Saga Sillentya: Espelho do Destino escrita por Sunshine girl


Capítulo 1
Prólogo - O Sacrifício


Notas iniciais do capítulo

Como prometido, trago o prólogo "bomba" da terceira fase...

Obrigada a todos que já chegaram até aqui comigo... Vocês têm o meu carinho e a minha admiração!

E só mais um pedido: Não cortem meu pescocinho!!! Pleaaaseeee!

Boa leitura!



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Prólogo – O Sacrifício

Por quê?

Por que isso tinha que acontecer?

Eu...

Eu não consigo compreender.

Não posso aceitar...

Eu...

Não.

Talvez fosse tolice minha aguardar por outro desfecho que não fosse esse, e por outro final para mim que não envolvesse lágrimas e morte.

Eu fui uma tola. Pensei que pudesse escapar desse ciclo amaldiçoado ao qual toda a minha raça está aprisionada e sentenciada a perecer. E agora, olhe só, estou pagando o preço por ter bancado a tola e a ingênua. Pagando esse preço com o meu próprio sangue e a minha própria alma.

Durante todos esses meses, eu descobri algo surreal, algo que eu antes julgava ser impossível. Eu entrei por essa porta, e dela não mais saí. Porque uma vez dentro dessa medonha e inebriante dimensão, você não pode deixá-la, você não pode esquecê-la, você torna-se parte dela, como eu tornei-me um dia.

Nesse mesmo lugar habitado por criaturas tão supremas e poderosas, eu encontrei o meu verdadeiro eu, encontrei o lugar ao qual eu sempre pertenci. Eu desenterrei essas verdades, eu descobri esses segredos, e como conseqüência, aqui estou eu, atirada a própria sorte, padecendo lentamente nesse local inóspito e assustador.

E os abutres já rondam meu corpo, espreitando-me, apenas aguardando que eu enfim ceda para que eles possam devorar-me com voracidade e traguem-me para as suas negras entranhas...

Além destes segredos e destas inegáveis verdades, eu encontrei as mentiras nessa dimensão. Tantas e tantas foram contadas a mim durante todos esses anos. Tantas pessoas mentiram para mim, tantos tentaram enganar-me, até mesmo aquele quem eu mais amava, o grande amor de minha vida, aquele que me resgatou de meu poço vazio de solidão. Aquele que me tirou de lá, salvou-me de minhas próprias trevas...

Sim, ele mentiu para mim, desde o principio. E isso eu não posso suportar.

Não mais...

Eu carreguei esse fardo desde quando não tinha a menor consciência dele. É uma maldição que recaiu sobre mim, quando eu fui concebida, e atingiu-me ainda no ventre de minha mãe. Nunca houve chance de fuga. Nunca houve a menor chance de que eu pudesse sobreviver.

Mas mesmo assim, aqui estou eu, exalando meus últimos suspiros, sorvendo o perfume da vida, lutando por ela, enquanto meus lábios bafejam seus últimos suspiros, e o hálito da morte sopra em meu rosto.

Meu coração martela lentamente em meu peito, ele, assim como eu, já não tem mais forças para permanecer lutando, batalhando. Ele, assim como eu, quer se render, quer desistir...

Porque, talvez, não haja um motivo para me manter viva nesse momento. Pelo menos, não um bom motivo. Afinal, o que eu tenho a perder?

Eu não tenho mais nada. Nunca tive algo que pudesse ser chamado “meu”. E tudo o que possuo, são maldições, desgraças, tragédias, dores. Tudo o que possuo agora são minhas lágrimas, vertendo de meus olhos que sangram minha dor e meu tormento.

Mas, mesmo assim, mesmo que não tenha motivos suficientes para permanecer lutando nesse campo de batalha de vida e morte, eu quero viver. Eu quero continuar respirando, quero manter meu coração batendo em meu peito. Quero que meu corpo exale vida, mas eu não posso. Não tenho forças para tal e isso me assusta...

Ao meu redor, uma batalha letal ainda se desenrolava. Pessoas lutavam por mim, para me salvar. Pessoas como eu, amaldiçoadas e condenadas.

E ali estava eu, lançando seus sacrifícios pela janela, lançando tudo como se não fosse nada, abrindo mão de minha vida.

