Saga Sillentya: Espelho do Destino escrita por Sunshine girl


Capítulo 14
XIII - Nas Mãos do Inimigo


Notas iniciais do capítulo

Acelerei o passo e trouxe outro capítulo...

Boa leitura!!!



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Capítulo XII – Nas mãos do Inimigo

“Você nunca será forte o bastante,

Você nunca será bom o bastante

Você não foi concebido no amor

Você não ascenderá”.

“Eles nunca verão. Eu nunca serei,

Eu lutei e lutei para alimentar essa carência

Queimando insaciavelmente dentro de mim”.

(Evanescence – Lies)

- Crystal, esses são os modos que sua mentora lhe ensinou? Creio que não...

O ancião tranqüilamente assentado sobre o seu confortável trono repreendia a garota, que ouvia tudo, calada, sem reação alguma, imóvel, petrificada, aceitando com a fronte baixada ao sermão por seu comportamento rude.

Eu nem mesmo conseguia encontrar forças para me levantar, permanecia ali, diante dos sete tronos, tão lívida quanto cera.

- Perdoe minha ousadia, meu senhor. – desculpou-se ela, fazendo uma nova reverência, demonstrando todo o seu respeito, todo o seu temor pela figura que a repreendia.

O ancião reclinou-se na poltrona, e pela primeira vez eu verdadeiramente prestei atenção em seu rosto sereno.

Seria possível?

Aquele homem estava idêntico, exatamente como a minha mente projetara, como nos meus sonhos ele se apresentara.

Aquela pele morena e enrugada, aqueles olhos azuis safíricos, transbordando cinismo e maldade, aqueles mesmos olhos perfuradores, como os olhos de um abutre velho, rondando sua presa, esperando por sua morte iminente.

Os cabelos grisalhos e ralos, os lábios ressecados, e aquele sorriso cruel... Aquele sorriso assustador...

Lorde Ducian Satoya... Ao que parece, eu estava diante dele. Não, não havia dúvida alguma. Era ele!

O homem que um dia adotou Aidan, que o tomou para seu filho, que o criou como um cão selvagem, leal ao seu mestre, alheio ao resto do mundo.

O mesmo homem com o coração gelado que ordenou a Aidan que matasse o próprio irmão. O mesmo homem, responsável por tantas mortes, tanto sofrimento ele infligiu ao meu povo.

Tanto remorso, tanta amargura, tanto ódio, tanto... Preconceito.

O ancião deixou que seus olhos frios como gelo recaíssem sobre a minha face atordoada, e então, um sorriso falso emoldurou seus lábios finos.

Ducian uniu ambas as mãos na frente de seu corpo, tocando as pontas de seus dedos esquálidos umas nas outras, como se estivesse prestes a rezar e então se levantou do conforto de seu trono, caminhando tranqüilamente até mim.

Seus pés desceram os poucos degraus que nos separavam. Eu gelei dos pés à cabeça enquanto via ele se mover na minha direção, como uma pantera negra ele me rondava, analisando-me com seus olhos traiçoeiros, com suas presas e garras afiadas, visando me prender em sua armadilha.

Então, quando já me tinha em seu poder, o sorriso em seu rosto alargou-se, chegando aos seus olhos, e por um momento – eu devo confessar – quase acreditei nele.

- Levante-se, minha jovem, peço que desculpe a grosseria de Crystal.

Ducian pegou-me pelos cotovelos, levantando-me do piso gelado e lustroso, deixando-me ainda mais confusa e desconfiada.

- Você é nossa convidada de honra, e como tal merece um tratamento melhor.

Meus olhos eram vagos, viam através da figura dele, ciente dos outros seis rostos, imóveis, com expressões tão vagas quanto a minha, quase entediados, como se já tivessem visto aquele filme um milhão de vezes.

Talvez de fato tivessem.

Ducian manteve as palmas de suas mãos em meus ombros, como se tentasse me confortar, ou conquistar minha confiança, era difícil saber.

Eu devia parecer um camundongo em uma sala repleta de gatos naquele momento. A qualquer momento, minha vida poderia terminar, e com uma facilidade surpreendente.

Engoli em seco, meus olhos vagando por todo o salão, por todas as figuras silenciosas que ali estavam. O que seria pior naquele momento? Morrer de forma rápida e indolor, ou de forma lenta e torturante?

De qualquer forma, minha vida acabaria, apenas isto era certo.

- Não precisa temer, minha cara. – sussurrou Ducian, envolvendo meus ombros, como se fossemos velhos conhecidos, parceiros que não se viam há muito tempo – Acompanhe-me, por favor. – pediu-me gentilmente, já me guiando através do salão, enquanto eu espiava por sobre o ombro as outras seis figuras silenciosas.

Observei-os minuciosamente, e percebi que eram quatro homens e duas mulheres.

Ducian logo me guiou por uma das várias portas que havia nos cantos daquele gigantesco salão, e só agora eu percebia o seu verdadeiro luxo, o seu requinte. Estávamos em um buraco embaixo do chão, e ainda assim, eles não abriam mão de sua vaidade.

