- Sim, sim, e isso faz com que eles tenham medo de nós, o que é exatamente a nossa vontade.

- Vocês desejam que as pessoas tenham medo de vocês? – ela perguntou.

- O medo afasta, e longe eles não sabem como é o mundo fora da realidade deles. Você devia ficar feliz, afinal é por sentir medo que os humanos acham que seres como você só existem em histórias.

- Você tem razão – Kaileena falou, voltando a observar as obras espalhadas pelo castelo.

- Você mestiço – o grandão falou comigo – sabe mesmo onde está Dargus?

- Sei – falei – eu estava junto dele, mas tive que fugir de lá pra cumprir uma promessa que fiz a essa senhorita.

- Mas você pode nos levar até onde ele está? – ele perguntou.

- Posso, mas isso é algo que só farei depois que conversar com seu líder.

- A princesa Safira vai recebe-los na sala do trono. Por aqui – ele foi andando a passos largos na nossa frente.

O grandão abriu uma porta alta e mandou que entrássemos, meu instinto protetor colocou Kaileena atrás de mim, eu entrei primeiro, se isso fosse uma armadilha, eu correria os riscos. Entrei no que parecia ser um salão enorme, que me fazia lembrar da sala no castelo Volturi pra onde levavam nossas vitimas.

Assim como no castelo Volturi, aqui também tinham três tronos na parede oposta à porta. Apenas dois estavam ocupados, cada um por uma mulher. A que estava no trono da ponta esquerda estava abatida, parecia estar chorando a bastante tempo, a outra, que ocupava o trono do centro era incrivelmente bela.

Era uma garota ainda, não tinha mais que vinte anos, mas seu rosto era sério dava a ela uma expressão de quem sabe muito da vida. Ela tinha um corpo escultural, que estava coberto por uma calça preta justíssima, que acentuava suas curvas perfeitas. Ela usava uma blusa preta de couro também justa e com um decote que deixava muita pele à mostra. Se fosse possível, meu coração estaria disparado. Ela era com certeza a mulher mais linda e sexy que eu já vi.

- Então, segundo Phillp vocês sabem onde eu encontro meu pai... – ela era filha de Dargus, por isso assumiu o trono.

- Eu sei onde seu pai está – falei firme, tentando não olhar muito pro decote da blusa dela – e estou disposto a leva-la até ele, desde que...

- Então seu povo seqüestra meu pai e você ainda quer impor condições pra me levar até ele? – ela gritou.

- Ei, ei – falei alto também – calminha ai princesa. Pra começar fala baixo, certo? Eu não seqüestrei seu pai, e se você me deixasse terminar de falar, eu poderia até apostar que você vai gostar bastante da minha condição.

- Fala então mestiço – percebi a repulsa na voz dela quando me chamou de mestiço, mas não pude evitar repara na maneira como ela moveu os lábios ao falar isso, e no desejo que me deu de tomar aqueles lábios pra mim.

- Eu ajudo você – falei espantando as idéias malucas que rodavam minha cabeça – desde que vocês me ajudem a destruir os Volturi. Todos eles.

- Você quer destruir os seus? – ela riu – E como eu vou saber que isso não é uma armadilha pra que Aro finalmente realize o que quer e acabe com os filhos da noite?

- Aro me tirou alguém muito importante. O que eu mais quero no momento é ve-lo queimar até não sobrar um fio de cabelo.

- Posso falar? – Kaileena perguntou saindo de trás de mim.

- Ora vejamos, a feiticeira – a princesa falou – o que você teria para dividir conosco?

- Eu posso garantir que isso não é uma armadilha de Aro, se Demetri estivesse do lado dele, eu com certeza não estaria aqui, afinal fui eu que Aro usou como moeda de troca. – os olhos da princesa se suavizaram.

- Mesmo assim, eu não posso confiar num mestiço que até ontem ao que parece estava na barra do manto de Aro, eu não posso levar meus guerreiros pra toca do leão.

- Então não leve – Kaileena falou, eu a olhei confuso, ela me traz aqui pra pedir ajuda e depois fala isso? – nós damos um jeito de atrair os Volturi até Forks, lá vocês se juntam aos lobisomens, aos Cullen e aos lobos, que também tem motivos de sobra pra querer acabar com os Volturi.

- Que lobisomens, que Cullen e que lobos? – a princesa perguntou confusa com o que Kaileena falou eu estava impressionado com a esperteza dela.

- Os lobisomens são o bando do meu tio, Julio...

