Tanya Denali escrita por AnnaJoyCMS


Capítulo 27
Capítulo 26. Lua Cheia


Notas iniciais do capítulo

N/A: Boa leitura!!!*-*



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26. LUA CHEIA

No dia seguinte, nosso grupo ficou completo com a chegada de Peter e Charlotte, Randall, Mary, o clã romeno – Stefan e Vladimir, que desta vez não vieram sem ser convidados –; e Charles e Makenna, que com eles trouxeram mais treze dos nômades ameaçados pelos Volturi após o desfecho no ano passado.

Assim, incluindo os quileutes, vampiros e Lucca, formávamos um grupo de sessenta e cinco aliados contra os Volturi. Não contávamos Athenodora e seus dois acompanhantes, mas a certeza de que as coisas seriam muito diferentes este ano me deixou mais tranquila. Agora não se tratava tão somente de vingar Irina, havia outros interesses em jogo.

Dois dias de céu nublado e nevasca passaram indistintamente rápidos e alguns preferiram esperar pelos Volturi na clareira escolhida por Carlisle e Eleazar, a leste do Parque, por ser um dos pontos mais afastados de qualquer cidade. Demetri os levaria até lá com facilidade. 

Na madrugada do terceiro dia, quando o tempo começou a melhorar novamente, Alice fixou o timing para aquela tarde, então Lucca e eu, bem como Edward e Bella montamos acampamento para as duas crianças, pois partimos imediatamente para a clareira e assim, elas ainda poderiam dormir um pouco.

Lucca, que se deitou na barraca com Sophia, passou uma noite agitadíssima. O convexo da lua crescente era muito reduzido e me pareceu que isso, somado à proximidade do confronto pelo qual ele aguardara por tantos séculos, estava mexendo com sua estabilidade emocional, principalmente durante a inconsciência do sono.

Conversando com os outros lá fora podíamos ouvi-lo remexendo-se, constantemente, e balbuciando algumas palavras ininteligíveis.

Edward puxou-me para um canto, um pouco afastado nas árvores, trazendo também Bella pelas mãos, e avisou-me aos sussurros:

– Tanya, há algo que acho importante que você saiba. – eu aguardei paralisada em imediato estresse. – Lucca ontem à noite estava um pouco pensativo, pesando alguns riscos com relação à sua iminente transformação em lobisomem estando tão próximo de tantos vampiros. – eu balancei a cabeça confusa. Por que ele não falaria disso comigo? Perguntei mentalmente para Edward.

– Porque ele não queria preocupá-la também. – respondeu ele. – Mas eu acho que você deve estar avisada. – Obrigada!... Assenti, ele continuou. – O que está para acontecer, o confronto com os Volturi, é algo sem precedentes na vida dele. Mas, havia especialmente alguma preocupação com o quê ele pudesse vir a fazer com alguns de nossos aliados, durante uma possível inconsciência inerente à sua transformação. Agora mesmo ele está sonhando com isso e muito agitado...

– Então, ele perde a consciência sobre o que está fazendo quando se transforma? – foi Bella quem perguntou.

– Não totalmente.  – Respondeu-lhe Edward, olhando agora de mim para ela. – Ele mesmo nos disse na noite em que chegou que seu dom o ajuda a se controlar. Mas... São séculos afastando-se de qualquer aproximação, correndo solitário por lugares inóspitos quando transformado; evitando qualquer aproximação com vampiros durante a lua cheia, se guardando para o confronto mais decisivo de todos. E agora que isso está próximo, ele parece um pouco assustado em como irá se controlar. Ele teme perder o foco de quem são os aliados e quem são os inimigos.

Era possível um coração de pedra apertar-se em piedade e dor? Parecia que o meu ia. Não podia suportar pensar em Lucca sofrendo tantas dúvidas angustiantes assim em silêncio, e eu sem ajudá-lo... Sequer percebi seu incômodo...

– Veja bem, Tanya. – continuou Edward após sondar minha culpa. – Não estou te contando isso para você se sentir culpada, nem tampouco quero ser invasivo...

– É claro, Edward. – Eu o interrompi. – Eu te conheço muito bem. Sei o quanto você é discreto e ético com relação ao seu dom. – tranquilizei-o com um sincero sorriso de lábios colados. Minha cabeça em Lucca. – Mas... Como posso ajudá-lo? – dei voz às minhas angústias. Ajudar Lucca era tudo o que eu queria fazer.