Dois Mediadores muito prestativos abriram as portas duplas, eu ainda era guiada por Ducian, e quando adentramos em um silencioso e interminável corredor com seus candelabros e obras de arte inestimáveis, eu não me surpreendi.

Havia tantas portas naquele corredor, aquele lugar devia ser muito maior do que eu havia imaginado anteriormente. Mas, pensando bem, para abrigar tantos Mediadores e seus egos, o local tinha que ser espaçoso, realmente.

Fui guiada até o que me pareceu um pequeno, mas requintado gabinete. Senti a seda do manto rubi de Ducian roçar a pele de meu pescoço e depois, a porta se fechara atrás de mim, sobressaltei-me, como um condenado ouve o barulho de sua sina. O som de estar completamente perdida, sem salvação.

Ducian deslizou elegantemente por mim, indo até uma pequena adega e pegando um copo de cristal, servindo-o com um pouco de conhaque que no mínimo devia ter lhe custado os olhos da cara.

- Gostaria de um pouco? – perguntou-me ele, mas eu estava tão distraída, tão entorpecida, que permaneci ali, encarando o copo cintilante, boquiaberta, pasmada, branca como papel.

Ignorando meu silêncio, Ducian virou o copo para poder observar o líquido de outro ângulo, admirando sua cor, sua textura, seu cheiro. Eu estremeci, sempre tive repudia pelo cheiro de álcool. Ele deixava-me tonta, entorpecida, tensa.

- Sabe o que é mais interessante, srta. Bryce? Embora não tenhamos apetite, ou não tenhamos necessidade de ingerir alimento algum, isso não nos impede de apreciar o aroma, o gosto refinado de um conhaque Delamain Le Voyage.

Ele inspirou o conteúdo do copo, mas não o ingeriu. Fechou os olhos, parecendo absorver a fragrância inebriante, e então, depositou o copo sobre a luxuosa escrivaninha.

- Encantador. – murmurou, com um brilho misterioso nos olhos.

Engoli em seco, tentando decifrar as palavras dele, ver se havia algo por detrás de cada uma delas, de cada gesto fino e elegante dele.

Ducian sorriu consigo mesmo, os olhos repousando sobre o meu rosto inquieto.

- O mais encantador dessa bebida é que quanto mais antiga, mais saborosa, mais valorizada ela será. Compreende, srta. Bryce?

Assenti, mortificada demais para me dar conta de que ele fazia uma pequena referência a si mesmo. Velho, porém ainda, de certa forma, valoroso, inigualável, insubstituível.

- Pena que os membros da sua raça jamais tenham conseguido alcançar a minha idade. Em mil e duzentos anos de minha vida, e ainda sinto que não cumpri meus deveres como deveria.

Ele queria dizer exterminar os meus semelhantes...

Baixei os olhos, não conseguindo mais encará-lo, encarar seus olhos mortíferos, sua língua venenosa e ardilosa. Sim, ele sabia muito bem o que estava fazendo. Se havia algo que tinha aprendido com as experiências dos outros, é que Ducian é o mestre do jogo. Ele jamais dá um passo sem antes analisá-lo centenas de vezes.

Ducian está no comando, eu devia me lembrar disso.

- Certamente deve ter achado nossas instalações deveras interessante, não estou certo, srta. Bryce?

Tornei a fitá-lo, vendo a forma como se movia, sem dúvida um felino ardiloso, muitos passos a minha frente, doze séculos de experiência acumulados, bem ali, diante de minha figura assustada.

- Nós Mediadores somos criaturas muito vaidosas e egocêntricas. – admitiu ele, contornando a estrutura da escrivaninha – Deve achar desnecessário que vivamos em meio a todo esse luxo e requinte. Mas, mais do que apenas criaturas fadadas a guardar o mundo dos mortos, nós somos seres muito sensíveis, dotados de uma inteligência superior, nós atravessamos os séculos, vemos o mundo dos humanos alterar-se com o passar dos anos, e então nos damos conta de que estamos perdendo espaço para a tecnologia, para o avanço, e as pequenas coisas, as de maior valor, como a arte e a filosofia perdem sua importância, o seu verdadeiro valor. E os humanos tornam-se volúveis e fúteis cada vez mais e mais. Entende o que estou lhe dizendo, srta. Bryce?

Limpei a garganta, esforçando-me para produzir algum pensamento coerente, algum que fazia sentido.

- Talvez a evolução seja necessária – rebati –, talvez esse seja o curso natural de tudo. Talvez o destino tenha determinado isso.

Um sorriso iluminou o rosto enrugado e experiente dele.

- Acredita em destino, srta. Bryce? Mas que surpresa. Pensei que o seu povo lutasse contra os seus respectivos destinos. Então, para a senhorita, tudo já está determinado, tudo está gravado em uma sólida rocha pela escrita do destino? Mas que fascinante!

