Contando Carneirinhos escrita por Nebbia


Capítulo 1
One-Shot




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  Toca a campainha.

Inglaterra sabia exatamente como seria recebido.

A porta abriria-se de um jeito bruto, América aparecería do nada da escuridão do interior escuro da casa com uma máscara de um monstro qualquer ao mesmo tempo em que acionava um gravador de voz do qual sairía um urro horripilante... Ou usaria sua própria voz. Era até pior.

Ouviu passos vindos da sala. Logo sua previsão se concretizaria...

“ Heyyy, Igirisu!”, Alfred simplismente colocou a cabeça para fora da casa, puxando o inglês para dentro.

“ O filme deve ser realmente horrendo para fazer com que você poupasse suas brincadeiras...”

“ O quê?”, o americano saiu saiu da cozinha tão rápido quanto havia entrado.

“ ... Nada...”

Ambos foram até a sala e sentaram-se no sofá.

“ Bem, qual o filme de hoje?”

América, ocupado mastigando um hambúrguer que pegou na cozinha, apenas esticou a mão até a mesinha de centro e pegou a fita que estava ali.

“ Fantasmas, uhn? Nada de zumbis, monstros, fim do mundo?”, disse o outro enquanto observava a capa do filme.

Alfred apenas meneou negativamente com a cabeça.

O tal filme conseguiu arrancar um curto sorriso de Arthur, que, pela primeira vez, animou-se com um filme escolhido pelo americano.

“ Então... Vamos ver o quanto isso aqui pode assustar-nos!”, Inglaterra levantou-se e colocou o CD no aparelho de DVD que havia debaixo da televisão, voltando a sentar-se logo depois.

Arthur olhou para Alfred, não podendo deixar de notar sua expressão maravilhada ao olhar para a tela da TV, sendo que o primeiro trailer nem havia acabado ainda...

“ Hey, você podia pelo menos ter estourado umas pipocas...”

“ Mas eu já peguei um hambúrguer!”, o americano mostrou-lhe o alimento semi-comido.

“ Mas e eu, idiota?”

“ Se quiser, vá pegar!”, respondeu com a boca cheia de pão e carne, voltando a atenção para as propagandas que antecediam o filme.

Inglaterra levantou-se com um grunhido de insatisfação.

“ Vá rápido que os trailers já estão acabando!”, América berrou quando o inglês entrou na cozinha.

- X –

“ América...”, Arthur sacudia o corpo do outro, repousado quase que completamente sobre suas pernas.

Alfred deu-lhe um tapa na mão como resposta.

“ Me deixa dormir, Inglaterra...”, sua voz era carregada de preguiça e sono.

“ Não usando minhas coxas como cama...”

O americano voltou a sentar-se no sofá com certa dificuldade, permitindo que o outro se levantasse.

“ Eu vou para o quarto. Boa noite...”

“ O quê?!”, América levantou-se em um pulo, agarrando o braço de Arthur, “ Você não pode me deixar aqui!”

“ Por que não? Alfred, não me diga que está com medo! Você dormiu na metade do filme!”

“ Mas foi o suficiente...”

O inglês dirigiu-lhe um olhar de censura.

“ Vou para a cozinha fazer um chá. Melhor ir para a cama logo.”

Assim que virou-se para ir para o outro cômodo, ouviu o americano correr em disparada pelos corredores. Provavelmente queria tentar chegar no quarto, trocar-se, enfiar-se debaixo das cobertas e dormir antes que Arthur terminasse de beber.

Inglaterra pegou uma xícara, pôs água quente, escolheu um sachê e esperou que ambos se misturassem ao entrarem em contato um com o outro.

Tomou o chá de modo tranquilo e despreocupado. Sabia que as chances de América conseguir dormir sozinho estando com medo eram mínimas, mas queria dar-lhe uma chance mesmo assim.

Por fim, colocou a xícara na pia e dirigiu-se ao corredor em passos lentos para que Alfred, provavelmente acordado, não o ouvisse se aproximando.

O quarto de hóspedes ficava antes do do americano, mas, ainda assim, Inglaterra quis dar uma espiada. Sabia que este era o desejo de América, mas este também era o seu.

Colocou a cabeça para dentro do quarto do outro.

Alfred havia feito praticamente um casulo com as cobertas, deixando apenas um buraco na parte de baixo por onde poderia olhar para a porta se quisesse.

  “ América...”, o inglês suspirou, falando em uma voz monótona.

