All I Want Is You escrita por Nunah, imagine


Capítulo 18
capítulo 17 - she'll never be me




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Ponto de vista: Poseidon

Fui até o ponto que Hefesto me indicou que eles estariam, mas não estavam de fato todos lá. Na verdade, só havia uma pessoa.

E a rua estava deserta.

Desci do carro e caminhei até a mulher encostada na parede desgastada de um prédio.

- Sabia que você viria.

- Vamos acabar logo com isso.

- Oh, não, não, não. Não precisamos ter pressa.

Engoli em seco.

Anfitrite abriu aquele sorriso arrogante que tinha, mas que sempre fazia os homens ao seu redor babarem.

E era exatamente isso que ela queria.

- Vamos Poseidon, eu sei que você quer.

Suas mãos subiram por meus braços até se enroscarem no meu cabelo.

Eu tinha intuições que...

Aquilo não daria certo. Definitivamente.

E eu tinha que lutar contra o desejo que renascia em mim.

- E-eu não posso.

Tentei me afastar, sim, eu tentei. Mas minhas pernas não queriam colaborar.

- Não pode resistir à mim. Eu te conheço, lembra?

Apoiei minhas mãos na parede atrás dela.

Eu não poderia perder a cabeça. Não agora.

Eu tinha que pensar em Athena. Percy. Annabeth. Apolo. Zeus.

Enquanto sentia seu hálito quente; enquanto sentia suas mãos entrando eventualmente embaixo da minha camisa.

- Poseidon.

- Não, eu não posso.

Olhei em seus olhos arroxeados, e ela já sabia do que eu estava falando.

- Não sou ciumenta.

- Você não entende.

Me afastei o bastante para poder respirar novamente, era como se todo o ar do mundo tivesse desaparecido.

Até que senti suas mãos novamente, em minhas costas.

- Ela nunca será como eu. E você sabe disso. – ela sussurrou.

Eu não podia deixar ela me seduzir. Já caí nessa uma vez, não poderia acontecer de novo.

Se uma pessoa te enganar, ela merece apanhar. Mas se ela te enganar novamente, quem merece apanhar é você.

Era um truque.

You know I’m one of a kind

Boy what’s this I see

Your girl she looks just like me

Blond hair and dressed to a T

You tell me how can this be

If she knew I was the one

Who used to turn you on, yeah

But you don’t want to talk about it

- Onde eles estão, Anfitrite? – perguntei, frio.

- Não sei. – ela falou, simplesmente.

- Não brinque comigo, vai me dizer que não sabe onde estão seu marido, sua filha e o resto do bando?

- Por que quer saber isso? – ela sorriu. – Te conto se me der o que quero.

- Nem pense nisso.

- Você não está em condições de negociar.

- O que você quer?

Eu sabia o que ela queria, e ela sabia que eu sabia.

- Você sabe muito bem o que eu quero.

Por que raios meus movimentos têm que trair minha mente?

Eu estava ciente de que aquilo era um plano, um truque. Eu sabia que não deveria dar ouvidos à ela. Então por que eu tinha colocado minhas mãos em sua cintura? Eu não poderia ser tão burro assim, não poderia.

Eu tinha que pensar em Athena. A mulher que eu disse que amava há minutos antes. A mulher que tinha dito que me amava, depois de anos. A mulher que estava preocupada comigo.

Eu não poderia trair Athena. Eu a amava. Eu não posso trair a mulher que amo, a única por quem eu senti algo.

- Nunca poderá me substituir – ela sussurrava. – Sabe disso. Porque eu sou única.

When you think you can find

Someone to fill my shoes

And you ask yourself why

That she don’t do the things I do

And you can’t deny

That everywhere you go

You see my face hear my name

And it eats you up inside

- Você ainda não me esqueceu Poseidon.

Ah, droga, aquilo era como veneno.

Mas, como um homem pode lutar contra o próprio desejo? Mesmo que seja errado, mesmo que seja traição, mesmo que...

- Ainda pensa em mim. Você ainda me quer.

- N-não.

- Você ainda me deseja. Você ainda se lembra da minha pele, do meu cheiro, você ainda me quer.

Não.

Eu não poderia ceder.

Eu não... Não...

Mas era tão difícil.