Eu ainda podia escutar os gemidos que escapavam de seus lábios, eles prendiam-se a chance de que em breve eu lutaria aos seus lados. Quão enganados eles estavam...

Eu não escaparia desta encruzilhada, não sobreviveria, não dessa vez, e isso me abatia ainda mais.

Eu era egoísta, sim, eu era, por estar deixando-os na mão justo quando mais precisam de mim. Aquelas pessoas tão bondosas que me acolheram, ofereceram-me abrigo e proteção quando mais precisei, mas que no fim, não puderam evitar o meu destino. Não puderam proteger-me dele.

Mas isso foi uma escolha inteiramente minha. Minha e de mais ninguém. Eu escolhi isso, escolhi sacrificar minha vida para salvar a vida dele... E faria tudo novamente se fosse preciso.

Eu confrontaria absolutamente tudo para protegê-lo. Usaria meu próprio corpo para lhe oferecer proteção e abrigo. Eu o manteria vivo com a minha morte.

E esse era o meu consolo.

Meus dedos cravaram-se no piso lustroso e escorregadio, buscando por ele e por mais ninguém. Tudo o que eu queria era sentir sua pele quente e macia nas pontas de meus dedos, sua face bela em minha palma. Assim eu partiria feliz, assim eu poderia deixar esse mundo que só me trouxe dissabores e desilusões. Mas, que também me proporcionou momentos tão adoráveis com meu amado.

Ele ficaria bem.

Ele viveria, eu repeti para mim mesma.

Remexi-me no chão pela primeira vez, sentindo a dor cravar-se nas minhas costelas, comprimindo todo o meu tórax, levando-me a sufocar.

Arrebentada por dentro, era assim que eu me encontrava naquele momento.

Tossi, cuspindo um pouco de sangue que se acumulava em meus lábios. E meus dedos novamente procuraram pelos dele.

Elevei minha face abatida, que estava comprimida contra o piso gelado. Através da densa cascata negra de meus cabelos, eu o vi, estirado ao chão, caído, derrotado, como eu.

Aidan apoiava-se em seus cotovelos, observando-me com os olhos pasmados, chocados. A dor estava cravada em seu rosto. E seus dentes trincavam-se pela fúria iminente.

Senti o gosto metálico do sangue em minha língua. Eu lembrava vagamente sobre algo assim em uma distante aula de biologia, como era mesmo? Hemorragia interna.

O líquido espesso e amargo subia por minha garganta, acumulando-se em meus lábios e escorria em filetes, empoçando no chão.

Os danos no meu corpo estavam evidentes. A dor esmagava-me como uma placa gigante de metal, prensando-me e prensando-me contra o chão duro onde seria meu túmulo.

Aidan estava tão ferido quanto eu, o talho aberto em seu tórax ainda sangrava, e as cicatrizes em suas costas demorariam a desaparecer.

Ele estava tão frágil naquele momento, tão frágil quanto um humano.

Tão frágil quanto eu.

Observei com minha visão embaçada e turva minhas mãos apoiadas no chão, minha pele ainda mais lívida, os hematomas presentes nela, as manchas avermelhadas espalhavam-se por elas, subindo por meus braços, meus ombros. Todo o meu corpo era cravado pela dor lancinante.

Eu estava tonta. Minha cabeça girava loucamente, e as paredes não paravam em seus lugares, enquanto a imagem de Aidan distorcia-se em minha mente. Eu não conseguia mais focalizá-lo.

Gemi de dor e lutando contra aquela força esmagadora que queria dominar-me ali mesmo, eu movi minha mão direita, agarrando-me ao piso com todas as minhas forças fracas e débeis.

Levei meu outro braço machucado para frente e trincando os dentes, enquanto o sangue ainda se acumulava em meus lábios, eu rastejei.

Arrastei-me como um decrépito animal que agoniza em suas últimas horas mundanas.

De bruços, eu esforçava-me para chegar até onde meu amado esperava-me. Esse seria o meu consolo, estar em seus braços uma última vez. Não diminuiria a dor de nossa despedida, e eu jamais me perdoaria por submetê-lo a aquilo, mas eu precisava. Era uma necessidade para eu estar com ele quando o sopro da vida deixasse-me, abandonasse meu corpo, minha casca vazia e frágil.