Edward ponderou por alguns segundos e respondeu lentamente, pesando cada palavra, por fim:

– Pelo que interpretei da mente de Lucca, ele parece seguro somente quanto a nós que temos olhos dourados, mas teme perder o foco com os outros. Mas, Athenodora, tem fé na sua intervenção. Para ela, reside a função e a importância da “lendária vampira dourada” – ele enfatizou as três últimas palavras – neste confronto... Há uma profecia a se cumprir, Tanya. Assuma seu papel.

Edward e Bella afastaram-se então, e eu fiquei paralisada onde estava. Meus olhos perderam o foco enquanto eu refletia.

Desde a chegada de Lucca em minha casa, ele tem falado disso. Já na primeira noite ele nos explicou: É uma profecia e os antigos falavam especificamente em união. Não entendíamos como a vampira poderia ser dourada, mas agora os olhos de vocês deixaram tudo muito claro para mim. A profecia dizia que ela, de alguma forma, não teria olhos de monstro. Ela seria... Predestinada...”

E, depois Athenodora disse sobre nosso casamento: “Estava escrito...”

Andei sendo tão cética com relação a tal profecia e agora sinto a responsabilidade pesando sobre meus ombros exatamente como um piano de cauda pesaria aos ombros de um humano fraco...

Durante todo o dia seguinte nos mantivemos lá, na clareira, esperando. Somente Athenodora, Paolo e Lucila ainda estavam no chalé.

Sophia e Nessie divertiam-se, despreocupadamente, com Jacob e alguns dos outros quileutes, porém todos em sua forma de lobos.

Carlisle havia me dito que os quileutes já sabiam da presença de um verdadeiro lobisomem ali, ele mesmo havia explicado para Jacob.

Lucca os olhava seriamente e o grande negro lobo macho alfa, que parecia ser o mais focado, sustentava o olhar de Lucca; não em desafio, parecia mais curiosidade.

Assim, quando mais um crepúsculo se aproximava, Athenodora juntou-se a nós, trazendo consigo Paolo e Lucila e arrancando muitos olhares curiosos daqueles que sequer sabiam que ela estava aqui.

Ao contrário do ano passado, quando Nessie ficou junto de nós na linha de frente; as duas meninas ficaram dentro de uma das barracas de camping, atrás de todos nós. Jacob-lobo posicionado à frente da barraca. Edward havia conversado e instruído as duas para não saírem de lá em hipótese alguma.

– Três minutos. – anunciou Alice.

Mantivemos nossas posições. Ela já nos havia avisado quando faltavam cinco. Olhei para todos os rostos ali. Um por um, deixando o mais importante para o final.

Lucca estava ofegando pesadamente com o olhar longínquo. Segui seu olhar e, imediatamente, senti como se um jato de gelo líquido tivesse sido injetado em todos meus membros e tronco. Ele fitava, com adoração, uma borda prateada que surgia ao longe no horizonte tingido de azul, ainda claro, mas não celeste como no meio do dia.

Neste exato momento ouvimos bem ao longe o som ritmado da marcha sincronizada com disciplina. Os Volturi estavam chegando.

A coreografia harmônica e impassível dos invencíveis ainda era a mesma. Pararam a cem metros do nosso grupo e a proximidade de Caius me tirou o foco. Comecei a ofegar. Os minutos passavam céleres e Lucca ainda arfava com o olhar vidrado na enorme e quase meia-lua de prata, que subia vagarosamente por detrás da encosta das montanhas.

A expectativa transformou meu corpo em uma pedra de gelo. Aqueles eram momentos decisivos demais para o rumo de nossas vidas, por tudo que planejei e almejei neste último ano. A sensação de dejávu era insuportável e a lembrança da execução de Irina tornou-se insistente em minha mente. Meus olhos tingiram-se de vermelho.

Arrisquei uma olhada para alguns rostos e vi concentração, ansiedade e ódio.

A formação em flor desfez-se com graça a cem metros do nosso grupo, e os três pontos negros do centro deslizaram avançando alguns metros à frente de sua guarda, seguidos muito de perto por Renata.

Vi Jane, Alec, Demetri, Chelsea, Heide, Afton e Felix, junto dos outros. Rostos serenos, insondáveis. Assim como no ano passado eram em torno de trinta, excluindo-se a figura altiva, destacada e escoltada lá atrás – Sulpícia, a esposa de Aro.

