Tanya Denali escrita por AnnaJoyCMS


Capítulo 29
Capítulo 28. Despedida


Notas iniciais do capítulo

N/A: Capítulo Final!!! AAAAAAAAHHHHHHHHHHH....
ahsuahsuahs

Aí estão as emoções finais da minha primeira FIC. Acho que eu nem precisava dizer que essa foi minha primeira... Tenho certeza que vcs notaram...! rsrsrsrsrs

http(**)//letras(*)terra(*)com(*)br/cassia-eller/12565/
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O link acima é o da música citada logo no início do texto, e quem gosta de ler ouvindo a música escolhida pela autora (como eu!), carregue primeiro e aperte o play junto com a Kate! **pisca**

Boa leitura e divirtam-se! *-*



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28. DESPEDIDA

Paramos na frente da porta tomando coragem.

Aquele quarto tinha estado trancado desde que ela saiu para viajar sozinha por um tempo, amargurada porque havíamos prestigiado o casamento de Edward e Bella.

Kate inalou profundamente, depois soltou o ar e prendeu a respiração, indicando que ela evitaria respirar.

Não quis fazer isso. Uma vez que nossa intenção era nos despedir de uma vez por todas de Irina, eu enfrentaria tudo. Seus objetos pessoais, suas fotos, suas roupas, seu cheiro, sua presença em cada canto daquele quarto; tudo que deveríamos encaixotar e mandar para a caridade, ou guardar nós mesmas, ou lembrar com carinho e saudade.

Eu girei a maçaneta e a porta se abriu lentamente.

Estava tudo ali.

Tudo em seu devido lugar.

Só a dona de todos aqueles objetos não voltaria mais.

O vampiro que lhe tirara a vida injustamente, também já não existia mais, e agora precisávamos seguir em frente.

Entramos lentamente e Kate passou os dedos pela estante empoeirada até tocar suavemente no play do aparelho de som.

Imediatamente, um violão invadiu o ambiente.

.

Por enquanto

.

Mudaram as estações, nada mudou
Mas eu sei que alguma coisa aconteceu
Está tudo assim tão diferente

.

Sim. Muitas coisas estariam diferentes...

Não estávamos mais sozinhas – Kate e eu. E a impressão que eu tinha é que, ao mesmo tempo, sempre estaríamos sozinhas. Era incoerente.

Pensamos que nós três estaríamos juntas para sempre...

.

Se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar
Que tudo era pra sempre
Sem saber, que o pra sempre, sempre acaba

.

A letra da música tinha razão. O “pra sempre”, sempre acaba...

Nada. Nunca. Vai ser do mesmo jeito.

Olhei para as fotos na estante...

Lembrei-me daquela tarde em Woodstock, nós três no lendário show do Jimmy Hendrix.

A foto em preto e branco das três enfermeiras voluntárias do exército norte-americano, durante a Segunda Guerra, também estava lá. E algumas outras de nossas viagens ao redor do mundo.

Kate admirava a nossa pintura na parede em frente à estante. “Os Três Anjos Nus”... Foi como o grande Modigliani chamou o quadro, que ele fez e batizou, durante uma orgia, na distante Paris do início do século XX. Ele não sabia que pintava três vampiras, havia haxixe demais em seu organismo, para que ele pudesse perceber que tinha algo de diferente conosco...!

.

Mas nada vai conseguir mudar o que ficou
Quando penso em alguém só penso em você
E aí, então, estamos bem

.

Mesmo com tantos motivos
Pra deixar tudo como está
Nem desistir, nem tentar agora tanto faz
Estamos indo de volta pra casa

.

Essa música... Parece até que Irina planejou isso... A escolheu...! Era perfeita para esse momento de despedida. Finalmente, deixaríamos que ela fosse... Agora estávamos prontas.