Apertei os olhos, como nós dois podíamos ter uma conversa tão amistosa quanto aquela? E percebi, assustada, que eu estava jogando o jogo dele, fazendo exatamente o que ele queria. Mestre do jogo, ele era o mestre do jogo, lembrei a mim mesma.

- E o senhor acredita em destino? – questionei, atraindo um estranho olhar de sua parte para mim.

- Acredito que apenas os mais fracos aceitam seus destinos, os mais fortes, é claro, constroem os seus próprios futuros, escolhem os caminhos que devem trilhar.

- E você se enquadra no último quesito, é claro. – murmurei, sentindo meus batimentos reverberarem em meus ouvidos.

Meu comentário despretensioso despertou um pequeno e suave riso nele, e tão logo se recompôs, ele tornou a me fitar.

- Encanta-me a sua determinação, srta. Bryce. Pelo visto nós dois nos daremos muito bem, já que temos um interesse em comum, um assunto pendente.

Aidan. Ele não disse, mas eu sabia. O único elo que poderia haver entre nós dois, era que ambos desejávamos arrastá-lo para um caminho. Ducian para as trevas, eu para a luz.

- Sabia que Aidan possuía essa mesma determinação nos olhos? – perguntou-me despreocupadamente, como quem comenta uma banalidade – Quando o encontrei, maltrapilho, sujo, faminto, eu vi nos olhos dele essa mesma chama determinada e inextinguível, só que a dele nesse caso era... voltada para o outro lado, se é que me entende.

“Aidan era um menino muito rancoroso, tinha ódio do mundo por ter lhe tirado o pai, a vida confortável e pacata na Virginia. Mas o mais impressionante é que quando eu o vi, eu soube, ele era simplesmente perfeito para o que tanto buscava sem cessar. Um coração ao qual pudesse corromper, manipular”.

“Aidan foi minha obra prima, sem dúvida. Vaidoso, impiedoso, fiel e obediente. Usava as pessoas e não se arrependia depois. Ele tinha um coração tão negro quanto o meu, voltado para as trevas, voltado para o que apenas elas poderiam lhe oferecer: poder ilimitado e majestade inquestionável. De certa forma, ele era o rei de seu próprio mundo”.

Ele não precisava relembrar-me daquilo. Eu sabia perfeitamente que tipo de pessoa, não, de monstro, Ducian o havia transformado.

- Uma pena que ele tenha se tocado a tempo de se salvar, não é mesmo? – eu o provoquei, erguendo as sobrancelhas, e por trás de minhas frias palavras o real significado, um que Ducian compreendeu perfeitamente: uma pena que ele se tenha se apaixonado por mim e te traído.

Ele não respondeu, ao invés disso deslizou seus dedos esquálidos e repletos de anéis valiosíssimos pela madeira plana e lustrosa da escrivaninha.

- Existe uma hierarquia entre os Mediadores. Somos divididos em ordens e classes diferentes, para que haja uma organização tão perfeita, tão invejável... Uma pena que sua raça não consiga entender que tudo o que desejamos é manter a ordem.

“Lutadores abaixo de Caçadores, Caçadores abaixo de Sacerdotes e Sacerdotes abaixo de nós, as divindades supremas e inquestionáveis. E cada um desempenha um papel tão importante e crucial quanto o outro acima dele”.

“Eu ainda pretendo fazer de Aidan o meu sucessor, e quando tiver retirado de meu caminho todos os empecilhos, terei total liberdade para voltar a influenciá-lo e afundar seu coração em trevas mais uma vez”.

- Você quer dizer, quando me tirar de seu caminho... – tornei a provocá-lo, mas Ducian não pareceu registrar minhas palavras, quase como se quisesse prosseguir com seu joguinho e arrastar-me para ele novamente.

- Deixe-me lhe contar uma pequena história, srta. Bryce. E quero que preste total atenção nela.

Fingi indiferença. O que aquele monstro queria dividir comigo?

Ducian fechou os olhos calmamente, parecendo perder-se em lembranças, mergulhar em seu passado de maldades e atrocidades, os lábios finos comprimiram-se e então, ele finalmente começou:

- Eu nasci em uma época sombria para a humanidade, de certa forma, era uma era de ignorância e barbaridade. Meu pai era uma das Tristezas e havia presenciado a rebelião dos humanos, liderados pelo língure Angeonoro Vallatori.

“Foram épocas atribuladas e dificultosas para a minha raça. Mas mesmo assim, nós nos recompúnhamos, e restabelecíamos a nossa supremacia inquestionável. Longe dos humanos, e agora com novos e perigosos inimigos, nós nos refugiávamos nas sombras, e foi ali que eu cresci”.

“Desde cedo aprendi a não ter piedade, a não confiar em ninguém, e acima de tudo, a não demonstrar fraqueza. Meu pai foi um professor e tanto e ensinou-me desde cedo a odiar os descendentes de Vírsico e Angenoro”.