Dessa vez não havia testemunhas, até porque parte delas estava morta – serviço feito por eles mesmos, e a outra parte estava ao nosso lado, tentando se proteger. Isso parece ter retardado o avançar de sua marcha orgulhosa.

O olhar de Aro faiscou para a barraca onde estavam Nessie e Sophia e demorou-se lá por alguns segundos. É claro que ele podia identificar seus coraçõezinhos palpitando acelerados. Depois ele vislumbrou nossa linha de frente, lentamente. Sem que nós tivéssemos percebido, eu e Lucca estávamos ao centro. Ele avistou os lobos com olhos apertados como fissuras finíssimas. Girou mais um pouco a cabeça e seus olhos se demoraram em Athenodora e pareciam duas lâminas extremamente cortantes e indolentes. Ele sondou Bella com curiosidade e fascínio, Edward trincou os dentes desaprovando possíveis pensamentos de cobiça.

Marcus continuava a personificação do tédio. Nossa vantagem numérica, ou mesmo a presença de Athenodora ou Lucca, não provocavam emoções em seu rosto frio.

E, por fim, havia Caius.

Caius não pareceu enxergar nada além de Athenodora; que deu alguns passos para colocar-se ao lado de Lucca, segurando sua outra mão. Seu olhar o estudou com cautela e suas feições ganharam um ódio sem precedentes.

– Ora veja irmão! – exclamou Aro com sua voz tilintante. – Parece que Athenodora não mediu esforços para nos trair.

A cabeça de Edward girou alarmada na direção da pequena barraca onde se refugiavam nossas pequenas híbridas. Qual das duas teria reconhecido aquela voz açucaradamente assustadora?

Caius sequer podia responder; tamanho era seu ódio. Suas feições desfiguraram-se e suas órbitas giravam insanamente de Lucca para Athenodora e eu tentei imaginar as reminiscências distantes que lhe viriam à mente, já que de acordo com a própria Athenodora a semelhança entre Lucca e Rômulo era flagrante.

Eu estava certa afinal!... Eu sabia que um lobisomem Filho da Lua o desestabilizaria...! Seu ódio era evidente, sua hesitação me satisfazia.

Eu via medo estampado em sua face odiosa e não pude me controlar. Simplesmente gargalhei alto. Carlisle e Eleazar me olharam assustados, talvez preocupados com minha sanidade mental. A outra mão de Lucca apertou mais ainda a minha.

Ele continuava em sua expectativa ofegante, em adoração à lua que agora já era um meio disco de prata reluzindo no céu ainda claro do crepúsculo; por trás da linha da montanha. Parecia-me que seria um círculo perfeito esta noite... O convexo se completaria. Seria a primeira noite da lua cheia desde que Lucca juntara-se a nós e já seria a decisiva, a mais importante de todas as nossas existências.

Athenodora soltou a mão de Lucca e avançou alguns passos, resoluta.

– Não se pode trair a quem nunca... Jamais... Jurou-se fidelidade, Aro. – disse ela com firmeza. – Fui obrigada a me unir a vocês há quase quatro mil anos... – seus olhos deslizaram para Caius duramente quando o período de tempo saiu arrastado, enfático. Ela continuou. – Mas minha fidelidade já tinha dono, então...

Fez-se silêncio por um segundo, então, e um rosnado alto e estridente explodiu no peito de Caius. Seu olhar enfurecido também alcançou Paolo, cheio de acusações silenciosas. Eu gargalhei novamente. Carlisle balbuciou muito baixo, só nosso grupo escutaria:

– Controle-se, Tanya... – Sim. Ele estava certo. Eu precisava me controlar. Porque quando Lucca se transformasse, eu deveria ajudá-lo a manter o foco.

Somente uma parte muito pequena de minha mente refletia em como, em tão pouco tempo, meu respeito e admiração por tudo o que os Volturi representavam podem ter se estilhaçado tão rápido...?!

Enquanto pensava nisso, Aro fez eco às palavras de Carlisle sem nem mesmo tê-las ouvido:

– Paz, irmão... – repreendeu Caius. – Somos em menor número. – é claro que ele sabia disso. Então... Quais eram seus planos?... Bem, não me importava mesmo. Eu sabia dos meus...