Eu sentia o torpor despontar no horizonte, preparando-se para dominar meu corpo para sempre. Eu não sentia minhas pernas, e nem mesmo sei como conseguia locomover-me daquela maneira, deslizando pelo piso lustroso.

O sangue endurecia em meu couro cabeludo. Minha cabeça latejava tanto a ponto de eu achar que estavam pondo uma britadeira nela. Era absolutamente insuportável.

Eu observava com minha visão nebulosa e distorcida as luzes que bruxuleavam como chamas de velas naquele salão gigantesco. Os pilares e os alicerces sustentavam o anguloso teto, escorando-o nas extremidades.

Muitas fendas haviam sido abertas nas paredes e nas vigas durante a batalha que eu acabara de presenciar. O pó espalhava-se pelo assoalho, enquanto blocos de concreto desprendiam-se lentamente, esfarelando-se ao tocar o chão.

Tornei a fitar Aidan, vendo que havia me detido em meu trajeto. Os olhos castanhos dos quais eu tanto senti falta, pousavam em meu rosto, atordoados, atormentados.

Eu tinha que chegar até ele de alguma maneira. Não me importava mais nada.

Cravei minhas unhas no piso e puxei o peso de meu corpo, a dor ainda consumia cada pedaço meu, cada célula do meu corpo. E o torpor já se diluía em minha corrente sanguínea, pronto para me tragar a qualquer momento, pronto para me envenenar lentamente com seu sabor doce e inebriante. Porque mais cedo ou mais tarde, eu beberia deste cálice, eu tomaria desta bebida, e adormeceria para nunca mais despertar.

E enquanto a morte selava meus olhos e meus lábios, toda a minha vida passaria bem diante de mim. Não exatamente ela toda, apenas os últimos meses, depois que encontrei Aidan, eu encontrei meu destino, encontrei meu verdadeiro propósito e enfrentei a minha derradeira batalha, ainda que a tenha perdido.

E enquanto meu corpo repousasse em águas tórpidas e mornas, enquanto meu cadáver fosse consumido pelos vermes da terra, meu espírito vagaria eternamente, amaldiçoando-se, rogando por misericórdia, por uma nova chance.

Este seria o meu único arrependimento, talvez. Não ter vivido minha vida como tive vontade. Não ter podido vivê-la ao lado daquele que amo. Jamais ver sua face adorada outra vez, jamais poder tocá-lo, beijá-lo, amá-lo como era de meu desejo.

Ainda que fosse meu destino deixá-lo naquele momento, eu prendia-me a minha vida com todas as forças. Agarrando-me como um condenado agarra-se. Segurando-me a ela como se fosse meu bem mais precioso.

Minha mão moveu-se mais uma vez, e alguém me amparou. Dedos longos envolveram meu pulso, puxando-me para si. Era ele.

Aidan puxou-me para si, mas seu movimento abrupto atenuou minhas dores e eu ofeguei de dor, gemendo lamentavelmente. Eu queria tanto ser forte agora, queria dizer a ele que tudo estava bem, que eu podia partir feliz, porque havia me sacrificado por ele, havia dado minha vida por ele.

Mas ao ver as lágrimas que se acumulavam em seus olhos, eu desabei. Minha coragem e força esvaíram-se. E eu mesma mal podia conter a minha dor.

Pois nada é mais doloroso do que uma lágrima nos olhos de teu amor. E nada pode ser pior do que saber de que quem o submete a esta dor, é você mesmo, você e o seu egoísmo.

Aidan virou-me de costas com cuidado. Eu podia sentir naquele momento que suas forças estavam tão exauridas quanto as minhas. O sangue ainda jorrava de seus ferimentos. Mas ele fazia-se de forte, ignorava a sua própria dor e preocupava-se em tomar as minhas.

Ele não me manteve em seus braços como era de meu desejo, preferiu repousar-me no estável chão, pois o menor balanço, o menor farfalhar, e meu corpo era tomado de dores.

Ele trincou os dentes novamente em um som audível e suas mãos hesitaram em afagar meu rosto.

Levantei minha mão, tocando seu rosto tão belo. Sentindo nas pontas de meus dedos cada traço que compunha seu semblante de deus glorioso.