“Mesmo quando meu pai me repassou o seu fardo, eu jamais me esqueci de suas duras lições, de como devia ser um líder rígido e temido. Mas infelizmente, nem tudo é como planejamos. Quando desposei uma jovem Mediadora, eu almejava ter um filho forte, impiedoso, que não se permitia abater por nada, como eu. Um homem que repassaria a minha linhagem nobre e majestosa. E então, quando ele finalmente nasceu, eu tive a certeza de que por mais gerações a sobrevivência e a supremacia de minha raça estava assegurada”.

Ducian fez uma pequena pausa, de certa forma ele parecia mais vulnerável, mais abatido, tocando no assunto de seu filho, que pelo que eu lembrava foi assassinado em uma batalha. Arregalei os olhos, teria seu ódio pelo meu povo alguma conexão com este fato? Teria um... Elemental assassinado seu filho?

- Eu o amava, mais do que tudo, mais do qualquer outra coisa no mundo – seus olhos endureceram abruptamente, tornando-se tão frios quanto as geleiras do ártico. – Meu filho era todo o meu mundo.

“Seu nome era Hugo. Meu orgulho, todos os meus sonhos, desejos e planos para o futuro havia sido personificados, depositados nele”.

Se um Elemental havia assassinado seu amado filho, talvez eu pudesse compreender todo o seu rancor por meu povo. Eu posso entender o quanto isso dói. Afinal, o vazio e o buraco que ficam para sempre em você, são de fato insuportáveis...

- Mas meu filho nunca demonstrou a força que eu desejava que ele demonstrasse. – continuou ele – Ele jamais partilhou de meus sonhos, de meus projetos para ele, e apenas queria acabar com a guerra. Pode imaginar o meu desgosto por meu filho ser um fracassado? Por matar tudo o que queria para ele?

O quê?

- Então, eu não tive escolha. Não me restou alternativa. E eu o matei. Tive que matá-lo.

Levei uma das mãos aos lábios, recuando, assustada e enojada. Ele... Ele... Ele havia matado o próprio... filho?

- Eu não poderia tolerar que meu filho, sangue do meu sangue, carne da minha carne, osso do meu osso, fosse um fraco, um tolo, um covarde. Foi tão simples culpar os Elementais. – confessou-me ele, cinicamente – Eu tive que representar o papel de um pai que perdeu seu bem mais precioso. E o fiz tão bem... As outras Tristezas nem mesmo questionaram o meu desejo de vingança, e permitiram que eu tomasse a vida daquele que roubou meu amado filho de mim, e como conseqüência, ainda naquela noite, eu tive o sangue de Ethan Harmmond em minhas mãos – vendo a minha expressão, ele confirmou –, sim, ele era o atual líder de Ephemera naquela época, e logo depois dele veio Vittore, seu bisavô, o pai de Amélia, sua finada e amada avó paterna.

Ducian sacudiu a cabeça com as novas lembranças que preenchiam seus pensamentos.

- Com o passar dos anos, percebi que precisava de um novo sucessor. Como minha esposa recusava-se a me dar um segundo filho, eu parti pelo mundo à procura da criança humana ideal. Vaguei de país em país, até chegar à América, na época da guerra civil, e foi lá que eu encontrei Aidan, a criança ideal, aquela que partilharia de meus sonhos, de meus projetos, e jamais me questionaria ou me recusaria algo.

Um sorriso cruel brotou em seus lábios, enquanto eu partilhava das mesmas imagens que enchiam sua mente: Aidan, com um brilho sombrio nos olhos, um sorriso cruel nos lábios e o coração tomado pelas trevas.

- Eu o tenho como meu próprio filho. E por isso, farei de tudo o que estiver ao meu alcance para salvá-lo e protegê-lo das demais Tristezas. Tudo o que estiver ao meu alcance, Agatha – era a primeira vez que ele mencionava meu nome, e ouvi-lo em sua voz rouca e cínica causou um calafrio em mim –, pode ter certeza.

Três leves batidas retiraram-me daquele transe, e eu me lembrei do exato local onde me encontrava, no covil do inimigo.

Um Mediador espiou pela pequena fresta aberta na porta, e quando viu que Ducian assentiu, escancarou-a, mostrando toda a sua reverência pela figura com quem falava:

- Senhor, nós o localizamos.

- Ah, ótimo! – Ducian vibrou, o semblante transbordando felicidade – Mandem chamá-lo, imediatamente! Quero vê-lo aqui o mais depressa possível!

Vendo a minha expressão taciturna, Ducian abriu um largo e cínico sorriso, assentou-se na elegante cadeira acolchoada atrás da escrivaninha, apoiando suas mãos no tampão de madeira.

- Kylle, acompanhe a srta. Bryce até seus novos aposentos, por favor. – pediu ele, os olhos safíricos destilando veneno como as presas de uma serpente.

Em seguida, o estranho fechava seus dedos ao redor de meu braço, puxando-me dali, enquanto eu tentava com todas as minhas forças fixar as solas de meus sapatos naquele carpete aveludado, tentando compreender, desesperadamente, do que raios aquele homem estava falando, mas a porta fechou-se segundos depois d’eu ser arrastada até um novo cômodo, mais aos fundos do corredor silencioso.