A linha de frente da guarda pareceu ansiosa e confiante em provar-lhe o contrário neste ponto. A hostilidade atravessou todos aqueles rostos, por segundos; para logo em seguida, suas feições recobrarem a serenidade orgulhosa.

– Entretanto, minha cara Athenodora... – continuou Aro, enfim. – Parece-me que você não é a responsável por esta reunião aqui. – seus olhos cravejaram-se em meu rosto. Eu sabia que minha gargalhada irônica não passaria despercebida...! E eu não podia me importar menos com isso... Assim, agarrei a minha deixa. Afinal, eu era a anfitriã...!

Meus olhos deslizaram para o lado em um átimo para uma imperceptível espiada em Lucca. Ele agora tinha seu rosto distorcido em uma carranca furiosa encarando Caius. Eu soltei sua mão e avancei alguns passos destacando-me de nossa linha e colocando-me ao lado de Athenodora.

– Por que veio, Aro? – perguntei. Sem sinal de afronta ou deboche na voz. – Do que nos acusa agora?

– Minha cara... Você não foi acusada há um ano... – completou impondo sua tristeza mal-dissimulada no rosto translúcido e poroso.

– Minha irmã também não fora, no entanto foi a única que acabara sem vida... – rebati sem poder esconder a mágoa em minha voz.

Ele considerou minhas palavras por um momento e acrescentou:

– Então... Foi por isso que invadiste minha casa? – acusou ele. Não me deixei abater. – Sede de vingança?! – assinalou. Mantive-me firme.

Eu devia imaginar que eles saberiam. Provavelmente assim que acabassem com as testemunhas, eles viriam nos pegar separados, desprevenidos. Agora estava claro! Com Sophia, seu objetivo não era tão somente acrescentar mais uma peça à sua coleção de talentos valiosos. Ele a queria para esconder-se de Alice! Mas não contava que Athenodora fugisse levando a menina.

Aro, então, aproveitou minha pausa mais longa para esclarecer suas intenções:

– Vocês estão com algo que me pertence. Onde está? – perguntou ele friamente, mas escolhendo as palavras com cuidado. Seus olhos vagaram para a barraca de novo. Todos seguiram seu olhar. O par de olhos do lobo sentado na entrada da barraca brilhou. Lembrei de Lucca e minha cabeça foi a única a virar desesperadamente para olhar a lua.

No exato momento em que virei, ela acabava de desprender-se delicadamente da linha negra da escarpa da montanha, brilhando perfeita e redonda no céu. Suas manchas escuras eram idênticas às manchas do Sinal de Lucca. Porém, todos nós fomos interrompidos e surpreendidos pelo rosnado sobrenatural que se seguiu. Jamais escutei nada tão assustador, tão raivoso. Virei sobressaltada para Lucca e ele tremia da cabeça aos pés.

Seu corpo convulsionou para trás em um movimento violento e ele explodiu metamorfoseando-se em segundos. Olhos humanos teriam dificuldades em enxergar todas as mudanças em seu corpo. Ele cresceu no tamanho, ganhando quase a metade em estatura e provocando com o arqueamento da coluna vertebral uma pronunciada corcunda; sua massa corporal também triplicou, desdobrando-se em diversos músculos e fragmentando suas roupas; pêlos escuros cresceram com uma rapidez assombrosa cobrindo-o completamente; seus pés tornaram-se patas enormes, com unhas gigantes e pontiagudas; suas mãos macias agora eram duas garras descomunais e também pontiagudas. Mas foi seu rosto perfeito e lindo que mais se modificou terrivelmente. Agora havia um focinho enorme com presas afiadas e letais saltando desafiadoras para fora da boca absurdamente grande. As orelhas cresceram e ganharam um aspecto animal, tal qual as orelhas de um lobo. Seu perfume delicioso de obsidinium fora trocado subitamente pelo odor nauseante que rastreei na Antártida.

Todas estas mudanças, porém, aconteceram em segundos. Ele uivou sonoramente, ao jogar seu focinho ao alto, arqueando seu corpo gigantesco e peludo para trás; e em seguida, um novo rosnado brutal explodiu em seu peito e seus olhos se abriram com ódio visível na direção de Caius e Aro.

Arrisquei uma olhada para os vampiros e todos sem exceção estavam alertas, agachados em posição de ataque e com seus narizes franzidos. A guarda Volturi perdera a serenidade controlada e exibia variações de um mesmo tom de carrancas furiosas. Caius e Aro eram estátuas boquiabertas e Marcus suspirava entediado.