Kate pegou algumas caixas no closet e nós começamos a colocar cada objeto lá dentro. Guardar tudo. Havia uma infinidade de fotos soltas de portarretratos, a maioria feita pela própria Irina. Fotografia era o seu hobbie, assim como a escultura é o meu. Os livros não eram tantos, se comparados com os meus, ou de Carlisle; tampouco os CD’s eram muitos, também se comparados com os de Edward. Vários quadros estavam fora das molduras enrolados em canudos, alguns pintados por mim.

Dez séculos seriam cuidadosamente encaixotados.

Só restaria a saudade. A lembrança.

Cada canto daquele quarto estava repleto delas... Lembranças.

Desmontamos a estante e a enorme cama – comprada depois da chegada de Laurent. Elas não combinariam com os novos planos para aquele quarto...

Esvaziamos o closet, limpamos o banheiro e após algumas horas, estava tudo limpo. Vazio.

Quando abrimos a porta para levarmos as caixas dali, Esme já nos aguardava do lado de fora sorrindo gentilmente, como era seu costume. Com certeza Alice já a avisara o que queríamos que ela fizesse, e ela parecia mais do que ansiosa em começar.

– Deixe-o lindo e aconchegante para a minha florzinha...! – pedi. Ela somente assentiu sorrindo e entrou para tirar as medidas.

A essa altura eu ainda podia perceber, em minha mente, os pensamentos de Lucca e tudo não passava de neve e vento. Ele ainda corria, deixando a mente vazia. Compreendi que era uma espécie de meditação para ele, desenvolvida com a prática de séculos.

Somente quando o dia clareou, minha mente ficou limpa e imaginei que talvez ele tivesse se transformado de novo. Isso me preocupou um pouco. Onde ele estaria? Será que sentiria frio? Vi quando ele caçou alguns ursos polares, então com certeza, ele não teria fome. Com certeza estava dormindo...

Daqui pra frente, sempre seria assim... Preocupação e espera durante a lua cheia... Eu não me importava, sabia que ele voltaria para mim. Além do mais, nada pode ser pior do que aquele vazio de antes.

Nessie e Sophia ainda dormiam quando os clãs aliados e os nômades começaram a se despedir.

Cada nômade tomou um rumo diferente. Todos prometeram que não caçariam no estado e desapareceram.

O clã irlandês, apesar de ter chegado primeiro, foi o último a partir.

– Será que agora você acredita, Siobhan? – perguntou-lhe Carlisle sorrindo para a amiga.

– Bem... – hesitou ela. – Talvez você tenha razão...! Talvez... Eu possa fazer acontecer tudo aquilo que desejo ardentemente.

Começamos a arrumar a bagagem de Athenodora, pois ela voltaria à Itália assim que Lucca retornasse.

Eike também se despediu e, separando-se de Karl, também partiu sozinho. Eu não entendi o que Karl esperava... Mas, enfim... Não o mandamos embora, ele agora se mantinha mais discreto e não me importunou mais.

Dois dias depois, os Cullens se despediram; após Esme entregar a reforma do antigo quarto de Irina a uma emocionada e risonha garotinha que simplesmente amou o seu novo quarto.

Esme modificou totalmente o lugar, transformando-o em um pedaço de sonho cor de rosa dentro do chalé. Eu fiquei muito feliz por Sophia, mas lamentei que Lucca não estivesse aqui.

– Eu estava muito preocupado com você quando resolvemos vir para cá há quase um mês, minha querida! – confessou Carlisle. – Mas agora, sinto que posso voltar para casa tranquilo sabendo que você estará em boas mãos. – gracejou olhando para Sophia, que se despedia de Nessie.

– Porque vocês não ficam mais um pouco? – pedi. – Já não estaria na hora de mudar de Forks? Passem um tempo aqui conosco.

– Agora não seria possível... – ponderou ele. – Edward e Bella deverão ir à Darthmouth, antes que percam as matrículas que estão trancadas há mais de um ano. Eu estou pensando em dividir meu tempo entre a Medicina e a educação de Nessie. Irei ensiná-la em casa, até que ela esteja pronta para ir à escola. – eu assenti e disse:

– Obrigada por tudo meu amigo! – e o abracei.