E então, eu fui jogada ali dentro, como um animal, a porta de madeira entalhada sendo fechada com violência e trancada, enclausurando-me ali, por sabe-se lá quanto tempo.

Lancei-me na direção da porta, minhas mãos voando para a maçaneta, tentando abri-la a todo custo, mas era inútil, eu estava presa ali e só sairia quando eles permitissem.

Girei o tronco, olhando em derredor, vendo a mobília luxuosa como as cadeiras acolchoadas, o divã elegantemente sobreposto em um dos cantos, os quadros e esculturas de artistas famosos, e uma lareira de alvenaria com a lenha crepitando sob as chamas intensas do fogo.

Desesperei-me, caindo estatelada no chão, sem qualquer esperança de sair dali. Levei ambas as mãos à face, mergulhando no mais profundo abismo negro e desesperador, mas não chorei.

As lágrimas estranhamente empoçavam em meus olhos. Talvez meu orgulho não me permitisse chorar, não queria deixar que aquilo me abatesse. Mas parecia tão difícil. Por que agora, eu estava experimentando do destino a que todos os meus ancestrais foram submetidos, subjugados. Todos eles.

E embora o desfecho no fim fosse inegável, e estivesse evidente, eu não queria aceitá-lo. Não ainda. Porque eu sabia, no fundo, Ducian daria um jeito de me arrastar para o segundo ritual de trancamento.

Ele o faria. Se conseguiu arrastar tantos outros antes de mim, por que comigo seria diferente? Principalmente porque eu representava uma ameaça em potencial, sendo neta de um dos mais temidos e poderosos Elementais, e descendente do primeiro e mais poderoso de todos eles.

Como eu mesma dissera, minha única certeza agora, era que minha vida terminaria, de uma forma ou de outra.

Vasculhei cada canto daquele estranho cômodo quando decidi que não me renderia assim tão fácil, procurei por qualquer coisa que pudesse me ser útil naquele momento, mas não encontrei nada. Estava desprotegida e a mercê de qualquer um ali dentro, inclusive de Crystal.

Porém, conforme a madrugada se alongava a minha frente, o cansaço dominou-me, consumindo meus membros com uma velocidade assustadora, até o ponto de eu não resistir mais e me deitar no divã, dizendo a mim mesma que não dormiria, não cederia, deveria permanecer alerta, como uma sentinela, mas minha necessidade momentânea falou mais alto do que meu desejo no fim, e eu adormeci, ainda ouvindo ao fundo o crepitar suave da lenha na lareira.

Despertei apenas quando uma voz chamou-me ao longe, então me vi voltando à realidade, ainda grogue e sonolenta.

- Ei, você está bem? – perguntou-me alguém, eu reconhecia aquela voz de algum lugar, mas simplesmente... não conseguia me lembrar – Acorde... Eu trouxe algo para você...

Apertei os olhos, para depois abri-los. Eles arderam, embaçados, e eu tive que esfregá-los para que aquela irritante sensação desaparece. Porém, quando consegui vislumbrar a figura que me chamava, a figura que inclinava seu rosto para mim, afastei-me de sobressalto, encolhendo-me no divã, observando os olhos castanhos de Benjamin, confusos por meu alarde, quase como se ele o achasse desnecessário.

Minha respiração encontrava-se entrecortada, dificultosa, o que ele estava fazendo ali? O que queria de mim? Assustar-me mais?

- O que você quer? – vociferei, desconfiada, pronta para correr e gritar caso ele tentasse algo.

Benjamin parecia absorver todo o meu medo, farejá-lo, ele enchia todo o ar daquela sala. Meu coração ainda retumbava em meu peito.

- Acalme-se... Eu não vou machucá-la, vim até aqui para lhe trazer um pouco de comida – murmurou ele, indicando para uma pequena bandeja com um copo de água e alguns pães.

Minha garganta estava tão seca que eu faria qualquer coisa por copo d’água. O líquido transparente contido naquele copo de vidro parecia chamar por mim, deixando minha garganta mais seca do que já se encontrava.

Benjamin seguiu a direção de meu olhar, pegou o copo e o ofereceu, gentilmente, para mim.

- Pode beber, eu trouxe para você.

Apertei os olhos diante do copo. Mil e uma possibilidades eram cogitadas por meu cérebro naquele momento. E se fosse um truque? E se a água estivesse envenenada? Era possível, não era?

Engoli em seco, as mãos de repente suando frio.

- Se quiser que eu prove um pouco antes, eu posso fazê-lo. Confie em mim, Agatha. Eu não desejo o seu mal.

Por um momento, olhei para ele. Aqueles grandes e intensos olhos castanhos. Seriam confiáveis?

Por outro lado, eu estava mesmo com muita sede.

Levei a mão, trêmula, até o copo, e o peguei, bebericando um pouco, e depois o entornando com muita vontade.