- O cão de guarda das bruxas? – a princesa interrompeu Kaileena.

- Eles não estão do lado delas, eles só ficaram lá pra me proteger caso as bruxas conseguissem me pegar, que foi exatamente o que aconteceu. Eles estão dispostos a lutar do nosso lado agora.

- Entendo – a princesa se acalmou – mas e os outros quem são?

- Os Cullen são uma família de mestiços que vive em Forks, eles são meus amigos – eu dei uma risada baixa, com amigos feito a tal Bella, ninguém precisa de inimigos – e os lobos são uma matilha de transmorfos, em que o alpha é meu namorado.

- Você namora um transmorfo? – a princesa perguntou arqueando uma sobrancelha.

- É namoro – Kaileena deu de ombros – mas então, você vão se juntar a nós ou não?

- Mas como é que vocês vão atrair os Volturi pra esse lugar... Forks? – dessa vez quem perguntou foi o grandão.

- Demetri – Kaileena me chamou – o que Aro faria pra te salvar? Digo você é uma peça muito importante da guarda?

- Creio que sim – falei – meu dom é de grande importância pra ele.

- Qual é seu dom, Demetri? – a princesa me perguntou, meu nome sendo pronunciado por ela deixou aqueles lábios ainda mais suculentos.

- Eu... eu posso rastrear a mente das pessoas. – gaguejei – é por isso que sei que seu pai ainda está vivo, eu ainda posso sentir a mente dele.

- Então – Kaileena voltou a falar – você acha que ele abriria mão dessa vingança contra Dargus pra salvar você?

- Aro é bem imprevisível, ele tem muita raiva de Dargus por ele ter matado a cantante dele, mas ficar sem mim – refleti um pouco – daria a ele algumas desvantagens em batalhas, em buscas por novos membros pra guarda, em perseguições à traidores e aos que revelam nosso segredo... talvez ele abrisse mão de Dargus por mim, mas não posso dar certeza sobre isso.

- Mas nós podemos testar... – Kalieena falou pensativa, um sorriso matreiro brotava nos lábios dela – Aro tem um telefone, não tem?

- Ele não, mas Félix, Alec, Jane todos eles tem.

- Então você princesa vai ligar pra um deles, vai pedir pra falar com Aro e vai dizer que está com Demetri e que quer trocá-lo por Dargus. – ela pensou mais um pouco – eu só não sei como fazer pra troca ser em Forks...

- Talvez – falei – se você disser que eu fui capturado pelos Cullen, e que eles atrairam os filhos da noite até Forks pra me trocar por Kaileena. Aro vai entrar em contato com as bruxas, que vão confirmar que você fugiu, então eles vão me buscar em Forks...

- Caramba – a princesa falou sorrindo – vocês dois juntos são terríveis.

- Ela é tão ardilosa quanto a minha Sophie – falei admirando Kaileena que estava sorrindo.

- E Sophie é sua companheira? – ela perguntou com um tom de voz decepicionado.

- Não – falei fitando-a nos olhos – era minha irmã. Aro a matou muito tempo atrás.

- Por isso você o quer morto...

- Sim.

- Me desculpe interromper – Kaileena falou – mas eu queria muito voltar pra casa e rever Jacob.

- Claro – falei – eu vou levar você – me virei para a princesa – vocês vem junto?

- Não podemos, o dia logo vai amanhecer.

- Ah, o sol... – falei me lembrando que pra eles o sol era mortal – eu deixo Kaileena em Forks e volto pra leva-los lá.

- Certo então – a princesa sorriu, ela ficava ainda mais sorrindo.

- Princesa – Kaileena falou – tem como você avisar os lobisomens? Pedir que eles venham pra cá pra que você possam ir juntos.

- Claro, mando um dos meus homens busca-los.

- Obrigada. Vamos Demetri?

- Você não vai fazer aquilo de novo não, vai? – a sensação de ser teletransportado não era muito boa.

- Não – ela respondeu rindo. Eu olhei pra princesa que estava confusa.

- Ela pode nos teletransportar – expliquei – e isso não é nada legal – elas riram de mim, ótimo eu agora era o bobo da corte – certo, chega de rir de mim, vamos logo.

Sai do castelo com Kaileena e nós começamos a correr, logo estaríamos na casa dos Cullen.