Sophia não desgrudava do abraço em Nessie, as duas estavam chorosas. Edward puxou sua filha para seus braços prometendo repetidamente que voltariam em breve para visitar Sophia.

Logo, foi a vez de Rose apertar minha filha com carinho e uma pergunta invadiu minha mente:

“Mamãe, quando iremos vê-los de novo?”

Eu a trouxe para meus braços e prometi:

– Logo, querida! Prometo levá-la à New Hampshire assim que eles estiverem estabelecidos por lá, está bem?

Ela balançou a cabeça, concordando com um lindo beicinho no lábio inferior.

Abracei Alice e Bella agradecendo por tudo. O encontro perfeito, o casamento, cada plano de distrações para minha fase depressiva... Tudo!

E, assim, ficamos somente nossa família com Athenodora, Paolo e Lucila, que partiriam em breve; e Karl, que procurava manter-se discreto e calado. Começamos a planejar uma viagem de caça, para assim que Lucca voltasse e os outros partissem.

Eu passei estes últimos dias de lua cheia acompanhando o crescimento acelerado de Sophia. Durante a noite, quando ela finalmente dormia, eu voltava a trabalhar na estátua de Lucca, que agora a segurava nos braços.

Os pensamentos de Lucca, antes claros e vívidos em minha cabeça, começaram a se tornar fracos. Não que ele não estivesse ali, mas era a lua cheia que chegava ao fim; pelo menos, era a isso que eu atribuía a mudança. Nossa primeira lua cheia conectados mentalmente, a primeira de muitas...

– Você ainda pode ouvi-lo? – perguntou-me Karl após pedir licença para me fazer companhia no atelier, enquanto eu dava os arremates finais na escultura. Não tive dificuldade em saber de quem ele estava falando.

– Não muito agora, essa noite foi quase nada... – respondi vagamente. – Acho que com o fim da lua cheia e ele enfraquecendo, nossa conexão mental também fica fraca. – minha voz saiu cheia de preocupação. Como ele faria para voltar para casa? Lucca saiu transformado. Sua barraca de camping, suas roupas e agasalhos estavam todos aqui.

– Ele deve saber o que está fazendo. – consolou-me Karl. Achei aquilo estranho, mas aceitei seu esforço em reconhecer a derrota e ser meu amigo. Ele continuou. – Isso tudo é novo para você, para ele não. – eu assenti me deixando convencer.

Logo iria amanhecer e eu queria já ter tomado banho, para retirar o pó de mármore, quando Sophia acordasse. Saímos juntos do atelier, meus olhos imediatamente fitaram a lua e pelos meus cálculos, na noite seguinte ela começaria a minguar.

Karl acompanhou meu olhar e balbuciou:

– Vou correr um pouco... Conhecer melhor a região. – eu sorri assentindo e entrei.

Todos estavam aqui embaixo. Paolo, Lucila, Eleazar e Carmem conversavam na sala. Athenodora estava no escritório usando a internet. Kate e Garret jogavam xadrez.

Subi e após uma passada rápida no quarto de Sophia – e me certificar de que ela dormia como um anjinho, que ela era –; subi o lance de escadas que levavam ao meu quarto, e entrei indo direto para o banheiro.

No exato momento que eu ia tirar a roupa, meu celular tocou exigente sobre a escrivaninha. Olhei o visor e surpresa, vi que era Alice.

– Alice! – atendi sorrindo. – Você já está com saudades de mim?!... – brinquei.

Tanya... – sua voz era tensa. Imediatamente meu corpo ficou gelado e paralisado com o estresse.

– O que foi Alice? – perguntei movendo somente minha boca em um sussurro.

– Onde está Karl?

– Eu não sei Alice... Ele disse que iria dar uma volta, correr um pouco...

– Tanya, vá atrás dele ou de Lucca. Acho que... Karl o está caçando...

Eu sequer me despedi e desliguei o telefone. Apenas o deixei cair no chão e pulei pela janela do meu quarto evitando descer as escadas.