E peguei a lágrima traiçoeira que escapara de seus orbes. Eu não queria vê-lo chorando, não era assim que eu queria que as coisas terminassem, não dessa forma bruta e violenta.

Eu queria poder falar-lhe, mas havia um bolo em minha garganta que não se dissolvia. E impedia-me de lhe falar.

Tive que engolir meu próprio sangue e forçar minha voz fraca e rouca, e mesmo assim mal passou de um sussurro.

- Não... Não chore...

Ele cerrou os olhos com força, privando-me de seu olhar, balançou a cabeça como quem espera despertar de um pesadelo terrível, embora saiba que a verdade inegável está bem diante de si.

Desta vez, suas mãos não hesitaram, envolveram minha face, enquanto seus olhos devoravam-me, famintos e desesperados.

- Como pode me pedir isso? – ele indagou, cuspindo as palavras furiosamente, parecendo ressentindo com meu pedido.

- Não quero... vê-lo triste. – sussurrei, usando meu escasso suprimento de oxigênio. Meu tórax elevava-se em um ritmo acelerado, enquanto eu tentava respirar, mas falhava miseravelmente com os dois imensos pesos que havia sobre meus pulmões.

- Agatha, por favor, não faça isso... – pediu-me ele, desesperado – Você não pode desistir, não agora!

Eu sorri, fraca e esgotada. Àquela altura o torpor já dominava quase todo o meu corpo, consumindo-me como uma fera faminta e selvagem.

- Eu... Eu não estou com medo... Sei que... Sei que deveria estar, mas...

Tive que me interromper, tossindo um pouco de sangue que havia entalado em minha garganta. O oxigênio já não mais chegava até meus pulmões, eu estava com falta de ar. Tinha pouco tempo e precisava ser rápida para lhe falar tudo.

- Aidan, eu não... Eu não tenho arrependimentos, se cheguei até aqui, foi porque os ventos do destino me trouxeram. Só lamento não poder ter vivido mais do nosso amor.

- Não diga isso! – ele vociferou, irritado – Por que, Agatha? Por que se meteu nisso? Por que interferiu? Você não deveria estar morrendo! Mas, eu, eu sim!

- Eu sacrificaria tudo por você...

Aidan desviou o olhar, zangado e amargurado. Segurei em seu rosto, trazendo-o para mim novamente. Meu coração batia mais fraco a cada minuto, estava chegando a hora.

- Aidan – eu o chamei novamente –, eu te amo, como jamais poderia amar alguém em toda a minha vida, como jamais pensei que poderia amar. Você me salvou tantas e tantas vezes, mas o mais importante, você me salvou de mim mesma, de minha solidão... De minha tristeza. Você trouxe vida até mim, eu sei que... Eu sei que te disse coisas horríveis, e não sabe o quanto me arrependo delas... Mas... Eu queria...

Dessa vez, eu não pude mais prosseguir. Meu suprimento de oxigênio havia terminado. Era impossível para eu continuar. Aidan viu meu desespero, meus olhos esbugalharem, meus dedos cravaram-se em sua camisa, eu buscava por mais ar, mas não encontrava.

Minhas costas arquearam-se no chão, tombando minha cabeça para trás, e os espasmos de dor atingiram-me com uma intensidade muito maior.

Eu cerrei meus olhos, atordoada, vendo as manchas negras toldarem minha visão. Ao longe, Aidan me chamava. Eu queria responder a ele, eu queria voltar, não poderia partir antes de lhe dizer aquilo!

Do fundo de minha garganta invoquei um grito agudo de dor, lutando por minha vida até o último segundo. Mas meu coração já falhava em meu peito.

Era demasiadamente tarde. Os sinos soavam, o entardecer chegava, o sol punha-se no horizonte para mim. O relógio badalava, eram os meus últimos segundos. E o desespero dominou-me.

Semicerrei meus olhos, tentando banir as manchas pretas que toldavam minha visão. Aidan pegou-me em seus braços, tentando reanimar-me a qualquer custo. Mas ambos sabíamos que não haveria chance de enganar a morte desta vez.

Lutei para manter minha mão em sua face, lutei para fazer com que ele encarasse-me, olho no olho, face a face. E um sorriso involuntário projetou-se em meus lábios.