Difícil de resistir.

Eu mal conseguia pensar. Como poderia não ceder àquilo?

Era como se fosse veneno, me hipnotizando, me levando à loucura.

- Vamos lá, eu sei que você quer.

- Eu não posso. – falei com a voz já enfraquecendo.

Ela riu.

- Mas você quer.

- Não... Eu não...

- Sim, você quer.

Estaria eu deixando ela me iludir? Ou eu realmente queria? Eu não... Não conseguia raciocinar... Não era pra ser algo tão forte. Eu tinha esquecido ela. Tinha.

- Pare de resistir, só está sendo perda de tempo.

You know I’m one of a kind

There’ll never be another me

Can’t get me out of your mind

You’re lost in your own fantasy

And when you look in my eyes

Is it hard for you to realize

She’ll never be me

[…]

Não. Aquilo não podia ter acontecido. Não.

Eu não poderia ter me deixado levar por...

Não.

Estava tudo embaçado. Tudo desfocado.

Eu não tinha a mínima ideia de onde estava.

Eu não conseguia me mexer.

Meu corpo doía todo.

Deus, o que havia acontecido?

Eu mal sentia meus dedos.

Ouvi o telefone tocar.

Não, era o meu celular.

E alguém atendeu.

- Olá, querida Athena.

Ah. Não.

“Anfitrite?”

Estava no viva-voz. Merda.

- Como vai a vida?

“Onde ele está?”

Pelo que eu conhecia aquela mulher, ela estava muito, muito furiosa. E preocupada.

- Meio, hm, ocupado.

E me olhou e sorriu, jogando o aparelho dentro de um copo d’água.

Ótimo.

- Desculpe querido.

Argh.

Why can’t you see it girl

Got no identity

Whenever he’s watching you

He’s really thinking of me

If she knew I was the one

Who used to turn you on, yeah

 But you don’t want to talk about it

- Bom trabalho.

Ah, eu reconhecia aquela voz. Apesar de não poder ver muito bem, eu sabia que era ele.

Pelo menos, eu tinha chegado até lá. Mesmo não sendo da maneira esperada.

- Disponha.

Anfitrite piscou e saiu por uma porta.

- Ela é realmente persuasiva, concorda? Sabia que seria perfeita pra ficar na sua cola. No começo, achei que vocês não conseguiriam firmar um relacionamento, mas ela conseguiu você, afinal. Ela não ligava para suas traições, contando que ainda estivesse na mesma casa que você.

- O que você quer? – murmurei.

- Já consegui o que queria, estou só me divertindo, e claro, tomando providências para que não haja nenhuma testemunha.

- Por que mandou matar Zeus? Ele nada tinha a ver com isso.

- Defendendo o sogro? É, você é mesmo um bom genro. Mas, sinceramente, ele tinha tudo a ver com meus planos. Sabe Poseidon, vou lhe contar uma história.

“Era uma vez um homem e uma mulher que tiveram um filho, John. Então, eles adotaram um outro menino, mais velho, o nome dele era Zeus. Com o passar dos anos, o casal ficou encantado com as diversas habilidades do garoto e o declarou herdeiro de uma grande empresa, a Buddies. John, revoltado, sumiu no mundo. Muitos anos depois, ele ficou conhecido por seus feitos como Cronos. Enquanto Zeus trabalhava em uma de suas muitas missões matando caras maus, Cronos matava seu pai, deixando assim, de uma vez por todas, a empresa para o todo defensor do bem, Zeus. Agora, ele não quer mais a empresa, apenas vingança, por um menino desconhecido ter roubado em tão pouco tempo o seu lugar de favorito na família, fim”

- Só pode estar brincando.

- Na verdade, não. E como você vai morrer em breve junto com minhas sobrinhas-primas, não me importo de ser sincero com você.

- Mas Frederick... Ele...

- Ele é, sim, meu primo de sangue, por parte de mãe, mas Zeus não sabia disso, é claro.

Então Cronos era irmão de Zeus. E matou o próprio pai e o irmão por vingança.

E ele contava tudo aquilo com tanta naturalidade...

E depois dizem que a maioria dos vilões são ruins por não terem uma infância boa e ninguém acredita.

Vou rever meus conceitos, é.


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