POV – Jake

 Eu estava surtando, não dava mais pra agüentar eu precisava dela, dor no meu peito era maior que tudo, eu me sentia vazio, tomado apenas pela dor e pela raiva, não de Bella, no começo o que sentia por ela era raiva, mas agora eu estava chateado, ressentido, mas não tinha raiva dela porque eu via a dor nos olhos dela, o arrependimento e acho que não há castigo maior que esse. Eu tinha raiva era das bruxas, eu queria destrui-las com minhas próprias mãos. Se elas ousassem tocar um só dedo na minha Kay elas virariam pó.

Eu já tinha tentado de tudo pra amenizar o sofrimento que a falta de Kay estava me trazendo. Eu queria gritar, queria correr, queria sumir, queria não existir. Eu ia sair, correr pela floresta – não sei por que mas algo me chamava pra lá, como se alguém estivesse gritando meu nome – mas Alice deu um berro que assustaria qualquer um, na hora eu imaginei que ela tivesse visto o fim da minha Kay.

- O que foi Alice? – Jasper perguntou – o que você viu?

- Você quer dizer o que eu não vi. – ela falou emburrada – o futuro de Demetri, sumiu, simplesmente sumiu!

-Será que ele conseguiu encontrar Kaileena? – Klaus perguntou preocupado.

- Acho que sim – Alice falou, me coração desacelerou quase parando, senti as coisas rodarem e cai sentado no sofá, ouvi Edward chamar Carlisle – ei, ei Jacob, calma ela ainda está viva... – Alice tentou me acalmar – eu ainda posso ve-la, muito borrado, mas eu sei que é ela.

- Jake, o que você está sentindo? – Carlisle perguntou.

Eu estava tonto, enjoado, entorpecido. Senti dedos frios no meu pulso e não precisava abrir os olhos pra saber que era Carlisle fazendo uma avaliação médica.

- Ele teve só uma queda de pressão – Carlisle falou – provavelmente por falta de alimentação e stress.

- Há quanto tempo você não come Jake? – Bella perguntou

- Sei lá – respondi com um fio de voz – eu não tenho fome.

- Um lobo sem fome? – ela deu uma risada fraca – essa é nova Jake. Você tem que se alimentar, como você vai buscar Kaileena desse jeito, hum? Você tem que estar forte pra encontra-la.

- Tá, eu vou comer alguma coisa – falei – obrigada pela atenção Bells.

- Jacob – era Alice – ela ainda está viva eu sei, se o pior tivesse acontecido, eu já teria voltado a ver o futuro de Demetri.  – abri meus olhos e vi os dela me fitando, tinha dor neles também, eu não entendia, eles mal conheciam Kaileena e sofriam tanto com a falta dela.

- Mas nós conhecemos você Jacob – Edward falou – e devemos muito a você, e nós sofremos com a sua dor. Ver você assim, também nos deixa triste você pode não gostar muito disso, mas os lobos, principalmente você e Seth são parte da nossa família.

- Obrigada – falei – pela consideração. Não esperava isso de vocês, afinal somos inimigos naturais...

- Isso não é uma regra – ele continuou – não existe uma lei que diz que nós não podemos viver em harmonia. Naturalmente, nós somos de duas raças inimigas, mas isso não implica que as coisas não possam mudar.

- Você tem razão – respondi – nós já lutamos juntos uma vez, pra salvar a sua amada, estamos prestes a lutar juntos de novo, pra salvar a minha amada e o meu filho, acho que a regra de inimigos mortais não existe pra nós.

- Tudo bem, vocês já conversaram, se entenderam, mas agora Jacob precisa comer – Esme falou vindo da cozinha com uma bandeja cheia de comida – espero que esteja do seu agrado, e eu tomei a liberdade de trazer um lanche pra você também Klaus.

- Obrigado, Esme – Klaus respondeu.

- E você – Esme falou pra mim - trate de comer tudo. - ela às vezes era tão mãe...

- Obrigado – respondi.

(...)

Terminei de comer e fui dar uma volta, pra ver se eu conseguia esfriar minha cabeça. Sai andando sem rumo pela floresta, quer dizer, não exatamente sem rumo, eu ainda sentia a sensação de estar sendo puxado pra algum lugar.

Seth veio até mim na forma de lobo, eu não queria ninguém me seguindo, eu não estava tão desesperado a ponto de fazer alguma bobagem, pelo menos não enquanto eu souber que Kay está bem e que eu tenho chance de salva-la.

- Pode voltar garoto – falei pra ele – eu só quero dar uma volta, esfriar a cabeça... não se preocupe comigo. Se precisar de mim é só uivar que eu venho correndo ta. – dei as costas pra ele, mas ele não foi embora, apenas encostou o focinho nas minhas costas – ei garoto, me dá um voto de confiança, você me conhece, sabe que eu não vou fazer nada...