- Isso – encorajou-me Benjamin –, beba tudo.

Quando já havia bebido tudo, ele apanhou o copo de minhas mãos, serviu-o com um pouco mais da água da jarra de cristal e o devolveu para mim, suas mãos envolveram as minhas, e um arrepio percorreu o meu corpo.

- Beba mais, você precisa.

Hesitei, com o copo cheio em mãos, a garganta seca implorando por mais. Entreabri os lábios e o fitei por longos segundos, decidindo se faria aquela estúpida pergunta ou não.

- Por que está sendo gentil comigo?

Por mais que no cemitério ele tivesse demonstrado um lado sombrio e cruel, Benjamin não era como Crystal. Ele não tinha um motivo para me odiar, bom, além do óbvio, é claro: eu pertencer ao clã inimigo.

Ele suspirou, seus dedos massageando os meus, lentamente. Tentei recuá-las, mas ele não permitiu, prendeu meus dedos entre os seus.

- Nem todos nós odiamos a sua raça, Agatha. – ele sacudiu a cabeça, parecendo-me enojado com a ideia – É tão difícil ter que manter duas fachadas. Uma para aqueles a quem você deve respeito, e a outra, bom, para quem você verdadeiramente admira. A propósito, não tivemos a chance de nos apresentar corretamente, sou Benjamin Young.

Eu lembrava-me vagamente de Christian dizendo algo parecido com isso uma vez: nem todos os Mediadores gostavam dessa guerra, mas eram obrigados a participar dela, caso contrário perderiam suas vidas.

Será que Benjamin pertencia a esse distinto grupo? Teria ele encenado o tempo todo no cemitério?

- Eu não te odeio, Agatha. Não tenho motivos para isso. Eu só desejo o seu bem.

- Por quê? – indaguei, franzindo o cenho, exigindo que ele fosse sincero comigo. Seria Benjamin confiável?

- Porque já vi muitas mortes, e não desejo ver isso nunca mais.

Ele pareceu-me sincero ao dizer isso. Então... eu poderia confiar nele?

- Não se preocupe – disse-me ele, abrindo um sorriso inocente –, manterei Crystal longe de você.

Ele estendeu uma mão até meu rosto, ajeitando uma mecha de meu cabelo atrás de minha orelha.

- Se tudo der certo no fim, você ficará bem.

- E quanto a Daisuke? – eu tive que perguntar, embora a resposta fosse óbvia.

Benjamin não respondeu, ao invés disso soltou um longo suspiro, levantou-se do chão, sentando-se ao meu lado no divã. Em seu colo havia uma caixa pequena de madeira.

Seus olhos pareciam-me vagos, pensativos, distantes.

Delicadamente, ele tocou o ferimento em meu braço, que ainda latejava. Eu arfei, vendo-o abrir a caixinha e retirar de lá algodão e um vidrinho com água. Seus olhos castanhos encontraram os meus, complacentes, piedosos.

- Permita-me?

Como eu preferi o silêncio, ele puxou um pouco a manga de minha blusa, e eu arfei, sentindo o tecido grudar na ferida. Em seguida, ele molhou o algodão no vidrinho com água e o esfregou cuidadosamente no meu ferimento.

Em questão de segundos, meu corte já estava devidamente limpo, e Benjamin enrolava uma faixa de gaze ao redor do meu braço, prendendo-a com um pedaço de esparadrapo.

Assim que terminou o curativo, um sorriso – que ao meu ver foi sincero – iluminou seu rosto jovem e bonito.

- Pronto! Bem melhor assim, não acha?

Permaneci reclusa em meu silêncio, ainda esperando que ele me dissesse o que raios aconteceria com Daisuke. Ciente de minha expressão taciturna, ele levantou-se do divã, dando-me as costas.

Ele ainda pegou a pequena bandeja com a jarra de água e os pães e a depositou ao meu lado.

- Quando sentir fome, coma, assim que possível, eu trarei mais para você.

Baixei os olhos para minhas mãos, que ainda envolviam o copo d’água que ele tão gentilmente me trouxera, arriscando-se para alimentar uma prisioneira de guerra. Talvez eu pudesse confiar nele.

- Obrigada, Benjamin... Eu... Eu nem sei o que dizer... Eu...

De repente, suas mãos envolviam as minhas, e ele curvava-se diante de mim, os olhos cheios de uma suplicação e compaixão tão... comoventes. Ou ele estava sendo sincero comigo ou era um ótimo ator.

A primeira opção parecia mais fácil de aceitar. Afinal, eu não queria ficar sozinha ali de jeito nenhum.

- Não precisa se preocupar com isso. Nem me agradecer... Faço isso porque admiro muito a sua raça, Agatha.

Apertei o copo que estava entre meus dedos. Então, Benjamin afagou minhas mãos com as suas.

- Agatha, você precisará ser forte agora, mais do que nunca.

Ergui as sobrancelhas, sentindo meus batimentos acelerarem em meu peito.