Eu havia me esquecido da beleza de seus olhos, do quão profundos e penetrantes eles eram. Eu morreria feliz, tendo como última imagem, o seu olhar insondável e indecifrável, dono de tantos segredos e mistérios.

Eu ainda podia ouvi-lo gritar meu nome, uma fraca voz ao longe. E batalhei internamente contra todas aquelas sombras medonhas que tentavam engolfar-me.

Era uma batalha perdida, mas eu precisava de cada segundo a mais que tivesse com ele. Eu precisava lhe dizer o que estava entalado em minha garganta, e não partiria até conseguir.

Encontrei minha voz, forçando-a através de minha garganta, mordendo minha língua a fim de retirar o torpor que naquele momento a dominava. E com meus últimos esforços, as minhas últimas forças, eu tentei, mais uma vez.

- Aidan... Eu... Eu... Eu te...

Foi o que bastou.

As sombras avançaram sobre mim, movendo-se como tentáculos e garras vivas, sobrepuseram-me ao meu desejo de permanecer um pouco mais. Lançaram-se sobre meu corpo, sufocaram minha alma, levaram-me a vida.

Todo o meu corpo agora era dominado por uma moleza desesperadora, eu já não podia mais controlar meus próprios movimentos.

Ainda fitando os olhos castanhos de Aidan, ainda olhando para eles, agarrando-me a eles como minha salvação, eu desisti... eu me entreguei para os braços da morte, eu perdi essa batalha, irrevogavelmente.

Meus dedos afrouxaram em sua camisa, minha mão que repousava em sua face, deslizou lentamente, e caiu, flácida e sem vida alguma no chão. Meus lábios permaneceram entreabertos, como portas escancaradas, permitindo que os últimos resquícios do hálito da vida que ainda havia em mim continuasse a escapar por eles.

Meus olhos ensombreceram lentamente, enquanto os tentáculos negros puxavam-me para baixo e para baixo, fazendo-me submergir naquelas águas negras e tórpidas.

Era o fim.

As manchas negras avançaram sobre minha visão. Eu já não tinha mais consciência de meu corpo, eu já não tinha mais consciência dos braços fortes de Aidan ao meu redor.

E a morte selou meus olhos, eu os cerrei vagarosamente.

Os tentáculos no fim venceram, arrastaram-me para as profundezas inóspitas daquelas águas traiçoeiras. Meus ouvidos captavam ainda as tentativas frustradas dele em reanimar-me.

Ele clamava pelo meu nome, ele me chamava. Mas eu não poderia respondê-lo... Nunca mais.

“Aidan, eu te perdôo, meu amor, eu te perdôo por tudo”.

Esse foi meu último pensamento antes que minha mente sucumbisse às ações da morte.

E um urro doloroso e ensurdecedor eclodiu da garganta dele. Isso foi a última coisa que pude registrar, depois, mais nada. Absolutamente nada.

Apenas a morte, apenas ela a acompanhar-me. Apenas ela e sua presença aterradora e sinistra. Ela e seu manto gélido e fúnebre. Manto este, que acabou por me envolver no fim. Presença esta, que arrastou minha alma consigo até os confins desabitados do tártaro, onde o barqueiro esperava-me. Uma viagem da qual não havia volta, definitivamente.

Uma viagem em que só havia um único destino: a perdição eterna, a separação minha e de Aidan, para sempre...


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Notas finais do capítulo

*chora*

Ahhhhhhh! Eu chorei escrevendo esse prólogo! E acredito que vou chorar ainda mais quando escrever verdadeiramente essa última cena... OMG!

Agora, lembrem-se do meu pedido: não me matem! Tudo na fic possui um propósito!

Deixarei que vcs mesmos tirem as suas próprias conclusões a respeito desse prólogo... Não direi mais nada!

E sem reviews eu paro!!!! Não escrevo para fantasminhas!

Agora, quero comunicar que tirarei umas férias de Sillentya, ficarei algumas semanas sem postar, pois preciso compensar o atraso em Nopti Furtunoasa... A não ser que todos consigam me alcançar, daí eu retorno mais cedo com o 1º capítulo, senão...

Então, até breve!

Beijinhos!!!