Saga Sillentya: Espelho do Destino escrita por Sunshine girl


Capítulo 21
Epílogo - Um Sonho Efêmero e Um Espectro de Luz


Notas iniciais do capítulo

Enfim chegamos ao epílogo que será um pouquinho especial!

Espero que gostem!

Beijinhos!!!



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Epílogo – Um Sonho Efêmero e um Espectro de Luz

“Oh, por tanto tempo eu tentei lhe proteger do mundo,

Oh, você não pôde enfrentar a liberdade por si próprio,

Aqui estou eu, abandonada no silêncio”.

“Você desistiu da luta,

Você me deixou para trás

Tudo o que foi feito está perdoado

Você sempre será meu

Eu sei bem lá no fundo

Tudo o que foi feito está perdoado”.

(Within Temptation – Forgiven)

O espectro abriu os seus olhos, lançou-se ao despertar, caiu na realidade, banindo e repudiando qualquer tipo de luminosidade que pudesse lhe impedir de cumprir seu objetivo.

E mergulhou em tristeza e agonia.

Se ainda pudesse chorar, choraria. Se ainda possuísse um coração, este sangraria.

Se ainda pudesse gritar por seu nome, se ele ao menos pudesse vê-la...

Mas o amor dos dois havia sido interrompido, da maneira mais cruel e repugnante que se poderia imaginar; eles foram separados.

A morte a levou dele, ele chorou por ela. Derramou por incontáveis noites as suas lágrimas de tormento.

E ela nem ao menos podia ouvi-lo.

Nem mesmo podia atender suas súplicas.

E foi então que seu coração realmente se desesperou...

A solidão era como o fogo do inferno, queimava sua carne, consumia sua alma e coração, e desprovia o rapaz de qualquer raio de esperança.

Tudo era negro, tudo era frio. E nem ao menos este rigoroso inverno passaria.

Não. Porquanto ele estivesse separado de sua amada, atormentado seria. Padeceria sem ela, definharia sem ela. Morreria de tristeza...

O mais vil e cruel dos homens o havia poupado no final.

Por quê?

Deveria tê-lo matado junto dela. Deveria ter permitido que ao menos na morte eles pudessem se amar.

Mas até mesmo isso havia sido proibido aos dois.

E agora estavam separados por uma distância que não era física, mas que transcendia os limites da vida e da morte.

Ela, um espectro de luz, sofrendo com a dor dele, condenada a vagar por um limbo espiritual, sem ele, sem nada...

Ele, preso ao mundo dos vivos, sem ela, sem sua existência, sentenciado a pranteá-la até o último dia de sua vida.

Enquanto que suas lembranças de momentos tão felizes, de momentos de tristeza e dor também, perdiam-se ao vento, sendo soprados e carregados por ele, desintegrando-se e ruindo como um castelo de cristal.

E tendo sido feito prisioneiro e cativo, o rapaz começou a se questionar. Desejou retirar a própria vida, mergulhou em desespero, chorou de agonia, e despedaçou-se, sem esperança, sem consolo, sem ela.

Presa ao limbo, o espectro ouviu as súplicas de seu amado, e correu ao seu socorro.

Embora seu espírito sofresse, embora sua alma arcasse com as conseqüências daquele ato impensado, ela não se importou.

E passou a visitá-lo, sempre que ele, fatigado e exausto, maltratado e duramente castigado naquela prisão, fechava seus olhos e caía na dimensão dos sonhos, a dimensão onde ela o aguardava.

E era lá que ela o envolvia com sua luz pura e radiante. Como as asas de um anjo, aquela luz lhe aquecia, lhe trazia paz de espírito e consolação. E o tirava por poucos momentos do inferno no qual vinha padecendo.

E ele a amava tanto, ainda. Na vida, na morte, que diferença fazia.

Eles estavam juntos, mais uma vez. Apenas isso importava.

Haviam sido proibidos de viver seu amor em vida, então o fariam através de seus sonhos.

Ele ainda se recordava de cada traço da beleza angelical de sua amada.

Ela ainda lembrava do quanto o amava.

E se fosse esta a única maneira de continuarem vivendo seu amor, eles o fariam, sem hesitar. Ele preservaria seu coração, ela o visitaria sempre que ele viesse procurá-la.

E mesmo separados, estariam juntos, ela estaria ao lado dele. Em qualquer hipótese, em qualquer circunstância.

Torturado e maltratado naquela cela de prisão, naquela masmorra fétida e escura, ele não hesitava em lançar-se na dimensão dos sonhos, onde sabia que ela estaria a sua espera.

Embora os grilhões lhe ferissem os pulsos, embora a dor de saber que a havia perdido lhe doesse mais do que qualquer outra coisa, ele ainda tinha esperanças de na morte poder amá-la, de na morte poder encontrá-la.

E vivia a cada dia, a cada hora, a cada minuto e a cada segundo, almejando pelo dia em que poderia tocá-la mais uma vez.

Sua amada.

Sua eterna luz de esperança.

Como o sol na manhã gelada de inverno, ela vinha aquecê-lo. Ela vinha confortá-lo.

Com seus cabelos negros como a noite interminável, com seu perfume delicado, sua voz suave e angelical, e o seu toque de veludo, ela vinha.