- Por quê?

Benjamin suspirou novamente, parecendo-me hesitar em contar o motivo. E de certa forma, aquele suspense só agravava o meu alarde.

- Ao nascer do sol, as Sete Tristezas darão inicio ao ritual de trancamento em Daisuke.

Estaquei, completamente mortificada depois de ouvir aquilo. Daisuke...?

Meus olhos arderam pelas lágrimas.

- Não... – sussurrei, desesperando-me por ele, desesperando-me por eu ser a culpada de seu destino terrível.

- Sinto muito. – murmurou Benjamin, tentando me consolar de alguma maneira – Bom, em todo caso, eu preciso ir agora. Fique aqui, Agatha, é mais seguro para você. – aconselhou-me ele e retirou-se pela porta, trancando-a depois de sair.

E então, eu mergulhei em desespero novamente ao perceber que faltavam poucas horas para o amanhecer...

Aumentei a pressão das pegajosas palmas de minhas mãos em meus ouvidos, tentando parar de ouvi-los de qualquer maneira. Na verdade, se pudesse e tivesse tido a chance, teria arrancando-os fora na primeira oportunidade.

Tudo para parar de ouvir aqueles gritos angustiantes, aqueles gritos agonizantes, desesperados, atormentados. Gritos de uma alma que clama por salvação.

As lágrimas transbordavam de meus olhos, meus dentes trincavam-se com tanta força que eu temia moê-los com minha força. Mas o desespero, o medo e o tormento eram veneno dentro de mim, alimentando meu medo, minha insegurança, minha incerteza no amanhã.

Fazia horas que eu ouvia aqueles gritos sem cessar. Eles começaram quando os primeiros raios de sol despontaram – não que eu os tivesse visto – mas então, eles atravessaram o dia, e agora que o sol já devia preparar-se para se pôr, eles tornavam-se mais desesperados, mais aterrorizantes, despejando gelo em minha corrente sanguínea.

E eu já não suportava ouvi-los.

Quanta dor eles exprimiam. Quanto tormento estava contido neles. E aquilo nunca cessava, nunca tinha o seu findar.

Ao fundo, eu podia notar o coro de vozes sincronizadas, rezando em sua língua estranha, murmurando palavras que eu desconhecia, mas que me faziam imaginar que tipos de efeitos deviam ter sobre Daisuke.

 Pois aqueles gritos eram oriundos de uma alma desesperada. Uma alma que lutava para não ser destruída. Uma alma perdida, sem salvação.

Uma alma condenada.

Por Deus, por que isso tinha que estar acontecendo? Como alguém podia portar tanta maldade no coração? Tanta opressão... Tanto ódio. E por nada. Daisuke estava morrendo a troco de nada.

Perecendo em nome de uma guerra sem sentido. Desnecessária.

E agora eu havia sido arrastada para ela. E sabe-se lá o que fariam comigo.

O medo era como um verme rastejante corroendo meu coração, alimentando minhas desesperanças, dizendo-me que não havia saída para mim. Não havia outro desfecho. Não existia outro fim para mim.

E eu passaria pelas mesmas provações que meus ancestrais passaram. E no final, eu pereceria, como todos eles.

Era um ciclo vicioso. Um ciclo interminável.

Destapei os ouvidos quando os gritos cessaram, abruptamente. Permaneci com os olhos chorosos, os cílios molhados, as lágrimas correndo pelo rosto. E a tormenta assoladora deu lugar ao silêncio perturbador e inquietante.

Teria tudo... terminado?

Daisuke estava...?

A maçaneta dourada tremulou e a porta foi aberta. Levantei-me do chão no mesmo instante, vendo o mesmo homem do dia anterior que me atirou ali com violência, pegar com violência em meu braço, arrastando-me com ele pelos corredores.

O tal de Kylle não esboçou nada ao ver minha expressão confusa, ou as lágrimas em meu rosto.

- Lorde Ducian deseja vê-la. – murmurou ele, secamente, arrastando-me com ele com uma impaciência ainda maior e mais tangível.

Foi então que vi, assustada, dois Mediadores arrastando o corpo de Daisuke, sem vida alguma. Estranhos símbolos marcavam sua pele, como tinta vermelha.

Um dos homens que o carregava, arrastando suas pernas pelo piso escorregadio sorriu de forma satisfatória para o outro:

- Quais foram as ordens?

O outro homem, um pouco mais sombrio e taciturno, deu de ombros, como se estivessem discutindo o que fariam com o corpo de um cão e não de uma pessoa:

- Queimamos o que restou e desovamos em algum lugar qualquer.

O outro praticamente saltitou pela exultação, alargando o sorriso cruel em seus lábios.

- Lucius adorará o presentinho!

- Se ele o encontrar... – murmurou o outro, pondo um fim à conversa.

Passei por eles, perdendo-os de vista segundos depois. Quando a porta foi aberta, revelando-me o grande salão, todos se aquietaram, os murmúrios cessados todos de uma vez, enquanto as figuras em vermelho tornavam a se enfileirar, enfeitando o salão como fileiras de estátuas silenciosas e indiferentes.