Viu um olho azul surgir, arregalado, no meio da proteção feita de cobertores.

“ Aah, você possuiu o Inglaterra!”, berrou, envolvendo-se ainda mais em suas cobertas, “ Saia deste corpo que não te pertence! Morre, Diabo!”, continuou em uma voz mais abafada.

“ Pare com isso, idiota!”

O americano enfiou a cabeça para fora de seu casulo.

“ Artie?”

Outro suspiro por parte do inglês.

“ Você não vai querer que eu conte carneirinhos para te fazer dormir, vai?”

Encolhido na cama, América apenas meneou positivamente a cabeça.

Inglaterra bufou.

“ América... Não!”, e dirigiu-se ao próprio quarto.

No corredor parou. Pensou. Olhou para trás. Voltou.

“ Vou contar carneirinhos para você. Chegue para lá.”, disse adentrando o quarto do americano, que moveu-se mais para o outro lado da cama a fim de dar-lhe espaço.

O inglês deitou-se ao lado do mais novo, cobrindo-se com as cobertas. Embos então repousaram a cabeça no travesseiro.

“ Eu vou começar a contar. Feche os olhos.”

América obedeceu-o e encolheu-se mais para perto de Inglaterra, que ficou estático. Podia senti-lo expirar o ar perto de seu peito tão bem quanto o outro sentia seu calor, mas logo relaxou os músculos novamente, envolvendo o mais novo com os braços.

“ Um carneirinho, dois carneirinhos, três carneirinhos...”

Contou continuadamente até que chegasse o número dez, fazendo uma pausa para verificar se Alfred já dormia.

“ ... Artie?”

“ O que foi?”

“ Nada... Queria saber se havia dormido.”

“ Não dormi... Quer que eu continue?”

O americano apenas concordou movimentando levemente cabeça, movendo próprio o braço até a cintura do inglês em um “quase-abraço”.

“ Onze carneirinhos, doze carneirinhos...”

Passava a mão pelos cabelos mais próximos da testa de América enquanto contava.

“ Treze carneirinhos, quatorze carneirinhos...”

Uma ventania formou-se do lado de fora da casa, movimentando um galho de uma árvore próxima de modo que este raspasse no vidro da janela e fazendo com que Alfred, soltando um gemido alto, se agarrasse ainda mais forte às roupas de Arthur.

“ Preste atenção em minha voz apenas, ok?”, orientou o outro em um tom sereno, pressionando o corpo do americano contra o próprio peito.

O outro, novamente, concordou com a cabeça.

“ Quinze carneirinhos...”

“ Dezesseis carneirinhos...”, América começou a contar junto do inglês.

“ Dezessete carneirinhos, dezoito carneirinhos, dezenove carneirinhos...”, contavam juntos.

Aos poucos, Inglaterra percebia que estava cada vez mais difícil para Alfred acompanhá-lo na contagem. Sua voz já saía mais baixa do que quando começara a acompanhá-lo e agora só contava os números, deixando a parte dos “carneirinhos” de lado, sendo dita apenas pelo inglês.

Até que... Arthur ouviu apenas sua própria voz.

“ ... América?”

 O silêncio foi a resposta. O quarto estava tão quieto que Inglaterra podia ouvir claramente a leve respiração da nação inconsciente.

 Sabia que Alfred tinha um sono pesado. Sabia que ele não acordaria tão facilmente. Mas mesmo tendo toda essa liberdade para fazer com América - quase - tudo o que quisesse, ainda hesitava. Sentir o corpo do americano tão perto do dele, seu calor... Era algo nostálgico. E como todos, gostava de reviver tais momentos.

 Lentamente, ainda tentando se livrar do sentimento de vergonha que possuía, aproximava seus lábios da testa de América, encostando-os nesta em um pequeno beijo e rapidamente voltando a repousar a cabeça no travesseiro.

 Sorria por dentro e por fora.

 Gostava de América daquele jeito... Quieto...

 Era realmente uma pena que seu ego tivesse crescido tanto quanto ele mesmo...

 Voltou a sentir os cabelos do americano entre os dedos enquanto fechava os olhos, agora chamando o sono para si mesmo.

 " Good night..."


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Notas finais do capítulo

Mais um Shonen-Ai~ Sim, eu domino esse gênero e /Apesar de se surpreender com as coisas que saem na maioria * Demorou 5 minutos pra decidir se postava essa ou nao*
Quando criar coragem eu posto um dos meus Lemons, é o.o



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