Caí – elegantemente e de pé – na neve em frente ao chalé e Kate veio rápido ao meu encontro. Com certeza estranhando eu saltar pela janela após atender ao celular.

– O que foi? – perguntou ela alarmada. – Quem era ao telefone?

Não respondi. Peguei o rastro de Karl e disparei correndo como uma flecha. Senti que era seguida por Kate, Garret e Eleazar, então disse em volume normal, para que somente eles escutassem:

– Era Alice ao telefone. Ela queria me avisar... Karl está aprontando... Está caçando Lucca.

– Acalme-se Tanya... – disse Eleazar, mas eu o interrompi.

– Ele está fraco Eleazar... – respondi em pânico. – Lembra! Ele fica fraco quando a fase da lua cheia termina... Se Karl encontrá-lo... Lucca será uma presa fácil...

Pensei no relato do diário de Athenodora sobre a morte de seu filho Tirreo. Imaginei Karl mordendo e matando Lucca e enxerguei tudo vermelho, forçando minhas pernas a ir mais rápido, como eu nunca corri antes.

Eu precisava acreditar que ele perderia tempo de alguma forma, porque sua dianteira era muito grande... Eu chegaria tarde demais...

Meu peito explodiu em um rosnado de angústia e Kate disse:

– Acalme-se irmã, por favor... Nós vamos chegar a tempo.

Bem ao norte do Parque Nacional de Wilderness, quando já amanhecia, senti o odor de Lucca-lobisomem e meu desespero aumentou porque o rastro de Karl também estava ali e já não havia lua no céu.

Os rastros nos levaram a uma clareira, onde bem ao centro, Lucca jazia caído desacordado e nu, e Karl sacudia seu corpo com o pé. Quando vi aquilo saltei para bem perto deles e movendo-me como um borrão invisível a olhos humanos, choquei-me contra Karl no exato momento em que ele iria para cima de Lucca no chão, com seus dentes venenosos a mostra.

Rolamos pela neve por um instante e nos postamos de pé, em seguida rosnando furiosamente e em posição de ataque. Mas eu estava entre ele e Lucca, que ainda estava jogado ao chão. Karl, então, gritou indolente:

– Se você não vai ser minha, não será dele também...

Ele avançou para cima de mim, mas exatamente quando íamos nos chocar, Eleazar entrou no meio e eles começaram a lutar violentamente, como em uma dança furiosa.

Girei sobre meus pés e fui ver Lucca, que ainda estava ao chão. Procurar por uma mordida completamente desesperada.

Kate e Garret alcançaram os dois vampiros que lutavam. Eleazar afastou-se dele por um momento, num timing perfeito e com Kate, que aplicou em Karl seu choque elétrico em máxima potência. Ele caiu ajoelhado, propiciando a Eleazar a oportunidade que ele precisava para arrancar-lhe a cabeça, com apenas uma dentada certeira no pescoço.

Garret rosnou em contentamento, totalmente selvagem e Kate olhou para ele com uma sobrancelha maliciosamente levantada. Não pude deixar de rir deles, aliviada demais porque Lucca estava bem. Karl não chegara a mordê-lo. Ele só estava dormindo, exausto demais após correr tanto.

Levantei-o em meus braços cuidadosos e disparei para levá-lo ao chalé, enquanto os outros terminavam de desmembrar o desgraçado do Karl.

Chegando lá, subi com ele pela minha janela, escalando com facilidade. Depositei Lucca em nossa cama e o cobri. Ele ressonava totalmente alheio. Desci e tranquilizei os outros, principalmente Athenodora. Sophia ainda não havia acordado.

Voltei para a clareira ao norte levando comigo um isqueiro. Era necessário fazer uma nova fogueira. Eu só esperava que fosse a última...


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Notas finais do capítulo

N/A: E aí? O que acharam? Comentem e façam minha felicidade!...

Conforme prometido, posto um epílogo ainda. Amanhã! ;*

Bjokas! *.*