Benjamin e Crystal estavam entre eles. Ele fitou-me com o que parecia um olhar de compaixão, e ela, com uma presunção inconfundível nas íris acastanhadas.

Fui conduzida mais uma vez até as Sete Tristezas. Assim que meus olhos encontraram-nos, notei algo diferente em todos eles. Poderia ser imaginação minha, mas todos aparentavam estarem muito cansados, exaustos.

Como uma pessoa que trabalha a noite toda e chega pela manhã, com as forças drenadas e exauridas, em casa, desejosa por longas horas de sono.

Imaginação ou não, as manchas arroxeadas em torno dos olhos estava ali. Então o ritual os enfraquecia? Seria isso?

Estaquei diante dos sete tronos luxuosos, então Ducian levantou-se e me chamou, dizendo para que eu subisse os pequenos degraus e me postasse ao seu lado.

Ele estava brincando?

Mas não decidi contrariá-lo. Ele ainda era o mestre do jogo.

Fiquei ao seu lado e fitei a porta que naquele momento era minha única saída daquele inferno. Aquela porta me levaria de volta à superfície.

Mas seria impossível alcançá-la naquele momento. Seria impossível fugir dali. Aquele era um sonho que jamais se concretizaria. Jamais faria parte da realidade.

Baixei os olhos, quando Ducian gesticulou para alguém, não prestei muita atenção ao que ele dizia por meio de seus gestos, mas estranhamente meu coração encontrava-se apertado.

E então, eu ouvi sua voz:

- Mandem-no entrar!

As portas duplas foram escancaradas, e alguém passou por elas. Elevei meu olhar, lentamente – e assustada –, reconheci cada pedaço do corpo que entrava em meu campo de visão.

Ele devia estar distraído, com a mente distante, pois não notou minha presença ali.

Sua face pendia para baixo, seus olhos acompanhavam seus pés, enquanto ele, lentamente, entrava na toca dos leões.

- Não... – sussurrei.

Não, não podia ser! Como? Ele me prometeu que não voltaria para cá! Mas então...

- Seja bem-vindo de volta, meu filho. Seja bem-vindo, Aidan.

Eu ofeguei, desesperada. O que ele estava fazendo ali? Por que tinha voltado? Ele não entendia? Se voltasse seria considerado um traidor! Seria mor...

Não queria completar esse pensamento. Mas... por quê?

Ao meu lado, Ducian sorriu, e quando Aidan finalmente sustentou seus olhos, ele voltou à realidade, ao me ver ali, ao lado de uma cobra venenosa. Nas mãos do inimigo.

Seus olhos castanhos arregalaram-se, tão apavorados quanto os meus. Ele mencionou vir até mim, mas dezenas de Mediadores interferiram, criando uma barreira entre mim e ele.

Tudo o que eu queria, tudo o que eu desejava, era gritar para ele para que corresse, para que fugisse. Mas eu sabia que seria em vão.

Porque agora, nós dois havíamos sido colocados frente a frente, mais uma vez pelo destino. E esta, poderia ser a última vez que o faríamos.

Porque o traidor havia retornado. E eu, sua inimiga número um e maior ameaça, estava ali também.

E agora sim, a provação estava iniciada. A tribulação havia começado.

Se sobreviveríamos a ela?

Com toda a certeza, não.

Com toda a certeza.


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Notas finais do capítulo

O.O Tenso! Aidan retornou a Sillentya mesmo com os avisos da Agatha... e agora??? O que será que o Ducian está planejando???


E o que acharam do Ducian? Bem falso ele não?? E ainda matou o próprio filho ainda por cima! Esse aí sim é malvado... E ele aprontará cada uma com a Agatha e o Aidan... melhor nem contar!


Vilãozinho mais chato que eu fui criar... rsrsrsrsrs...


Bom, já coloquei uma pequena prévia da 4ª fase no meu perfil, e ela será narrada pelo Aidan. Quem puder ler e depois me dizer o que achou, ficarei muito grata!


Daisuke, coitado, foi pro brejo... Tá, eu sei, eu sou muito má por matar meus personagens desse jeito... Mas alguém tem que morrer aqui, né?


E esse Benjamin será que está sendo sincero? Teria ele encenado no cemitério??? Sei não hein...


Muitas surpresas ainda estão por vir!


Próximo capítulo, Ducian começa com seu joquinho! Preparem-se para ficarem chocados!!! E Aidan como reagirá a isso?


As coisas estão esquentando por aqui!


Não se esqueçam dos reviews, elas são combustível para que eu escreva mais rápido!


Ah sim, e para aqueles que acompanham minha outra fic, Nopti Furtunoasa, eu decidi que vou continuar escrevendo-a, pois esta semana minha inspiração e autoestima retornaram, só terminarei a 3ª fase da Saga Sillentya primeiro e então voltarei a postá-la normalmente.


Beijinhos!!!