Ele fez que sim com a cabeça e seguiu na direção da casa, eu voltei a andar. Parei quando cheguei numa pequena clareira. As lembranças de Kaileena me atingiram como uma bola de baseball. Não consegui me conter, não consegui ser forte e chorei, mas eu não queria mais ser forte, eu queria Kaileena, a minha Kaileena aqui comigo. Queria senti-la nos meus braços.

O vento soprou no meu rosto e eu senti o cheiro dela. Caramba a saudade estava tão grande que eu já estava começando a delirar. Talvez Seth tivesse razão em querer me seguir, eu estava enlouquecendo. Me virei pra voltar pra casa dos Cullen e ouvi um som que fez meu coração bater de novo no peito, era como se esse som trouxesse de volta o meu mundo, que eu achei que já tinha perdido.

- JACOB! – olhei pra frente, pra direção de onde vinha o maravilhoso som e a vi parada tão linda como sempre foi.

- Kay – falei com o pouco de voz que tinha. Ela correu na minha direção e eu disparei pra perto dela.

Ela pulou nos meus braços e eu pude sentir de novo seu cheiro, seu calor. Eu a beijei de maneira urgente eu precisava ter certeza que ela era real, que não era uma alucinação ou um sonho. Ela também tinha urgência no beijo, era tão bom sentir aquele gosto de novo, mas nós precisávamos de ar, então eu encerrei o beijo enchendo o rosto dela de selinhos.

- Ah, Jacob, eu senti tanta saudade – ela falou ofegante – eu tive tanto medo de nunca mais te ver, nunca mais sentir seu corpo quente me protegendo...

- Shhh – falei – nunca, nunca mais ninguém vai levar você pra longe de mim. - nós nos beijamos mais uma vez, só que dessa vez fomos interrompidos por um pigarro.

Olhei pra ver quem era e vi um sanguessuga parado a poucos metros de nós, olhando a cena do nosso beijo e... sorrindo? Só então eu me toquei que ele devia ser o tal Demetri, senti o sangue esquentar e comecei a tremer, eu ainda queria saber o que ele queria com minha Kay.

- Ei, ei, Jacob calma – Kaileena falou parando na minha frente – olha pra mim – eu não olhei, sabia que ela ia usar aquele negócio de me hipnotizar pra eu não entrar em fase, e eu não queria, eu queria na verdade era arrancar a cabeça daquele miserável que tinha pego a minha Kay – JACOB BLACK, OLHA PRA MIM AGORA! – dessa vez foi impossível não olhar, ela usou o poder do imprinting, ou seja, assim como uma ordem de alpha, não dava pra não fazer que o imprinting mandasse. Eu olhei pra ela – Você não vai entrar em fase, e você não vai atacar o Demetri.

- Mas ele pegou você! – tentei me explicar.

- Sim, ele me pegou. Ele me tirou do castelo das bruxas e me trouxe pra você!

- Por que?Por que ele  fez isso se ele nem te conhecia?

- É uma história longa – ela falou – e é melhor falarmos disso na casa, assim falamos uma vez só. E nós também contamos o que aconteceu depois que eu sai do castelo das bruxas e o que vamos fazer agora...

Ela se virou na direção da casa, mas eu puxei seu braço pra ela voltar.

- Espera – falei.

- Jacob, nós estamos meio sem tempo, deixa pra matar a saudade depois... – ela tentou se soltar.

- Espera – falei de novo, me ajoelhei na frente dela e dei um beijo na sua barriga – estava com saudades de você também! – falei contra a barriga dela e me levantei – agora sim, podemos ir.

Ela sorriu pra mim, e eu senti o sol me iluminar de novo, eu tinha minha Kay e meu filho de volta nos meus braços, agora ninguém mais os tiraria daqui. Segui para a casa dos Cullen de mãos dadas com Kay e com o sanguessuga nos seguindo.


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Notas finais do capítulo

Por favor, deixem reviews, digam o que vocês acharam do capitulo.

E gente o próximo capitulo vai ser lindo!!! Vai ter declaração de amor de Kay pro Jake e do Jake pra Kay...

Mas... só vou postar quando tiver bastante review...

Minhas fofas e fiéis leitoras, façam uma autora feliz, recomendem minha fic pra que eu tenha mais e mais reviews...

Amo vocês, e obrigada por lerem minha história!



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