Eu e Athenodora éramos as únicas eretas e impassíveis. Ela, na verdade parecia flutuar extasiada. Fitava Lucca emocionada; seus olhos, porém demonstravam que ela via outro lobisomem em sua frente.

Após um segundo de pausa, alguns dos transmorfos quileutes o responderam rasgando o ar com uivos agitados, mas não exatamente em uníssono.

Nesse momento, Lucca-lobisomem olhou ao redor distraído pelo som dos outros lobos e parece ter perdido o foco dos Volturi. Seu focinho estava franzido com o cheiro forte de nossa espécie e ele se viu rodeado dos olhos vermelhos dos nossos aliados, pronunciando ainda mais seu rosnado.

Entendi que antes que Lucca perdesse de vez o foco e avançasse como uma flecha veloz e venenosa na direção errada, eu precisava acalmá-lo. Andei lenta e cuidadosamente em sua direção, meus braços estendidos à frente com cautela, mas ele não enxergaria medo em meus olhos. Ele bufava alto e ritmadamente, era possível ver com clareza o ar que saía com força pelas suas narinas como se fossem apitos de um trem. Ele girava seu corpo encarando confusamente nossos aliados como se fosse uma fera acuada, cercada de inimigos. Parecia que ele não reconhecia mais contra quem deveria lutar e quem estava ao seu lado.

Eu continuei me aproximando até estar de frente para ele, exatamente entre Lucca e os dois líderes Volturi. Lucca estava ainda mais alto do que eu; minha cabeça pendia para trás, ele ainda girava seu corpo olhando para os lados ansiosamente.

– Lucca... – chamei baixo. Seus olhos negros faiscaram para mim como se ele se lembrasse de algo muito importante, e a disposição de seu olhar modificou totalmente, tornando-se ternos novamente, como têm sido desde que o conheci.

A clareira estava no mais completo silêncio. Os únicos sons eram os corações dos lobos transmorfos, das duas crianças dentro da barraca e o enorme coração do lobisomem bem à minha frente, que eu podia jurar que perdeu uma batida quando me fitou nos olhos.

Alguns transmorfos quileutes ganiram um pouco agitados. Emoções infindáveis passaram pelos olhos de Lucca nestes segundos intermináveis, até que de repente, um pensamente alheio invadiu minha mente:

“Eu te amo, querida... Desculpe-me por não tê-la preparado para isso... Minha aparência te assusta?” Ofeguei, agora sim, assustada. Mas... Eu tive a clara impressão de que Lucca-lobisomem se comunicara comigo mentalmente... Ou... Eu estava, de fato, ficando louca...!

Meus olhos procuraram ansiosamente por Edward e ele balançou a cabeça, afirmativamente, concordando. Então... Era isso?! Lucca-lobisomem podia se comunicar comigo... Mentalmente?!

Olhei para ele de novo, em pânico e seus olhos também voltavam do rosto de Edward, onde ele andara seguindo meu olhar.

“Sim, meu amor. É isso que parece... Estou tão surpreso quanto você. Também não sabia que minha ligação com a vampira dourada seria tão forte...” Lucca-lobisomem respondeu às minhas dúvidas, dando-me a certeza de que não só colocava pensamentos em minha mente, como também podia me ouvir. Eu ofeguei confusa com o fluxo de pensamentos e emoções que me invadiam sem aviso.

“Agora se acalme Tanya.” O diálogo mudo com meu marido lobisomem continuava. “Perdi o foco por um instante, mas a sua presença e a descoberta do que somos capazes juntos já me acalmaram. Voltemos nossas atenções aos nossos inimigos, amor.”

Este último pensamento veio cheio de ódio e seus olhos brilharam venenosos na direção de Caius e Aro. Lucca então acrescentou ainda em minha mente.

“Temos um confronto para vencer...!”


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Notas finais do capítulo

N/A: Então, flores...! O que acharam de nosso antepenúltimo capítulo??? Não deixem de me contar por review, tá!!
Sei que tenho novas leitoras, mas infelizmente, somente três já se apresentaram para mim... :(
Vamos lá, meninas! Façam minha felicidade! Vou adorar conhecer vcs! ^^
*.*Bjokas e até sexta!*.*