Mesmo que sentisse a dor de seu amado, mesmo que sofresse com seu tormento, ela não desistia. Convenceu a si mesma de que deveria cuidar dele, de que deveria mantê-lo afastado das trevas que lhe tentavam o coração.

Porque o amor dos dois sobrevivera até mesmo à morte. Nem mesmo ela pôde apagar tão intenso e poderoso sentimento.

O amor que agora era desfrutado por um espectro e por um guerreiro amargurado.

Através de campinas repletas de flores silvestres, mares que nunca foram desbravados, costas ensolaradas, através do paraíso, ela o guiava.

Com o sibilar suave do vento, com a brisa fresca da primavera, ela vinha ao encontro dele.

Tão graciosa e bela, revestida em seu manto de luz.

Segurava em sua mão, e então sorria radiante para ele. Nem mesmo a morte pôde apagar sua beleza jovial de menina.

E sempre que ele a segurava em seus braços, sempre que ele lhe beijava os lábios rosados, sempre que ele lhe tocava a pele de porcelana, ela se entregava, deixando-se envolver por todo o seu amor, por toda a sua saudade.

E roçando seus lábios no ouvido do rapaz, ela sussurrava melodias, palavras de conforto e esperança, ela lhe trazia o sol mais uma vez, e dizia:

- Eu te perdoo...

E o rapaz então despertava. Voltava a sua obscura realidade. Sem ela, sem seu amor, sem sua presença, sem nada que pudesse amenizar a dor de tê-la perdido, para sempre.

Lá ele sofria. Lá ele a pranteava, lá ele se permitia sofrer.

Embora soubesse que breve a encontraria novamente, sabia que sem ela ao seu lado, estava fadado a enlouquecer de solidão, sofrer com seu tormento, morrer de amargura.

Quiçá ele pudesse unir-se a ela, na dimensão mágica dos sonhos, e com ela viver eternamente, sem receios, sem arrependimentos. Mas sempre que esse desejo inflamava em seu coração, ela o vinha consolar, vinha lembrá-lo de seu dever no mundo atribulado no qual vivia.

Redima-se com seu passado...

Ele havia cometido tantos erros. Havia magoado tantas pessoas. Não poderia partir, não ainda.

Sua alma clamava pela redenção, seu coração buscava uma chance de salvação.

E era exatamente o que faria a seguir, ele lutaria, ele enfrentaria todo e qualquer mal. E no fim, quando tivesse sua alma limpa de todos os seus pecados, ele unir-se-ia a ela.

Na morte, ele a encontraria.

E então, finalmente poderia viver a história de amor que lhe fora roubada. O conto de fadas que lhe fora arrancado.

Só assim, ela seria dele. Em outra vida eles poderiam se amar, e nada seria capaz de separá-los.

Nunca.

Nem mesmo a morte seria capaz de tal, nem mesmo a mais negra tempestade.

Porque a história dos dois ainda não havia terminado.

Indubitavelmente.

Novos ventos estavam chegando, e com eles, grandes mudanças. Mudanças que redefiniriam tudo, inclusive essas inacabadas e tristes lembranças.

Lembranças que assombram o coração do rapaz. Lembranças que lhe atormentam a alma.

Lembranças provindas unicamente dela, a sua amada, a sua escolhida, a sua predestinada.

Lembranças de um amor que não pudera ser consumado, antes foi brutalmente interrompido pela onipresença de uma guerra sangrenta e eterna.

Lembranças de um amor que superou até mesmo o que antes era considerado impossível.

E quebrou os limites físicos, venceu as forças implacáveis, e uniu novamente dois corações solitários e quebrantados.

Um amor que venceu o ódio e encontrou o perdão.

Um amor que venceu um passado amargo e encontrou sua redenção.

Um amor que venceu a solidão e encontrou seu refúgio.

Um amor que venceu a morte e encontrou sua segunda chance.

Um amor cuja existência nem mesmo a morte foi capaz de extinguir.

E se ela não o pôde, quem se atreverá a tal infâmia?

Quem será capaz de separá-los?

Ninguém.

A resposta é ninguém.


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Notas finais do capítulo

Acabou minha gente!!!

Agora os meus agradecimentos e considerações finais:

Eu sei que passei por muitas dificuldades durante essa fase. Perdi leitores que nunca mais deram as caras por aqui, enfrentei uma crise muito grande, quis desistir de tudo por mais de uma vez, mas que bom que tive o apoio de todos vocês!

E é a vocês que eu dedico esse epílogo!

Obrigada pelas reviews, pelas recomendações, pelos elogios e puxões de orelha!

Obrigada mesmo, de coração!

Agora é 4ª fase, narrada pelo Aidan, e logo eu trago o 1° capítulo, sim, pq com ele não teremos prólogo, eu farei suspense até o final! Muahahahahaha!!!!

Enfim, Reuniões da Meia-noite terá muitas lembranças dele, a interação dele com Ephemera, muitas surpresas, muitas traições, muitas reviravoltas, muitos segredos, muitos confrontos e claro, o romance!

Agatha estará presente nos sonhos do nosso galego, e serão sonhos muito sexy, aliás, a 4ª fase será muito sexy! Tbm, quem narra? *tá parei* rsrsrsrsrs... Já disse que é a minha favorita??? Acho que já...

Enfim, obrigada, obrigada e obrigada de novo!

Beijos, meus amores!!!!